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O Signo da Aliança
(dado pela Divindade ao Corpo Sinárquico Espiritual)
– A animação acima é uma interpretação minha

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Temem a morte aqueles que temem perder o que não possuem pensando possuir. Temem as trevas aqueles que precisam se esconder por terem agido de modo impróprio, delituoso, criminoso ou moralmente incorreto. Por isso, não posso discordar de Saint-Yves d'Alveydre quando no prefácio de sua La Mission de l'Inde en Europe, la Mission de l'Europe en Asie, la Question du Mahatma et sa Solution, afirmou: Por mais felicidade que Deus possa conceder neste mundo, qualquer Iniciado sabe que a morte é um indizível gozo da alma – a maior voluptuosidade que ela pode sentir. Mas isso não é mesmo para todos. Corruptores e corruptos borram as cuecas só de ouvir falar em morte. Quem absconde dólares nas cuecas...

Revisitando o pensamento de Nicholas Roerich, copio: Como é importante preservar o Fogo do impulso! Sem esse estímulo não podemos impregnar a base, o alicerce, com as melhores potencialidades. As forças aplicadas no início se multiplicam pela ação do Fogo do impulso. É necessário, portanto, tentar multiplicar as Forças da Fonte Primeira. Em toda construção é preciso observar a harmonia e o dimensionamento, pois, para impregnar nossos começos é preciso dimensionar as medidas dadas com as aplicadas. Fogo e impulso sustentam a vida em cada começo. Sem eles, os inícios perdem sua vitalidade. Por isso, esforcemo-nos para alcançar o Fogo retificador oferecido pelo Senhor. Só assim será possível alcançar a saturação ardente. Sim! Sim! Sim!

Não! Não! Não! Não temem a morte e nem as trevas aqueles que não temem perder o que, um dia, pelo mérito, começaram a construir de Bom e de Belo. Aqueles Dignos Andarilhos que se puseram em Caminho e em contato com a Voz Insonora de seus Corações não temem a morte porque morreram para a vida e Nasceram para a Eterna Vida. Como escreveu Saint-Yves, o Sol jamais se deita para aquele que, pela Iniciação, entrou no Reino de Deus. Do Deus de seu Coração. Seria esquizofrênico admitir que, em um certo sentido, confiantes, esses Sinceros Iniciados aguardam mesmo pela morte para entrar na Vida?

 

 

Introdução

 

Começarei esta introdução com uma afirmativa e duas perguntas. A utopia de um Governo Mundial de Unidade, de uma sociedade ideal fundamentada em leis fraternas, mas justas, e em instituições político-econômicas verdadeira e exclusivamente comprometidas com o bem-estar da coletividade é o sonho de todos os Iniciados e de todas as Fraternidades Místicas. Mas, será isso apenas um sonho? Ou será uma utopia possível que haverá de se realizar para a Humanidade, com a Humanidade e apesar de uma parte ponderável da Humanidade que dela não poderá ainda participar?

Este tema que envolve acordadamente os Mundos ou Reinos Interiores ou Subterrâneos, o Rei do Mundo ou Senhor dos Três Mundos – Manu ou Brâhatmah – o Governo Sinárquico, Oculto ou Interno do Mundo – AGaRTha ou AGaRThi com sua sede em Shamballah, o Sanctum Sanctorum da Terra – é e continua sendo obscuro e polêmico, secreto e sagrado, ainda que alguns místicos tenham se pronunciado sobre essa intrincada matéria, como foi o caso, por exemplo, de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), Saint-Yves D’Alveydre (1842-1909), Annie Besant (1847–1933), Stanislas de Guaita (1861-1897), Ferdinand Ossendowski (1876-1945), Nicholas Roerich (1874-1947), Henrique José de Souza (1883-1963), René Guénon (1886-1951), Raymond Bernard (1923-2006) e outros. AGaRTha representa o corpo e Shamballah é a cabeça. São conhecidas dos Mestres e Membros da Grande Fraternidade Branca com o nome de Sudha-Dharma-Mandalam (Sudha significa pureza, Dharma, Lei e Mandalam, Fraternidade). A Profecia do Rei do Mundo, divulgada no ocidente por Ferdinand Ossendowsk, afirma categoricamente:

O Houtouktou de Narabanchi contou-me o que segue quando o visitei no seu Mosteiro, em princípios de 1921:

Quando o Rei do Mundo apareceu aos Lamas, favoritos de Deus, no nosso Mosteiro, há uns trinta anos, fez a seguinte profecia:

Os homens, cada vez mais, esquecerão as suas almas para se ocuparem apenas dos seus corpos. A maior corrupção vai reinar sobre a Terra. Os homens assemelhar-se-ão a animais ferozes, sedentos do sangue dos seus irmãos. O Crescente apagar-se-á, caindo os seus adeptos na mendicidade e na guerra perpétua. Cairão sobre eles as maiores desgraças e acabarão por digladiar-se entre si. As coroas dos reis, grandes e pequenos, cairão – um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito... Eclodirá uma terrível guerra entre todos os povos. Os oceanos rugirão... a Terra e o fundo dos mares cobrir-se-ão de ossadas... desaparecerão reinos, morrerão povos inteiros... haverá fome, doença e crimes não previstos nas leis, nem vistos e nem sonhados ainda pelos homens. Virão, então, os inimigos de Deus e do Espírito Divino – os quais jazem nos próprios homens. Aqueles que levantarem a mão sobre o outro também perecerão. Os esquecidos e os perseguidos erguer-se-ão depois e atrairão a atenção do mundo inteiro. Haverá espessos nevoeiros e tempestades horríveis. Montanhas, até então escalvadas, cobrir-se-ão de florestas. A Terra toda tremerá... Milhões de homens trocarão as correntes da escravidão e as humilhações pela fome, pela peste e pela morte. As estradas encher-se-ão de uma multidão de pessoas caminhando ao acaso, de um lado para outro. As maiores, as mais belas cidades, desaparecerão pelo fogo... Uma, duas, três. O pai erguer-se-á contra o filho, o irmão contra o irmão, a mãe contra a filha. O vício, o crime, a destruição dos corpos e das almas seguir-se-ão a tantas calamidades... As famílias serão dispersas... A fidelidade e o amor desaparecerão... Por cada dez mil homens sobreviverá um... o qual ficará nu, destituído de todo o entendimento, sem forças para construir sua habitação ou procurar alimentos. E esses homens sobreviventes uivarão como lobos ferozes, devorarão cadáveres e, mordendo a sua própria carne, desafiarão a Deus para combate. A Terra toda ficará deserta e até Deus fugirá dela. Sobre a Terra vazia cairá a noite e a morte. Então, Eu enviarei um povo, desconhecido até agora, o qual, com mão forte, arrancará as más ervas da loucura e do vício, e conduzirá os poucos que restam fiéis ao Espírito do Homem na batalha contra o mal. Fundarão uma nova vida sobre a Terra purificada pela morte das nações. Dentro de cinqüenta anos que se seguirão somente três grandes reinos aparecerão vivendo felizes durante setenta e um anos. Em seguida, haverá dezoito anos de guerra e de destruição. Então os povos de AGARTHI sairão das suas cavernas subterrâneas e aparecerão na superfície da Terra.

Contudo, se existe(m) mundo(s) subterrâneo(s) e uma AGaRTha-Shamballah, eles são parte de um segredo Iniciático muito bem guardado e muito bem protegido dos curiosos e dos profanos; tudo que se possa especular ou presumidamente pensar saber sobre o assunto não passa, para a imensa maioria da Humanidade, apenas, de uma leve sombra do extenso véu que encobre a sua presuntiva e indevassável possibilidade-realidade.

Madame Blavatsky, em sua Doutrina Secreta, menciona a existência de outros mundos que existem além na crosta terrestre. Particularmente, em Ísis Sem Véu, afirma: Diz a Tradição e explicam os registros do Grande Livro [Livro de Dzyan], que muito antes da época de Ad-am [Unidade e Universalidade] e de sua mulher He-va [a Mãe de tudo quanto vive], onde atualmente só se encontram lagos secos e desolados desertos nus, havia um vasto mar interior que se estendia sobre a Ásia Central ao norte da soberana Cordilheira do Himalaia e de seu prolongamento ocidental. Uma Ilha – [Ilha imperecível que nenhum cataclismo pode destruir] , que por sua inigualável beleza não tinha rival no mundo, era habitada pelos últimos remanescentes da raça que precedeu a nossa. Essa raça podia viver com igual facilidade na água, no ar ou no fogo, pois possuía um controle ilimitado sobre os elementos. Eram os ‘Filhos de Deus’ – os verdadeiros Elohim [ALHIM], embora na Cabala [KaBaLa] oriental tenham um outro nome. Foram eles que ensinaram aos homens os segredos mais maravilhosos da Natureza e lhes revelaram a Palavra Inefável [Verbum Dimissum ou Verbum Inenarrabile] e atualmente Perdida [não para os agarthianos, segundo Saint-Yves]. Essa Sagrada Palavra, que não é uma palavra, percorreu o Globo e ressoou como um remoto eco no Coração de alguns homens privilegiados [Privilégio pelo Mérito]. Os Hierofantes [Iniciados na ciência do bem e do mal deste mundo] de todos os Colégios Sacerdotais estavam a par da existência dessa Ilha, mas a Palavra Inefável era conhecida apenas pelo Yava-Aleim [Brâhatmah] ou Mestre Principal de todos os Colégios [que compunham o Colégio Sacerdotal conhecido como Colégio Aleim], que a passava ao seu sucessor apenas no instante da morte. Havia vários de tais Colégios, e os antigos autores clássicos fazem menção a eles. Em outros passos, revela Blavatsky: Conta a Tradição – e a Arqueologia aceita a veracidade da lenda – que atualmente há mais de uma cidade florescente na Índia construída sobre várias outras, constituindo, assim, uma verdadeira cidade subterrânea com seis ou sete pisos. Delhi é uma delas; Allahabad é outra. Vêem-se exemplos semelhantes na Europa, como em Florença, que está edificada sobre diversas cidades mortas, etruscas e outras... As ruínas que cobrem as duas Américas, e que se encontram em muitas ilhas das Índias Ocidentais, são todas atribuídas aos atlantes submersos. Assim como os Hierofantes do Mundo Antigo, o qual, ao tempo da Atlântida, estava unido ao Novo por terra... a nação atualmente submersa dispunha de uma rede de passagens subterrâneas que corriam em todas as direções... Os Membros de várias Escolas Esotéricas – cujo centro está situado além do Himalaia e dos quais se podem encontrar ramificações na China, no Japão, no Tibete e até mesmo na Síria, como também na América do Sul afirmam que têm em seu poder a soma total das obras sagradas e filosóficas, manuscritas ou impressas, enfim, todas as obras que têm sido escritas nas diversas línguas ou caracteres, desde os hieróglifos ideográficos até o Devanagari...

Saint-Yves, por sua vez, afirmou: ... barreiras invisíveis parecem interditar aos profanos o acesso a Agartha [Mundo ainda inacessível e inviolável – morada da paz] apesar dos pontos de contato e dos itinerários secretos que permitem chegar até Ela. Assegura-se que só conseguem chegar até Ela aqueles que, por si mesmos, alcançaram o nível vibratório que permite o ingresso nas zonas proibidas [e eletromagneticamente protegidas].

E Ossendowski, em concordância com Saint-Yves, registrou: O povo subterrâneo de Agartha alcançou o mais alto saber. É um grande reino que conta com milhões de indivíduos sobre os quais exerce o seu poder o Rei do Mundo [a mais alta forma de Consciência Cósmica na Terra e oriundo de sistemas solares distantes e desconhecidos]. Esse soberano conhece e dispõe livremente de todas as forças da Natureza, lê em todas as almas humanas e no grande Livro do Destino. Esse reino estende-se através de corredores e galerias subterrâneas que abarcam todo o globo terráqueo. Na superfície e nas entranhas da Terra, a extensão real de Agartha desafia todas as pressões da violência e da profanação.

Nicholas Roerich escreveu textualmente em seu livro Shambala: Shambala existe aqui na Terra e tudo pode ser alcançado aqui na Terra. O ensinamento de Shambala é vital. É concebido às encarnações terrestres e pode ser aplicado sob quaisquer condições humanas.

Já a Sociedade Brasileira de Eubiose, instalada 1924 em São Lourenço, Minas Gerais, tem como lema: Spes Messis in Semine – A esperança da colheita está na semente. A Sociedade Brasileira de Eubiose, fundada pelo Professor Henrique José de Souza, é uma Escola Iniciática de caráter cultural e Espiritualista que ensina os meios de vivência consciente com as Leis da Natureza, e, conseqüentemente, com as Leis Universais, através do autoconhecimento, do progresso e da evolução. Admitem seus Membros a existência de mundos subterrâneos e de um forte elo energético que une sete cidades da região sul mineira, entre elas São Thomé das Letras e Airuoca. São Lourenço é o Centro Espiritual dessa região. Mas, segundo a Tradição, ao longo das eras, esse Reino Subterrâneo teria se expandido sob toda a superfície da Terra, com centros imensos sob as montanhas de Santa Catarina (no Brasil), sob o Saara, sob o Yucatan (no México), sob o Monte Shasta (na Califórnia), e ainda na Inglaterra, no Egito e na Tchecoslováquia. Segundo o Professor Henrique José de Souza, a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro – semelhantemente à Esfinge da Grande Pirâmide no Antigo Egito – era, em passado remoto, um grande Templo formado por grandes salões e uma infindável rede de comunicações internas com todos os Centros Iniciáticos e Sagrados do mundo, e continua conectada com os chamados mundos subterrâneos e com Shamballah.

Já René Guénon, em sua obra O Rei do Mundo, registrou: O Rei do Mundo ... é o Manu – esse homem vivo que é Melki-Tsedeq – é Manu que continua, com efeito, perpetuamente, isto é, por toda a duração do seu ciclo (Mânvântâra), ou do mundo que ele rege especialmente. É por isto que Ele não tem genealogia, porque a sua origem é não-humana, visto que Ele próprio é o protótipo do homem. E realmente Ele foi feito à semelhança do Filho de Deus, visto que, pela Lei que formula, é para esse mundo a expressão e a própria imagem do Verbo Divino.

Stanislas de Guaita, anteriormente a René Guénon, também já especulara sobre essa matéria. Escreveu: a forma ideal de Governo é a que se denomina Sinárquica, isto é, em harmonia com os princípios eternos [Unidade]. A administração de cada país seria confiada a três Colégios de especialistas: os Doutrinadores ou docentes (Conselho das Igrejas), os Legisladores ou juristas (Conselho dos Estados) e os Notáveis ou economistas (Conselho das Comunidades). Isso se aplica à Sinarquia nacional. Por outro lado, três Conselhos hierarquicamente superiores, mas essencialmente em correspondência com aqueles, seriam encarregados da administração central da Sinarquia européia. Cada nação, assim, conservaria a sua autonomia, gerindo os seus próprios assuntos, enquanto a grande assembléia de civilização geral zelaria pela gestão equitativa dos interesses comuns. O Equilíbrio Europeu, esta quimera do passado, converter-se-ia, então, em uma realidade no futuro, e isso significaria o advento do reino messiânico sobre a Terra. Essa é, substancialmente, esta teoria magnificamente cabalística. Pois, segundo a Lei de Hermes, as coisas que estão embaixo devem ser análogas às que estão em cima; o Microcosmo, portanto, reproduzindo um Macrocosmo em miniatura. Ora, espelho da própria Divindade, a Humanidade, tríplice e una, seria regida pelo ternário e marcada, pela adição de sua unidade específica, pelo signo do quaternário.

