O
conhecimento de si mesmo exige um longo trabalho interior
de auto-observação, para distinguir o que é real
do que não é real em nós.
Trate
de compreender que aquilo que tem o hábito de chamar de 'eu'
não é o Eu; há muitos 'eus', e cada 'eu' tem
seu desejo próprio. Tente fazer você mesmo a experiência
disto. Você quer mudar, mas que parte de você deseja isto?
A sinceridade é a chave que abre a porta pela qual verá
suas partes separadas, e aquilo que você verá então
será inteiramente novo. Deve persistir em suas tentativas de
ser sincero. Cada dia você põe uma máscara; uma
a uma, deve tirá-las aos poucos.
Se
vocês ajudarem os outros, serão ajudados. Talvez amanhã,
talvez em cem anos, mas serão ajudados. A Natureza deve pagar
a dívida. É uma Lei Matemática, e toda a vida
é Matemática. [Para
o filósofo e matemático grego Pitágoras de Samos
(nasceu em Samos entre 571 a.C. e 570 a.C. e morreu entre 497 a.C.
e 496 a.C.), tudo é número, isto é, tudo no Universo
é regido pelos números e pelas suas relações.
Os principais enfoques de sua Filosofia são: harmonia matemática,
doutrina dos números e dualismo cósmico ordenado e essencial,
e o Pentagrama era o símbolo da Escola Pitagórica. Os
pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos
números – para eles o número (sinônimo de
harmonia) é considerado como a essência de todas coisas.
Um número é
constituído, então, pela soma de números
pares e de números
ímpares,
noções opostas (limitado e ilimitado) que levam, respectivamente,
a números pares e números ímpares,
expressando as relações que se encontram em permanente
processo de mutação, criando a Teoria da Harmonia das
Esferas (o Cosmos é regido por relações matemáticas
regulares). Esta regularidade fica evidente, por exemplo, quando se
observa que são imutáveis as relações:
1ª) número par + número
par = número
par; 2ª) número ímpar + número ímpar
= número par; e 3ª) número
par + número ímpar = número ímpar. Enfim,
o número mais importante era o triangular 10, denominado
de Tetraktys pelos
pitagóricos. Este número era visto (e continua sendo
visto) como um Número Místico, uma vez que contém
os Quatro Elementos Fogo, Água, Ar e Terra: 10 = 1 + 2 + 3
+ 4. Pode-se, daí, deduzir que o Valor Numérico Secreto
do número 4 é 10, e que não há erro em
se pensar, em termos místicos, que 4
10.]
A
Fé da Consciência é Liberdade; a fé do
sentimento é fraqueza; a fé do corpo é estupidez.
O
Amor da Consciência evoca o mesmo em resposta;
o amor do sentimento evoca o oposto; o amor do corpo depende apenas
de tipo e da polaridade.
A
Esperança da Consciência é força; a esperança
do sentimento é escravidão; a esperança do corpo
é doença.
Outros
Pensamentos
Junte
a Compreensão do Oriente ao Conhecimento do Ocidente... e,
então, busque.
Esqueça, de uma vez
por todas, que você é imprescindível. No trabalho,
em casa, no grupo habitual. Por mais que isto lhe desagrade, tudo
anda sem a sua atuação, a não ser você
mesmo.
Peça
ajuda sempre que necessário; mas tendo o bom senso de pedir
às pessoas certas.
Evite
se envolver na ansiedade e na tensão alheias. Espere um pouco
e, depois, retorne ao diálogo, à ação.
Os outros estão mais bem preparados para resolver os seus próprios
problemas.
Não
queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse
lixo mental; escute o que falaram bem – com reserva analítica
– sem qualquer convencimento.
Competir
no lazer, no trabalho, na vida a dois é ótimo... para
quem quer ficar esgotado e perder o melhor.
A
rigidez é boa na pedra, não no homem.
A ele cabe a firmeza, o que é muito diferente.
Não
abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição,
a inocência e a fé.
Lembre-se
a todo momento e em todo lugar de você mesmo. [Ou
seja: do seu Eu Interior].
Aprenda
a dizer não sem se sentir culpado ou achar
que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.
Planeje
seu dia, sim, mas deixe sempre um bom pedaço para o improviso,
consciente de que nem tudo depende de você.
Concentre-se em apenas uma
tarefa de cada vez.
Entenda
de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é
o que se fizer. E não culpe os outros pela sua infelicidade,
pois só você poderá fazer você feliz!
George
Ivanovich Gurdjieff (1872-1949)