Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Alguns Conceitos

 

(Globalização egípcia, Globalização greco-macedônica, Globalização romana, Globalização muçulmana, Globalização ibérica, Globalização britânica, Globalização nazi-fascista e Globalização estadunidense)

 

 

Primeiro:

Processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas de todo o mundo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais, e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.

Segundo:

Processo pelo qual a vida social e cultural nos diversos países do mundo é cada vez mais afetada por influências internacionais em razão de injunções políticas e econômicas.

Terceiro:

Intercâmbio econômico e cultural entre diversos países, devido à informatização, ao desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte, à ação neocolonialista de empresas transnacionais e à pressão política no sentido da abdicação de medidas protecionistas.

Quarto:

Espécie de mercado financeiro mundial criado a partir da união dos mercados de diferentes países e da quebra das fronteiras entre esses mercados.

Quinto:

Integração cada vez maior das empresas transnacionais, em um contexto mundial de livre-comércio e de diminuição da presença do Estado, em que empresas podem operar simultaneamente em muitos países diferentes e explorar em vantagem própria as variações nas condições locais.

Sexto:

Processo de integração econômica sob a égide do Neoliberalismo, caracterizado pelo predomínio dos interesses financeiros, pela desregulamentação dos mercados, pelas privatizações das empresas estatais e pelo abandono do estado de bem-estar social, sendo responsável pela intensificação da exclusão social (com o aumento do número de pobres e de desempregados) e de provocar crises econômicas sucessivas, arruinando milhares de poupadores e de pequenos empreendimentos.

Sétimo:

Processo ainda em curso de integração de economias e mercados nacionais. No entanto, ela compreende mais do que o fluxo monetário e de mercadoria; implica na interdependência dos países e das pessoas, além da uniformização de padrões, e está ocorrendo em todo o mundo, também no espaço social e cultural. É chamada de Terceira Revolução Tecnológica (processamento, difusão e transmissão de informações) e acredita-se que a Globalização define uma nova era da história humana.

Oitavo:

Um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e espacial, e barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX. É um fenômeno observado derivado da 'necessidade'(?) de formar uma Aldeia Global que permita maiores ganhos para os mercados internos já saturados. As principais características da Globalização são a homogeneização dos centros urbanos, a expansão das corporações para regiões fora de seus núcleos geopolíticos, a revolução tecnológica nas comunicações e na eletrônica, a reorganização geopolítica do mundo em blocos comerciais regionais (não mais ideológicos), a hibridização entre culturas populares locais e uma cultura de massa supostamente universal, entre outros.

Nono:

O cientista político Samuel Huntington, ideólogo do neoconservadorismo norte-americano, enxerga a Globalização como processo de expansão da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre os demais modos de vida e de produção do mundo, que conduziria, inevitavelmente, a um choque de civilizações.

Décimo:

Um brasileiro – carioca, mas não da gema (filho de pai italiano e de mãe tripeira) – envia um e-mail a você usando tecnologia norteamericana (Mister William Henry Gates /Microsoft). Você lê a mensagem em um computador genérico que usa chips fabricados em Taiwan. Seu monitor é coreano. Ele foi montado por trabalhadores de Bangladesh, em uma fábrica de Cingapura, transportado em caminhões conduzidos por indianos, descarregado por pescadores sicilianos, reempacotado por mexicanos e, finalmente, vendido a você por 'certos alguéns' através de uma conexão paraguaia! O mouse... Ora, a essa altura quem está preocupado com o mouse?

Décimo primeiro:

Especulação financeira. Os novos predadores aniquilam setores econômicos inteiros de países em operações bolsistas, realizadas alguns em um ponto qualquer. O capital não tem pátria nem limites para a sua acumulação. Os meios usados perderam toda a conotação moral; estão convertidos em simples operações financeiras.

Décimo segundo:

A Globalização elimina a parcela geográfica do espaço econômico ao deslocalizar a atividade produtiva, tanto dos centros produtores de insumos quanto dos mercados consumidores devido às novas técnicas de organização e distribuição da produção, aos mecanismos multilaterais da Organização Mundial do Comércio (OMC), que permitem eliminar as barreiras tarifárias e não-tarifárias das transações de bens e serviços entre países não pertencentes ao mesmo bloco e à homogeneização dos hábitos de consumo. Ela torna o território cada vez menos importante como elemento fundamental da produção de bens, por causa das novas técnicas de produção, deixando para o espaço geográfico apenas a função preservacionista do meio ambiente e como lugar de lazer para os citadinos.

Décimo terceiro:

Atividade econômica real, ou financeira, desenvolvida independentemente dos recursos específicos dos diferentes países, o que termina com a importância estratégica de alguns territórios. Na medida em que o território perde importância, o espaço econômico é modificado, ficando apenas as relações abstratas entre os diferentes agentes econômicos. A Globalização da economia está alimentada pelo desenvolvimento das tecnologias da informação, pela abertura de novos mercados (onde os salários são baixos) e pela mobilidade do capital financeiro que escapa a qualquer controle nacional.

