Georgii Ivanovic Gurdjieff
(Apotegmas e Pensamentos)

 

 

 

 

 

Gurdjieff

Gurdjieff

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Objetivo do Trabalho

 

 

 

Gurdjieff

Gurdjieff

 

 

 

Eu não sou, por assim dizer, um gurdjieffiano, mas me esforcei para fazer este trabalho, que resume, em alguns fragmentos selecionados, uma pequena fração do pensamento e alguns ensinamentos do místico armênio George S. Georgiades, que, em Paris, adotou o Nome Iniciático Georgii Ivanovic Gurdjieff.

 

Entretanto, nas fileiras gnósticas, seus ensinamentos são tidos por alguns como incompletos ou interpretados erroneamente ou, em alguns casos, apresentando supressões intencionais, e, por isto, admitem estes críticos, tenham dado poucos frutos. Mas, eu pergunto: quem pode dizer tudo? E mesmo, quando quase tudo é dito, quando pode ser dito, quem entende? Basta ler, por exemplo, o Evangelho de Filipe e o Pistis Sophia para comprovar isto. Todavia, alguns acreditam que a doutrina elaborada por Gurdjieff tenha conexões muito fortes com o conjunto de idéias fundamentais dos Padres da Igreja, dos Teólogos Iniciados e dos Mestres Doutrinários dos primeiros séculos do Cristianismo, ou seja, do Cristianismo Gnóstico, hoje, praticamente perdido ou esquecido. Para seus críticos e desafetos, talvez, uma sentença do próprio G seja muito educativa: A inflexibilidade é ótima na pedra, mas muito perigosa no ser humano.

 

Enfim, eu me empenhei para elaborar este trabalho, mas, se houver erros, eles são de minha responsabilidade, porque algumas passagens tiveram que ser ligeiramente editadas; contudo, espero que não haja assim tantos erros, e que este texto – que nada apresenta de original, pois é uma simples compilação – possa servir para uma reflexão educativa, particularmente para aqueles que não conhecem a obra de G, que, como escreveu Ligia Cabús, chamava a atenção por sua energia intensa e estranha. Era como um dínamo humano; um vulcão vivo em erupção constante. Destemido e versátil, foi, sobretudo, alguém que soube lidar admiravelmente com as situações adversas: pobreza, revolução, exílio, hostilidade da mídia e escárnio de seus inimigos.

 

 

 

 

Biografia de Gurdjieff

 

 

 

Gurdjieff

Gurdjieff

 

 

 

Georgii Ivanovic Giurdžiev ou G. I. Gurdjieff (1866 – 1949), nasceu na Armênia e morreu em Paris. Ensinou o autoconhecimento profundo através da lembrança de si, transmitindo a seus alunos, primeiro em São Petersburgo, depois em Paris, o que aprendera em suas viagens pela Rússia, pelo Afeganistão e por outros países.

 

Gurdjieff, mestre espiritual greco-armênio, uma figura enigmática e uma força influente no panorama dos novos ensinamentos religiosos e psicológicos, mais como um patriarca do que como um místico cristão, era considerado, por aqueles que o conheceram, como um incomparável despertador de homens. Trouxe para o Ocidente um modelo de conhecimento esotérico e deixou atrás de si uma metodologia específica para o desenvolvimento da consciência.

 

Os ensinamentos Gurdjieffianos foram transmitidos de forma clara para o Ocidente por seu discípulo Peter Ouspensky (1878 – 1947), a quem Gurdjieff permitiu que fossem tomadas notas de suas conferências em Moscou, em São Petersburgo e em outras cidades da Rússia. O fruto deste trabalho resultou no livro Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido - Encontro com o Milagroso, que traça de forma didática as principais lições do mestre greco-armênio, então residente na Rússia. Mesmo separado posteriormente de seu instrutor, Ouspensky jamais deixou de se orientar pelas lições tomadas pelo Mestre, particularmente em seu próprio círculo em Londres no qual desenvolvia o Trabalho.

 

Após sofrer um grave acidente automobilístico em meados dos anos 30, Gurdjieff dedicou-se a escrever seus livros, dando origem à trilogia composta por Relatos de Belzebu a seu Neto, Encontros com Homens Notáveis e O Mundo só é Real quando eu Sou.

 

A princípio, pode-se dizer que Gurdjieff pretende investigar o que chama de fábrica humana sob o ponto de vista da totalidade de seus centros (o motor, o instintivo, o emocional e o intelectual), harmonizando os diversos aspectos do ser. Neste ponto, é fundamental desenvolver o conhecimento de si, por meio da observação de si, o que ajuda o homem a conhecer a si mesmo. Para tanto, Gurdjieff não se limita à palavra escrita, mas operava em seu Trabalho com danças sagradas (trazidas de suas andanças pelo Oriente, em particular de seu contato com os dervixes de Istambul e de outros países) e a música. O próprio Gurdjieff se auto-denominava um instrutor de dança.

 

O sistema de Gurdjieff parte do pressuposto de que os homens estão dormindo; são máquinas ambulantes que não sabem o que fazem. Isto porque o que geralmente achamos que é o "eu" é, na realidade, um conjunto de "eus" que povoam nossa mente. Por isto temos que controlá-los através dos "eus-de-trabalho", e assim evitar cair na imaginação que, segundo Gurdjieff, nos afasta da presença.

