ENTRA EM TI MESMO

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Pensamentos de Gregório Pálamas

 

 

 

Gregório Pálamas

Gregório Pálamas

 

 

 

O poder [de ver Deus], não tendo outros meios de agir, tendo ido além de todos os outros seres, se torna todo Luz em si e semelhante àquela que vê; é unido sem mistura; sendo ele mesmo Luz, e vendo a Luz através da Luz. Se olha para si mesmo, vê Luz. Se olha para o objeto de sua visão, novamente vê Luz. E se olha para o meio pelo qual vê, de novo vê Luz. Isto é o que significa união. Tudo é tão uno que aquele que vê não pode fazer distinções entre os meios ou os fins ou o objeto. Ele está consciente apenas de ser Luz e de ver Luz distinta de tudo que o foi criado.

 

Consideramos um mal para a mente se misturar às vontades da carne; entretanto, não é errado para a mente estar no corpo, pois o corpo não é mau.

 

A Queda de Adão no Jardim do Éden [e não sua corporificação física] liberou uma tendência a pecar1 na Humanidade.

 

 

 

 

Lutamos contra esta lei de pecado, banimo-la do corpo e estabelecemos ali a mente como um bispo. Doravante, estabelecemos leis para cada poder da alma e para cada membro do corpo, como lhes for apropriado. Para os sentidos, prescrevemos o que eles devem receber e em que medida, e esta prática da Lei Espiritual é chamada de autodomínio. Nós levamos a parte desejosa da alma para aquele estado excelentíssimo cujo nome é Amor. Nós melhoramos a parte mental banindo dela tudo o que impede a mente de voar para Deus, e a esta parte da Lei Espiritual chamamos sobriedade.

 

O coração é a câmara secreta da mente e o primeiro órgão físico do poder mental.2

 

Entrar no silêncio é entrar completamente em si-mesmo.

 

Contemplar a LLuz é contemplar o Divino.

 

Ver a LLuz é uma experiência direta da união mística: o ser humano deificado entra na Presença Divina agora nesta vida, não apenas em algum período 'post-mortem'.

 

A Deidade transcende a afirmação, mas, transcende igualmente a negação.

 

O conhecimento do Divino não é meramente uma outra ciência com critérios especiais de acessibilidade – não é gnose, conhecimento, mas, enose, isto é, união ou assimilação.

 

Deus se rejubila por toda a eternidade na sublimidade de Sua glória... Deus vive nesta glória, que é Sua própria, intrínseca a Ele, em felicidade perfeita, acima de toda glória, não necessitando de testemunhas, incapaz de formular nenhuma divisão... Mas, Ele invoca Suas infinitas perfeições, e as revela em Suas criaturas. Sua glória é resplandecente nos poderes celestes, refletidos no homem, revestindo o mundo visível com um traje de magnificência.

 

A Deidade é completamente incognoscível em Sua Essência, 'Ousia', mas, cognoscível em sua Atividade Divina, 'Energeiai' [Energia]. Embora o indivíduo comum testemunhe a bondade, a sabedoria, a majestade e a providência, a atividade divina não é subdividida de qualquer modo, pois a Deidade está completamente presente em cada ação.

 

A essência da mente é uma coisa e sua atividade é outra... A mente não é como o olho, que vê todas as coisas visíveis, mas, não vê a si mesmo. A mente pode ver a si mesma, e quando se sintoniza completamente com a Deidade, se torna a Divina 'Energeiai' e a sustenta como Luz dentro de si mesma.

 

É preferível a injunção mosaica 'entra em ti mesmo' do que a délfica 'conhece a ti mesmo'.

 

A LLuz Incriada – a visão de Deus – não é simplesmente uma visão simbólica ou sensorial e criada, nem inferior ao entendimento, mas, é a Deificação.

