A
alma
é um luxo.
É necessário compreender
que o Eneagrama é um símbolo universal. Qualquer ciência
tem seu lugar no Eneagrama e pode ser interpretada graças a ele.
E, sob este aspecto, é possível dizer que um homem só
conhece realmente, isto é, só compreende aquilo que é
capaz de situar no Eneagrama. O que não é capaz de situar
no Eneagrama, não compreende. Se um homem isolado no deserto traçasse
o Eneagrama na areia, nele poderia ler as leis eternas do Universo. E cada
vez aprenderia alguma coisa nova, alguma coisa que ignorava até então.
Palavras
ditas por Gurdjieff, em 1917, quando introduziu o Eneagrama a um grupo de
alunos em São Petersburgo: O Eneagrama é o movimento
perpétuo, é esse 'perpetuum mobile' que os homens buscaram
desde a mais remota Antigüidade, sempre em vão. E não
é difícil compreender por que não podiam encontrá-lo.
Buscavam fora de si o que estava dentro deles... A compreensão deste
símbolo e a capacidade de utilizá-lo dão ao homem um
poder muito grande. É o movimento perpétuo e também
é a Pedra Filosofal dos Alquimistas.
A
Ciência do Eneagrama foi mantida secreta durante muito tempo, e, se
agora, de certo modo, está sendo tornada acessível a todos,
é apenas sob uma forma incompleta e teórica, praticamente
inutilizável para quem não tenha sido instruído nessa
ciência por Alguém que a possua. Para ser compreendido, o Eneagrama
deve ser pensado como estando em movimento, como se movendo. Um Eneagrama
fixo é um símbolo morto; o símbolo vivo está
sempre em movimento.
Só
há um tipo da Magia: Fazer.
Aquele que consegue amar consegue
ser; aquele que consegue ser consegue fazer; aquele que consegue fazer é.
A livre vontade é a função
do Mestre em nosso interior. A nossa vontade é a supremacia de um
desejo sobre outro.
Um homem normal não tem nenhum
Mestre. É governado ora pela mente, ora pelos sentimentos e ora pelo
corpo. Freqüentemente, a ordem vem do aparelho automático, e
ainda mais freqüentemente é governado pelo centro sexual. A
Vontade efetiva só pode ser quando um 'Eu' governa – quando
há um Mestre na Casa.
A
Humanidade é a extremidade nervosa da Terra com que as vibrações
planetárias são recebidas para transmissão.
Tudo
no Universo tem um lugar em uma escala.
Nenhuma
energia é jamais perdida no esquema cósmico.
A partir do Período em que
o homem começou a viver na Terra – a época de Adão
– começou a ser formado dentro dele, com a ajuda de Deus, da
Natureza e de todos os seus arredores um órgão cuja função
é a consciência. Cada homem tem este órgão, e
quem quer que seja guiado por ele vive automaticamente de acordo com os
mandamentos de Deus. Se as nossas consciências estivessem limpas,
e não enterradas, não haveria nenhuma necessidade de falar
sobre a moralidade, porque, conscientemente ou inconscientemente, todos
se comportariam de acordo com os mandamentos de Deus. Infelizmente, a consciência
está coberta por um tipo de crosta que só pode ser perfurada
pelo sofrimento intenso. Então, a consciência fala. Mas, após
algum tempo, o homem se acalma, e mais uma vez este órgão
é coberto e enterrado.
O
objetivo do homem deve ser a moralidade interior.
Ser justo no momento da ação
é cem vezes mais valioso do que ser justo depois.
Até
que um homem se descubra a si próprio, ele continuará cego
e não poderá Ver.
Nós temos anjos bons e maus.
Os anjos bons trabalham através da nossa natureza voluntária,
ativa; os maus através da nossa natureza passiva.
O
Senhor Amor-próprio e a Madame Vaidade são os dois agentes
principais do diabo.
Não
seja afetado por estranhos. Eles, em si, são inofensivos; somos nós
que nos permitimos ser feridos por eles.