 

O homem desperto, aquele que tem consciência de si, é raro. Muitos pensam que têm consciência, porém sequer imaginam do que isto se trata. Sempre que indagado sobre a reencarnação, Gurdjieff desviava a conversa para outro foco. Um aforisma que sempre repetia era de que a alma é um luxo. Em outras palavras: temos que conquistar níveis superiores do ser através de uma profunda busca pelo autoconhecimento e de uma contínua busca pelo equilíbrio das energias positiva e negativa da própria Natureza. O homem dotado de consciência ou vontade é muito raro.

 

Gurdjieff costumava lançar mão nestas ocasiões de uma alegoria oriental: a alegoria da carruagem. Nesta representação simbólica, a carruagem é o corpo físico, os cavalos são os sentimentos, o cocheiro é a mente, e dentro da carruagem está o verdadeiro habitante, que é o Eu Interior. No indivíduo comum, estas partes estão dissociadas e, muitas vezes, o cocheiro não consegue empregar muito bem os arreios, conduzindo os cavalos. Além disto, o passageiro dentro da carruagem não consegue dar ordens ao cocheiro da direção a ser tomada, e, deste modo, a carruagem segue parcialmente descontrolada para um rumo que ninguém previu, terminando sempre, é claro, na morte.

 

Outra representação usual de Gurdjieff era o dos diversos corpos do homem, que se assemelha e segue a tradição do Oriente. Atingir a perfeita harmonia em cada nível constituía um processo de conquista (o corpo físico, o corpo causal, o corpo astral e o corpo mental). Além destes corpos, havia outros ainda mais sutis, e aquele que atingisse a consciência do último seria ilimitado no ilimitado do Universo e uno com todas as coisas.

 

Para G (como o chamavam seus discípulos), todas as possibilidades do homem estavam inscritas em um símbolo trazido do Oriente: O Eneagrama. O Eneagrama também poderia ser expresso como oitavas da escala musical (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) e sua importância se traduz na idéia do choque – um princípio universal. Ensinava que entre os tons da escala convencional há semitons entre os intervalos mi-fá e si-dó, que devem ser preenchidos por choques externos, caso contrário o ciclo não se complementaria. No caso da fábrica humana, dividida em três compartimentos, cabeça, parte intermediária (tronco) e membros, estes choques externos eram dados pelos alimentos, ou seja: o ar (tórax), o alimento (abdômen) e as impressões (cabeça/mente). Destes choques, os mais importantes eram as impressões, daí o axioma: para se fazer ouro, é preciso ouro.

 

O pensamento de G englobava, antes de tudo, uma profunda Cosmogonia que partia do raio de criação. Este descendia do Absoluto, passando pelos diversos mundos até atingir o planeta Terra. À medida que avançasse, os mundos eram sujeitos a maior número de leis e maiores eram as restrições à liberdade humana. Na Lua, que vem após a Terra, o número de leis seria ainda maior que em nosso planeta (que conta com 48 delas). Sujeitos que somos a tão grande número de leis, somos meio que escravos, autômatos em nosso próprio lar terrestre. Segundo G, no Absoluto, por outro lado, não há leis.

 

 

 

Apotegmas e Pensamentos Gurdjieffianos

 

 

 

A alma é um luxo.

 

É necessário compreender que o Eneagrama é um símbolo universal. Qualquer ciência tem seu lugar no Eneagrama e pode ser interpretada graças a ele. E, sob este aspecto, é possível dizer que um homem só conhece realmente, isto é, só compreende aquilo que é capaz de situar no Eneagrama. O que não é capaz de situar no Eneagrama, não compreende. Se um homem isolado no deserto traçasse o Eneagrama na areia, nele poderia ler as leis eternas do Universo. E cada vez aprenderia alguma coisa nova, alguma coisa que ignorava até então.

 

 

 

 

Palavras ditas por Gurdjieff, em 1917, quando introduziu o Eneagrama a um grupo de alunos em São Petersburgo: O Eneagrama é o movimento perpétuo, é esse 'perpetuum mobile' que os homens buscaram desde a mais remota Antigüidade, sempre em vão. E não é difícil compreender por que não podiam encontrá-lo. Buscavam fora de si o que estava dentro deles... A compreensão deste símbolo e a capacidade de utilizá-lo dão ao homem um poder muito grande. É o movimento perpétuo e também é a Pedra Filosofal dos Alquimistas.

 

A Ciência do Eneagrama foi mantida secreta durante muito tempo, e, se agora, de certo modo, está sendo tornada acessível a todos, é apenas sob uma forma incompleta e teórica, praticamente inutilizável para quem não tenha sido instruído nessa ciência por Alguém que a possua. Para ser compreendido, o Eneagrama deve ser pensado como estando em movimento, como se movendo. Um Eneagrama fixo é um símbolo morto; o símbolo vivo está sempre em movimento.

 

Só há um tipo da Magia: Fazer.

 

Aquele que consegue amar consegue ser; aquele que consegue ser consegue fazer; aquele que consegue fazer é.

 

A livre vontade é a função do Mestre em nosso interior. A nossa vontade é a supremacia de um desejo sobre outro.

 

Um homem normal não tem nenhum Mestre. É governado ora pela mente, ora pelos sentimentos e ora pelo corpo. Freqüentemente, a ordem vem do aparelho automático, e ainda mais freqüentemente é governado pelo centro sexual. A Vontade efetiva só pode ser quando um 'Eu' governa – quando há um Mestre na Casa.

 

A Humanidade é a extremidade nervosa da Terra com que as vibrações planetárias são recebidas para transmissão.

 

Tudo no Universo tem um lugar em uma escala.

 

 

 

 

Nenhuma energia é jamais perdida no esquema cósmico.