O próprio reconhecido místico Victor Blanchard (1878-1953), que foi entre as duas Guerras Mundiais o Soberano Grão-Mestre da Ordem Martinista e Sinárquica, adotou para a Ordem o epíteto Sinárquica aspirando influenciar o curso dos eventos políticos através de suas atividades ocultas e por sua disseminação dos ideais da Sinarquia, que, em última análise, representa e simboliza um Governo baseado na Unidade. Victor Blanchard (Sar Yesir), em 1934, foi designado como um dos três Imperatores da Fédération Universelle des Ordres et Sociétés Initiatiques (FUDOSI), com jurisdição especial sobre o Martinismo e países do Oriente, juntamente com Émile Dantinne (Sar Hieronymus) – Imperator para a Europa – e Harvey Spencer Lewis (Sar Alden) – Imperator para as Américas. Este foi o primeiro Triângulo Supremo da FUDOSI. Em setembro de 1939, este Supremo Triângulo passou a ser constituído pelos Imperatores Émile Dantinne, Augustin Chaboseau e Ralph Maxwell Lewis (este em substituição a seu pai que havia passado pela Transição).

Enfim, esses poucos registros revisitados sublinham e a Tradição oral informa que os seres que habitam Agartha possuem todas as forças conhecidas e desconhecidas, visíveis e invisíveis, concebíveis e inimagináveis, da Terra, e tudo podem fazer pelo bem e pelo progresso e pela vida e pela evolução dos homens. Segundo consta, os seres agarthianos são detentores de um conhecimento que faria com que os mais proeminentes cientistas da Terra se sentissem envergonhados como crianças ignorantes. Eles, de acordo com o que está divulgado, podem mudar os continentes em oceanos, ressecar os mares e os lagos ou transformar as montanhas e os mares em desertos. Podem fazer brotar árvores, sebes e grama onde não exista vegetação; sabem e podem transformar em jovens fortes os homens velhos, doentes e fracos, e podem, ainda, segundo as lendas, entre outras maravilhas, ressuscitar os mortos. Em Agartha foram feitas todas as demonstrações experimentais possíveis da existência da alma, tanto no vivente quanto após a cessação da vida corporal. Por que, então, não ajudam os terráqueos? Saint-Yves em sua Missão da Índia na Europa... detalhadamente explica todos os entraves ainda intransponíveis para que essa ajuda possa ser efetivada.

Artigo primeiro: É proibido impor conhecimento e Sabedoria a quem quer que seja.

Parágrafo primeiro: O Conhecimento Virtuoso e a Sabedoria Universal só podem derivar da Iniciação, que só é concedida a quem merece e humildemente sabe pedi-La.

Parágrafo segundo: Para os Altos Iniciados agarthianos, é considerado proibido entregar ao mundo exterior determinados tesouros de Ciência, que só serviriam para dar aos Irmãos das Sombras uma força incalculável.

Mas, basicamente, tudo é decorrência do egoísmo e da anarquia em que está mergulhada a nossa Humanidade. Guerras e sangue... Sangue e guerras... Se, por outro lado, eles – os agarthianos – aparecessem por aqui para nos ajudar, talvez fossem trucidados. Pois, se até hoje não compreendemos que no princípio era a Potência da Manifestação criadora (Verbum Dimissum et Inenarrabile), e Ele – os Deuses – era a Palavra, como poderemos ser auxiliados pelos que sabem e que conhecem essa mesma Palavra, Perdida para nós, mas não para eles?

Mas, devo esclarecer: o que eu conheço desse assunto controverso é tão-só o resultado de leituras e pesquisas que fiz sobre o tema; portanto, este ensaio não foi orientado nem supervisionado de nenhuma forma por nenhum Dirigente mundial ou Alto Iniciado, como também não recebi qualquer determinação explícita ou superior para escrever sobre ele. Logo, ainda que eu tenha rogado por uma inspiração mística para não cometer erros nas especulações-reflexões que se seguirão, meu entusiasmo criador, turvado pela minha ignorância, poderá conter equívocos de interpretação, pelos quais peço, preliminarmente, desculpas. Todas as fontes de consulta, ainda que incompletas, estão listadas ao final.

Por último, quero deixar absolutamente claro que não há qualquer mérito pessoal na preparação deste despretensioso ensaio; ele se resume a uma pesquisa bibliográfica, não contendo nenhum fato novo que possa ser qualificado de original ou de natureza inspirativa. Contudo, para quem não conhece o assunto, servirá como uma fonte preliminar de informação. Para quem já conhece, talvez, uma informação nova possa aparecer aqui ou ali.

Porém, antes de concluir esta introdução, devo esclarecer que não posso admitir um mundo deixado exclusivamente à sua própria sorte, pois, se assim tivesse sucedido, talvez, ainda estivéssemos no período mais antigo da Pré-História, isto é, na Idade da Pedra Lascada ou Período Paleolítico. Não que haja, segundo compreendo, alguém ou um grupo de seres, em algum lugar, com cordéis manipulando facultativamente ou sem um fundamento lógico os desígnios da Humanidade, pois, se assim fosse, de que serviria o livre-arbítrio? Se assim fosse, ainda, de que serviria a própria encarnação? Isso seria a mesma coisa que uma mãe que continuasse a dar de mamar a seu filho de mamando a caducando, ou seja, do nascimento à idade madura. Mas, sim, por outro lado, um Colegiado Supremo de uma dimensão vibratória superior à da própria Terra influindo positivamente na História da Humanidade, isso eu não posso deixar de concordar. E muitos são os exemplos e muitas têm sido as manifestações de Integrantes desse Sagrado Colégio. Os diversos movimentos Místico-Esotérico-Iniciáticos, particularmente os que embalam as Fraternidades Rosacruzes há muitos séculos, são confirmações desse entendimento. Nas esferas científica, literária, artística, política, religiosa e Iniciática também se podem notar essas Santas Presenças. Como sou Membro há algumas décadas da Ordem Rosacruz AMORC, citarei apenas dois exemplos: Sar Alden e Sar Validivar.

180º à esquerda há um outro Grupo Negro tentando fazer exatamente o oposto. Para os seus integrantes, a regra do tanto mais cerceador e tanto mais usurpador melhor é o que prevalece. Este assunto será examinado no final do ensaio. Mas, como a Humanidade não está só nem desacompanhada, as forças das trevas não prevalecerão sobre ela. Só se ela deixar; só se ela quiser. Precisamos, portanto, trabalhar e orar muito para que isso não venha jamais a ocorrer.

A seguir, preliminarmente, resumirei as relativamente recentes reflexões e divulgações educativas autorizadas de três grandes Místicos conhecidos, todas feitas, mais ou menos, no curto espaço de um século. São eles: Saint-Yves D'alveydre, Annie Besant e Raymond Bernard. Mas, o melhor mesmo é consultar as obras originais desses autores, pois recensões como esta serão sempre, no mínimo, incompletas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Resumo do Pensamento de

Saint-Yves D’Alveydre

 

 

Há que se constituir acima das nossas nações, dos nossos governos, qualquer que seja a forma um governo geral, puramente científico, emanado das nossas próprias nações, que consagre tudo o que constitui a sua vida interior. (Saint-Yves d'Alveydre).

 

 

Joseph Alexandre Saint-Yves nasceu em Paris no dia 26 de março de 1842, à uma e meia da manhã. Com Frederico Augusto de Metz aprendeu: Tudo pela liberdade, nada pelo constrangimento.

Em 1882 escreveu: Missão dos Soberanos e Missão dos Operários. Na Missão dos Soberanos apresenta de forma inédita seus conceitos sociológicos através da sua idéia de Sinarquismo ou Sinarquia. Esta Missão era dedicada à história da Era Cristã. Aos olhos de Saint-Yves a vontade popular traduz apenas os sentimentos e as reações instintivas da massa social; o poder não deve ser confundido com Autoridade, que é só espiritual e não pode ser de ordem material.

Saint-Yves propõe a forma ideal de Governo a que ele denomina Sinárquico — de harmonia com os princípios eternos pretende substituir a oposição entre poder e Autoridade pela síntese dos dois. Para acabar com o estado em que se encontrava a Europa do seu tempo, que considerava uma anarquia, propõe a Sinarquia, afirmando: Há que se constituir – acima das nossas nações, dos nossos governos, qualquer que seja a forma – um governo geral, puramente científico, emanado das nossas próprias nações, que consagre tudo o que constitui a sua vida interior. (Grifo meu). Logo, o entendimento de Saint-Yves era de que a Sinarquia era o contrário da anarquia. A Sinarquia – escreveu Saint-Yves – é um terreno de conciliação, assim como de salvação social em cada nação e entre todas. Se assim é, esta é uma razão mais do que suficiente para que ela sofra todos os tipos de ataques. Como, de fato, sofreu. Mas, que Governo, que Estado, hoje, pergunto eu, pode ter interesse em implantar um Governo Sinárquico? Também não adiantaria nada implantar um Governo dessa natureza em um país ou em meia dúzia de países; a Unidade não pode ser fracionada e nem poderá funcionar aos pedaços. O Positivismo, em todas as suas expressões, autoritárias e totalitárias, também não deu certo por isso. Porém, ditadura, republicana ou outra qualquer, não. Nunca.

Farei um breve parêntese aqui. Mais ou menos cinqüenta anos antes de Saint-Yves, o idealista-visionário Isidore Marie Auguste François Xavier Comte (1798-1857) – fundador e pai do Positivismo e da Sociologia – especulou nessa mesma direção, ainda que com outras ferramentas e com um ideário político-ideológico inteiramente distinto de Saint-Yves. O Positivismo comtiano, que tem por base a Lei dos Três Estados, foi estruturado e inspirado nos trabalhos do cientista político, matemático e filósofo francês Marie-Jean-Antoine-Nicolas Caritat (1743–1794), mais conhecido por marquês de Condorcet, ou simplesmente Condorcet. Baseando-se no pensamento de Condorcet (e também de Claude-Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon, 1760-1825, filósofo e economista francês, crítico do Iluminismo e teórico do socialismo utópico), Comte formulou a Lei dos Três Estados, que é a espinha dorsal do seu sistema. Segundo Comte, pela própria natureza do espírito humano, cada ramo de nossos conhecimentos está necessariamente sujeito, em sua marcha, a pasar, sucessivamente, por três estados teóricos diferentes: o estado teológico ou fictício; o estado metafísico ou abstrato; e, por fim, o estado científico ou positivo. No primeiro [o estado teológico ou fictício], os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, ou seja, as idéias baseadas no sobrenatural são usadas como ciência. Ainda nesta fase, a sociedade se encontra em uma estrutura militar fundamentada na propriedade e na exploração do solo. No segundo [o estado metafísico ou abstrato], já se encontram as idéias naturais, mas ainda há a presença do sobrenatural nas ciências. A indústria já se expandiu mas não totalmente, e a sociedade já não é francamente militar. Pode-se dizer que este estado serve apenas de estágio intermediário entre o primeiro e o terceiro. No terceiro [o estado científico ou positivo], ocorre o apogeu do que os dois anteriores prepararam progressivamente. Neste, os fatos são explicados segundo leis gerais de ordem inteiramente positiva [ou científica]. A indústria torna-se preponderante tendo como atividade única e permanente a produção. Entretanto, não se deve pensar que os três estados representem etapas nítidas e delimitadas pelas quais a Humanidade tenha percorrido. O sentido desta Lei, segundo o próprio Comte, é o de que são as diversas manifestações intelectuais que passam por essas três etapas, separadamente, e em momentos diversos para cada uma delas. A própria evolução, que caracteriza a caminhada ascendente da Humanidade, não se faz por uma linha reta. Compõe-se, segundo o Filósofo de Montpellier, de uma série de oscilações progressivas comparáveis às que apresenta o mecanismo de locomoção. Assim, no estado ou época religiosa o homem procura dar explicações para os fenômenos recorrendo a causas sobrenaturais; metafisicamente (mas de vertente teológica) explica os mesmos fenômenos recorrendo a princípios recônditos incomprovados; e apenas no estado positivo ou científico se esforça para explicar os mesmos fenômenos por meio das leis naturais que, por si só, são auto-explicáveis. O próprio Comte perguntou: Quem de nós não recorda, refletindo em sua própria história, que foi sucessivamente, com respeito às noções mais importantes, 'teólogo' na infância, 'metafísico' na juventude e 'físico' na idade adulta? Bem, não posso deixar de concordar-discordar de Comte quanto a este exemplo. Ora, há uma imensa massa de pessoas que alcançam a idade adulta (e até provecta), cientistas inclusive, que continuam a viver naquilo que o filósofo categorizou de estado teológico. Misturam, enfim, teologia com ciência de uma forma inverossímil, bizarra, estapafúrdia e caricata. Alguns chegam até a matar (e/ou mandar matar) em nome de um presumido e suposto deus, na esperança de serem recompensados, de alguma forma, por esses atos. E quanto ao estado metafísico, é preciso que se faça uma substantiva distinção. Há dois tipos básicos de Metafísica: um de cariz eminentemente religioso e teológico; outro estritamente Místico e Iniciático superior à própria ciência, pois é a própria Ciência. Se assim é, os estados teológico e metafísico-teológico são variações de um mesmo estado caracterizado pela ignorância e pelos sentimentos desfavoráveis formados a priori, isto é, pelo preconceito obliterante. A Metafísica Iniciática não pode ser inserida nesse saco de gatos, e o pensamento de Saint-Yves, por exemplo, é de outra cepa e está estruturado e ancorado em outras fontes.

 

 

 

 

Voltando a Saint-Yves, curiosamente, a Missão dos Soberanos apresentou-se como uma obra anônima. A crítica virulenta ao papado e a feroz análise do reino de Napoleão fizeram com que a obra fosse atribuída aos soberanos protestantes da Europa do Norte. Julgaram-na até de autoria do Rei da Suécia.

A Missão dos Operários, publicada quase ao mesmo tempo, vinha assinada por Saint-Yves, o que esclareceu os especuladores. Esta nova Missão teve um sucesso imediato e foi editada quatro vezes e ainda hoje pode ser lida com interesse. Em suas críticas, denuncia o Estado enquanto oligarquia incompetente em matéria econômica enquanto, simultaneamente, é despótico e impotente. Acreditava Saint-Yves que a política da época não era uma ciência, mas, sim, um empirismo colocado simplesmente a serviço dos próprios interesses dos políticos. Para isso combater, preconizava a solução sinárquica através de conselhos e de câmaras ternárias.