Toda
a vida é matemática.
O
homem se esquece de si mesmo sem cessar. Sua impotência em se lembrar
de si é um dos traços mais característicos de seu ser
e a verdadeira causa de todo o seu comportamento... Vocês se esquecem
sempre de si mesmos; vocês nunca se lembram de si mesmos. Vocês
não sentem a si mesmos; vocês não são conscientes
de si mesmos. Em vocês, isto observa ou então isto fala, isto
pensa, isto ri. Vocês não sentem: sou eu quem observa –
eu observo, eu noto, eu vejo. Tudo se observa sozinho, se vê sozinho...
Para chegar a observar verdadeiramente, é necessário, antes
de tudo, lembrar-se de si mesmo.
Uma
das características fundamentais da atitude do homem para consigo
mesmo e para com os que o rodeiam é sua constante identificação
com tudo o que prende sua atenção – seus pensamentos,
seus desejos, sua imaginação. A identificação
é um traço tão comum que, na tarefa da observação
de si, é difícil separá-la do resto. O homem está
sempre em estado de identificação; apenas muda o objeto de
sua identificação.
Para
aprender a não se identificar, o homem deve, antes de tudo, não
se identificar consigo mesmo, não chamar a si mesmo de 'eu', sempre
e em todas as coisas. Deve se lembrar de que existem dois nele, que há
ele mesmo, isto é, um 'Eu' (o verdadeiro ser, o observador) e o outro
(a máscara, o falso eu), com quem deve lutar e a quem deverá
vencer, se quiser alcançar alguma coisa. Enquanto um homem se identifica
ou é suscetível de se identificar, é escravo de tudo
o que lhe pode acontecer. A liberdade significa, antes de tudo, libertar-se
da identificação.
Temos
duas vidas, uma interior e outra exterior; por conseguinte, temos duas espécies
de consideração. Nós 'consideramos' constantemente.
Uma pessoa me olha. Interiormente, sinto antipatia por ela... Exteriormente
sou cortês. Sou forçado a ser cortês, pois preciso dela.
Isto é consideração exterior. Agora ela diz que sou
um imbecil. Isto me enfurece. O fato de estar enfurecido é um resultado,
mas o que se passa em mim é proveniente da consideração
interior.
O
homem, bem no seu íntimo, 'exige' que todo mundo o tome por alguém
notável, a quem todos deveriam constantemente testemunhar respeito,
estima e admiração por sua inteligência, por sua beleza,
por sua habilidade, por seu humor, por sua presença de espírito,
por sua originalidade e por todas as suas outras qualidades. Essas 'exigências',
por sua vez, baseiam-se na noção completamente fantasiosa
que as pessoas têm de si mesmas, o que acontece com muita freqüência,
mesmo com pessoas de aparência muito modesta.
O
homem, às vezes, se perde em pensamentos obsessivos, que voltam e
tornam a voltar em relação ao mesmo objeto, às mesmas
coisas desagradáveis que imagina, e que não apenas não
ocorrerão, mas, de fato, não podem ocorrer. Estes pressentimentos
de aborrecimentos, doença, perdas e situações embaraçosas
se apoderam muitas vezes de um homem a tal ponto, que assumem a forma de
sonhos despertos. As pessoas deixam de ver e de ouvir o que realmente acontece,
e, se alguém conseguir provar a elas, num caso preciso, que seus
pressentimentos e medos são infundados, elas chegam a sentir certa
decepção, como se tivessem sido frustradas de uma perspectiva
agradável...
Existem
duas classes de sofrimento1:
consciente e inconsciente. Somente um tolo sofre inconscientemente. Na vida,
existem dois rios, duas direções. No primeiro rio, a lei é
somente para o rio, não para as gotas d'água. Nós somos
as gotas. Em um momento, uma gota está na superfície; em um
outro momento está no fundo. O sofrimento depende da sua posição.
No primeiro rio, o sofrimento é completamente inútil, porque
é acidental e inconsciente. Paralelo a esse rio, há um outro.