 

A partir do Período em que o homem começou a viver na Terra – a época de Adão – começou a ser formado dentro dele, com a ajuda de Deus, da Natureza e de todos os seus arredores um órgão cuja função é a consciência. Cada homem tem este órgão, e quem quer que seja guiado por ele vive automaticamente de acordo com os mandamentos de Deus. Se as nossas consciências estivessem limpas, e não enterradas, não haveria nenhuma necessidade de falar sobre a moralidade, porque, conscientemente ou inconscientemente, todos se comportariam de acordo com os mandamentos de Deus. Infelizmente, a consciência está coberta por um tipo de crosta que só pode ser perfurada pelo sofrimento intenso. Então, a consciência fala. Mas, após algum tempo, o homem se acalma, e mais uma vez este órgão é coberto e enterrado.

 

O objetivo do homem deve ser a moralidade interior.

 

Ser justo no momento da ação é cem vezes mais valioso do que ser justo depois.

 

Até que um homem se descubra a si próprio, ele continuará cego e não poderá Ver.

 

Nós temos anjos bons e maus. Os anjos bons trabalham através da nossa natureza voluntária, ativa; os maus através da nossa natureza passiva.

 

O Senhor Amor-próprio e a Madame Vaidade são os dois agentes principais do diabo.

 

Não seja afetado por estranhos. Eles, em si, são inofensivos; somos nós que nos permitimos ser feridos por eles.

 

Toda a vida é matemática.

 

 

 

 

O homem se esquece de si mesmo sem cessar. Sua impotência em se lembrar de si é um dos traços mais característicos de seu ser e a verdadeira causa de todo o seu comportamento... Vocês se esquecem sempre de si mesmos; vocês nunca se lembram de si mesmos. Vocês não sentem a si mesmos; vocês não são conscientes de si mesmos. Em vocês, isto observa ou então isto fala, isto pensa, isto ri. Vocês não sentem: sou eu quem observa – eu observo, eu noto, eu vejo. Tudo se observa sozinho, se vê sozinho... Para chegar a observar verdadeiramente, é necessário, antes de tudo, lembrar-se de si mesmo.

 

Uma das características fundamentais da atitude do homem para consigo mesmo e para com os que o rodeiam é sua constante identificação com tudo o que prende sua atenção – seus pensamentos, seus desejos, sua imaginação. A identificação é um traço tão comum que, na tarefa da observação de si, é difícil separá-la do resto. O homem está sempre em estado de identificação; apenas muda o objeto de sua identificação.

 

Para aprender a não se identificar, o homem deve, antes de tudo, não se identificar consigo mesmo, não chamar a si mesmo de 'eu', sempre e em todas as coisas. Deve se lembrar de que existem dois nele, que há ele mesmo, isto é, um 'Eu' (o verdadeiro ser, o observador) e o outro (a máscara, o falso eu), com quem deve lutar e a quem deverá vencer, se quiser alcançar alguma coisa. Enquanto um homem se identifica ou é suscetível de se identificar, é escravo de tudo o que lhe pode acontecer. A liberdade significa, antes de tudo, libertar-se da identificação.

 

Temos duas vidas, uma interior e outra exterior; por conseguinte, temos duas espécies de consideração. Nós 'consideramos' constantemente. Uma pessoa me olha. Interiormente, sinto antipatia por ela... Exteriormente sou cortês. Sou forçado a ser cortês, pois preciso dela. Isto é consideração exterior. Agora ela diz que sou um imbecil. Isto me enfurece. O fato de estar enfurecido é um resultado, mas o que se passa em mim é proveniente da consideração interior.

 

O homem, bem no seu íntimo, 'exige' que todo mundo o tome por alguém notável, a quem todos deveriam constantemente testemunhar respeito, estima e admiração por sua inteligência, por sua beleza, por sua habilidade, por seu humor, por sua presença de espírito, por sua originalidade e por todas as suas outras qualidades. Essas 'exigências', por sua vez, baseiam-se na noção completamente fantasiosa que as pessoas têm de si mesmas, o que acontece com muita freqüência, mesmo com pessoas de aparência muito modesta.

 

O homem, às vezes, se perde em pensamentos obsessivos, que voltam e tornam a voltar em relação ao mesmo objeto, às mesmas coisas desagradáveis que imagina, e que não apenas não ocorrerão, mas, de fato, não podem ocorrer. Estes pressentimentos de aborrecimentos, doença, perdas e situações embaraçosas se apoderam muitas vezes de um homem a tal ponto, que assumem a forma de sonhos despertos. As pessoas deixam de ver e de ouvir o que realmente acontece, e, se alguém conseguir provar a elas, num caso preciso, que seus pressentimentos e medos são infundados, elas chegam a sentir certa decepção, como se tivessem sido frustradas de uma perspectiva agradável...

 

Existem duas classes de sofrimento1: consciente e inconsciente. Somente um tolo sofre inconscientemente. Na vida, existem dois rios, duas direções. No primeiro rio, a lei é somente para o rio, não para as gotas d'água. Nós somos as gotas. Em um momento, uma gota está na superfície; em um outro momento está no fundo. O sofrimento depende da sua posição. No primeiro rio, o sofrimento é completamente inútil, porque é acidental e inconsciente. Paralelo a esse rio, há um outro. Neste outro rio, existe outra classe de sofrimento. A gota do primeiro rio tem a possibilidade de passar ao segundo. 'Hoje' a gota sofre porque 'ontem' não sofreu o suficiente. Aqui opera a Lei da Retribuição [ou Lei da Compensação]. A gota também pode sofrer por antecipação, tarde ou cedo tudo [educativamente] se compensa. Para o Cosmo, o tempo não existe. O sofrimento pode ser voluntário e somente o sofrimento voluntário tem valor. A gente pode sofrer simplesmente porque se sente infeliz. Ou pode sofrer por 'ontem' para se preparar e para o 'amanhã'. Repito: somente o sofrimento voluntário tem valor.