Décimo quarto:

A Globalização econômica é um processo que ocorre em ondas, com avanços e retrocessos separados por intervalos que podem durar séculos. A quarta e atual Globalização passou a ocorrer logo após a Segunda Guerra Mundial e se acelerou bastante com o colapso do Socialismo em 1989-1991. Essa retomada da tendência à Globalização é caracterizada pelo aparecimento de organizações internacionais (ONU, Gatt - substituído pela OMC, Bird etc.), pela formação de blocos regionais, como o Mercado Comum Europeu (atual UE - União Européia), pelo enorme surto de expansão das empresas multinacionais, pelo crescimento do comércio internacional e pela interligação dos mercados financeiros, possível graças à revolução da telemática. A Globalização, em sua fase atual, teve uma contribuição importante dos japoneses com o conceito de just in time, aplicado à produção, sobretudo industrial. Com o just in time, começaram a surgir vários conceitos, como: reengenharia, downsizing, terceirização e qualidade total.

Décimo quinto:

O fenômeno – ou melhor, o processo – não se expressa de forma organizada, estruturada. Seu sujeito oculto, o mercado, é um ordenador invisível, com regras sem paternidade impostas pelas forças dos fatos, quase como se fossem leis da natureza. O agente, talvez, mais audaz (tão desejado quanto temido) da Globalização é o capital financeiro, que alcança hoje cifras inauditas e se encontra no ápice de seu poder e brilho. Anônimo e desterritorializado, ele se desloca mercurialmente pelo mundo, movido pela telemática, em busca incessante de maiores interesses. A instantânea fluidez e o desimpedido movimento são vitais a sua existência e multiplicação. Por isso, em seu afã especulativo, ele rejeita regras, ignora fronteiras. Defende com unhas e dentes essa sua liberdade de circulação, e escapole ante qualquer sinal de seu cerceamento. Volatiliza-se quando pressente por perto riscos maiores. Migra célere para as plagas mais longínquas se vislumbra nelas melhores oportunidades de lucro.

Décimo sexto:

A população mundial, nos dias atuais, está envolta na teia do que se denominou chamar de Globalização. Esse fenômeno, que invade fronteiras, modifica costumes, expande novas técnicas científicas e tecnológicas, constrói e destrói mercados, com a sua nova dinâmica, dificulta o controle estatal sobre ele. Novas formas de atividades são levadas a cabo, a exemplo da tecnologia da informática e de transações comerciais feitas entre países em questão de segundos, obrigando as instituições estatais a repensar suas estratégias. O sistema capitalista que se disseminou pelo mundo, trazendo consigo a idéia da individualização do lucro e do pensamento neoliberal, exige a abertura das fronteiras de todos os países do globo, conduzindo com isso a várias formas de dominação das potências desenvolvidas sobre países do Terceiro Mundo.

Décimo sétimo:

Com a Globalização, há o favorecimento ao sistema capitalista de governo e um mais acentuado emprego do Liberalismo econômico, que reflete de forma negativa, principalmente, nos países periféricos, e que acarreta um desnivelamento do poder econômico das populações, gerando um distanciamento maior entre as camadas sociais, fazendo surgir um tipo de apartheid.

Décimo oitavo:

Essa nova forma de dominação, que se pode denominar colonialismo de mercado, subordina povos e governos ao jogo anônimo e às manipulações deliberadas das forças desse mercado, uma situação sem precedente histórico nesta escala... A prosperidade e o consumismo modernos ficam restritos aos países ricos e a pequenos bolsões nos pobres... As políticas ditadas pelo FMI e o Banco Mundial acentuam as disparidades sociais entre as nações e no seu interior. Mas a realidade é cada vez mais camuflada por uma ciência econômica global.

Décimo nono:

A Globalização tem um significado para os globalizadores e outro para os globalizados. Desde sempre, pois acentuou de forma dramática a percepção das desigualdades entre os povos. Como disse Vamireh Chacon, haverá muitos globalizados e poucos globalizadores. Quem não se deixa globalizar por bem, como o Brasil, a Argentina e o México, é globalizado à bala, como o Afeganistão e o Iraque. As bolas da vez são a Coréia do Norte, o Irã e sei lá mais quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais... quais...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

h! Como eu adoro a Globalização!

Ficarei very rich e comprarei um carrão...

Terei um iate e meu próprio avião...

Serei o sacanocrata-mor da especulação...

 

h! Como eu detesto a Globalização!

De fome morrem irmãos em cada grotão...

Geometricamente progride a poluição...

Aumenta a miséria de milhão em milhão...

 

ue fazer? Que fazer? Que fazer?

Eu não sei. Perhaps, a Grande Solução

ocorra no Dia da Transformação!

 

uem optou tão-só por 'bandidar' e não-ser

haverá de ter uma baita admiração.

Para que serviu minha encarnação?

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/globalizacao.htm

http://www.suapesquisa.com/globalizacao/

http://www.brasilescola.com/geografia/globalizacao.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o

http://www.culturabrasil.org/neoliberalismoeglobalizacao.htm

http://confrontos.no.sapo.pt/page2.html

http://www.dge.uem.br//geonotas/vol1-2/geopol1.html

http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/getulio.html

http://www.hottopos.com/mirandum/globali.htm

http://www.fundaj.gov.br/clacso/paper02.doc

Música de fundo:

Fly Me To The Moon (Bart Howard)

Fonte:

http://midistudio.com/midi/GW_AG.htm