Neste outro rio, existe outra classe de sofrimento. A gota do primeiro rio
tem a possibilidade de passar ao segundo. 'Hoje' a gota sofre porque 'ontem'
não sofreu o suficiente. Aqui opera a Lei da Retribuição
[ou Lei da
Compensação].
A gota também pode sofrer por antecipação, tarde ou
cedo tudo [educativamente]
se compensa. Para o Cosmo, o tempo não existe. O sofrimento pode
ser voluntário e somente o sofrimento voluntário tem valor.
A gente pode sofrer simplesmente porque se sente infeliz. Ou pode sofrer
por 'ontem' para se preparar e para o 'amanhã'. Repito: somente o
sofrimento voluntário tem valor.
Há
duas espécies de amor. Um é o amor escravo; o outro deve ser
adquirido pelo Trabalho sobre si. O primeiro não tem valor algum;
só o segundo, o amor que é fruto de um Trabalho interno, tem
valor. É o amor de que todas as religiões falam. Se você
amar, quando 'isso' [a máscara]
ama, esse amor não depende de você e não haverá
nenhum mérito nisso. É o que chamamos 'amor de escravo'. Você
ama até mesmo quando não deveria amar. As circunstâncias
fazem com que você ame mecanicamente.
'Dever'
e 'não dever' são problemas difíceis. Em outras palavras:
é difícil compreender quando um homem realmente 'deve' e quando
'não deve' [fazer
algo].
O
conhecimento de si mesmo exige um longo Trabalho interior de auto-observação,
para distinguir o que é real do que não é real em nós.
A
esperança inquebrantável é força. A esperança
mesclada de dúvida é covardia. A esperança mesclada
de temor é fraqueza.
Se
quiser, poderá. Sem querer, nunca poderá... Com um querer
consciente tudo se consegue.
Existem,
de fato, mentes inquiridoras que anseiam pela Unidade do Coração,
que A buscam, empenham-se para resolver os problemas colocados pela vida,
tentam penetrar na essência das coisas e dos fenômenos e adentrar
em si mesmos. Se um homem raciocina e pensa de forma mais consistente, independentemente
do caminho que ele siga para a solução desses problemas, inevitavelmente
ele deve regressar a si mesmo e começar com a solução
do problema do que ele mesmo é e qual é o seu lugar no mundo
à sua volta.
Vale
mais ser temporariamente um egoísta do que nunca ser justo.
Trate
de compreender que aquilo que você tem o hábito de chamar de
'eu' não é eu; há muitos 'eus', e cada 'eu' tem seu
desejo próprio. Tente fazer você mesmo a experiência
disto. Você quer mudar, mas que parte de você deseja isto? A
sinceridade é a chave que abre a porta pela qual verá suas
partes separadas, e aquilo que você verá então será
inteiramente novo. Deve persistir em suas tentativas de ser sincero. Cada
dia você põe uma máscara; deve tirá-las aos poucos.
Só
ajude aquele que não é um ocioso.
Se
você tem consciência que isso é um mal, e, apesar de
tudo, o faz, comete um pecado difícil de redimir.
Se
vocês ajudarem os outros, serão ajudados, talvez amanhã,
talvez em cem anos, mas serão ajudados. A Natureza deve compensar
a dívida. Isto é uma lei matemática; e toda a vida
é matemática.
Se
quiser aprender a amar, comece pelos animais; eles são mais sensíveis.
Para
o homem, a mais alta realização é ser capaz de fazer.
Lembre-se de você mesmo, sempre e em toda parte.
O
verdadeiro sinal de que um homem é bom é ele amar seu pai
e sua mãe.
Não
julgue um homem pelo que falam dele.
Junte
a compreensão do Oriente e o saber do Ocidente, e, em seguida, busque.
Ensinando
aos outros, você mesmo aprenderá.
Aqui
não há russos, nem ingleses, nem judeus, nem cristãos.
Há somente homens que perseguem a mesma meta: tornarem-se capazes
de ser.
