SOBRE O INFINITO, O UNIVERSO E OS MUNDOS
(Terceira Parte)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

Este estudo se constitui da 3ª parte de uma coleção de alguns excertos escolhidos (eventualmente comentados e ligeiramente editados) da obra Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos, de autoria de Giordano Bruno, que, estimulado pela introdução do sistema heliocêntrico do astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico (Torun, 19 de fevereiro de 1473 – Frombork, 24 de maio de 1543) e tomado de um profundo gosto pela controvérsia, defendeu a idéia da pluralidade dos mundos. Seu ponto de partida foi contestar com veemência as posições aristotélicas, favoráveis ao Geocentrismo e à idéia da existência de um único mundo. O fato é que a teoria de Bruno mudou completamente a forma de se enxergar o Universo, que, até então, era tido como algo limitado, no tempo e espaço, com uma ordem fixa. A partir de uma argumentação filosófica, Bruno mostrou que não há limites para o Universo e que a Terra é apenas mais um planeta em meio a uma infinidade de outros. Bruno pagou um alto preço por suas idéias: acabou executado como herege pela Inquisição, se transformando em um mártir da liberdade de pensamento. A versão impressa que tenho desta obra foi traduzida por Helda Barraco e Nestor Deola.

 

 

Breve Biografia

 

 

Giordano Bruno

 

 

Giordano Bruno (em latim: Iordanus Brunus Nolanus; nascido Filippo Bruno, (Nola, Reino de Nápoles, 1548 – Campo de' Fiori, Roma, 17 de fevereiro de 1600) foi um teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta, teórico de cosmologia, ocultista hermético e frade dominicano italiano condenado à morte na fogueira pela esquizofrênica Inquisição Romana (Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício), com a acusação de heresia, ao defender alegações consideradas erros teológicos. É também referido como Bruno de Nola ou Nolano. É considerado por alguns como um mártir da igreja dos tempos de então, tendo contribuído para avanços significativos do conhecimento do seu tempo. Ele é conhecido por suas teorias cosmológicas, que, conceitualmente, estenderam o então novo modelo copernicano. Ele propôs que as estrelas fossem sóis distantes cercados por seus próprios planetas e levantou a possibilidade de que esses planetas criassem vida neles próprios, uma posição filosófica conhecida como pluralismo cósmico. Ele também insistiu que o Universo é infinito e não poderia ter um centro.

 

 

O Julgamento de Giordano Bruno pela Inquisição Romana.
(Relevo em Bronze por Ettore Ferrari, Campo de' Fiori, Roma.)

 

 

A partir de 1593, Bruno foi julgado por heresia pela Inquisição Romana, acusado de negar várias doutrinas católicas essenciais, incluindo a condenação eterna, a Trindade, a divindade de Jesus, a virgindade de Maria e a transubstanciação. O panteísmo de Bruno também era motivo de grande preocupação, assim como seus ensinamentos sobre a transmigração da alma. A Inquisição o considerou culpado e ele foi queimado na fogueira no Campo de' Fiori, em Roma, em 1600. Após sua morte, ganhou fama considerável, sendo particularmente comemorado por comentaristas do século XIX e início do século XX, que o consideravam um mártir de ciência, embora os historiadores concordem que seu julgamento por heresia não foi uma resposta a seus pontos de vista astronômicos, mas, sim, uma resposta a seus pontos de vista filosóficos e religiosos. O caso de Bruno ainda é considerado um marco na história do livre-pensamento e das ciências emergentes.

 

Além da Cosmologia, Bruno também escreveu extensivamente sobre a arte da memória, um grupo pouco organizado de técnicas e de princípios mnemônicos. A historiadora Frances Yates argumenta que Bruno foi profundamente influenciado pela Astrologia Árabe, particularmente a Filosofia do polímata Abu Alualide Maomé ibne Amade ibne Maomé ibne Ruxide (Córdova, 1126 – Marraquexe, 1198), conhecido como Averróis, pelo Neoplatonismo, pelo Hermetismo renascentista e por lendas do gênero Gênesis em torno do deus egípcio Thoth. Outros estudos de Bruno se concentraram em sua abordagem qualitativa da matemática e sua aplicação dos conceitos espaciais da geometria na linguagem.