A Missão dos Judeus, publicada em 1884, é considerada a obra-prima de Saint-Yves. Nela ele exibe maior erudição, e põe em evidência aquilo que levou à usurpação da Autoridade pelo poder, isto é, a um tipo de cesarismo (sistema de governo em que uma só pessoa controla o poder e que exalta a autoridade de um chefe). Dedicou-se aos sábios talmudistas, aos cabalistas e aos essênios. Nesta Missão, trata do período da Antigüidade até a dispersão dos judeus no século II da nossa Era. Também faz incursões na história moderna e considerações de ordem geral, constatando e explicando historicamente o divórcio da Autoridade e do poder, e conclui, como era de esperar, com o advento da Sinarquia, vinte vezes tentada, sempre traída, mas impondo-se finalmente. Nesta obra, Saint-Yves quis abarcar tudo: explica os mistérios das quatro ordens da ciência: Fisiogonia, Cosmogonia, Androgonia e Teogonia. Defende a teoria de que os antigos já possuíam os conhecimentos que temos hoje: eletricidade, fotografia, ótica, mineralogia, química, magnetismo, telegrafia, fisiologia, astronomia e outros. Disserta sobre a diversidade das raças humanas, dos druidas, do Ciclo de Ram, de Moisés, de Zaratustra, do Faraó Amon, de Jesus, de Nabucodonosor, das instituições do Império Romano e até da Ordem dos Templários, que julgava ser um dos únicos centros cristãos que se dedicou a uma reflexão profunda sobre a organização do mundo. Esta obra volumosa é a melhor exposição da Sinarquia histórica e assinala também a passagem de Saint-Yves para o Iluminismo, o que será concretizado nas suas obras seguintes. A Missão dos Judeus falava também do Oriente e do Extremo Oriente, da China, da Índia, do Japão e, essencialmente, de territórios referidos na Bíblia.

La France Vraie, escrita em 1887, em 22 volumes, era baseada nos Arcanos maiores do Tarô, que completaram a sua teoria. Ele foi também um continuador de Fabre d´Olivet, reescrevendo, como ele, a história humana a partir dos mitos e das etimologias.

Saint-Yves conheceu, em 1887, um sábio indiano, o Príncipe Hardjij Scharriff, de Bombaim, que foi à Paris para visitá-lo. Nada transpirou acerca desse misterioso personagem e do encontro em si, além daquilo que conta o próprio Saint-Yves. Segundo este, o Príncipe fora mandado pelo Governo Mundial Oculto e tinha por missão revelar-lhe a existência de um mundo desconhecido: AGaRTha, que seria uma Cidade Iniciática subterrânea onde estaria a Igreja Primitiva conservada e intacta, e um centro científico moderno possuidor de todas as ciências espirituais, uma vez que lá estariam armazenados, há séculos, todos conhecimentos universais. Sua situação geográfica era um segredo que Saint-Yves não revelou. Deserto de Gobi ao norte da China e ao sul da Mongólia? Talvez fosse uma alegoria ou um simbolismo. Talvez! Após este acontecimento, Saint-Yves iniciou, no mesmo ano, a redação da sua Missão da Índia na Europa, que tinha a seguinte dedicatória: Ao Soberano Pontífice que porta a Tiara de Sete Coroas, ao 'Brâhatmah' atual da antiga Paradesa metropolitana do Ciclo do Cordeiro e do Carneiro.

Na Missão da Índia, pede à AGaRTha (Governo constituído de uma Sinarquia Universal, segundo o Sacerdócio de Melki-Tsedek, inatingível pela violência e inacessível à anarquia) que se revele. Saint-Yves foi o primeiro místico a mencionar a Cidade Agarthiana, cuja capital ou sede é Shamballah (denominada Shangri-La por algumas tradições orientais), tendo sido, também, o primeiro a falar nos arquivos ocultos desse lugar extraordinário – cujo hierograma sânscrito é AGaRTha – com toda a história da Humanidade, como admite e recordou recentemente Mário Willmersdorf Jr., Grão-Comendador para o Brasil da Ordem Soberana do Templo Iniciático – OSTI. A obra é também de caráter profético, e nela diz aos europeus: Se não realizardes a Sinarquia, vejo a vossa civilização judaico-cristã eclipsada dentro de um século, a vossa supremacia brutal para sempre aniquilada por um renascimento incrível da Ásia inteira, ressuscitada, de pé, sábia e armada dos pés a cabeça. Em um certo sentido essa profecia está se cumprindo (2006). Esclarece, ainda, que esta Ásia, a quem não soubemos dar a mão, teria projetos de justiça, e que os cumpriria sem nós e contra a nossa vontade as promessas sociais dos abrâmidas, de Moisés, de Cristo e de todos os cabalistas cristãos. O remédio que ele propunha era a Sinarquia, lei histórica da Humanidade e já demonstrada nas Missões precedentes.

Conforme foi mencionado no início do parágrafo anterior, a Sinarquia representa e simboliza um Governo baseado na Unidade, e, obviamente, pela Unidade e para a Unidade. Por isso, ao longo do tempo, os regimes republicanos – democráticos ou autoritários – monárquicos, teocráticos, totalitários, de centro, de esquerda, de direita etc. que, de uma forma ou de outra, se inspiraram canhestramente no modelo sinárquico, nunca deram certo e jamais poderão dar certo, simplesmente porque nunca foram e continuam não sendo estruturados no amor impessoal, na eqüidade, na fraternidade e na justiça – no Somos Todos Um; o que esses regimes mais abominam é a idéia de Unidade mesma.

Como professor, sublinho o fato de que, primordialmente, tudo depende da educação dos povos. Um ser humano deseducado é, acima de tudo, um ser humano preconceituoso. Isso significa que um povo desescolarizado tenderá para o barbarismo. Isso não impõe, absolutamente, que uma pessoa culta seja sempre, em todas as questões, imparcial; aliás, há uma multidão de pessoas instruídas e preparadas que são abominavelmente preconceituosas e bárbaras. Mas, sem dúvida, o processo de ensino-aprendizagem (que pode ser efetivado de maneira presencial, não-presencial ou mista) diminui muito as opiniões e os sentimentos formados a priori – quer favoráveis, quer desfavoráveis – e concebidos sem um exame crítico, que geralmente sacrificam a busca da verdade em função de considerações particulares, fideístas ou presumidamente racionais, mas, principalmente, ancorados no egoísmo e em falsos valores. Um Governo Sinárquico não poderá prevalecer enquanto essas coisas preponderarem.

 

 

Saint-Yves, à certa altura, confessou que talvez viessem a tomá-lo por louco ou por mistificador; mas para além da letra, todos os seus textos encerram uma mensagem que veio a ser confirmada em muitos pontos, escrita que foi há mais de cem anos. Como avaliei um pouco mais acima, em um certo sentido, suas profecias estão se cumprindo à risca. Mas, como também escrevi na introdução, a Humanidade não está só nem desacompanhada, e as forças das trevas não prevalecerão sobre ela. Só se ela deixar; só se ela quiser.

Contudo, ignora-se efetivamente porque Saint-Yves mandou destruir a sua Missão na Índia logo após sua publicação. Apresentou como justificativa o fato de as autoridades superiores lhe haverem ordenado que não divulgasse certos segredos, por serem muito perigosos. Outros admitem que foi ameaçado. Porém, escapou um exemplar que ficou com Alexandre Keller, um filho do primeiro casamento de sua esposa – a condessa Keller. Logo após a morte de Saint-Yves esse exemplar foi entregue ao editor Dorbon Ainé, que, em 1910, publicou-o novamente. Entretanto, durante a ocupação alemã na França, na Segunda Guerra Mundial, os nazistas mandaram procurar todos os exemplares e os destruíram. Isto foi incompreensível, uma vez que a obra não era ameaça para ninguém. Teria a determinação para destruir a Missão na Índia vindo diretamente da Ordem de Thule? Acho que isso não se saberá tão cedo.

De qualquer forma, Saint-Yves propugnou: Tudo pela Sinarquia; nada pela anarquia. Agartha! Em certas regiões do Himalaia [querendo os Irmãos das Sombras ou não], entre 22 Templos que representam os 22 Arcanos de Hermes e as 22 Letras de certos Alfabetos Sagrados, Agartha forma o Zero Místico, o impossível de encontrar. O território sagrado de Agartha é independente, sinarquicamente organizado e composto de uma população que se eleva e um número perto de vinte milhões de almas. Em Agartha, os direitos universitários e sociais da mulher são os mesmos dos homens; não se pratica o ascetismo; todos se abstêm de carne e de licores fermentados; o Sacerdócio não é hereditário, mas conquistado pela Lei comum do Exame; não há prisões; a pena de morte não é aplicada; o policiamento é feito pelos pais de família; os delitos são deferidos aos Iniciados; e a reparação voluntária segue imediatamente o dano. Em Agartha, é rejeitada toda e qualquer impureza intelectual e/ou moral; é rejeitada toda e qualquer intolerância; é rejeitada toda e qualquer política; é rejeitada toda e qualquer superstição; é rejeitada toda e qualquer idolatria; é rejeitada toda e qualquer magia negra; é rejeitado todo e qualquer dogma; é rejeitado todo e qualquer pensamento arbitrário; e é rejeitada toda e qualquer vontade arbitrária. Em Agartha ciência e religião são uma coisa só, e a oração – como escreveu Saint-Yves une em um mesmo Amor e em uma mesma Sabedoria todos os cultos que preparam na Humanidade as condições para seu retorno cíclico à Lei Divina de sua organização. Em ilhas que já não mais existem, a Astronomia Sagrada era o estudo de predileção; havia sete caracteres de escrita, cada um com quatro posições, o que elevava suas letras a vinte e oito; a escrita era no sentido vertical; viviam por aproximadamente um século e meio, e passavam consciente e voluntariamente pelo trespasse; nenhuma tradição e nenhuma verdade eram dogmaticamente expostas aos Dwijas. Agartha, como um todo, é uma imagem fiel do Verbo Eterno através de toda a criação. Em Agartha, centro sagrado da antiga Paradesa, há um Triunvirato ou Triângulo Supremo que a governa: o Soberano Pontífice, o Brâhatmah, sustento das almas no Espírito de Deus; o Mahâtmâ, representante da Alma Universal; e o Mahanga, símbolo de toda organização material do Cosmos. Segundo Ossendowski, o Mahâtmâ conhece todos os acontecimentos futuros e o Mahanga dirige as causas desses mesmos acontecimentos. Já o Brâhatmah pode falar com a Divindade face a face. O Mahanga ofereceu ouro ao Menino-Deus e o saudou como Rei; o Mahâtmâ ofereceu-Lhe incenso e o saudou como Sacerdote; e o Brâhatmah ofereceu-Lhe mirra – o bálsamo da incorruptibilidade.

 

 

 

Por último, segundo consta, foi a alma da mulher de Saint-Yves – a condessa Keller – que lhe inspirou a idéia de escrever o Arqueômetro, o instrumento de precisão das altas ciências e das artes correspondentes, o seu transferidor cosmométrico, a sua bitola cosmológica, o seu regulador e o seu revelador homológico. O Arqueômetro deveria assegurar a arquitecnia — síntese das possibilidades religiosas, científicas e estéticas do homem. Este instrumento é um círculo dividido em zonas concêntricas e em triângulos, onde letras do hebraico, do sânscrito e do vattan, números, notas musicais, cores e sinais astrológicos formam combinações que permitiriam aos músicos, pintores, arquitetos e poetas fazer criações exprimindo o ideal perfeito de uma Humanidade perfeita. (O homem é um espírito cosmogônico, o mais poderoso do Universo; ele é o reflexo vivo da Divindade.). Nele – o Arqueômetro – Saint-Yves explicou a forma de realizar a estrutura musical de uma catedral ou a arquitetura falante de um canto. Esta obra, que o consagrou, era precedida de uma androgonia, a história da formação do homem. Foi originariamente publicada em 1911. Saint-Yves obteve a patente de invenção do Arqueômetro em 26 de junho de 1903. Por fim, de maneira inovadora, o Arqueômetro ressalta a dupla influência céltico-druida e judaico-cristã na civilização européia, apresentando a chave de todas as religiões e de todas as ciências da Antigüidade e sugerindo uma reforma sintética de todas as artes contemporâneas. É interessante recordar que Saint-Yves D'Aveydre, no seu Arqueômetro (ARKA = Sol, revelação dos Mistérios Cósmicos pelo Verbum Dimissum et Inenarrabile; MAeTRA = Medida-Mãe Vivente no Verbum, Sinal do Dom Divino — AThMa + AMaTh + ThaMA), ensinou que a Letra M (MeM) é uma vogal interna, improferível, porém, que pode ser percebida no interior do corpo, como o ruído do mar ouvido em uma concha marinha, se se fechar hermeticamente a boca, as narinas e os ouvidos sem respirar. Este exercício bramânico, segundo o Autor do Arqueômetro, produz um empuxo (influxo) vital regenerador da Glândula Pineal para todas as extremidades do corpo.

 

 

Saint-Yves (1890)
Arqueômetro

 

Enfim, Saint-Yves em sua última Missão informou que, na época em que a obra foi escrita, a autoridade pacífica do Agartha – que une Ciência e fá – já durava 55.647 anos, e continuava abençoando todos os cultos e todos os credos, todas as universidades e todas as nações, abraçando a Humanidade e o céu inteiro em uma mesma inteligência e em um mesmo amor impessoal e universal. Mas, como isso foi e continua sendo possível? Simplesmente porque as instituições sinárquicas do AGaRTha-Shamballah estão estruturadas com base em três poderes sociais: 1º - Autoridade educadora segundo a Ordem de Deus; 2º - Poder de Justiça segundo a Ordem de Melki-Tsedeq; e 3º - Poder econômico segundo a Ordem dos Antigos. Logo, guerra é anarquia; paz é Sinarquia.

 

 

 

 

Resumo do Pensamento de

Annie Besant

 

 


 

Toda antipatia nasce da ignorância, e quanto menos se conhece um povo mais temos preconceitos contra ele quando entramos em contato... Toda a inquietação e dificuldade do mundo atual são sinais do período de transição que estamos passando, onde uma civilização está começando a decair, e outra está prestes a nascer... A Grande Obra não pode parar... (Annie Besant).

 

Annie Wood Besant (Londres, Inglaterra, 1º de outubro de 1847 – Adyar, Madras, Índia, 30 de setembro de 1933) foi uma militante socialista e defendedora dos direitos das mulheres, influente Teosofista e autora de inúmeros livros sobre Teosofia. Em 1889, foi solicitada a escrever uma crítica literária sobre a Doutrina Secreta, de Helena Petrovna Blavatsky, o que acabou por levá-la a ser iniciada na Sociedade Teosófica. Algum tempo depois do falecimento de Madame Blavatsky, Besant acusou William Quan Judge (1851–1896), líder da Seção Americana da Sociedade Teosófica, de falsificar cartas dos Mahatmas. Tal conflito causou, na época, uma cisão em uma grande parte das Lojas nos Estados Unidos da Sociedade Teosófica. Annie Besant, em 1903, mudou-se para Índia, e em 1908 foi eleita presidenta internacional da Sociedade Teosófica, posição que ocupou até falecer em 1933. Na Índia, adotou como filho o jovem filósofo e místico indiano Jiddu Krishnamurti (Madanapalle, Índia, 11 de maio de 1895 – Ojai, California, 17 de fevereiro 1986), que era considerado pela Sociedade Teosófica um dos grandes Mestres do mundo. Na Índia, dedicou-se não somente à Sociedade Teosófica, mas também ao progresso e à liberdade do povo indiano. Foi a primeira mulher a ser eleita Presidenta do Congresso Nacional da Índia.