No
ritmo de certas danças, nos precisos movimentos e nas combinações
dos bailarinos, certas leis são atualizadas. A estas danças
chamou-se-lhes sagradas. Durante as minhas freqüentes viagens pelo
Oriente, vi danças deste tipo executadas durante a realização
de ritos sagrados em antigos templos.
Eu
tenho couro muito bom para vender a quem quer fazer seus próprios
sapatos.
Eu
ensino que quando chove, as calçadas ficam molhadas.
Os
esforços obligolnianos do ser consistem nos seguintes cinco esforços:
o primeiro esforço é ter na sua existência-de-ser ordinária
tudo que satisfaça e seja realmente necessário para seus corpos
planetários; o segundo esforço é ter a necessidade
instintiva constante e incontinente de perfeição de si mesmo
no sentido de ser; o terceiro esforço é conscientemente procurar
conhecer cada vez mais tudo o que concerna às leis de criação
e de manutenção do Universo; o quarto esforço é,
desde o início de sua existência, pagar por sua emergência
e por sua individualidade tão rápido quanto possível,
a fim de, depois estar livre, poder atenuar, tanto quanto possível,
a Aflição de nosso Pai Comum; e o quinto esforço é
procurar sempre assistir o mais rápido aperfeiçoamento de
outros seres, tanto aqueles similares a si mesmo como os de outras formas,
até o grau de 'Marfotai' sagrado, ou seja, até o grau de individualidade
de si mesmo.
Uma
boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada
momento e daquilo que realmente vale como principal.
I)
Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho,
no máximo. Repita estas pausas na vida diária e
pense em você, analisando suas atitudes.
II)
Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que
magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.
III)
Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para
o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.
IV)
Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis
que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.
V)
Esqueça, de uma vez por todas, que você é
imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual.
Por mais que isto lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação,
a não ser você mesmo.
VI)
Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos.
Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre
de cerimônias.
VII)
Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso
de pedir às pessoas certas.
VIII)
Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os
porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço
mental precioso para coisas mais importantes.
IX)
Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer
e tomar banho, sem também achar que é o máximo
a se conseguir na vida.
X)
Evite se envolver na ansiedade e em tensões alheias enquanto
há ansiedade e tensão. Espere um pouco, e depois
retome o diálogo, a ação.
XI)
Família não é você, está junto
de você, compõe o seu mundo, mas não é
a sua própria identidade.
XII)
Entenda que princípios e convicções fechadas
podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.
XIII)
É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar
e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros.
Não adianta estar mais longe.
XIV)
Saiba a hora certa de sair de cena, de se retirar do palco, de
deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil
de uma saída discreta.
XV)
Não queira saber se falaram mal de você e nem se
atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com
reserva analítica, sem qualquer convencimento.
XVI)
Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo…
para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.
XVII)
A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe
firmeza, o que é muito diferente.
XVIII)
Uma hora de intenso prazer substitui com folga três horas
de sono perdido. O prazer recompõe mais do que o sono.
Logo, não perca uma oportunidade de se divertir.
XIX)
Não abandone suas três grandes e inabaláveis
amigas: a intuição, a inocência e a fé!
XX)
E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente:
você será o que se fizer ser!
|
Se um homem pudesse entender todo
o horror das vidas das pessoas comuns que estão dando voltas num
círculo de interesses insignificantes e insignificantes objetivos,
se pudesse entender o que elas estão perdendo, compreenderia que
só pode haver uma coisa importante para ele: escapar da lei geral,
ser livre. O que pode ser mais importante para um homem que está
na prisão e foi condenado à morte? Somente uma coisa: como
se salvar, como escapar; nada mais é importante.
Durma
pouco sem se queixar.
Breve
diálogo:
Boris
Mouravieff: — G, qual é a origem de seu ensinamento esotérico?
G: —
Talvez eu o tenha roubado.
Conhece-te
a ti mesmo. Nada de exagero. Verifica tudo por ti mesmo.