 

Há duas espécies de amor. Um é o amor escravo; o outro deve ser adquirido pelo Trabalho sobre si. O primeiro não tem valor algum; só o segundo, o amor que é fruto de um Trabalho interno, tem valor. É o amor de que todas as religiões falam. Se você amar, quando 'isso' [a máscara] ama, esse amor não depende de você e não haverá nenhum mérito nisso. É o que chamamos 'amor de escravo'. Você ama até mesmo quando não deveria amar. As circunstâncias fazem com que você ame mecanicamente.

 

'Dever' e 'não dever' são problemas difíceis. Em outras palavras: é difícil compreender quando um homem realmente 'deve' e quando 'não deve' [fazer algo].

 

O conhecimento de si mesmo exige um longo Trabalho interior de auto-observação, para distinguir o que é real do que não é real em nós.

 

A esperança inquebrantável é força. A esperança mesclada de dúvida é covardia. A esperança mesclada de temor é fraqueza.

 

Se quiser, poderá. Sem querer, nunca poderá... Com um querer consciente tudo se consegue.

 

Existem, de fato, mentes inquiridoras que anseiam pela Unidade do Coração, que A buscam, empenham-se para resolver os problemas colocados pela vida, tentam penetrar na essência das coisas e dos fenômenos e adentrar em si mesmos. Se um homem raciocina e pensa de forma mais consistente, independentemente do caminho que ele siga para a solução desses problemas, inevitavelmente ele deve regressar a si mesmo e começar com a solução do problema do que ele mesmo é e qual é o seu lugar no mundo à sua volta.

 

Vale mais ser temporariamente um egoísta do que nunca ser justo.

 

Trate de compreender que aquilo que você tem o hábito de chamar de 'eu' não é eu; há muitos 'eus', e cada 'eu' tem seu desejo próprio. Tente fazer você mesmo a experiência disto. Você quer mudar, mas que parte de você deseja isto? A sinceridade é a chave que abre a porta pela qual verá suas partes separadas, e aquilo que você verá então será inteiramente novo. Deve persistir em suas tentativas de ser sincero. Cada dia você põe uma máscara; deve tirá-las aos poucos.

 

Só ajude aquele que não é um ocioso.

 

Se você tem consciência que isso é um mal, e, apesar de tudo, o faz, comete um pecado difícil de redimir.

 

Se vocês ajudarem os outros, serão ajudados, talvez amanhã, talvez em cem anos, mas serão ajudados. A Natureza deve compensar a dívida. Isto é uma lei matemática; e toda a vida é matemática.

 

Se quiser aprender a amar, comece pelos animais; eles são mais sensíveis.

 

Para o homem, a mais alta realização é ser capaz de fazer. Lembre-se de você mesmo, sempre e em toda parte.

 

O verdadeiro sinal de que um homem é bom é ele amar seu pai e sua mãe.

 

Não julgue um homem pelo que falam dele.

 

Junte a compreensão do Oriente e o saber do Ocidente, e, em seguida, busque.

 

Ensinando aos outros, você mesmo aprenderá.

 

Aqui não há russos, nem ingleses, nem judeus, nem cristãos. Há somente homens que perseguem a mesma meta: tornarem-se capazes de ser.

 

No ritmo de certas danças, nos precisos movimentos e nas combinações dos bailarinos, certas leis são atualizadas. A estas danças chamou-se-lhes sagradas. Durante as minhas freqüentes viagens pelo Oriente, vi danças deste tipo executadas durante a realização de ritos sagrados em antigos templos.

 

Eu tenho couro muito bom para vender a quem quer fazer seus próprios sapatos.

 

Eu ensino que quando chove, as calçadas ficam molhadas.

 

Os esforços obligolnianos do ser consistem nos seguintes cinco esforços: o primeiro esforço é ter na sua existência-de-ser ordinária tudo que satisfaça e seja realmente necessário para seus corpos planetários; o segundo esforço é ter a necessidade instintiva constante e incontinente de perfeição de si mesmo no sentido de ser; o terceiro esforço é conscientemente procurar conhecer cada vez mais tudo o que concerna às leis de criação e de manutenção do Universo; o quarto esforço é, desde o início de sua existência, pagar por sua emergência e por sua individualidade tão rápido quanto possível, a fim de, depois estar livre, poder atenuar, tanto quanto possível, a Aflição de nosso Pai Comum; e o quinto esforço é procurar sempre assistir o mais rápido aperfeiçoamento de outros seres, tanto aqueles similares a si mesmo como os de outras formas, até o grau de 'Marfotai' sagrado, ou seja, até o grau de individualidade de si mesmo.

 

Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que realmente vale como principal.

 

 

 

Vinte Regras de Vida

 

 

I) Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita estas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

II) Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

III) Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.

IV) Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

V) Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isto lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.

VI) Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.

VII) Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.

VIII) Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

IX) Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida.

X) Evite se envolver na ansiedade e em tensões alheias enquanto há ansiedade e tensão. Espere um pouco, e depois retome o diálogo, a ação.

XI) Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.

XII) Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.

XIII) É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.