Mas, não posso prosseguir sem fazer uma breve referência Jiddu Krishnamurti. Jiddu, sistematicamente, recusou qualquer autoridade, nunca aceitou discípulos e falou sempre como se fosse de pessoa a pessoa. Para ele, a mudança fundamental da sociedade só poderá acontecer através da transformação da consciência individual. Concordo com Krishnamurti neste ponto. Só se pode dar o que se tem realmente e só se pode ensinar o que efetivamente se sabe; não se pode dar o que não se tem e muito menos se pode transmitir o que apenas se pensa que se sabe com o medonho interesse que os outros pensem que passaram a saber alguma coisa para que possam ser dominados. Isso é manobrar sordidamente as consciências. É exatamente por isso que o Comunismo, como filosofia política, não poderá jamais ser inaugurado em mundos da Terceira Dimensão, e a Regra de São Bento é para pouquíssimos abnegados. Por quê? Em duas palavras: inomogeneidade e ambição. Como o Comunismo poderia ser implantado em países, como por exemplo o Brasil, nos quais o Congresso Nacional, para ficar apenas no âmbito do Congresso, está coalhado de mensaleiros, ambulanceiros, corruptos e corruptores? Como o Comunismo poderia ser implantado em países, como por exemplo os Estados Unidos, onde muitos hipotecam a própria casa para meter o dinheiro da hipoteca em aplicações de alto risco? Como o Comunismo poderia ser implantado se parte do mundo é basicamente racional e parte maiormente emocional? Como pretender que a Regra de São Bento seja seguida se ainda se mata em nome de deuses de papel? Como pretender que a Regra de São Bento seja seguida se muitas religiões esfolam seus confrades (levando-os à míngua) para abarrotar as contas bancárias de seus líderes? Quem não sabe que, por exemplo, o Banco do Vaticano é um dos mais ricos e poderosos do mundo, e que os gerentes dessas igrejas eletrônicas que pululam na televisão estão podres de ricos? Quantos estão dispostos a não mais querer absolutamente nada? Quantos realmente não precisam mais de absolutamente nada? Quantos estão preparados para ser um com tudo e com todos? Enfim, certa vez disse Krishnamurti: Afirmo que a Verdade é uma terra sem caminho. O homem não pode atingi-La por intermédio de nenhuma organização, de nenhum credo... Tem de encontrá-La através do espelho do relacionamento, através da compreensão dos conteúdos da sua própria mente, através da observação. A Verdade é uma terra sem caminho porque jamais poderá ser integralmente conhecida. É percebida e admitida como Verdade apenas enquanto verdade relativa, ainda que a maioria das pessoas não se dê conta disso; portanto, todas as verdades são temporárias. Se a Verdade Absoluta, ou uma presumida Verdade Absoluta, fosse passível de ser alcançada e possível de ser conhecida definitivamente, cessariam o devenir e o próprio movimento, ainda que o Universo seja hoje o que sempre foi no passado e o que será indefinidamente no futuro. O que caracteriza a Verdade é um processo incessante e permanente de substituição de uma verdade que se torna obsoleta por outra mais atualizada. A própria sucessão das sub-raças e das Raças-raízes mostra isso. E assim ad infinitum... Ad semper... Por isso, são quiméricas as idéias de uma religião definitiva, de um deus onipotente exclusivo e de um sistema político único em planetas da Terceira Dimensão. Particularmente quanto a impossibilidade de uma religião universal, que tantos desejam, Annie Besant tem a seguinte explicação: não há uma única religião para todos por causa da grande variedade de tipos humanos, por causa das diferenças fundamentais entre os homens, porque na evolução da Humanidade temos de fazer evoluírem juntas as naturezas física, emocional e mental do homem, correspondendo – e largamente dependendo – da evolução espiritual de cada Raça... ainda que o Hinduísmo possa muito bem ser considerado uma religião que abraça todas, embora ela tenha, devido aos seus métodos, se confinado praticamente só aos indianos. Portanto, minha própria idéia de Teocientificismo, já apresentada em trabalhos anteriores, não poderá ser cumprida ainda, por causa dessas diferenças existentes na faixa vibratória em que, por enquanto, se manifesta o conjunto heterogêneo da nossa Humanidade. Mas, quem sabe, depois de 2034 tudo possa ser diferente. A seguir darei início a uma despretensiosa e sintética recensão do pensamento de Annie Besant, porque se eu não sossegar acabo só escrevendo o que eu penso.

Nas grandes Escrituras do mundo está declarado que todas as formas, inclusive a matéria, são emanações de um Grande Ser, que entre os Hindus recebe o nome de Ishvara. Somos, portanto, segundo essa concepção, partes desse Ser; e se, de fato, este Ser existe, Ele não poderá ser encontrado ou percebido fora de nós mesmos, pois Ele está tanto fora quanto dentro de nós, ainda que fora seja inacessível pelos sentidos objetivos. Aliás, repetindo o óbvio, as grandes descobertas místicas que possam ser feitas, só poderão mesmo acontecer e ser validadas em nosso interior. O próprio conceito de que tudo é um conduz ao entendimento, como disse Annie Besant, que tudo em nosso redor, todas as coisas visíveis e invisíveis, são formas animadas pela Vida Única... e o Sol é a manifestação, o corpo, do Ishvara deste sistema. Logo, há muitos Ishvaras em Planos Vibratórios distintos em hierarquias de Ishvaras ascendendo umas sobre outras, todos (e tudo) partes do Eterno Um. Pelo menos, no que concerne ao planeta Terra, somos todos muito semelhantes, ainda que diferentes, diferindo em grau, mas não em essência. Por isso somos diferentes, inclusive porque não viemos todos de um mesmo ponto ou local do Universo. Isso, em um sentido mais profundo, inclui os Reinos mineral, vegetal, animal e particularmente a água. Em um futuro ainda muito distante, o homem, quando tiver se diplomado e completado sua Peregrinação em Vulcano, deixará atrás de si e conterá em si seis (mais um) Reinos distintos, seis (mais uma) experiências pretéritas, ainda que todos irmanados, unos e partes integrantes dessa mesma e eterna Vida Únicauma só Vida pulsando em cada forma, uma só vida por trás de todos os objetos. Contudo, isso não significa o final da Jornada. Quando muito, pode-se pensar em um novo início de uma nova Jornada, no tempo que não é tempo, no espaço que não é espaço.

Fazendo um parêntesis, em sua obra-mestra – Conceito Rosacruz do Cosmos, publicação de 1909 – Max Heindel (1865-1919) deixou escrito: A Ciência Oculta diz que há 777 encarnações, significando que a vida evolucionante faz 7 Revoluções em torno dos 7 Globos dos 7 Períodos Mundiais. É interessante observar que 777 está intimamente relacionado com 343, que é 73, ou seja , é o produto de 7 x 7 x 7. Por outro lado, a soma teosófica dos algarismos de 343 (3 + 4 + 3) é igual a 10, que se reduz a 1 (1 + 0). Já a soma teosófica dos algarismos de 777 (7 + 7 + 7) é igual a 21, que por redução (2 + 1) é igual a 3. Isto é: 1. A própria primeira letra do alfabeto hebraico, filho do sânscrito, ALeF, tem Valor Pleno igual a 111 (1 + 30 + 80), que se reduz a 3 (1 + 1 + 1). E o Valor AThBSh1 de ALeF é 400, enquanto o Valor AThBSh de TAV (última letra do alfabeto hebraico) é 1. Por outro lado, voltando a Max Heindel, fato que é também aceito pelos teosofistas, antroposofistas e outras Escolas de Misticismo, mais ou menos a metade dessa Peregrinação (mais ou menos a metade das 777 encarnações às quais se referiu Heindel) já foi praticamente cumprida, pois hoje já estamos na segunda metade Período Terrestre. Em resumo, segundo Heindel, a nossa caminhada já se deu, está se dando e se dará segundo esta linha de desenvolvimento: Período de Saturno: inconsciência correspondente ao transe profundo (já ultrapassado); Período Solar: inconsciência equivalente ao sono sem sonhos (já ultrapassado); Período Lunar: consciência pictória similar ao sono com sonhos (já ultrapassado); Período Terrestre: consciência de vigília ou objetiva (em curso); Período de Júpiter; consciência própria e de imagens conscientes (ainda a ser realizado); Período de Vênus: consciência objetiva auto-consciente e criadora (ainda a ser realizado); e Período de Vulcano: a mais elevada Consciência Espiritual (último estágio a ser alcançado).

Retomando as reflexões de Annie Besant – que aborda esse tema do Governo Oculto ou Interno do Mundo em um plano inteiramente diferente de Saint-Yves A'Alveydre e de Raymond Bernard – diz a pensadora: no mais alto sentido do termo, a Hierarquia Oculta do Cosmo significa Ishvara e os Construtores de todo o sistema, os grandes Seres que governam, guiam, sustentam e dirigem todo nosso Sistema Solar... A Hierarquia Oculta do nosso próprio mundo é composta de Governantes, de Instrutores e de Forças. Essa Hierarquia, segundo Besant, veio de Shukra, Vênus, e estabeleceu em o nosso mundo o início daquilo que pode ser denominado de Hierarquia Oculta. Esses Seres se deslocaram para a Terra no ponto médio da Terceira Raça-raiz (Lemúria2) porque ela estava pronta e em um estágio de evolução em que uma parte ponderável da Humanidade estava capacitada a receber aquela grande onda de Vida que tornou possível o intelecto humano.

Como afirmei acima, Annie Besant refletiu sobre o tema do Governo Oculto ou Interno do Mundo em um plano inteiramente diferente de Saint-Yves A'Alveydre e de Raymond Bernard, que será revisitado em seguida. Para Saint-Yves, em Agartha-Shamballah, centro sagrado da antiga Paradesa, há um Triunvirato ou Triângulo Supremo que a governa: o Soberano Pontífice, o Brâhatmah, sustento das almas no Espírito de Deus; o Mahâtmâ, representante da Alma Universal; e o Mahanga, símbolo de toda organização material do Cosmos. Já Raymond Bernard denomina este Sagrado Colegiado (Alto Conselho) como A, que é composto de doze integrantes. Para Annie, esse Governo é composto de quatro Membros. Triângulo para Saint-Yves, quadrado para Annie e dodecágono para Raymond. Isso será visto mais abaixo. Todavia, essa discrepância, a meu ver, é irrelevante, pois os três afirmam que, sejam Três, sejam Quatro, sejam Doze, todos são Um. Isso, sim, é relevante. De qualquer forma, entre muitas concordâncias entre Annie Besant e Saint-Yves, Annie afirma que a Cidade Sagrada de Shamballa, a imperecível, encontra-se ao norte do Himalaia. Já para Raymond Bernard, o Alto Conselho, o A..., não se encontra mais onde antes estava localizado. Raymond Bernard justifica essa mudança de localização pelo seguinte motivo: Há fatos verídicos do passado que, como tudo em nosso mundo, estão em perpétuo movimento e transformação. Os fatos evoluem e seu conteúdo muda. O que, algumas décadas atrás, era verdade, está hoje ultrapassado. Porém, essa idéia de unidade, no âmbito da Terra, vem sendo tentada com a Organização das Nações Unidas (ONU), mas ainda está longe de ser alcançada. Penso que as discordâncias, interpessoais e entre Estados, deveriam dar ensejo ao debate e à reflexão, não ao mau humor e à brigalhada ou à guerra e à matança. Geralmente, uma diferença de opinião costuma funcionar como uma chave; é um catalisador para uma dialética mais concertada. Não é necessário ceder até ficar de quatro; é preciso, sim, examinar uma idéia discordante para, se for o caso, se poder levantar vôo. Logo, esse conceito do todos-um não implica em perda de personalidade; antes, a personalidade é mantida no seio da totalidade. É assim que penso que funcionem esses Sagrados Colegiados, como, por exemplo, o Governo Oculto ou Interno do Mundo. Cada um é um, mas todos são Um. É assim que deveriam funcionar as Fraternidades Místicas. Mas, este é um planeta da Terceira Dimensão, e, sendo assim, isso não é totalmente possível.

Hoje, segundo a Teosofia, estamos na Quinta Raça-raiz. Raças-raízes, segundo a Teosofia, são as Raças que evoluem em uma Ronda de um determinado Globo. Em cada Ronda evoluem sete Raças-raízes, e cada Raça-raiz produz sete sub-raças, que são ramos derivados da Raça-raiz. Mas só há um Manu para cada Raça, que é o Pai da Sua Raça e está especialmente relacionado com a evolução dessa Raça específica; e o Manu desta Quinta Raça-raiz é o Manu Vaivasvata. Segundo Annie Besant, Ele escolheu seu povo dentre a quinta sub-raça da Quarta Raça-Raiz. Ele os conduziu pelo Saara, então um mar, para o Egito, e daí para a Arábia. Depois de uma longa permanência, Ele os levou através da Mesopotâmia para o norte da Ásia, e depois novamente desceu com eles e os assentou perto da Ilha Branca. Mais tarde, depois de muitos problemas e massacres, Ele os estabeleceu na Ilha Branca, na Cidade da Ponte. Mas todos os Manus atuam sob a direção dos Grandes Kumaras, os Governantes Supremos do Governo Interno do Mundo. Na atual Ronda, em nosso Globo, já se desenvolveram as seguintes cinco Raças-raízes: 1ª) os Nascidos por Si Mesmo ou Sem Mente; 2ª) os Nascidos do Suor ou Sem Ossos; 3ª) os Nascidos do Ovo ou Raça Lemuriana (que construiu a forma humana, com um astral inferior e um germe de mental em seu ponto evolutivo médio); 4ª) a Raça Atlante3; e 5ª) a Raça Ariana, Raça-raiz atual, que, segundo a Teosofia, existe há cerca de 1 milhão de anos, tendo como terra-Mãe a Índia. Diz Annie Besant: A sexta sub-raça dará à luz no futuro à Sexta Raça-Raiz. Ela há de desenvolver algumas qualidades de Buddhi, aquela intuição espiritual que ilumina o intelecto. Esta será a característica da sub-raça e, em maior desenvolvimento, da Sexta Raça-Raiz, para a qual se está preparando o continente ao longo dos milênios ainda por vir. De acordo com a doutrina teosófica, Ronda é um período de tempo ou ciclo. A Ronda se relaciona com os Globos (estrelas, planetas, cometas etc.) e com a cadeia planetária. Quando um Globo passa por sete Raças-raízes ocorreu uma Ronda de um Globo. Quando a evolução passa por todos os sete Globos (ou doze se incluirmos os Globos localizados em planos não manifestados, Rupa-Dathu) de uma cadeia planetária, se diz que ocorreu uma Ronda planetária. Segundo Blavatsky, sete Rondas planetárias formam um Kalpa (ou Mânvântâra). 7 x 7 x 7 = 343.