Todo
o mal, todo o crime, todo o auto-sacrifício, todos os atos heróicos
e todas as ações da vida normal são controlados pela
Lua.
Quanto
piores as condições de vida melhores serão os resultados
do Trabalho — contanto que nos lembremos continuamente do Trabalho.
Lembre-se
de que você veio e está aqui porque compreendeu a necessidade
de lutar contra si mesmo. Agradeça, portanto, a quem lhe proporcione
a ocasião para isto.
Saiba
que esta casa só pode ser útil aos que... crêem na possibilidade
de mudar.
Julgue
os outros conforme o que você é. Assim, você raramente
se enganará.
Respeite
todas as religiões.
Só
aquele que puder zelar pelo bem dos outros merecerá seu próprio
bem.
Só
o sofrimento consciente tem sentido.
O
Trabalho não é um fim em si mesmo. É apenas um meio.
Só
pode ser justo quem sabe se pôr no lugar dos outros.
As
leis fundamentais das tríades e das oitavas penetram todas as coisas
e devem ser estudadas simultaneamente no homem e no Universo.
O
homem é, para si mesmo, um objeto de estudo e de ciência mais
próximo e mais acessível do que o mundo dos fenômenos
que lhe são exteriores. Por conseguinte, esforçando-se por
atingir o conhecimento do Universo, o homem deverá começar
por estudar em si mesmo as leis fundamentais do Universo.
Se
alguém imagina poder seguir o caminho do conhecimento de si guiado
por uma ciência exata em todos os pormenores, ou se espera adquirir
tal ciência antes de se ter dado o trabalho de assimilar as diretrizes
que recebeu no que concerne a seu próprio Trabalho, engana-se; deve
compreender, antes de tudo, que nunca chegará à Ciência
antes de ter feito os esforços necessários, e que somente
seu Trabalho sobre si mesmo permitirá atingir o que busca. Ninguém
poderá lhe dar o que ele ainda não possui; ninguém
poderá fazer por ele o trabalho que ele deve fazer por si. Tudo o
que outro pode fazer por ele é estimulá-lo a trabalhar e,
deste ponto de vista, o símbolo compreendido como deve ser desempenha
o papel de um estimulante em relação à Ciência.
Se
você não é um, se você tiver mais de uma personalidade,
como pode prometer alguma coisa? Se você está dividido, não
pode fazer uma promessa!
Aquele
que tiver se libertado da 'doença do amanhã' terá uma
chance de obter o que veio procurar aqui.
O
repouso não depende da quantidade, mas da qualidade do sono.
Os
homens comuns nunca experienciam o verdadeiro sofrimento e a verdadeira
tristeza, pois eles vivem vidas mecânicas e rotineiras, e seus problemas
são rotineiros, automáticos e inescapáveis. Mas um
homem que, por vontade própria, assumiu a extraordinária e
desnecessária sobrecarga do trabalho, somente ele sabe o sabor da
verdadeira tristeza e dos males do coração, pois ele sofrerá
a dor e as pressões que a vida comumente não requer.
A
energia gasta para um trabalho interior ativo se transforma imediatamente
em nova reserva. A que é gasta para um trabalho passivo se perde
para sempre.
O
aparecimento na Terra de uma raça de seres humanos é um evento
crucial para a vida do Universo. O ato de ser humano é um estágio
necessário e importante na evolução de um planeta...
E ainda mais importante para vocês, na evolução pessoal
do Ser. Isto nos permite participar ativamente na auto-evolução,
pela fusão dos sub-centros emocional, intelectual e motor de uma
única "presença unificada" através do processo
de sofrimento intencional; permite-nos nos aperfeiçoarmos através
de trabalhos e labutas conscientes para obtermos a cristalização
da alma através do processo de coleta e concentração
das substâncias de nível superior através da transformação
das substâncias que temos acesso atualmente. Ser "humano"
é uma satisfação que não é possível
em nenhuma outra forma. Seres humanos têm a propriedade única
de serem potencialmente capazes de fazer os esforços conscientes
especiais necessários para ajudar na causa do Absoluto.