 

Aquele que limpou sua alma de qualquer apego a coisas deste mundo, que se apartou de tudo por seguir os Mandamentos, e que superou toda atividade cognitiva através da oração contínua, sincera e imaterial, e que foi abundantemente Illuminado pela LLuz Inefável em união inconcebível, somente ele, tornando-se Luz, contemplando a Luz, na visão e no desfrute desta LLuz, reconhece verdadeiramente que Deus é transcendentalmente radiante e que está além da compreensão; ele glorifica a Deus não apenas para além do poder do entendimento humano de seu 'nous', pois, muitas coisas criadas estão além disso, mas, até mesmo além desta maravilhosa união, a qual é o único meio através do qual o 'nous' se une àquilo que está além das coisas inteligíveis, imitando divinamente os 'Nous' Supraceleste.

 

A visão de Deus não é exterior, mas, vem através da Deificação.

 

A visão da LLuz Incriada não é uma simples abstração e negação; é uma união e uma divinização que ocorrem misticamente e inefavelmente pela graça de Deus, após a eliminação de tudo o que está aqui embaixo que se imprime no 'nous'. É algo que vai além da abstração.

 

A contemplação da LLuz Incriada se dá pela comunhão divinizante do Espírito.

 

A contemplação da LLuz Incriada é uma união.

 

O êxtase vem quando, em oração, o 'nous' abandona toda conexão com as coisas criadas: primeiramente, com tudo o que é mau ou ruim; depois, com as coisas neutras.3

 

Em oração sincera, o 'nous' abandona todas as coisas criadas.4

 

No êxtase, não há qualquer relação com o mundo do pecado, mas, não é, ainda, entretanto, união com Deus. Esta união ocorre quando o Paracleto [o Espírito Santo] Illumina do alto o homem que atinge, em oração, o estágio superior às mais elevadas possibilidades naturais, e que aguarda a promessa do Pai, e, por Sua revelação, arrebata-o à contemplação da LLuz.

 

A compreensão noética não é, de maneira alguma, Conhecimento [Sabedoria = ShOPhIa] verdadeiro.

 

 

 

 

Deus Se faz conhecido não apenas por meio daquilo que há, mas, também, por meio daquilo que não há, por meio transcendente, isto é, pelas coisas incriadas, e, também, por uma LLuz Eterna que transcende todas as coisas.

 

A visão da LLuz Incriada supera toda atividade epistemológica e está além da visão e do conhecimento.

 

A luz das Escrituras pode ser comparada à uma lâmpada que brilha em um local escuro, enquanto a visão da LLuz Incriada se assemelha à estrela da manhã que brilha durante o dia, isto é, o Sol.

 

A Graça da Deificação transcende a natureza, a virtude e o conhecimento humano.

 

Os Santos Deificados transcendem a Natureza, pois são engendrados por Deus, que lhes dá o poder de se tornarem filhos de Deus.

 

LLuz Incriada LLuz Misteriosa, Inacessível, Imaterial, Incriada, Deificante, Eterna, Brilho da Natureza Divina, Glória da Divindade, Beleza do Reino Celestial.

 

A virtude é a imitação de Deus.

 

A evidência patente em todos os que alcançaram a visão da LLuz Incriada é que a alma cessa de se entregar aos prazeres e às paixões corruptas, adquire paz e quietude de pensamento, repouso e alegria espiritual, desdém pela glória humana, humildade aliada ao regozijo secreto, repulsa às coisas do mundo, amor às coisas celestiais, ou seja, amor somente ao Deus dos Céus.5 A visão da LLuz Incriada acontece mesmo que os olhos estejam cobertos ou tenham sido arrancados fora.

 

Há graus distintos de 'theoria'6 e graus de conhecimento.

 

A 'theoria' perfeita é a visão da LLuz Incriada, que se distingue em visão e visão contínua.

 

Em uma palavra: devemos procurar, de um modo ou de outro, um Deus em quem e do qual possamos participar, compartilhando, cada um de nós, do modo próprio a cada um e pela analogia da participação, de tal sorte que seja possível receber existência, vida e deificação.