XIV) Saiba a hora certa de sair de cena, de se retirar do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

XV) Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

XVI) Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo… para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

XVII) A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

XVIII) Uma hora de intenso prazer substitui com folga três horas de sono perdido. O prazer recompõe mais do que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de se divertir.

XIX) Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé!

XX) E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você será o que se fizer ser!


 


Se um homem pudesse entender todo o horror das vidas das pessoas comuns que estão dando voltas num círculo de interesses insignificantes e insignificantes objetivos, se pudesse entender o que elas estão perdendo, compreenderia que só pode haver uma coisa importante para ele: escapar da lei geral, ser livre. O que pode ser mais importante para um homem que está na prisão e foi condenado à morte? Somente uma coisa: como se salvar, como escapar; nada mais é importante.

 

Durma pouco sem se queixar.

 

Breve diálogo:

Boris Mouravieff: — G, qual é a origem de seu ensinamento esotérico?

G: — Talvez eu o tenha roubado.

 

Conhece-te a ti mesmo. Nada de exagero. Verifica tudo por ti mesmo.

 

Todo o mal, todo o crime, todo o auto-sacrifício, todos os atos heróicos e todas as ações da vida normal são controlados pela Lua.

 

Quanto piores as condições de vida melhores serão os resultados do Trabalho — contanto que nos lembremos continuamente do Trabalho.

 

Lembre-se de que você veio e está aqui porque compreendeu a necessidade de lutar contra si mesmo. Agradeça, portanto, a quem lhe proporcione a ocasião para isto.

 

Saiba que esta casa só pode ser útil aos que... crêem na possibilidade de mudar.

 

Julgue os outros conforme o que você é. Assim, você raramente se enganará.

 

Respeite todas as religiões.

 

Só aquele que puder zelar pelo bem dos outros merecerá seu próprio bem.

 

Só o sofrimento consciente tem sentido.

 

O Trabalho não é um fim em si mesmo. É apenas um meio.

 

Só pode ser justo quem sabe se pôr no lugar dos outros.

 

As leis fundamentais das tríades e das oitavas penetram todas as coisas e devem ser estudadas simultaneamente no homem e no Universo.

 

 

 

 

O homem é, para si mesmo, um objeto de estudo e de ciência mais próximo e mais acessível do que o mundo dos fenômenos que lhe são exteriores. Por conseguinte, esforçando-se por atingir o conhecimento do Universo, o homem deverá começar por estudar em si mesmo as leis fundamentais do Universo.

 

Se alguém imagina poder seguir o caminho do conhecimento de si guiado por uma ciência exata em todos os pormenores, ou se espera adquirir tal ciência antes de se ter dado o trabalho de assimilar as diretrizes que recebeu no que concerne a seu próprio Trabalho, engana-se; deve compreender, antes de tudo, que nunca chegará à Ciência antes de ter feito os esforços necessários, e que somente seu Trabalho sobre si mesmo permitirá atingir o que busca. Ninguém poderá lhe dar o que ele ainda não possui; ninguém poderá fazer por ele o trabalho que ele deve fazer por si. Tudo o que outro pode fazer por ele é estimulá-lo a trabalhar e, deste ponto de vista, o símbolo compreendido como deve ser desempenha o papel de um estimulante em relação à Ciência.

 

Se você não é um, se você tiver mais de uma personalidade, como pode prometer alguma coisa? Se você está dividido, não pode fazer uma promessa!

 

Aquele que tiver se libertado da 'doença do amanhã' terá uma chance de obter o que veio procurar aqui.

 

O repouso não depende da quantidade, mas da qualidade do sono.

 

Os homens comuns nunca experienciam o verdadeiro sofrimento e a verdadeira tristeza, pois eles vivem vidas mecânicas e rotineiras, e seus problemas são rotineiros, automáticos e inescapáveis. Mas um homem que, por vontade própria, assumiu a extraordinária e desnecessária sobrecarga do trabalho, somente ele sabe o sabor da verdadeira tristeza e dos males do coração, pois ele sofrerá a dor e as pressões que a vida comumente não requer.

 

A energia gasta para um trabalho interior ativo se transforma imediatamente em nova reserva. A que é gasta para um trabalho passivo se perde para sempre.

 

O aparecimento na Terra de uma raça de seres humanos é um evento crucial para a vida do Universo. O ato de ser humano é um estágio necessário e importante na evolução de um planeta... E ainda mais importante para vocês, na evolução pessoal do Ser. Isto nos permite participar ativamente na auto-evolução, pela fusão dos sub-centros emocional, intelectual e motor de uma única "presença unificada" através do processo de sofrimento intencional; permite-nos nos aperfeiçoarmos através de trabalhos e labutas conscientes para obtermos a cristalização da alma através do processo de coleta e concentração das substâncias de nível superior através da transformação das substâncias que temos acesso atualmente. Ser "humano" é uma satisfação que não é possível em nenhuma outra forma. Seres humanos têm a propriedade única de serem potencialmente capazes de fazer os esforços conscientes especiais necessários para ajudar na causa do Absoluto.

 

O período de vida da psique dura apenas o quanto cada "máscara" ou "postura" é assumida pelo organismo... e é, geralmente, de cerca de 15 segundos. Isto não é suficiente para conseguirmos fazer nada, muito menos relativamente aos processos de coleta das substâncias de ordem superior e o seu aperfeiçoamento e cristalização em uma alma real. A "Essência" foi feita para experimentar a vida em uma cadeia ininterrupta de consciência, sem levar em conta a situação, estados ou condições orgânicas. Desta forma, fomos feitos para experimentar o movimento de uma formação da psique para outra sem perdermos o fio de condução da consciência.