O
período de vida da psique dura apenas o quanto cada "máscara"
ou "postura" é assumida pelo organismo... e é, geralmente,
de cerca de 15 segundos. Isto não é suficiente para conseguirmos
fazer nada, muito menos relativamente aos processos de coleta das substâncias
de ordem superior e o seu aperfeiçoamento e cristalização
em uma alma real. A "Essência" foi feita para experimentar
a vida em uma cadeia ininterrupta de consciência, sem levar em conta
a situação, estados ou condições orgânicas.
Desta forma, fomos feitos para experimentar o movimento de uma formação
da psique para outra sem perdermos o fio de condução da consciência.
Os
Mestres e Profetas se manifestaram não para salvar os outros, mas
para lhes mostrar como conseguir suas próprias redenções.
Podemos viver o tempo suficiente para conseguir a redenção
somente se formos capazes de suportar a jornada através do abismo
que existe entre o eu exterior, a personalidade, e o Eu Profundo –
a Essência.
Para
que o homem possa alcançar o estágio no qual ele será
um homem sem nenhum tipo de "aspas", tudo deverá estar
certo; todas as condições deverão ser justas e corretas.
Isto é impossível enquanto o homem não funcionar de
acordo com o seu potencial total.
Um
dos melhores meios de despertar o desejo de Trabalhar sobre si mesmo é
tomar consciência de que poderemos morrer de uma hora para outra.
É preciso aprender a não esquecer isto.
O
amor consciente desperta o mesmo em resposta. O amor emocional provoca o
contrário. O amor físico depende do tipo e da polaridade.
A
fé consciente é liberdade. A
fé emocional é escravidão. A
fé mecânica é estupidez.
O
Primeiro Sacrifício – o Sacrifício da Paz da Mente –
não pode ser feito pelo homem ordinário... É por isto
que este Sacrifício recebe um número zero (0). O Sacrifício
da Paz na Mente... permite a possibilidade de transformação.
No diagrama de certos processos alquímicos, usualmente é mostrada
uma caverna na qual o experimentador está entrando. Espera-se que
ele siga todo o caminho até a outra saída da caverna. Esta
caverna é também chamada 'O Labirinto'. Nós a chamamos
de 'Corredor da Loucura'. É o período durante o qual a psique
é devorada pela essência – quando as impressões
armazenadas nos falsos centros são transferidas para os centros reais
da Essência. Depois disto, a Essência emerge como uma força
ativa, ao invés de passiva, controlando o organismo.
Devemos
ser honestos conosco mesmos e sermos capazes de nos observar de forma imparcial.
Sua
devoção, seus esforços e seus sacrifícios constantes
e infatigáveis para o bem comum seguirão desapercebidos no
céu e na Terra. Você não deve realizar estas obrigações
com a expectativa de recompensa ou de mérito. O Trabalho é
a própria recompensa daqueles com consciência. No Trabalho,
uma pessoa recebe sua recompensa no momento em que se torna ação
e está presente. A Humanidade não se importa com seus esforços
e, de fato, não fará nada para ajudá-lo em desempenhá-los,
mas, certamente, através da ignorância e do medo, tentará
destruí-lo e ao seu esforço. Mesmo esta reação,
quando e se ocorrer, deve se transformar em alimento para o seu ser. Deve
ser compreendida e aceita.
De
maneira geral, não somos nada mais que hábitos... Não
é possível 'cair acidentalmente' na Senda da Luta, como muitos
desejam acreditar.
Devemos
viver uma vida austera, disciplinada e limpa... No andar, no respirar, no
comer, no acordar e no dormir somos responsáveis pela regulação
e pela manifestação do corpo e da mente.
A
pessoa deve suportar tudo e a todos em silêncio. Não há
melhor método de Iniciação do que este esforço.
Uma
vez que a primeira barreira foi vencida, uma pessoa não poderá
retornar à vida ordinária, mesmo se desejar fazer isto, porque,
agora, algo novo está ocupando o espaço antigo.