 

 

______

Notas:

1. A denominada Queda de Adão no Jardim do Éden nada mais foi do que o início-continuação (um novo patamar) da compreensão da Raça Adâmica (vinda de outro plano), que conduz à libertação. O fruto dito proibido é o Conhecimento, que, quando é adquirido extemporaneamente ou é mal compreendido, normalmente por ter sido mal metabolizado, produz o que as religiões denominam de pecado (ou coisas piores, como, por exemplo, as armas de destruição em massa). Mas, o pecado não é nada mais nada menos do que um estágio necessário e doloroso na longa caminhada da crucificação em direção à Santa LLuz. Em uma palavra, pecado é tão-somente ignorância, que precisa ser transmutada. Vale a pena consultar esta Página:

http://www.centroespirita.com.br/
literatura/agenese/pagina013_07.asp

 

 

Vem cá!

 

2. A Fraternidade Rosacruz de Max Heindel ensina que no ventrículo esquerdo do coração (o assento do amor, segundo Augusta Foss Heindel), próximo ao ápice, há um pequeno Átomo que paira em um mar do mais elevado éter. Este Átomo é denominado de Átomo-semente – o Livro da Vida, como o denominou São João em várias ocasiões na Revelação, mas, que pode ser entendido como sendo o Livro (Registro) do nosso Deus Interior, sendo a base da nossa individualidade, enquanto a individualidade tiver que prevalecer como individualidade. O Átomo-semente é a única coisa que a personalidade-alma leva consigo de vida para vida, e Nele estão gravados cada pensamento e cada experiência que vivenciamos em cada encarnação. Não estaremos errados se admitirmos que o ser-no-mundo, em última instância, é o seu Átomo-semente.

3. Na verdade, não existe neutralidade, pois, a própria neutralidade é uma opção, e toda opção é objetiva.

4. Melhor do que dizer coisas criadas é pensar em coisas existentes.

5. Aqui, mais do que um exagero, há uma contradição. Como é possível amor somente ao Deus dos Céus? Amor somente ao Deus dos Céus é uma coisa egoísta e inútil, para dizer o mínimo, pois, o fato é que Deus, se existir da forma como pretendem os religiosos, não necessita, de forma alguma, do nosso amor. Quem necessita amá-Lo somos nós, porque somos carentes de tudo. Mas, efetivamente, o amor só tem cabimento pelas coisas e pelos seres do e no mundo. Estes, sim, precisam do nosso amor, da nossa misericórdia, da nossa solidariedade, do nosso apoiamento fraterno, do nosso tudo. Esse treco extravagante de viver asceticamente, eremiticamente, em contemplação ininterrupta ou em meditação constante é uma das mais graves formas de egoísmo, e não deixa de ser, também, uma patologia, principalmente quando é acompanhado de autoflagelação. Quem se entrega a contemplar e a meditar ininterrompidamente está arrumando e fabricando exatamente o oposto do que tanto quer alcançar. Não encarnamos aqui, nesta Terra, para ficar estáticos em busca de um êxtase salvífico e espetaculoso, mas, para, primeiro, compensar educativamente as babaquices que engendramos no passado e nesta vida; segundo, para compreender o próprio sentido da existência; e, terceiro, para compartilhar fraternalmente nossas experiência e aprendizagem adquiridas. Qualquer coisa diferente disto é doença, e, em geral, as religiões, com seus dogmas estapafúrdicos e prescrições irracionais, acabam dando em doença.

6. Segundo São Pedro Damasceno, há oito estágios de theoria. Os primeiros sete pertencem a este século, enquanto o oitavo pertence ao futuro. A primeira theoria é o conhecimento dos testes e das tribulações desta vida. A segunda theoria é o conhecimento das nossas próprias falhas e da generosidade de Deus. A terceira theoria é o conhecimento das coisas terríveis antes e depois da morte. A quarta theoria é o entendimento profundo da vida experimentada por nosso Senhor Jesus neste mundo, Seus discípulos e demais Santos, isto é, as palavras e as ações dos mártires e dos Santos Padres. A quinta theoria é o conhecimento da Natureza e do fluxo das coisas. A sexta é a theoria das coisas criadas ou o conhecimento e o entendimento da criação visível de Deus. A sétima theoria é o entendimento da criação espiritual de Deus, isto é, dos anjos. A oitava theoria é o conhecimento a respeito de Deus ou aquilo que chamamos de Teologia.