Volltando às reflexões de Annie Besant, cito um parágrafo de sua lavra que editei ligeiramente:

... as três grandes divisões encontradas na Hierarquia são: primeiro temos o Grupo de Governantes, com os quatro Kumaras à sua testa, os Governantes do mundo. Eles lidam com as nações, com as Raças através dos grandes Devas, com a configuração do mundo no que diz respeito à terra e á água e com os tremendos cataclismos e catástrofes – terremotos e maremotos que alteram toda a superfície de nosso mundo na distribuição de terra e água. Seu desencadeamento é obra Sua. Portanto, damos a Eles o nome de Governantes. Eles são os verdadeiros Governantes internos do nosso mundo. A seguir temos o grande Grupo de Instrutores da Humanidade. Nele encontramos todos os Fundadores das grandes religiões, os Buddhas da Religião, assim como temos os Manus no primeiro Grupo. Eles pertencem todos a este grande Grupo. Então vem o terceiro Grupo: as Forças. O motivo de eu empregar esta denominação é porque cada um destes Grupos utiliza uma espécie de Força para seu trabalho. Os Governantes usam um tipo especial de Força, os Instrutores usam uma outra Força específica e os outros empregam todos os outros tipos restantes de Forças que levam a cabo as atividades do mundo. O primeiro grande Grupo de Governantes atua através da Vontade-Poder... A Vontade ou Poder é a característica natural dos Governantes. É através desta Força – a Força da Vontade – que atuam os Governantes Ocultos do Mundo. O grande Grupo de Instrutores atua através de Jnanam, Conhecimento. Eles, como Instrutores, possuem um conhecimento detalhado sobre nosso mundo, de modo que antes de uma nova religião ser fundada vemos que apareceu um novo tipo de homem. Quando esse novo tipo é formado pelos Governantes, entram em cena os Instrutores para orientar esse novo tipo e ajudá-lo a evoluir. O terceiro grande Grupo, o Grupo de Kriya, Atividade, que chamarei aqui simplesmente de Forças talvez por falta de uma palavra melhor leva a cabo todas as atividades de nosso mundo, e também eles são dirigidos por um Grupo de grandes Seres, de forma que podemos imaginar este Governo Oculto do Mundo dividido em três Grupos de acordo com as qualidades, ou aspectos, do próprio Ishvara... Assim temos os Governantes, caracterizados pela Vontade, os Instrutores, caracterizados pela Sabedoria, e as Forças, caracterizadas pela Atividade - tudo em perfeita ordem seqüencial.

A Hierarquia Oculta do nosso mundo, ou seja, o Governo Interno do Mundo, atua, portanto, segundo a Autora, de acordo com o Poder, a Sabedoria e a Atividade, tendo, os quatro Kumaras à sua testa (os Quatro, ou o Um e os Três), que não devem, contudo, ser considerados como deuses, mesmo que sejam tão poderosos. O mais velho dos Kumaras é nomeado de Sanat Kumara – o Eterno (Aquele que está além do tempo e que às vezes é denominado de o Eterno Agora) ou o Antigo – que em dias posteriores foi intitulado de o Ancião. O Ancião Sanat Kumara é o Líder do Governo Interno de nosso Mundo (é o 1 do 1 + 3). Contudo, a divisão tríplice deste Governo é o reflexo do próprio Ishvara nos três aspectos em que Ele Se revela. Verifica-se, outrossim, essa mesma triplicidade em todas as trindades de todas as religiões, nas quais a deidade antropomorfizada apresenta três aspectos em um. Mas isso não poderia mesmo ser diferente, pois a Lei Cósmica básica que regula o funcionamento do Universo é a Lei do Triângulo, que é tríplice, porém una em essência. (Volte a examinar a animação que está apresentada ao final da nota 1.)

Portanto, parece haver uma concordância entre os autores de que há um Governo Oculto velando pelo destino da Humanidade. Considerando que o processo de evolução da espécie humana é ininterrupto e ascensional, é bem possível que alguns (ou muitos) de nós, um dia, venhamos a fazer parte dessa Sagrada Hierarquia Oculta e prestar serviço em dimensões que já tenhamos vivido. Isso não é impossível; aliás, é assim que é. A seguir examinarei o pensamento de Raymond Bernard a respeito dessa matéria.

 

 


 

Resumo do Pensamento de

Raymond Bernard

 

 

 

 

Atribuir a uma Lei Cósmica aquilo de que se é imediatamente responsável é uma demonstração de fraqueza e de inconseqüência... Não exijam no outro suas próprias qualidades; vocês não exigiram nele seus próprios defeitos... Na Via Iniciática prestigiosa que seguimos, as tentações são numerosas, as quedas ocasionais e a dúvida periódica.

 

Raymond Bernard, formado em Direito pela Faculdade de Grenoble, nasceu em 19 de maio de 1923, em Bourg d'Oisans, Isère, na França, e teve o seu primeiro Mestre na discreta figura de Edith Lynn, uma cidadã britânica e sua professora de inglês no período da adolescência. Foi por meio de sua amizade com Edith Lynn que recebeu os primeiros ensinamentos da Ordem Rosacruz, sem imaginar que, no futuro, viria a ser um dos principais dirigentes da Organização. A partir de 1955 fez contato com algumas das mais significativas correntes da tradição cavaleiresca e templária recebendo delas Iniciação e autoridade. Em 1956, passou a se dedicar integralmente à reorganização do ramo francês da Antiga e Mística Ordem Rosæ Crucis, AMORC, substituindo Jeanne Guesdon, falecida anos antes, e assumindo funções sucessivas e cumulativas de nível internacional como Grande Mestre, Legado Supremo e Membro do Conselho Supremo da Ordem. Restabeleceu os trabalhos da Ordem Martinista Tradicional (no Brasil Tradicional Ordem Martinista), onde assumiu as mesmas funções para as quais fora investido na Ordem Rosacruz. Participou também dos trabalhos maçônicos da Grande Loja de França. Em 1988 fundou o CIRCES – então Círculo Internacional de Pesquisas Culturais e Espirituais – cujo objetivo foi, desde o início, essencialmente humanitário e caritativo. Paralelamente a este movimento, restituiu força e vigor a uma tradição templária secreta que não havia sido jamais interrompida ao longo dos tempos – ainda que sem atividades públicas desde o início do século XX – estabelecendo assim a OSTI (Ordem Soberana do Templo Iniciático). Em 25 de setembro, no Palácio dos Papas, em Avignon, sul da França, Raymond Bernard foi eleito Grão-Mestre da OSTI, função que exerceu até 1997. Porém, foi em 21 de maio de 1964, no Aeroporto de Orly, França, que começou a série de cinco encontros insólitos (designação dada por Raymond para esses encontros), encontros que o poriam a par da existência do Alto Conselho, que representa na Terra aquilo que sempre foi conhecido como Governo Oculto ou Interno do Mundo. Na verdade, são muitas as designações desse Sagrado Colegiado, e penso que os encontros insólitos relatados por Raymond com os integrantes deste Conselho não tenham se restringido a apenas cinco. Mas isso é pura especulação pessoal, e eu, para dar início ao exame do que foi relatado pelo Autor, não posso especular de nenhuma forma. Devo ficar restrito ao que foi divulgado, ainda que aqui ou ali interponha algumas poucas interpretações pessoais do que compreendi desses encontros insólitos. Finalmente, problemas de saúde, que já vinham se manifestando havia algum tempo, levaram Raymond Bernard a hospitalizar-se para tratamento especializado. No dia 10 de janeiro de 2006, ele deixava o seu corpo físico, encerrando assim a parte encarnada de toda uma obra dedicada às circunstâncias da Iniciação. Humano que sou, mesmo sem conhecer pessoalmente Raymond, sinto saudades, ainda que eu esteja convicto de que ele foi recebido na Sagrada LLuz e que continua seu Trabalho do lado de lá.

Talvez o primeiro a fazer revelações autorizadas sobre a existência de um Governo Oculto do Mundo tenha sido Saint-Yves D'alveydre, que como se expressou Raymond Bernard, levantou uma ponta do véu sobre Agartha, cuja sede, na época, estava situada no Deserto de Gobi. Depois de Saint-Yves, alguns pensadores místicos voltaram a versar sobre o tema, como foi o caso de Annie Besant e outros aos quais já fiz referência anteriormente, acrescentado fatos e pormenores que não foram abordados na primeira comunicação feita por Saint-Yves. Salvo melhor juízo, penso que tenha sido Raymond Bernard o último desses Místicos a tratar do assunto, apresentando suas experiências pessoais e divulgando informações também autorizadas sobre esse Sagrado Colégio, pois teve a oportunidade de pessoalmente conhecer seus integrantes e de participar de algumas reuniões desse Colegiado. Teria Raymond Bernard, a partir de um dado momento em sua vida, passado a fazer parte do Governo Oculto do Mundo? Ele não afirma isso em nenhuma de suas obras, mas as entrelinhas de seus livros permitem que se possa admitir essa hipótese. Mérito, conhecimento e sabedoria mística para isso ele teve.

Quando apresentou para o mundo essa vivência – resultado de seus encontros insólitos e das suas visitas às Mansões Secretas da Rosacruz – Raymond Bernard explicou que o Governo Oculto do Mundo não é mais o que era na época de Saint-Yves e de Annie Besant, e também não mais estava localizado no Deserto de Gobi. Como disse Raymond Bernard: Os fatos evoluem e seu conteúdo muda. O que, algumas décadas atrás, era verdade, está hoje ultrapassado. Mais acima fiz uma afirmação que acho oportuno repeti-la, pois se adapta perfeitamente a esse pensamento de Raymond. Disse eu inspirado em Jiddu Krishnamurti: A Verdade é uma terra sem caminho porque jamais poderá ser integralmente conhecida. É percebida e admitida como Verdade apenas enquanto verdade relativa, ainda que a maioria das pessoas não se dê conta disso; portanto, todas as verdades são temporárias. Se a Verdade Absoluta, ou uma presumida Verdade Absoluta, fosse passível de ser alcançada e possível de ser conhecida definitivamente, cessariam o devenir e o próprio movimento, ainda que o Universo seja hoje o que sempre foi no passado e o que será indefinidamente no futuro. O que caracteriza a Verdade é um processo incessante e permanente de substituição de uma verdade que se torna obsoleta por outra mais atualizada. Matematizando essas idéias, a verdade, em sentido oposto ao carma (que tende para zero, mas que jamais poderá ser zero) tende para infinito, ainda que esse infinito jamais possa ser realizado ou alcançado. Portanto, não deve espantar a ninguém que o Governo Oculto tenha precisado mudar de lugar. Até porque, e realmente porque, as vibrações planetárias e o magnetismo terrestre impõem mudanças e adaptações, e o mundo contemporâneo já não é mais o mesmo de um século atrás. A Segunda Guerra Mundial foi um marco cármico na história recente da Humanidade, tanto quanto o 11 de setembro de 2001, data que não será esquecida, pois dois aviões derrubaram as torres gêmeas do complexo do World Trade Center, em Nova Iorque, matando centenas de pessoas e comprometendo seriamente o frágil equilíbrio político entre o Ocidente e o Oriente. Mas, efetivamente, foi o dia 5 de fevereiro de 1962 que determinou o fim da Era de Peixes e o início da Era de Aquário, já que, nesse dia, todos os planetas dos antigos se encontrava reunidos no signo zodiacal do Aquário, como relatou o próprio Raymond.

De qualquer forma, o verdadeiro nome desse Governo continua desconhecido. O Oriental alto, forte, de terno marrom e turbante azul-claro de gaze leve (um hindu, um homem no meio de outros) que manteve o primeiro contato (de uma série de contatos insólitos que se sucederam nas diversas Mansões desse Governo) com Raymond em uma viagem de avião Orly-Londres, em 21 de maio de 1964 – para dar início às informações que deveriam ser disponibilizadas para a Humanidade – referiu-se ao Alto Conselho e os Doze que O constituem simplesmente como A... Seria A de Agartha? Raymond silencia. Portanto, daqui para frente, neste item específico em que será examinado o pensamento de Raymond Bernard sobre essa matéria, farei referência, preferencial e reverentemente, a este Augusto Colegiado – que representa o Governo Oculto do Mundo – apenas como A.

O A – braço terreno validado e oculto de Seres de uma Hierarquia mais elevada – é eterno, mas seus Membros são mortais e substituíveis, de tal sorte que tanto a Obra quanto a Transmissão não são interrompidas. Mas, mortais, bem entendido, tão-somente em termos de desencarnação deste Plano. O A, que se reúne em colégio quatro vezes por ano, conhece todas as etapas da evolução da Terra, e seu papel principal é cuidar para que cada etapa esteja concluída no tempo determinado e apressar ou retardar isso, segundo seja o caso; mas, na maioria das vezes, o A trabalha para acelerar o essencial ritmo dos eventos, a intervenção se dando, quando necessária, de acordo com o grau de intensidade indispensável. Muitos são os exemplos e muitas têm sido as manifestações indiretas de Integrantes desse Sagrado Colégio; indiretas, contudo, pois suas identidades são desconhecidas para a Humanidade, ainda que seu mais elevado Membro não seja totalmente desconhecido dos dirigentes mundiais 'estáveis', isto é, daqueles cujas personalidades apresentem a garantia de que, por sua ação, manterão o 'ritmo' de seu país e, principalmente, a de que serão firmes tanto quanto discretos. Mas, os que o conheceram, com uma única exceção na época em que o livro foi divulgado, não sabiam de sua responsabilidade real e que ele era o mais elevado dirigente desse Conselho.

Os diversos movimentos Místico-Esotérico-Iniciáticos, particularmente os que embalam as Fraternidades Rosacruzes há muitos séculos, são confirmações desse entendimento, de que a existência desse Colégio não é uma fantasia criada por esquizofrênicos. Como já afirmei, nas esferas científica, literária, artística, política, religiosa e Iniciática também se pode notar o dedo dessas Santas Presenças. As obras de Leonardo Da Vinci (1452-1519) e de Francis Bacon (1561-1626), as profundas mudanças que aconteceram na Física com o advento da Teoria da Relatividade (junho de 1905) de Albert Einstein (1879-1955) e os efeitos do Concílio Vaticano II (convocado no dia 11 de outubro de 1962, pelo Papa Iniciado João XXIII – il Papa Buono) – que, segundo João Paulo II, quis ser um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo – Igreja mesma cujo maior autoritarismo recente talvez tenha sido no âmbito da infalibilidade papal imposta no transcurso do manipulado Concílio Vaticano I (instalado por Pio IX em 8 de dezembro de 1869), no qual foi reformado (para pior) o Direito Canônico e admitido o primado e a infalibilidade do papa (votados na Congregação em 13 de julho de 1870) quando este se pronuncia ex-cathedra (em decorrência da autoridade de quem detém título) em assuntos de fé e de moral (e que transformou a Igreja Católica em uma monarquia teocrático-absolutista e infalível) são apenas quatro exemplos mais ou menos recentes do dedo invisível do A na história da caminhada humana. O fato inconteste é que, no que pese, e pesa muito, o nosso livre-arbítrio, não estamos desacompanhados nem sós. Por isso , os Irmãos das Sombras podem uma parte, mas não podem tudo. E mais: penso que possam apenas aquilo possam poder, pois seria um absurdo que pudessem poder mais do que Aqueles que realmente podem. De uma certa forma, admito francamente, esses Irmãos funcionam mais ou menos como agentes para o cumprimento do carma, individual e coletivo. Um dia, na eternidade do tempo que não é tempo, todos atravessarão a ponte. Isso eu também tenho certeza absoluta, ainda que um mahamânvântâra (311.040.000.000.000 anos) talvez não seja suficiente para alguns. Mas quem sou eu para calcular essas coisas? Mal sei somar e subtrair! Tenho mesmo pouquíssimas certezas, e todas são inferiores aos dedos das minhas mãos. Uma dessas certezas é que somos, individual e coletivamente, os únicos responsáveis por todo o bem e por todo o mal que nos acontece, ainda que o bem e o mal sejam coisas relativas. Em sentido figurado, se Deus existe, Ele não faz escolhas; e o demônio só poderá agir se permitirmos.