 

Os Mestres e Profetas se manifestaram não para salvar os outros, mas para lhes mostrar como conseguir suas próprias redenções. Podemos viver o tempo suficiente para conseguir a redenção somente se formos capazes de suportar a jornada através do abismo que existe entre o eu exterior, a personalidade, e o Eu Profundo – a Essência.

 

Para que o homem possa alcançar o estágio no qual ele será um homem sem nenhum tipo de "aspas", tudo deverá estar certo; todas as condições deverão ser justas e corretas. Isto é impossível enquanto o homem não funcionar de acordo com o seu potencial total.

 

 

 

 

Um dos melhores meios de despertar o desejo de Trabalhar sobre si mesmo é tomar consciência de que poderemos morrer de uma hora para outra. É preciso aprender a não esquecer isto.

 

O amor consciente desperta o mesmo em resposta. O amor emocional provoca o contrário. O amor físico depende do tipo e da polaridade.

 

A fé consciente é liberdade. A fé emocional é escravidão. A fé mecânica é estupidez.

 

O Primeiro Sacrifício – o Sacrifício da Paz da Mente – não pode ser feito pelo homem ordinário... É por isto que este Sacrifício recebe um número zero (0). O Sacrifício da Paz na Mente... permite a possibilidade de transformação. No diagrama de certos processos alquímicos, usualmente é mostrada uma caverna na qual o experimentador está entrando. Espera-se que ele siga todo o caminho até a outra saída da caverna. Esta caverna é também chamada 'O Labirinto'. Nós a chamamos de 'Corredor da Loucura'. É o período durante o qual a psique é devorada pela essência – quando as impressões armazenadas nos falsos centros são transferidas para os centros reais da Essência. Depois disto, a Essência emerge como uma força ativa, ao invés de passiva, controlando o organismo.

 

Devemos ser honestos conosco mesmos e sermos capazes de nos observar de forma imparcial.

 

Sua devoção, seus esforços e seus sacrifícios constantes e infatigáveis para o bem comum seguirão desapercebidos no céu e na Terra. Você não deve realizar estas obrigações com a expectativa de recompensa ou de mérito. O Trabalho é a própria recompensa daqueles com consciência. No Trabalho, uma pessoa recebe sua recompensa no momento em que se torna ação e está presente. A Humanidade não se importa com seus esforços e, de fato, não fará nada para ajudá-lo em desempenhá-los, mas, certamente, através da ignorância e do medo, tentará destruí-lo e ao seu esforço. Mesmo esta reação, quando e se ocorrer, deve se transformar em alimento para o seu ser. Deve ser compreendida e aceita.

 

De maneira geral, não somos nada mais que hábitos... Não é possível 'cair acidentalmente' na Senda da Luta, como muitos desejam acreditar.

 

Devemos viver uma vida austera, disciplinada e limpa... No andar, no respirar, no comer, no acordar e no dormir somos responsáveis pela regulação e pela manifestação do corpo e da mente.

 

A pessoa deve suportar tudo e a todos em silêncio. Não há melhor método de Iniciação do que este esforço.

 

Uma vez que a primeira barreira foi vencida, uma pessoa não poderá retornar à vida ordinária, mesmo se desejar fazer isto, porque, agora, algo novo está ocupando o espaço antigo.

 

Será que, um dia, seremos capazes de meditar sobre as nossas presunções e as nossas afirmações de personalidade que, internamente, sabemos ser falsas? Devemos procurar meditar honesta e profundamente sobre a nossa estrutura mental particular, sobre as nossas tendências, sobre as nossas limitações, sobre os nossos desejos, sobre a nossa tirania e sobre as nossas potencialidades.

 

 

 

 

Como é possível sacrificar os desejos sem ter primeiramente sacrificado os confortos? Somente após termos feito isto é que o segundo sacrifício se tornará possível.

 

No Sacrifício dos Desejos, temos de nos tornar a última de todas as coisas, fazendo esforços contínuos para realizar tarefas sem ressentimentos, sem agitação interna e, particularmente, sem orgulho do Serviço. O orgulho do Serviço é, sem dúvida alguma, a armadilha potencial mais insidiosa deste nível e uma daquelas que, se não estivermos alertas contra ela com uma atenção reduplicada, nos destinará a continuar a fazer este Sacrifício por um longo período de tempo.

 

A pessoa deverá estar pronta a oferecer ajuda a quem esteja pronto a recebê-la; mas não deve impor a liberdade a aqueles que amam sua escravidão.

 

Existem três principais linhas de trabalho para o iniciante que podem armazenar uma grande quantidade de material de trabalho para mais tarde, quando o indivíduo se torna capaz de fazer mudanças no seu mundo interno. Primeira: a pessoa deverá aprender a aceitar manifestações desagradáveis originárias de outrem e do meio ambiente, sem se tornar nem interna nem externamente agitada ou ressentida. Isto provê um material real e útil para estimular as chamas do Fogo Purificador que fundem os centros em uma entidade unificada. Segunda: a pessoa poderá realizar suas tarefas diárias com uma atenção extrema e poderosa. Desta forma, ela produz os materiais para um trabalho posterior de auto-observação e constrói a base de exercícios internos que podem ser adicionados à tarefa ordinária. Terceira: a pessoa poderá aprender a superar os limites ordinários do organismo, da mente, das crenças e das atitudes. Assim, estimula os centros ordinários de gravidade, por onde orbita a personalidade, a procurar novas fontes de energia, de tal sorte a tentar obter energia do Centro de Força, que, em circunstâncias ordinárias, não está em ação.