 

Observação:

Por volta do século XIV, Bizâncio havia se tornado uma sombra de sua antiga glória. Os cruzados, fascinados com a riqueza de Constantinopla, que já estava se esvaindo, saquearam-na. Líderes eslavos criaram reinos temporários em suas territórios do norte, e os turcos invadiram a Ásia Menor, vindos do leste. Dentro dos portões de Constantinopla, facções aristocráticas e nobres disputavam entre si para estabelecer uma ou outra linha dinástica. Comerciantes venezianos monopolizavam a economia mercantilista do império, e jamais foram completamente desalojados. Mesmo quando o império mergulhou em direção ao seu esquecimento final, a Igreja Ortodoxa Grega se libertou das instituições imperiais e começou a exercer sua independência e sua influência dentro e além das fronteiras bizantinas. A Igreja enfrentou desafios de um tipo diferente e emergiu deles como uma instituição mais forte e mais monástica. Coube a Gregório Pálamas (um dos Instrutores da Humanidade) ser o catalisador que emancipou a Igreja de suas ligações políticas e cristalizou sua orientação espiritual.

Gregório Pálamas nasceu em 1296, em Constantinopla. Embora seus pais fossem nobres da Ásia Menor, repetidas invasões turcas forçaram-nos a fugir da capital imperial, onde seu pai se tornara um respeitável membro do senado. Durante sua infância e juventude, Gregório recebeu o melhor da educação tradicional, incluindo o trivium (nome dado, na Idade Média, ao conjunto de três matérias ensinadas nas universidades no início do percurso educativo: Gramática, Lógica e Retórica) e o quadrivium (as quatro restantes das sete artes liberais: Aritmética, Geometria, Astronomia e Música). Embora o pai de Gregório tivesse morrido quando ele ainda era jovem, o imperador Andrônico II Paleólogo prometeu-lhe uma importante carreira no Governo, e Gregório pareceu destinado a segui-la. Em 1316, contudo, Teolépto de Filadélfia encorajou Gregório a entrar para a vida cenobítica, e, a despeito do apelo do imperador, Gregório decidiu se tornar monge. Uma vez que, como filho mais velho, ele era responsável por toda a sua família, incluindo um grande número de servos, persuadiu sua mãe, irmãs e irmãos e muitos dos servidores de sua casa a entrar na comunidade monástica. A maioria entrou em mosteiros em Constantinopla, mas, Gregório e seus irmãos seguiram para o Monte Athos, o centro do monasticismo cenobítico e eremítico, e que fora tornado independente do Governo Imperial por Andrônico II, em 1312. Morando perto do Mosteiro de Vatopedi por três anos, Gregório se mudou depois para o Grande Lavra, o centro religioso do Monte Athos.

Em Monte Athos, Gregório seguia seriamente os métodos de meditação cultivados pelos grandes expoentes do Hesicasma (Quietismo), incluindo Simeão, o Novo Teólogo. O ponto de vista de Simeão se tornou o de Gregório, que, como Simeão, preferiu uma vida de retiro e de contemplação. Mas, novamente, como com Simeão, uma combinação de circunstâncias históricas compeliu Gregório a falar pelo que ele acreditava ser a quintessência do Cristianismo. Ele fez um relato sistemático sobre as convicções de Simeão, e as tornou a base central da ortodoxia oriental. Sua vida pública começou quando ele decidiu fazer uma peregrinação à Terra Santa e ao Sinai. Embora os Cruzados houvessem sido rechaçados para fora do Mediterrâneo Oriental, os governantes muçulmanos eram razoavelmente tolerantes com os peregrinos cristãos, e os mais intelectuais dentre estes teriam discernido a influência das práticas sufi sobre as dos hesicastas. O Sufismo é conhecido como a corrente mística e contemplativa do Islão. Entretanto, ele não pôde levar seu plano a cabo, e partiu para a Tessalônica, onde encontrou Isidoro, o futuro Patriarca de Constantinopla. Ele descobriu que Isidoro compartilhava de seu profundo sentimento de que a contemplação espiritual não era um privilégio de eremitas, mas, uma necessidade para todos os fiéis a Cristo.