O A é composto de doze Membros e o chefe ou presidente do Alto Conselho – seu mais elevado Membro – é Maha. O segundo na hierarquia do Conselho funciona como uma espécie de secretário-geral e acompanha o presidente em todos os lugares. Os outros dez, individualmente, mas sob a supervisão de Maha, cuidam de um grande número das atividades humanas, como, por exemplo, a economia, a educação, a justiça, a religião, a política (com interesse particular no trabalho desenvolvido pela Organização das Nações Unidas) etc., sem intervir diretamente nos negócios interiores dos Estados, pois, para o A, só há o mundo como planeta e sua progressão uniforme através dos ciclos. A ação do A, de acordo com o que aprendeu Raymond em Copenhague em seu segundo encontro insólito, é exclusivamente no sentido de proporcionar aos homens o ambiente das experiências e dos conhecimentos, que são a trama de sua progressão individual e coletiva.

A compreensão de que mesmo e outro são um, que conformam uma unidade, é difícil de ser aceita, e não pode mesmo ser aceita se não for compreendida. Mas, mais do que compreendida, essa Lei cósmica precisa ser realizada in Corde. Nada no Universo pode prosperar isoladamente. Tudo depende de tudo. E mesmo o que se apresenta, em termos objetivos, presumidamente como inservível, sem utilidade ou imprestável é insumo para novas manifestações do Todo-Um. O melhor exemplo desse conceito esotérico-iniciático, na ambitude industrial e tecnológica, é a reciclagem, vocábulo-conceito que surgiu nos anos 70 do século passado, no momento em que as aflições ambientais passaram a ser tratadas com maior austeridade e responsabilidade, particularmente depois do primeiro choque do petróleo, quando o tratamento para reutilização ganhou importância estratégica e conservacionista. Reciclagem, por definição, é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os detritos e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. É o resultado de uma série de atividades, pela qual materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Voltando à questão da unidade cósmica, o Governo Oculto do Mundo é um exemplo de tudo isso. Cada um é cada um e todos são Um; e são substituídos quando passam pela transição. Tanto quanto no Universo, no A não prevalecem laivos autoritários e não há solução de continuidade. A Reciclagem, neste caso, é de natureza mística, concertada e prevista com antecedência. A Lei é a Lei, qualquer que seja a circunstância; e uma formiga é tão importante hoje quanto foram os répteis diapsidas, hoje extintos, bípedes ou quadrúpedes, pertencentes às ordens dos saurisquianos e ornitisquianos que habitaram a Terra durante o Período Mesozóico, e que se distinguiam dos demais répteis do seu tempo especialmente pelo deslocamento dos membros para baixo do corpo. Em uma palavra (no plural): dinossauros. O acaso não existe, e nada é mais importante do que nada. (Essa última frase ficou horrível, mais vai ficar assim mesmo.)

O terceiro encontro insólito de Raymond aconteceu em Atenas na semana anterior à Páscoa de 1965. A primeira informação de peso e inusitada que recebeu de seu Instrutor para aquele encontro foi de que o A é, de certa forma, o primeiro elo visível do conjunto hierárquico cósmico. O A não é, contudo, como lhe foi explicado, o Alto Conclave dos Mestres Cósmicos, e sua missão também não é a mesma desses Illuminati ascensionados. O A, complementando o que já se aprendeu sobre Ele, é o elo fundamental que tem por missão cuidar do desenvolvimento harmonioso da Humanidade como sociedade organizada, ao longo dos diferentes ciclos... Esses ciclos são em número de doze... e se estendem por mais ou menos 24.000 anos.4 Logo, cada ministro do A apresenta um relevo particular de acordo com o ciclo em curso (cada um é o símbolo do ciclo sob sua autoridade e orientação, todavia, tudo funciona sob a responsabilidade e a impulsão de Maha), já que são doze os seus integrantes. Doze que são Um.

Um fato relevante concernente aos Doze do A é que dentre os poderes de que dispõem, há, em alto grau, o conhecimento preciso da data de sua morte. Eles sabem, porque confirmaram, que a Vida é eterna, ainda que a vida seja sempre transitiva. Deixar este Plano da Terceira Dimensão, no caso específico dos Membros do Alto Conselho do A, já representa uma forma de preparação para retornar ao Trabalho que se impuseram. Por isso, no cumprimento da Missão que aceitaram, empregam todas as suas energias, sem se preocuparem em saber se seus esforços abreviarão o tempo de uma encarnação. Neste ponto, não posso deixar de fazer um comentário ligeiro; mas por ser ligeiro não significa que seja desimportante. Exatamente assim sucedeu com Harvey Spencer Lewis (Sar Alden), fundador do Segundo Ciclo Iniciático da Ordem Rosacruz AMORC e seu primeiro Imperator. Penso que Sar Alden tenha vivenciado sua Grande Iniciação aos 56 anos incompletos, de certa forma prematuramente, por se ter dedicado à AMORC sem cuidar da sua saúde de forma adequada, ainda que, tanto quanto os Membos do A, fosse capaz de determinar o grau de desgaste de seu corpo, e se fosse necessário ou conveniente poderia prolongar sua existência até o momento desejado. Mas, quem sou eu para falar de adequação ou de inadequação? E também, longe de mim censurar o comportamento de Sar Alden. Se alguém, neste mundo, sabia o que estava fazendo, esse alguém era ele. O que eu posso falar com absoluta segurança é que todos nós, Rosacruzes da AMORC, somos misticamente devedores do sacrifício de Sar Alden. Dizer apenas obrigado é muito pouco para o homem que não se importava quando o ofendiam ou o caluniavam, mas que se transfigurava se alguém tentasse macular a Ordem.

Todas as funções no A, em termos cósmicos, são hereditárias. No Alto Comando do A, uma função passará daquele que a tenha ocupado para um sucessor previamente preparado para assumi-la; isto vale para os Onze tanto quanto para o Maha. É nessa situação que poderá ocorrer a deliberação mística de adiar a transição, pois se o sucessor ainda não estiver adequadamente preparado para assumi-la, o titular pode retardar sua partida deste Plano. Voltando a Sar Alden, pode-se especular que ele não se importou com o desgaste de seu corpo físico porque sabia que tinha um sucessor à altura e inteiramente preparado. Estou me referindo a Ralph Maxwell Lewis – Sar Validivar – segundo Imperator deste Segundo Ciclo Iniciático. O atual Imperator da AMORC é o frater Christian Bernard, filho de Raymond Bernard – o pensador místico ora estudado.

No trabalho em prol da Humanidade desenvolvido pelos integrantes do A, todos os poderes que possuem são utilizados permanentemente, contudo sem jamais interferir nas escolhas que são feitas pelos homens como seres individuais e pela Humanidade como ser coletivo. Mas quando a Humanidade, por sua ignorância, coloca em risco sua própria existência, aí, sim, a interferência é direta e na medida necessária. Quando o problema é por demais complicado e escabroso, é solicitada ajuda e assistência para um grau mais elevado. Nesse Trabalho consciente, diuturno, vigilante, refletido, amadurecido, inteiramente fraterno e altruísta – que respeita as liberdades, desde que não entravem a marcha para a frente deste Planeta – uma das Leis Cósmicas utilizadas pelo Governo Oculto do Mundo, quando necessário, é a Lei da Assunção. Mas Eles não devem e não podem intervir no processo incessante de desintegração [entropia] e de reconstrução [entropia negativa] ao qual a Humanidade, no seu conjunto, está sujeita. Eles não podem restringir o livre-alvedrio humano, nem impedir que catástrofes localizadas sejam produzidas como decorrência do mau uso desse mesmo livre-alvedrio. O que Eles fazem, penso que tenha ficado claro, é não permitir que os erros humanos interfiram, de modo algum, no ritmo cíclico propriamente dito. Quando podem e devem, interferem, sim, no sentido de reduzir a duração de fatos trágicos, mas a Humanidade deverá sempre primeiro aprender suficientemente a lição que ela se impôs. O mundo é um cadinho de experiências de onde sai a própria evolução, tanto no plano individual, quanto no coletivo. Desta forma, o carma, tão mal compreendido, não é punitivo; antes e puramente, é educativo. Ele tem sua origem no homem singular e na Humanidade como ser coletivo, e tanto no homem quanto nela encontra seu resultado. A guerra é uma manifestação de carma coletivo, e só acaba quando uma substantiva parte do aprendizado oferecido e provocado pela sua explosão foi incorporada à consciência daqueles que deveriam passar por aquele sofrimento. Por isso, tenho dito e insistido que a via mais fácil para se minimizar o carma é pela educação. Convencional e mística. De qualquer maneira, temos a superlativa obrigação cósmica de envidar todos os nossos esforços para evitar todas as guerras, até porque ainda que o carma não possa, em princípio, ser anulado, ele pode ser efetivado de diversas formas, como, por exemplo, o voluntariado. A guerra, coletivamente, é a pior forma de cumprimento do carma. Entretanto, no dia em que o indivíduo, assim como a Humanidade, se conformarem com as leis universais, todos os problemas estarão resolvidos e a história deste planeta se concluirá. O maior pecado do homem é o egoísmo. Enquanto ele não for extirpado, a Humanidade enfrentará graves problemas...

 

 

 

Este terceiro encontro insólito de Raymond Bernard com um integrante do A foi concluído com uma mensagem otimista proferida pelo seu Instrutor: Tudo, neste Universo organizado, é previsto, e a Humanidade não está só nem abandonada. Porém, ainda que tudo, neste Universo organizado, seja previsto, não se deve pensar em beco sem saída, isto é, problema irremovível ou predeterminismo irredutível. Isso realmente não existe. Se isso fosse possível a afirmação que fiz um pouco mais acima de que o carma pode ser efetivado de diversas formas, como, por exemplo, o voluntariado, não teria qualquer cabimento. Enfim, eu só tenho um pensamento para o prometedor fato de que a Humanidade não está só nem abandonada: Assim Seja.

O quarto encontro ocorreu em Lisboa em novembro de 1966. E foi precisamente com o ápice da pirâmide, o próprio Maha, em um local difícil de se acreditar que possa ter acontecido. Considerando que os encontros anteriores se deram em mansões do A, excluindo o primeiro que ocorreu em um avião, este aconteceu em um dos salões da sobreloja do Hotel Ritz e durou aproximadamente duas horas. Duas horas com o presidente do Governo Oculto do Mundo e que alguns chamariam de o rei do mundo! Essas duas horas Raymond resumiu em seis páginas de seu livro Rencontres Avec L'insolite (Encontros Com O Insólito). Eu apresentarei o resumo do resumo. Todavia, farei aqui, antes, uma pequena pausa para, com a mais sincera reverência e o mais profundo agradecimento, afirmar – como Rosacruz e Membro da Hierarquia da AMORC – que o Governo Oculto do Mundo é uma realidade e que o próprio Maha existe de fato. Não me sinto confortável e nem autorizado a explicar o como e o porquê do Privilégio dessa minha convicção, mas esse convencimento inabalável diz respeito, curiosamente, às minhas deficiências, e, particularmente, à vaidade espiritual que eu possuía até uma determinada data, mas que foi zerada nessa mesma data. Isso é que era de lascar! Mas minha vida mudou inteiramente a partir de uma certa madrugada, há mais ou menos dez anos, em um quarto de um apart-hotel, no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. O que aconteceu simplesmente é inesquecível! E tudo se passou em um espaço de tempo de mais ou menos meia hora, apesar de eu jamais ter visto, de qualquer forma, o Maha. Mas Ele existe. Isso eu não tenho a menor dúvida. É só isso que posso declarar, declaração inteiramente sincera de alguém que não merece, que sequer é digno de digitar o acabou de ser digitado. Obrigado, obrigado, obrigado. Ego non eram dignus... e continuo não sendo. Mas tenho certeza também que meu nome não apareceu e jamais aparecerá no Barco do Príncipe. Talvez tenha sido por isso. Pelo menos que tenha sido por isso, senão...

A primeira informação que Maha deu a Raymond é que o A dispõe de poder, mas deixa-o na reserva e nunca o utilizou. Esse poder é a possibilidade de fazer agir todas as forças cósmicas e naturais, se for necessário, para impedir a Terra de ir a extremos tais que o Universo, do qual ela faz parte, tenha perturbado o seu equilíbrio fundamental.

Explicou o Maha que Saint-Yves fez uma obra útil e esclarecedora, mas reuniu em um só corpo o que era separado. O Alto Conselho – expôs Maha é um poder teocrático, civil, em comparação com a missão cósmica do Sagrado Colégio. O A tem a responsabilidade do mundo; o Sagrado Colégio tem a responsabilidade das almas. Isto é: o domínio do A é o mundo e sua missão não se restringe a um território particular. Por isso, atualmente, as reuniões do A não acontecem mais em um lugar fixo, como antigamente, ocorrendo e sendo estabelecidas de acordo com os acontecimentos que estão em curso, para que os Doze possam pôr em movimento as intervenções 'eficazes' desejadas. Mas é preciso que se tenha em mente que essas intervenções só se dão em último caso e quando são extremamente necessárias e inadiáveis. O bem do Planeta é o único catalisador para o modus operandi que norteia as atividades do Alto Conselho. Logo, presumidas canalizações oriundas do A não acontecem; orientações pessoais são tão raras que se pode admitir que sejam inexistentes; interferências em assuntos pessoais jamais sucedem; e modificações ou anulações cármicas são impossíveis. De repente, não sei porquê, me lembrei da frase derradeira de Quincas Quincas Berro D'água, segundo Quitéria do Olho Arregalado (que o chamava de Berrito nos momentos de ternura), que estava a seu lado: Cada qual cuide de seu enterro, impossível não há. O que essa frase tem a ver com o tema que estou estudando, eu não sei com clareza; mas como ela me veio à cabeça, agora, registrei-a aqui.

Sempre me espantou o fato de o mundo ter, por assim dizer, dormido por dezenove séculos, e, de repente, a partir praticamente do início do século XX, progressivamente, exponencialmente, tudo tenha começado a acontecer muito rapidamente. Nos últimos trinta anos, em especial, o avanço científico e tecnológico foi de tal ordem, que se tornou (quase) impossível a uma pessoa acompanhar de perto as mudanças e estar up-to-date com as informações mais recentes em relação àquilo que é denominado de tecnologia de ponta. Os próprios filmes apresentam cenas e passagens muitas vezes tão complicadas, que a imensa maioria das pessoas não entende o que está acontecendo, e acaba não compreendendo o próprio enredo ou a trama do filme. Em outra direção, que dizer da Medicina Nuclear que se ocupa das técnicas de imagem, diagnóstico e terapêutica utilizando nuclídeos radioativos (radioisótopos), que permitem, por exemplo, observar o estado fisiológico dos órgãos e dos tecidos de forma não-invasiva – através da marcação de moléculas participantes nesses processos fisiológicos como marcadores radioativos – assinalando sua localização com a emissão de radiação gama? Porém, o tenebroso em tudo isso é que há um grupelho de umbrosos que se apossaram desses conhecimentos e os aplicam para o mal, ainda que se possa misticamente entender o mal como a ausência do bem, ou ainda, melhormente, como se expressou o Maha, manifestação do carma. E assim, quem quiser construir uma bomba ou se deliciar com todos os tipos de aberrações sexuais, basta consultar a Internet. Alguns fedorentos fazem dessa biblioteca virtual o lixão a céu aberto de suas perplexidades. Isso é que é mesmo de lascar. Mas, por que, ligeira e circunstancialmente, comentei essas coisas? Penso que tenha sido por causa das explicações que se seguirão. Voltarei rapidamente ao Maha.