 

Mesmo que uma determinada mudança seja apenas temporária, ela poderá ser o catalisador para dar o impulso necessário para mudanças efetivas, ou seja, para desencadear um processo de ativação e de vivificação da Essência.

 

 

 

 

O homem é um protótipo2 das Leis Universais. Nele há a evolução, a involução, o esforço entre o positivo e o negativo, o progresso e o retrocesso, o ativo e o passivo, o sim e o não, o bem e o mal.

 

A pessoa que modificou sua vida ordinária transcendeu a tudo que torna o mundo poderosamente atraente para ela. Pode-se dizer que, então, o mundo não tem mais a autoridade de dominar a Essência. O mundo perde seu poder de fascínio.

 

Precisamos compreender que a Essência não tem nenhuma possibilidade de formular um objetivo. Somente ao concebermos um objetivo é que se torna possível se formar um 'centro magnético temporário'.

 

Os Corpos Superiores devem passar por três estágios de formação: fusão, aperfeiçoamento e cristalização. Se os sais do novo corpo superior se formarem de maneira incorreta, o corpo superior se fragmenta e – através de grande sofrimento – terá de ser reconstruído a partir do início.

 

Enquanto estivermos no interior do campo magnético do Amor Puro nós nos tornamos e somos o próprio Amor. Desta maneira, o Amor jamais poderá ser experimentado em si próprio como uma força com existência independente.

 

Aquele que respirar a Verdade irá descortiná-la na Verdade, enquanto que aquele que a ouve com os desejos da sua alma animal irá apenas ouvir o seu próprio condicionamento.

 

O sono é regenerador. A culpa não deverá estar associada com ele. O sono prolongado não é costume dos sábios. O sono tem por função prover energia para o Trabalho no Santuário.

 

Não existe nenhuma aquisição permanente e eterna obtida de forma ordinária.

 

Até que uma pessoa seja realmente capaz de ajudar os demais não poderá esperar atingir a Real Benevolência. Portanto, apenas a compaixão não é suficiente; a pessoa deverá transformar a compaixão em misericórdia.

 

Cada um deverá se esforçar para ultrapassar a barreira do sentimentalismo, de sorte a atuar no campo da justiça imparcial.

 

Somos o produto de um processo evolutivo de milhões e milhões de anos, no qual cada etapa foi conquistada a partir da extinção da anterior. Nossa história biológica nos conta a infinidade de indivíduos que pereceram antes de nós meramente por estarem menos aptos a exercer o seu direito à vida. Por que deverá uma pessoa considerar que com ela, apenas, as coisas deverão ser diferentes? A vida é um bem perecível, algo que, como a água, nos foge por entre os dedos por mais que tentemos segurá-la... A vida é o túnel que conduz à extinção do ser, a ausência absoluta de oportunidades para evoluir. A realidade da vida, tal como a conhecemos normalmente, nada mais é do que um sono – um ensaio para a morte... O Trabalho é a vida dedicada à luta para se evitar este final obsceno... Seremos nós, afinal, meros espectadores de uma tragicomédia, que ao seu final, ao cerrar das cortinas, tem como resultado final um teatro vazio ou seremos nós os guerreiros de uma tenacidade inigualável, que permitirá que o obscuro teatro da vida se transforme em um cenário universal no qual de simples espectadores passemos a atores? Uma pessoa que assumiu a elegância de um guerreiro deve, como tal, conhecer as propostas básicas do guerreiro. Primeiro, deve se levantar como um guerreiro, alerta, pronta para enfrentar qualquer que seja o desafio, sem se preocupar com as coisas rotineiras e 'normais' que meramente a colocam na posição de espectador. Segundo, deverá ter sempre em mente que um guerreiro estará sempre pronto a se defender com todos os meios que tem à mão, no sentido de sobrepujar as suas dificuldades e os seus adversários. Terceiro, deverá compreender suficientemente o Trabalho para que esteja sempre disposta a sacrificar a sua própria vida, se isto lhe for solicitado. Um guerreiro sem uma Causa não pode verdadeiramente ser chamado de guerreiro; será, no máximo, um mercenário.3

 

 

 

 

É a partir do momento atual que são forjadas as oportunidades do futuro e sanados os erros do passado... Uma pessoa que assume a total responsabilidade sobre si mesma, ao decidir se tornar um guerreiro, tem de compreender que toda a vida é sagrada, porque, em si mesma, cada vida, por mais elementar que pareça aos nossos olhos, é um milagre que, em princípio, é contraposto ao caos, à entropia. Cada vida representa sempre um conjunto de oportunidades evolutivas, e ninguém tem o direito de negar uma única oportunidade para esta vida.

 

Ao homem é dado um número limitado de experiências. Se ele não as desperdiçar, prolongará sua vida.

 

A Última Tentação parecerá ser a mais árdua de todas de ser vencida!

 

 

 

 

 

 

 

Meu Aforismo Trovado

 

 

 

Em todos nós, há um Santo Silêncio

que fala quando nos pomos em silêncio.

São as colores, as miçangas e os ruídos

que nos deixam cegos, surdos e mudos.

 

E assim, muitos amam sua escravidão

e vivem na mais nauseabunda sujeição.

Podemos ajudar, sim; jamais interferir.

Não devemos adicionar nem subtrair.

 

De repente, o Santo Silêncio falará,

e tudo, então, efetivamente, mudará.

Até lá, para todos nós, escuridão...

Não... Crucificação... Obsecração...