Será
que, um dia, seremos capazes de meditar sobre as nossas presunções
e as nossas afirmações de personalidade que, internamente,
sabemos ser falsas? Devemos procurar meditar honesta e profundamente sobre
a nossa estrutura mental particular, sobre as nossas tendências, sobre
as nossas limitações, sobre os nossos desejos, sobre a nossa
tirania e sobre as nossas potencialidades.
Como
é possível sacrificar os desejos sem ter primeiramente sacrificado
os confortos? Somente após termos feito isto é que o segundo
sacrifício se tornará possível.
No
Sacrifício dos Desejos, temos de nos tornar a última de todas
as coisas, fazendo esforços contínuos para realizar tarefas
sem ressentimentos, sem agitação interna e, particularmente,
sem orgulho do Serviço. O orgulho do Serviço é, sem
dúvida alguma, a armadilha potencial mais insidiosa deste nível
e uma daquelas que, se não estivermos alertas contra ela com uma
atenção reduplicada, nos destinará a continuar a fazer
este Sacrifício por um longo período de tempo.
A
pessoa deverá estar pronta a oferecer ajuda a quem esteja pronto
a recebê-la; mas não deve impor a liberdade a aqueles que amam
sua escravidão.
Existem
três principais linhas de trabalho para o iniciante que podem armazenar
uma grande quantidade de material de trabalho para mais tarde, quando o
indivíduo se torna capaz de fazer mudanças no seu mundo interno.
Primeira: a pessoa deverá aprender a aceitar manifestações
desagradáveis originárias de outrem e do meio ambiente, sem
se tornar nem interna nem externamente agitada ou ressentida. Isto provê
um material real e útil para estimular as chamas do Fogo Purificador
que fundem os centros em uma entidade unificada. Segunda: a pessoa poderá
realizar suas tarefas diárias com uma atenção extrema
e poderosa. Desta forma, ela produz os materiais para um trabalho posterior
de auto-observação e constrói a base de exercícios
internos que podem ser adicionados à tarefa ordinária. Terceira:
a pessoa poderá aprender a superar os limites ordinários do
organismo, da mente, das crenças e das atitudes. Assim, estimula
os centros ordinários de gravidade, por onde orbita a personalidade,
a procurar novas fontes de energia, de tal sorte a tentar obter energia
do Centro de Força, que, em circunstâncias ordinárias,
não está em ação.
Mesmo
que uma determinada mudança seja apenas temporária, ela poderá
ser o catalisador para dar o impulso necessário para mudanças
efetivas, ou seja, para desencadear um processo de ativação
e de vivificação da Essência.
O
homem é um protótipo2
das Leis Universais. Nele há a evolução, a involução,
o esforço entre o positivo e o negativo, o progresso e o retrocesso,
o ativo e o passivo, o sim e o não, o bem e o mal.
A
pessoa que modificou sua vida ordinária transcendeu a tudo que torna
o mundo poderosamente atraente para ela. Pode-se dizer que, então,
o mundo não tem mais a autoridade de dominar a Essência. O
mundo perde seu poder de fascínio.
Precisamos
compreender que a Essência não tem nenhuma possibilidade de
formular um objetivo. Somente ao concebermos um objetivo é que se
torna possível se formar um 'centro magnético temporário'.
Os
Corpos Superiores devem passar por três estágios de formação:
fusão, aperfeiçoamento e cristalização. Se os
sais do novo corpo superior se formarem de maneira incorreta, o corpo superior
se fragmenta e – através de grande sofrimento – terá
de ser reconstruído a partir do início.
Enquanto estivermos no interior do
campo magnético do Amor Puro nós nos tornamos e somos o próprio
Amor. Desta maneira, o Amor jamais poderá ser experimentado em si
próprio como uma força com existência independente.
Aquele
que respirar a Verdade irá descortiná-la na Verdade, enquanto
que aquele que a ouve com os desejos da sua alma animal irá apenas
ouvir o seu próprio condicionamento.