Disse o Maha: nós constatamos que um atraso importante tinha sido acumulado no passado e que o novo ciclo necessitava que esse atraso fosse superado. Ele o foi rapidamente por um conhecimento científico. O mundo se ajustou, assim, às novas condições... e a estabilização está em marcha, mais exatamente a 'síntese', em vista de novos progressos, já que, por definição, o ciclo é movimento... E, no campo da política, particularmente, o Alto Conselho teve de intervir com freqüência, usando todos os meios de que dispõe... para evitar, no mundo, experiências cruéis e inúteis. Aqui, involuntária e desordenadamente, como se fosse um pesadelo sem pé nem cabeça, voltei a pensar no complexo do World Trade Center, em Slobodan Milosevic, na dissolução da Iugoslávia, na invasão do Afeganistão, no Líbano recentemente destruído, na Palestina que não se entende com Israel, e vice-versa, na invasão do Tibete em em 1950, nos suicídios coletivos comandados por fanáticos, na pedofilia que grassa em certas religiões, na jogatina internacional, nas mentiradas dos políticos, nos assassinatos seletivos, nas terras arrasadas, nas 'legítimas' defesas preventivas, nas limpezas étnicas, nos monopólios, duopólios e oligopólios, nas sobrevalias, na AIDS e nas doenças sexualmente transmissíveis, nos pais, nas mães e nos filhos, nos doentes e nos escorraçados, na vivissecção e nos vivisseccionistas, nas queimadas e calcinações deletérias, no que está acontecendo no Iraque, nos serviços secretos, na militarização do mundo, nas armas de destruição em massa, na miséria da maioria dos países africanos, na República do Haiti, nos massacres dos animais, no filho de George Bush e Barbara Bush, em Usamah bin Muhammad bin Awad bin Laden, no horrorismo, no terrorismo, em Nick Berg e em outros degolados, no isolamento de alguns países do cenário internacional (particularmente de Cuba), nas egoísticas recusas em formar alianças, em assumir compromissos econômicos externos e em assinar acordos bilaterais, no desrespeito às decisões da ONU, nas políticas de genocídio, em poluir para não deixar de ganhar, nos tsunamis, vulcões, terremotos, incêndios, enchentes e desabamentos, nos sem-nome, sem-justiça, sem-lar, sem-luz, sem-pão, sem-terra, sem-trabalho, sem-ventura e sem-nada-de-nada, nos com-frio, com-fome, com-tristeza e com-doenças, nos corruptos e nos corruptores, nos com-esperança, nos com-boa-vontade et cetera, et cetera, et cetera. Também pensei nos traidores das Ordens Iniciáticas, nos estigmatizados e nos difamadores dos Illuminati. Pensei em tudo isso, e tudo isso passou pela minha cabeça em um relâmpago. Tive mesmo que frear meus pensamentos, senão a lista ia daqui ao Inferno de Dante. Lasciate ogni esperanza voi ch'entrate! Fico mesmo elucubrando, que se não fosse a intervenção silenciosa Desses que (quase) tudo podem, as coisas seriam mesmo muito pior. Mas o carma não pode ser anulado; ele deve ser cumprido. Se as escolhas são para que seja cumprido pela dor, ele será cumprido pela dor. Lamentavelmente, mas será. Acabei de me sentir muito mal digitando este pedaço. Tudo isso, para mim, é muito triste e doloroso. Mas fazer o quê? Então, nós místicos, particularmente nós que somos Rosacruzes, precisamos estar alertas, vigiar, orar e trabalhar muito, porque, certamente, somos a infantaria do A. Voltarei a tratar desse assunto nas considerações finais.

 

 

Esse foi o resumo do resumo do quarto encontro insólito de Raymond com o presidente, digamos assim, do A, no qual me intrometi porque achei que deveria me intrometer. Penso que não tenha agido mal. Mas, as instruções privadas que ocorreram em um dos salões da sobreloja do Hotel Ritz terminaram com uma meditação e uma bênção iluminante, tendo o Maha avisado a Raymond que o quinto (e último?) encontro seria em Istambul (cidade em todo mundo grita, mas todos estão satisfeitos, como a definiu bem-humoradamente Raymond), entre 23 de dezembro de 1966 e 2 de janeiro de 1977. E assim, o início desta última etapa do aprendizado de nosso ex-Legado ocorreu no dia 28 de dezembro, às 15 horas, mais ou menos um mês depois do quarto encontro.

No dia e na hora aprazados, dois mensageiros (exatamente os mesmos dois que acompanharam Maha no encontro de Lisboa) foram buscar Raymond para seu derradeiro encontro daquela série. Mensageiros? Sim, mensageiros; mas ambos dois dos Doze Membros do A.

Este quinto encontro foi especial, como que uma espécie de coroamento dos quatro anteriores. Raymond Bernard foi convidado pelo Maha para assistir a uma reunião do Alto Conselho. Ainda bem que o convite não foi endereçado a mim, porque se eu fosse convidado para uma reunião dessa natureza, eu desmaiaria. No mínimo. Melhor mesmo teria sido que eu tivesse digitado Reunião. Eu desconfio, mais ou menos e muito ao longe, o que possa ser o nível vibratório de uma convocação do Alto Conselho, ou algo que se lhe assemelhe. Fiz essa seriíssima brincadeira porque alguém pode imaginar o que se passa em uma reunião do A? O padrão vibratório deve ser de tal magnitude que se a pessoa não estiver muito bem preparada e harmonizada... Bem eu nem imagino o que possa acontecer, mas se o Raymond foi convidado e participou dessa reunião é porque merecia e estava apto. E o A não convidaria ou permitiria que alguém participasse de um Conclave do Alto Conselho se não estivesse habilitado e por um motivo específico e elevado. Se conforme afirmei muito sinteticamente, presumidas canalizações oriundas do A não acontecem, orientações pessoais são tão raras que se pode admitir que sejam inexistentes, interferências em assuntos pessoais jamais sucedem e modificações ou anulações cármicas são impossíveis, imaginar que se possa participar de um encontro sagrado (sagrado pelos motivos sagrados de sua própria sagrada existência) do A é a infantilidade das infantilidades e a impossibilidade das impossibilidades. Por algum motivo que não adianta investigar e não interessa especular Raymond Bernard pôde ali ser recebido. Nossa herança são seus livros e seus ensinamentos, senão ainda estaríamos pensando que tudo continuava a acontecer no Deserto de Gobi. De minha parte, com o Coração em júbilo, digo: obrigado, obrigado, obrigado. De qualquer sorte, raríssimos foram os que receberam o favor especial de participar de uma reunião do A, ainda que, geralmente, só tenham podido compartilhar de uma parte dela, pois não poderiam estar presentes ao conjunto das deliberações.

Raymond Bernard foi conduzido por Maha à sala onde aconteceria a reunião. Para entrarem na sala tiveram que descer três degraus. Depois de algum tempo, durante o qual foi instruído pelo Maha em diversos assuntos, a reunião começou com Raymond sentado confortavelmente no canto à direita da sala. Ao ter início a reunião – que ocorreu nesta sala abobadada no centro da qual havia uma mesa retangular, maciça e gravada com magníficos símbolos – Raymond percebeu, e relata isso em seu livro, que todos os Membros do A têm, por assim dizer, uma nota semelhante que estabelece entre eles uma surpreendente ligação de 'parentesco'. Tudo começa com Maha entoando três vezes um som – uma estranha mistura de vogais, nenhuma consoante. Logo que Maha acaba sua última entonação, os onze outros retomam o fim do som e fazem a mesma coisa igualmente três vezes. Raymond Bernard relata que, a partir desse instante, entrou em um estado físico e mental indescritível... Como um livro aberto, o mundo parecia estar lá, diante da Augusta Assembléia... Nenhum dos Membros do Alto Conselho pronuncia uma só palavra e, entretanto, todos se comunicam... A sala está como que carregada de azul... Não há mais tempo, espaço ou separação. Tudo vibra, tudo comunica... Tudo vibra e tudo comunica por nós. Fico aqui matutando: até quando seremos indignos desse Trabalho? Muito especialmente, fico mastigando: até quando certos místicos trairão a Causa e a Obra?

Na noite de 19 para 20 de janeiro de 1977 Raymond foi autorizado a divulgar seus Encontros Insólitos. Para quem teve a pachorra de ler este texto até aqui, recomendo a leitura dos Encontros Com o Insólito e As Mansões Secretas da Rosacruz, ambos de autoria de Raymond Bernard. Essas obras não podem faltar na biblioteca particular de um Rosacruz.

 



 

 

Os Irmãos das Sombras

 

 

 

 

Quem são os Irmãos das Sombras? Que dizer desses Irmãos? Se não é você quem forjica as desgraças, os despotismos e as maldades, quem será? Quais serão seus objetivos? Eu sei que não sou eu. Mas há aqueles que as fabriquem 24 horas por dia, 365 dias por ano. E nos anos bissextos eles não folgam no dia 29 de fevereiro. Eu não os conheço, mas que eles existem, eu não tenho qualquer dúvida. (Seria interessante pesquisar o pensamento de Rudolf Steiner a respeito da Oitava Esfera). Para quem não sabe o que anda acontecendo nas clausuras das trevas, leia o próximo parágrafo.

O fato é que, sabidamente, há um Governo Oculto, 180º à esquerda do Governo Interno e Espiritual do Mundo. Enquanto este usa para base de seu Trabalho o Amor impessoal e incondicional, aquele se serve do ódio, do egoísmo e da irracionalidade. Este Governo Oculto do Mundo, 180º à esquerda, é designado comumente por Nova Ordem Mundial.5 A "nova ordem mundial" é um complexo sistema de controle sobre o mundo, que se mantém oculto das pessoas comuns, mas que pode ser observado quando se presta atenção nos detalhes de todas as coisas, pois há diversos símbolos que mostram a presença do poder desse grupo... e que demonstram a presença dele. Essa nova ordem objetiva também controlar todas as religiões, mas, particularmente, tem interesse em dominar o Catolicismo para substituí-lo por uma nova religião mundial, a religião da Nova Era, nome que faz alusão à passagem da Era de Peixes para a Era de Aquário. Trabalham no sentido de ter o controle absoluto e mundial das armas de fogo, de ter o controle absoluto e mundial da produção e do comércio, de ter o controle absoluto e mundial dos territórios e dos minerais (sob o pretexto de pesquisar a fauna e a flora, cientistas de órgãos governamentais estrangeiros recolhem plantas e animais e os patenteiam, controlando assim a exploração desses recursos), de ter o controle absoluto da Amazônia (manter a Amazônia isolada, sem ocupação, é uma campanha do exterior, das grandes corporações, que querem se apoderar das riquezas que lá existem), de ter o controle absoluto de toda água do Planeta (de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que aproximadamente, 1 em cada 6 pessoas não tem acesso à água potável; a falta de saneamento básico e de água potável constituem duas das principais causas de pobreza e da disparidade crescente entre ricos e pobres), de ter o controle absoluto e mundial do petróleo (o controle do petróleo é o braço mais visível do governo mundial; um cartel de países controla a produção e a venda) etc. Por outro lado, nos últimos anos, foi desenvolvida uma tecnologia que permitirá o controle total sobre todos os seres humanos: 'chips' que são implantados sob a pele das pessoas. Essa tecnologia, inicialmente testada em animais, foi aprovada para uso em seres humanos. Inicialmente a adoção dessa medida é voluntária, e usa-se o argumento da segurança pessoal para que as pessoas aceitem o 'chip' sob suas peles. A idéia do Governo da Nova Ordem Mundial, no entanto, é tornar o 'chip' obrigatório, possibilitando, assim, o rastreamento imediato do indivíduo, para sua localização e controle. A meta é que as pessoas tenham seus atos vigiados permanentemente. Enfim, está em curso uma bem arquitetada orquestração para implantar na Terra uma nova ordem para que subsista por muitos séculos, uma espécie de quarto reich, já que o terceiro foi desmontado, e foi desmantelado exatamente por aqueles que, hoje, estão à frente do quarto. Tudo isso tem por bandeira a globalização, que, como já tive a oportunidade de comentar, em si, não é uma má idéia, só que sua efetivação concertada só alcançará sucesso se for estruturada sob os princípios básicos que regulam as ações do Alto Conselho, o A, quais sejam: Amor impessoal e incondicional. Mas, quem pensa nisso? Quem quer isso? Contudo, todos quererão. Ou acabarão querendo sem querer.

Porém, o pior de tudo isso é que quando as coisas não são obtidas pelo convencimento ou pela lavagem, são conquistadas no peito e na raça, na porrada e no tiro. Quando algo ameaça os objetivos destes senhores, a guerra é feita e a matança ordenada. Vou parar aqui porque, neste momento em que digito estas linhas, me deu uma certa saturação e um nojo de tudo isso. Só vou recordar um número de quatro algarismos e uma continha besta de subtração:

a) 2034,

b) 2034 - 2006 = 28.

 

 

 

 

Considerações Finais

 

Não me estenderei nestas considerações finais. O que eu tinha que dizer e comentar foi comentado e dito. As próprias notas, ao final, são uma espécie de subtrabalho dentro do texto principal. Não tenho mais nada a acrescentar. Entretanto, em um dado ponto deste despretensioso trabalho, eu afirmei que nós místicos, particularmente nós que somos Rosacruzes, precisamos estar alertas, vigiar, orar e trabalhar muito, porque, certamente, somos a infantaria do A. Disse isso, mas agora vou explicar, para concluir este longo trabalho que já está na casa de 1,12 Mb. Seria um absurdo que os Membros do A fizessem tudo sozinhos. Com o poder que possuem, poderiam fazer. Sim, poderiam. Todavia, estou convencido de que todos os homens e todas as mulheres de boa vontade, mas nomeadamente os místicos, participam dessa Obra – que é de todos e para todos. De uma maneira geral não temos consciência desse Trabalho, pois geralmente ele se realiza enquanto dormimos. Então, um bom procedimento é, antes de dormirmos, nos colocarmos à disposição ....... para que nossa força pessoal e nossas boas intenções sejam utilizadas em prol da paz, da Beleza e do Bem universais. Esse é um tipo de voluntariado que todos os místicos deveriam praticar.

Nas Últimas Palavras de um trabalho que escrevi sobre o Arqueômetro de Saint-Yves D'Alveydre, ponderei: Recusar a fruição de se tornar um Dharmakâya conservando o estado de Sambhogakâya em um corpo de Nirmânakâya é a meta do Verdadeiro Iniciado. Portanto, ainda que o Adepto tenha conquistado o privilégio de alcançar e permanecer no Nirvâna, por amor à Humanidade se sacrifica e renuncia a este excelso estado, e se obriga a servir e auxiliar todos os seres naquilo que é permitido pelo carma. No presente documento, em um determinado momento, afirmei: Deixar este Plano da Terceira Dimensão, no caso específico dos Membros do Alto Conselho do A, já representa uma forma de preparação para retornar ao Trabalho que se impuseram. Se juntarmos as duas reflexões, mais do que agradecer pela existência desses Seres, deveríamos meditar um pouco sobre esse tipo de comportamento – amoroso, volitivo, fraterno e categórico – e compará-lo com as nossas atitudes ao longo da vida. Eu penso diariamente nisso. Não tenho a menor dificuldade em compreender que somos todos um, e que, efetiva e solteiramente, o pior defeito de um ser humano é mesmo o egoísmo, porque a vaidade mística é uma doença que dá em poucos, como deu em mim por mais ou menos vinte anos. Toco nesse assunto morto de vergonha; mas é preciso que, com coragem e desprendimento, essas coisas sejam ditas, pois o que mais se vê no âmbito das fraternidades místicas é mesmo a retrogressiva e impeditiva vaidade mística. O pior, o realmente avernal, é que as pessoas são vaidosas do (absolutamente) nada que infantilmente pensam ser tudo. Repito: isso se deu comigo. Mas, naquela madrugada... naquele apart-hotel... fiquei livre disso. Porém, não adianta apenas ficar livre porque a recidiva é pior do que a doença. Então, uma palavra: vigilância.