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Segundo Maurice Nicoll, na obra Comentarios Psicologicos Sobre las Enseñanzas de Gurdjieff y Ouspensky, volume IV, em um livro gnóstico atribuído a João que não foi incluído no Novo Testamento, há a seguinte afirmação: Se tivesses aprendido a sofrer, terias o poder de não sofrer. Aprende, pois, a sofrer, e terás o poder de não sofrer.

2. Uma versão para ser testada e aperfeiçoada.

3. Raças-raízes, segundo a Teosofia, são as Raças que evoluem em uma Ronda de um Globo. Em cada Ronda evoluem sete Raças-raízes, e cada Raça-raiz produz sete sub-raças, que são ramos derivados da Raça-raiz. Na atual Ronda terrestre, já se desenvolveram as seguintes cinco Raças-raízes em nosso globo: 1ª) Nascidos por Si Mesmos ou Sem Mente: esta Raça teria aparecido há 300 milhões de anos e vivido em um continente que Blavatsky chamou de A Ilha Sagrada e Imperecível. Os homens desta Raça eram imensos e não possuíam nem corpo físico (pois eram seres etéreos) nem mente. A reprodução ocorria por cissiparidade (algo semelhante ao que ocorre com as amebas). Como esta Raça não era mortal, ela não desapareceu, apenas se converteu na próxima, os Nascidos do Suor; 2ª) Nascidos do Suor ou Sem Ossos: esta Raça teria vivido em um continente chamado Hiperbóreo. Nesta Raça, apareceu um rudimento de mente, no entanto, ainda não havia uma ponte entre Espírito e matéria para a mentalidade. Ao final do seu período de evolução, esta Raça se converteu na seguinte, a Raça dos Nascidos do Ovo. As duas primeiras Raças são chamadas de Raças Semidivinas; 3ª) Nascidos do Ovo ou Raça Lemuriana: esta Raça teria vivido em um continente chamado Lemúria. Os componentes desta Raça eram inicialmente hermafroditas, isto é, reproduziam-se por meio de um ovo que se desprendia do corpo. Esta Raça passou por grandes transformações durante o seu período evolutivo, e, ao final, o homem lemuriano se tornou mortal, consolidando-se o corpo físico e a reprodução sexuada como se conhece hoje. Esta Raça desapareceu e se converteu na Raça Atlante; 4ª) Raça Atlante: esta Raça contemplou os gigantes que viveram há 18 milhões de anos em um continente conhecido por Atlântida. Seriam os primeiros que podem ser conseqüentemente chamados de homens. A Raça Atlante representa o ponto mediano da evolução nesta atual Ronda. A Atlântida, assim como os seus habitantes, teria sido destruída por um cataclismo. Os sobreviventes deste cataclismo fundaram a subseqüente Raça-raiz, a Ariana; e 5ª) Raça Ariana: esta é a atual Raça-raiz, que, segundo Blavatsky, existe há cerca de um milhão de anos. Para Blavatsky, nesta Ronda, ainda surgirão mais duas Raças-raízes, quando, então, a atual Ronda chegará ao seu fim. São elas: Sexta Raça-raiz, mais desenvolvida do que a quinta, pois se efetivará a integração da personalidade, e Sétima Raça-raiz, mais desenvolvida do que a sexta, pois constituirá um todo homogêneo (7 1). Seja como for, se o Verbum Dimissum et Inenarrabile não cantasse sua Música ininterruptamente, nada disto poderia ter acontecido ou poderia vir a acontecer. Tanto no Universo metafísico quanto no Universo físico tudo é Sete, que se desdobra em Quarenta e Nove, que, por sua vez, se desdobra em Trezentos e Quarenta e Três. 343 3 + 4 + 3 = 10 —› 1

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7as-raiz

http://otrabalhodoscentros.no.sapo.pt
/intro_potencial/dizeres.htm

http://www.math.uh.edu/~chaos/fractal.html

http://br.librosintinta.com/gurdjieff/pdf/

http://www.ogrupo.org.br/fotos-eneagrama.asp

http://www.escolaeneagrama.com.br/
eneagrama_site/scripts/publieneagrama_cap1.asp

http://www.oshobrasil.com.br/
conexaotoque60.htm

http://www.riomultidancas.com.br/02d.htm

http://www.sidneyrezende.com/

http://christianrocha.wordpress.com/
2005/01/08/aforismos-de-gurdjieff/

http://www.reocities.com/
Athens/3600/pindex.html

http://www.gnostica.org.br/a-
origem-gnostica-da-obra-de-gurdjieff/

http://br.answers.yahoo.com/question/
index?qid=20061011154252AAECkh6

http://www.cirilovelosomoraes.com.br/
2008/06/30/tese-de-gurdjieff-regras-de-vida/

http://www.pensador.info/autor/Gurdjieff/

http://www.sophia

http://www.gurdjieff.org.uk/gs8por.htm

http://www.ronaud.com/
frases-pensamentos-citacoes-de/gurdjieff

http://www.sofadasala.com/
pesquisa/gurdjieff01.htm

http://www.gnosisonline.org/Psicologia_Gnostica/
Carta_aberta_aos_seguidores_de_Gurdjieff.shtml

http://www.gurdjieff.org/

http://www.comentarium.com.br/frame.jsp?
url=www.ogrupo.org.br&url_id=14849

http://pt.wikipedia.org/wiki/P._D._Ouspensky

http://pt.wikipedia.org/

 

Fundo musical:

The Trembling Dervish (Gurdjieff)

Fonte:

http://www.vom.com/sweetsteve/music.htm