Ele foi consagrado sacerdote em Tessalônica e fundou um pequeno eremitério nas cercanias de Berroéia, permanecendo um asceta por cinco anos. Em 1331, Gregório voltou para o Monte Athos, porque as incursões sérvias nas proximidades de Berroéia tumultuaram a vida monástica. Ele se retirou para o Eremitério de São Sabázio, logo acima do Grande Lavra, descendo para o culto com seus irmãos somente nas festas litúrgicas. Embora fosse indicado abade do grande Mosteiro de Esfigmenou, seu zelo pela reforma se chocou com as duas centenas de seus monges, e ele, voluntariamente, se retornou para São Sabázio dentro de um ano. Logo, contudo, sua paz foi de novo perturbada por duas séries de eventos, uma teológica e outra política. Um calabrês de descendência grega chamado Barlaão chegou a Constantinopla e criou renome como filósofo. João Cantacúzenos, o Megas Domesticus (Mordomo-Mor) de Andrônico III, indicou-o para uma cátedra na universidade imperial. Incumbiram-no de missões diplomáticas junto da corte papal de Avignon, e ele escreveu comentários sobre uma variedade de textos religiosos. Embora sendo inteiramente leal ao Cristianismo ortodoxo e um arguto crítico de sua contraparte latina, Barlaão ficara profundamente impressionado pelo humanismo secular em surgimento da Renascença Italiana. Filosoficamente, sua crença na transcendência da Deidade levou-o a negar a possibilidade do conhecimento de Deus. Em virtude de seu temperamento, ele se sentia repelido pelas práticas hesicastas, que prometiam tal conhecimento. Ele argumentava que a meditação era inútil e que qualquer coisa que se pudesse saber do Divino deveria vir de um estudo da Natureza.

Gregório reconheceu que o ponto de vista de Barlaão não era meramente uma proposição acadêmica sobre um tópico abstruso. Ela desafiava o cerne hesicasta da ortodoxia e minava o conceito de Deificação ardorosamente ensinado por Simeão. Embora Gregório aconselhasse contra práticas meditativas empreendidas sem orientação reconhecida, ele defendeu a meditação, reafirmou a possibilidade de experiência direta do Divino e sustentava que o estudo da Natureza era adequado, mas, que jamais poderia fornecer direção para a realidade espiritual. Se Gregório era cauteloso contra tudo que pudesse alimentar atitudes seculares, ao mesmo tempo Barlaão entendera mal a natureza do hesicasma. Embora os monges do Monte Athos apoiasssem solidamente Gregório e Barlaão decidisse voltar para a Itália, a disputa continuou e poderia ter permanecido indecisa, não fosse por uma estranha concatenação de eventos políticos.