Resolvi, de última hora, repetir o que já escrevera no início deste trabalho. Temem a morte aqueles que temem perder o que não possuem pensando possuir. Temem as trevas aqueles que precisam se esconder por terem agido de modo impróprio, delituoso, criminoso ou moralmente incorreto. Por isso, não posso discordar de Saint-Yves d'Alveydre quando no prefácio de sua La Mission de l'Inde en Europe, la Mission de l'Europe en Asie, la Question du Mahatma et sa Solution, afirmou: Por mais felicidade que Deus possa conceder neste mundo, qualquer Iniciado sabe que a morte é um indizível gozo da alma – a maior voluptuosidade que ela pode sentir. Mas isso não é mesmo para todos. Corruptores e corruptos borram as cuecas só de ouvir falar em morte. Quem absconde dólares nas cuecas...

Revisitando o pensamento de Nicholas Roerich, copio: Como é importante preservar o Fogo do impulso! Sem esse estímulo não podemos impregnar a base, o alicerce, com as melhores potencialidades. As forças aplicadas no início se multiplicam pela ação do Fogo do impulso. É necessário, portanto, tentar multiplicar as Forças da Fonte Primeira. Em toda construção é preciso observar a harmonia e o dimensionamento, pois, para impregnar nossos começos é preciso dimensionar as medidas dadas com as aplicadas. Fogo e impulso sustentam a vida em cada começo. Sem eles, os inícios perdem sua vitalidade. Por isso, esforcemo-nos para alcançar o Fogo retificador oferecido pelo Senhor. Só assim será possível alcançar a saturação ardente. Sim! Sim! Sim! Não! Não! Não! Não temem a morte e nem as trevas aqueles que não temem perder o que, um dia, pelo mérito, começaram a construir de Bom e de Belo. Aqueles Dignos Andarilhos que se puseram em Caminho e em contato com a Voz Insonora de seus Corações não temem a morte porque morreram para a vida e Nasceram para a Eterna Vida. Como escreveu Saint-Yves, o Sol jamais se deita para aquele que, pela Iniciação, entrou no Reino de Deus. Do Deus de seu Coração. Seria esquizofrênico admitir que, em um certo sentido, confiantes, esses Sinceros Iniciados aguardam mesmo pela morte para entrar na Vida?

Por último, o óbvio: ninguém deve ficar à espera de um possível encontro insólito. Se tiver que acontecer, acontecerá; o que tiver de ser, será. A verdade saberá chegar ao Coração daquele que a espera, disse o Maha. Eu, particularmente, não espero nada; faço o que penso que deva ser feito. Só isso.


_____

Notas:

1. AThBSh (atbash) é uma de algumas formas de criptografia do alfabeto hebraico, derivado do sânscrito. O AThBSh consiste na substituição da letra ALeF (a primeira) pela letra TAV (a última), da letra BET (a segunda) pela letra ShIN (a penúltima), e assim sucessivamente. No quadro abaixo, na primeira linha, tem-se o alfabeto hebraico; na segunda, o mesmo alfabeto em AThBSh.

 

A
B
G
D
E
O
Z
Ch
T
I
Kh
L
M
N
S
W
F
Tz
K
R
Sh
Th
Th
Sh
R
K
Tz
F
W
S
N
M
L
Kh
I
T
Ch
Z
O
E
D
G
B
A

 

A título de exemplo, a palavra ADaM possui:

a) Valor Externo: 1 + 4 + 40 = 45.

b) Valor Pleno: 111 + 434 + 80 = 625 = 54

c) Valor Oculto: 110 + 430 + 40 = 580.

d) Valor AThBSh: 400 + 100 + 10 = 510.

Para não ir longe demais nestas especulações cabalísticas, apenas acho interessante observar que a soma destes quatro valores é igual a 1760 (45 + 625 + 580 + 510). A soma teosófica dos algarismos desse número é 14 (1 + 7 + 6 + 0). Dois setes: 7 + 7. Dualidade. Mas a soma teosófica dos algarismos do número 14 é igual a 5 (1 + 4). Ora, a soma dos Valores Externo e AThBSh da palavra ADaM é 555 (45 + 510). E 555 equivale a 6 porque 5 + 5 + 5 = 15; e 15 = 1 + 5 = 6. E 6 é o Valor Secreto de 3 (1 + 2 + 3 ). Mas 3 tanto representa o valor teosófico reduzido de 777 quanto a soma teosófica do Valor Pleno dos algarismos da letra hebraica ALeF (111). Se somarmos 777 com 111 obteremos 888, que é o número especial de Jesus, o Cristo, como ensinou Sar Validivar, Ralph Maxwell Lewis. E, por isso, como deixou lavrado Helena Petrovna Blavatsky em sua Doutrina Secreta, AHIH ASheR AHIH (Sou o que Sou), sentença que tanto pode ser lida da esquerda para a direita como da direita para a esquerda. Trabalhando os Valores Externos das letras e das palavras desta sentença, tem-se:

(5 + 10 + 5 + 1) (200+300+1) (5 + 10 + 5 + 1)

(21) (501) (21)

21 + 501 + 21 = 543

543 = Verso [FACE]

345 = Reverso

Verso + Reverso = 543 + 345 = 888

345 (ou seu inverso 543) são os únicos valores inteiros aplicáveis ao Teorema Triângulo Retângulo de Pitágoras.

 

 

Do Manual Rosacruz, AMORC, tem-se (ligeiramente editado): No princípio era o ponto... O ponto distendeu-se em curva... A curva é contínua em conformidade com a Lei... A Lei mantém a curva eqüidistante do ponto original... A curva, em propagação, forma um círculo... O círculo se fecha [no ponto superior da curva] focalizando seu poder de distensão... O foco estende-se... Por causa da 'Lei de Atração e Repulsão', o ponto se move em linha reta, e em três movimentos retilíneos – todos sujeitos às Leis de Autopropagação, Repulsão e Atração – é produzido pela Lei o Triângulo Eqüilateral ou Tetragrammaton.

2. Segundo Annie Besant: Nossa Terceira Raça começou onde os cientistas chamam de Lemúria. Este era um grande continente se estendendo através do que hoje é o Ceilão, em direção sul para o Pacífico, quando o Himalaia ainda era lambido pelas grandes ondas do Oceano Pacífico, e a península Indiana ainda não havia emergido. A Lemúria se estendia onde hoje é o Pacífico, e a Austrália é o fim daquela terra antes de chegarmos ao pólo Sul. A Austrália e a Nova Zelândia pertencem a este antigo continente, destruído por terremotos, pelo fogo e pela água. E então a Terceira Raça minguou e minguou, embora alguns remanescentes ainda existam. Enquanto a Lemúria submergia, se elevava um outro grande continente muito a Leste, onde está o oceano Atlântico. Foi o continente chamado de Atlantis, onde hoje se estende o oceano Atlântico.

3. Segundo Annie Besant: No continente chamado de Atlantis havia uma grande cidade, a capital de um poderoso império, a Cidade da Porta de Ouro, mencionada no Clássico da Pureza chinês. Esta cidade era o centro do poderio Atlante, e ali cresceu o império Atlante Tolteca. Ele se estendeu até o norte da África, ao antigo Egito. Em direção oeste tínhamos um império onde hoje é o México, e os índios americanos do Norte e do Sul pertencem a esta antiga Raça. Ainda podemos ler em Platão como submergiram os restos daquele continente, e a grande civilização que ele menciona estava na última porção da Atlantis propriamente dita. Hoje, quando se perscruta o fundo do Atlântico encontram-se picos e vales; algumas ilhas restaram, alguns dos picos mais altos são hoje ilhas, como as Ilhas Canárias, exatamente como onde o grande continente da Lemúria existiu hoje estão dispersas pelo Pacífico a ilha de Java, as Índias Orientais, as Ilhas Spice e outras. Atlantis foi a terra da Quarta Raça. Milhões e milhões de pessoas pereceram no vasto cataclismo e submergiram na inundação. Mas uma parte sobreviveu na Ásia. Ao norte do Himalaia uma larga faixa de terra fazia parte da antiga Atlantis. A Cidade Sagrada de Shamballa, a imperecível, está ali.

4. Em sua Doutrina Secreta, Helena Blavatsky explicou: O ciclo VAN, dos tártaros, era de 180 anos, ou seja, 3 x 60. Multiplicando-se 12 x 12 (144) pelo ciclo de VAN — 144 x 180 — obtém-se o período exato da revolução celeste: 25.920 anos. Desta forma, é fácil de se concluir que cada uma das doze Eras Zodiacais duram, mais ou menos, 2.160 anos (25.920 ÷ 12), e cada Era pode ser considerada como sendo constituída de três triângulos de aproximadamente 720 anos (2.160 ÷ 3). Há, obviamente ciclos menores e subciclos, mas não comentarei este tema nesta oportunidade. Mas, cinco desses ciclos, por exemplo, são os ciclos de 7 anos, 108 anos, 111 anos, 144 anos e 216 anos. Por outro lado, Pitágoras admitia que o dodecaedro representava a base subjacente do Universo, e Platão considerava este poliedro o símbolo da Harmonia Cósmica e o representante místico da alma do mundo, pois foi o dodecaedro, segundo Platão, que o demiurgo usou como modelo para dar forma ao Universo. A ele se referiu como o mais nobre corpo entre todos os outros (tetraedro, hexaedro, octaedro e icosaedro que constituem junto com o dodecaedro o grupo dos cinco poliedros regulares).sO dodecaedro é um poliedro regular – formado por 12 pentágonos congruentes possuindo 12 faces planas, 20 vértices, 30 arestas, 5 vértices por face e 3 encontros de faces em cada vértice – que cumpre a Relação de Euler em poliedros regulares F + V – A = 2 na qual F é o número de faces, V é o número de vértices e A é o número de arestas.].

 

Poliedros  Regulares

 

Dodecaedro

 

5. O primeiro registro histórico do conceito de Nova Ordem Mundial pode ser encontrado nas Epístolas de Baha'ul'lah, líder religioso, nascido na Pérsia, no Século XIX. Segundo ele, uma nova ordem de organização mundial estava a ponto de nascer, na qual e as barreiras entre as raças, religiões e nações seriam abolidas, e o mundo adotaria uma única moeda internacional, uma organização planetária e um idioma internacional auxiliar único. Hoje em dia, o termo nova ordem mundial é um conceito sócio-econômico-político que faz referência ao contexto histórico do mundo pós-Guerra Fria. A expressão foi usada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan na década de 1980, referindo-se ao processo de queda da União Soviética e ao rearranjo geopolítico das potências mundiais. De forma mais abrangente, o conceito de Nova Ordem Mundial tem sido aplicado para representar uma ruptura com o sistema vigente e uma radical alteração para o surgimento de um novo equilíbrio nas relações de poder entre os Estados na cena internacional. Nesse contexto, vemos, muitas vezes, esta referência ser feita a respeito das novas formas de controle tecnológico das populações, num mundo progressivamente globalizado, descrevendo, assim, um cenário que aponta para uma evolução no sentido da perda das liberdades e um maior controle por entidades distantes, com o quebramento da autonomia de países e de grupos mais pequenos e também de indivíduos. Esta descrição ganha por vezes traços de natureza conspirativa, mas pode também, necessariamente, não ser esse o caso. Este conceito é muitas vezes usado em trabalhos acadêmicos, nomeadamente no domínio das Relações Internacionais, nos quais se procura traçar cenários realistas, com base em fatos, acerca do impacto de novos elementos da sociedade moderna e de como esta evolui.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Ordem_Mundial

 

Bibliografia:

BERNARD, Raymond. Encontros com o insólito. Coordenação de Maria A. Moura. Supervisão de Carlos Alberto Squeff Soares. Rio de Janeiro: Editora Renes LTDA, s. d.

LEWIS, H. Harvey. Manual Rosacruz. 6ª edição. Traduzido da 17ª edição norte-americana. Rio de Janeiro: Editora Renes LTDA, s. d.

SAINT-YVES D’ALVEYDRE. El Arqueómetro. 2ª ed. Traduzido por Manuel Algora Corbí. España: Editorial Humanitas, S. L., 1997.

_____. Missão da Índia na Europa, Missão da Europa na Ásia, a questão do Mahatma e sua solução. São Paulo: Madras, 2005.

WEINREB, Friedrich. Kabbala (La Biblia: divino proyecto del mundo). Buenos Aires: Editorial Sigal, 1991.

_____. Kabala: el libro de Jonas. Buenos Aires: Editorial Sigal, 1993.

 

Páginas da Internet Consultadas:

http://www.cranik.com/intraterrenos.html

http://www.theosophical.ca/theosophical.ws/
Portuguese/GovernoInternoMundo.html

http://www.theosophical.ca/theosophical.ws/
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http://www.hermanubis.com.br/Biografias/BioSaintYves.htm

http://svmmvmbonvm.org/arqueometro.htm

http://www.eubiose.com/petro/artigos_funcaomi.htm

http://www.geocities.com/Athens/2341/livros/lhmsg15.htm

http://www.ostibr.org.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinarquia

http://www.dominiosfantasticos.hpg.ig.com.br/id214.htm

http://users.hotlink.com.br/egito/melki.htm

http://www.joselaerciodoegito.com.br/
site_melquisedec_bio.htm

http://www.crcsite.org/elements_portug.htm

http://www.anjo-dourado.com/navelusitania/
hierarquia-espiritual/a-hierarquia-espiritual-portuguesa2.html

http://www.ufogenesis.com.br/
noticias/noticias.asp?noticias=4026

http://personales.ya.com/sebastiansalado/hijos2.htm

http://br.groups.yahoo.com/group/
associedadessecretas/message/1882?viscount=100

http://pt.wikipedia.org/wiki/Annie_Wood_Besant

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jiddu_Krishnamurti

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ronda_(teosofia)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7as-raiz

http://www.red-ice.net/specialreports/
2005/11nov/secreteurasia.html

http://www.hypatia-lovers.com/
AncientGreeks/Section06.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/
S%C3%B3lidos_Plat%C3%B3nicos

http://www.cibernous.com/autores/
platon/teoria/ciencia/cosmolog.html

http://www.cidse.itcr.ac.cr/cursos-linea/
MATEGENERAL/t5-geometria/Geometria/node9.html

http://www.compam.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_nuclear

http://www.plotinus.com/raymond_bernard1_copy.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Nova_Ordem_Mundial_%28conspira%C3%A7%C3%A3o%29

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Ordem_Mundial

 

Fundo Musical:

Exorcismo.

Intérprete: Paula Tribuzy.