O
sono é regenerador. A culpa não deverá estar associada
com ele. O sono prolongado não é costume dos sábios.
O sono tem por função prover energia para o Trabalho no Santuário.
Não existe nenhuma aquisição
permanente e eterna obtida de forma ordinária.
Até
que uma pessoa seja realmente capaz de ajudar os demais não poderá
esperar atingir a Real Benevolência. Portanto, apenas a compaixão
não é suficiente; a pessoa deverá transformar a compaixão
em misericórdia.
Cada
um deverá se esforçar para ultrapassar a barreira do sentimentalismo,
de sorte a atuar no campo da justiça imparcial.
Somos
o produto de um processo evolutivo de milhões e milhões de
anos, no qual cada etapa foi conquistada a partir da extinção
da anterior. Nossa história biológica nos conta a infinidade
de indivíduos que pereceram antes de nós meramente por estarem
menos aptos a exercer o seu direito à vida. Por que deverá
uma pessoa considerar que com ela, apenas, as coisas deverão ser
diferentes? A vida é um bem perecível, algo que, como a água,
nos foge por entre os dedos por mais que tentemos segurá-la... A
vida é o túnel que conduz à extinção
do ser, a ausência absoluta de oportunidades para evoluir. A realidade
da vida, tal como a conhecemos normalmente, nada mais é do que um
sono – um ensaio para a morte... O Trabalho é a vida dedicada
à luta para se evitar este final obsceno... Seremos nós, afinal,
meros espectadores de uma tragicomédia, que ao seu final, ao cerrar
das cortinas, tem como resultado final um teatro vazio ou seremos nós
os guerreiros de uma tenacidade inigualável, que permitirá
que o obscuro teatro da vida se transforme em um cenário universal
no qual de simples espectadores passemos a atores? Uma pessoa que assumiu
a elegância de um guerreiro deve, como tal, conhecer as propostas
básicas do guerreiro. Primeiro, deve se levantar como um guerreiro,
alerta, pronta para enfrentar qualquer que seja o desafio, sem se preocupar
com as coisas rotineiras e 'normais' que meramente a colocam na posição
de espectador. Segundo, deverá ter sempre em mente que um guerreiro
estará sempre pronto a se defender com todos os meios que tem à
mão, no sentido de sobrepujar as suas dificuldades e os seus adversários.
Terceiro, deverá compreender suficientemente o Trabalho para que
esteja sempre disposta a sacrificar a sua própria vida, se isto lhe
for solicitado. Um guerreiro sem uma Causa não pode verdadeiramente
ser chamado de guerreiro; será, no máximo, um mercenário.3
É
a partir do momento atual que são forjadas as oportunidades do futuro
e sanados os erros do passado... Uma pessoa que assume a total responsabilidade
sobre si mesma, ao decidir se tornar um guerreiro, tem de compreender que
toda a vida é sagrada, porque, em si mesma, cada vida, por mais elementar
que pareça aos nossos olhos, é um milagre que, em princípio,
é contraposto ao caos, à entropia. Cada vida representa sempre
um conjunto de oportunidades evolutivas, e ninguém tem o direito
de negar uma única oportunidade para esta vida.
Ao
homem é dado um número limitado de experiências. Se
ele não as desperdiçar, prolongará sua vida.
A
Última Tentação parecerá ser a mais árdua
de todas de ser vencida!
Meu
Aforismo Trovado
Em
todos nós, há um Santo Silêncio
que
fala quando nos pomos em silêncio.
São
as colores, as miçangas e os ruídos
que
nos deixam cegos, surdos e mudos.
E
assim, muitos amam sua escravidão
e
vivem na mais nauseabunda sujeição.
Podemos
ajudar, sim; jamais interferir.
Não
devemos adicionar nem subtrair.
De
repente, o Santo Silêncio falará,
e
tudo, então, efetivamente, mudará.
Até
lá, para todos nós, escuridão...
Não... Crucificação...
Obsecração...