O imperador Andrônico III morreu quatro dias depois de presidir os debates conciliares que, em 1342, decidiram a favor de Gregório. Uma vez que seu filho, João V, era menor, sua esposa, Ana de Savóia, se tornou regente. Ela não poderia manter um equilíbrio entre o Megas Domesticus, João Cantacúzenos, que apoiava Gregório, e o patriarca João Cálecas, que se alinhara com os seguidores de Barlaão. Depois de João Cantacúzenos ter assegurado a aprovação imperial para a decisão conciliar, ele foi destituído pelo patriarca e um grupo de nobres. Gregório permaneceu leal a Ana como regente, mas, condenou abertamente o golpe palaciano. Em 1343, o patriarca viu o caminho livre para prender Gregório sob acusação de heresia e, quando Gregório se recusou a mudar sua posição, excomungou-o. Embora Ana temesse que Gregório fosse um adversário político, ela o respeitava como teólogo e considerava intolerável a arrogância do patriarca. Enquanto João Cantacúzenos dava andamento a uma guerra civil contra o trono, Ana tramava contra o patriarca. Em 1347, ela convocou um concílio que depôs o patriarca, e João Cantacúzenos subiu ao trono, governando em nome de João V. Gregório foi consagrado arcebispo de Tessalônica, e João Cantacúzenos indicado Palamita pelo patriarca, inaugurando, assim, uma tradição que perdurou por anos, e por fim transformou a espiritualidade monástica do ponto de vista eclesiástico. Quando João Cantacúzenos abdicou em favor de João V, em 1364, ele já era uma venerada autoridade religiosa. Ele se tornou monge, e com o nome de Josafá fez muito para separar a Igreja do Império. Quando o Império colapsou no século XV, a Igreja pouco foi afetada, e através dela a civilização bizantina continuou a exercer uma poderosa influência.

Gregório era bem-quisto em Tessalônica, pois ele combatia a injustiça social de todo o tipo, incluindo as taxas impostas pela Capital. Uma vez, quando viajava para Constantinopla para apelar ao imperador, ele era passageiro de um navio que foi capturado pelos turcos. Ele passou um ano em agradável cativeiro, debatendo posições religiosas com o filho do Emir Orkhan, na esperança de que logo viesse o dia em que pudéssemos nos entender um ao outro. Embora cidadão leal de Bizâncio, Gregório claramente distinguia entre a Igreja Bizantina, cujas verdades eram eternas, e o Estado Bizantino, que era temporal. Quando foi libertado, voltou a Tessalônica, onde morreu em 27 de novembro de 1369. Ele foi canonizado pelo patriarca Filoteu, seu amigo e antigo discípulo, e, até hoje, ele só é menos venerado que Demétrio, o santo padroeiro da Cidade.

 

 

 

 

 

 

 

Conheci a mim mesmo,

e aprendi muito pouco.

Entrei em mim mesmo,

e me tornei meio Louco.

 

Corri atrás da salvação,

e só encontrei deserto.

Ouvi a Voz do Coração,

e o postigo foi aberto.

 

Tantum Ergo Sacramentum.

Então, eu deixei de querer,

e, a partir daí, pude Viver.

 

Et Antiquum Documentum.

Domei o nauseoso não-ser.

 

 

 

 

 

Canto gregoriano de fundo:

Tantum Ergo
Composição: Santo Tomás de Aquino
Interpretação: Schola Cantorum do Pontifício Col. Inter. dos Beneditinos de S. Anselmo em Roma

 

Páginas da Internet consultadas:

http://marligo.wordpress.com/tag/protestos/

http://www.cksinfo.com/
holidays/halloween/witches/

https://devilsfoe.com/extremism
-seven-deadly-demons/

http://britton.disted.camosun.bc.ca/
jbpolyhedra.htm

http://www.funnyjunk.com/
funny_pictures/96744/Evil/

http://www.123gifs.eu/adam-eve/page-2/

http://avidaintelectual.blogspot.com.br/
2008/08/epistemologia-ortodoxa.html

http://www.salvemaliturgia.com/2011/03/
domingo-de-sao-gregorio-palamas-no-rito.html

http://sedna.no.sapo.pt/info01.htm

http://centro-rosacruz.com/crcmh1_117.htm

http://www.fraternidaderosacruz.com.br/artigos/
filosofia/52-os-%C3%A1tomos-semente.html

http://www.teosofia.levir.com.br/
inst-025.php

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sufismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Trivium_(educa%C3%A7%C3%A3o)

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.