 

 

Estátua de Giordano Bruno (Roma, Itália)

 

 

Excertos da Obra

 

 

A Alma do Mundo e da Essência Divina [Anima Mundi, termo cunhado por Platão (Atenas, 428/427 a.C. – Atenas, 348/347 a.C.) que aparece nas obras A República, Timeu e no livro X das Leis, é um conceito cosmológico de uma Alma compartilhada ou Força Regente do Unimultiverso, pela qual o Pensamento Divino pode se manifestar em leis que afetam a matéria, ou, ainda, a hipótese de uma força imaterial, inseparável da matéria, mas, que a provê de forma, possibilidade de mudar e movimento] que está toda em tudo, enche tudo e que é mais intrínseca às coisas do que a própria essência delas, porque é a Essência das essências, a Vida das vidas, a Alma das [personalidades-]alma move tudo como dá a tudo a possibilidade de se mover. [In: Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos, de autoria de Giordano Bruno.]

 

O Primeiro Princípio – [que, para Bruno, era sinônimo de Deus] não é aquele que move, mas, quieto e imóvel, dá o poder de se movimentar a infinitos e inúmeros mundos, grandes e pequenos animais colocados na amplíssima região do Uni[multi]verso, tendo cada um, segundo a condição da própria eficiência, a razão da mobilidade, da mudança e de outros acidentes. [Quando, Transracionalmente, compreendermos que não há, em termos teológicos, um Primeiro Princípio – um Ótimo Máximo inventado à nossa imagem e semelhança, razão de nada, então, teremos dado o primeiro passo no sentido da nossa Libertação e de nos tornarmos SUPER-HOMENS-DEUSES. Antes não.] SUPER-HOMENS-DEUSES [Ibidem.]

 

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que, do inexistente nada, crie tudo.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que faça este presumido tudo criado voltar ao nada.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que queira uma coisa e que não queira outra.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que prefira uma coisa e que não prefira outra.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que privilegie uma coisa e que não privilegie outra.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que impute culpa a uma coisa e que não impute a outra.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que facilite para uns e que dificulte para outros.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que mantenha ou faça minguar.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que faça molhar ou faça secar.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que faça milagres e maravilhas.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija dízimos, ofertas e oblatas.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija ajoelhações e orações.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija sacrifícios e automutilações.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija isolamento, eremitismo e celibato.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija jejuns, privações e abstinências.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija fazimentos ou desfazimentos.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija contra-sensos, desrazões ou incongruidades.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija atentados, guerras santas e degolas.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija apócopes, supressões e anexações.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija autos-de-fé e suplícios pelo fogo.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija compromisso e observância da fé jurada.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que exija catequese e doutrinamento metódico.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que faça nascer, faça viver e faça morrer.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que ame ou que odeie.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que penda mais para um lado do que para outro.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que indulgencie ou que condene.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que interdite ou que autorize.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que prefira ou que ignore.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que escolha ou que seja indiferente.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que negocie ou que agencie.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que provoque desalento, dores e aflições.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que promova alegrias, prazeres e deleites.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que conserve tão-só por conservar.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que extinga tão-só por extinguir.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que mande queimar tão-só por heresia.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que mande santificar por bom comportamento.

Não há um Primeiro Princípio
– um Ótimo Máximo
que esteja arquitetando um apocalipse catastrófico.

Todas essas esdruxulices são boçalidades humanas
que são transferidas para O que admitimos ser
um
Primeiro Princípio ou Ótimo Máximo onipotente que parimos.

E, em nome deste Primeiro Princípio ou Ótimo Máximo,
preferimos, preconceituamos e separamos,
afligimos, nos suicidamos e assassinamos.

E se passam Rondas e Raças-raízes,
dias, noites, séculos e milênios,
e ± na mesma continuamos.

Enfim, só quando INICIATICAMENTE TRANSCOMPREENDERMOS
que não há, em termos fideístas, teológicos ou religiosos,
um Primeiro Princípio – um Ótimo Máximo – razão de coisa nenhuma,
que, por ignorância, foi inventado à nossa imagem e semelhança,
com as nossas manias abstrusas e os nossos TOCs extravagantes,
então, teremos dado o primeiro passo triunfal no sentido
da nossa ILLUMINAÇÃO INTERIOR,
da nossa LIBERTAÇÃO/ASCENSÃO,
de MORRERMOS ao invés de morrermos,
de VIVERMOS ao invés de vivermos,
de SERMOS ao invés de sermos,
de PODERMOS ao invés de podermos
e de nos tornarmos SUPER-HOMENS-DEUSES ETERNOS.

 

A Lua (que é uma outra Terra) se movimenta por si própria no ar e ao redor do sol. Da mesma forma Vênus, Mercúrio e os outros astros, que também são outras terras, realizam os seus próprios percursos em torno da mesma fonte de vida.

 

Existem inúmeros sóis e um número ilimitado de terras, as quais se movimentam à volta destes sóis, como percebemos estes sete planetas girarem ao redor deste Sol que nos é vizinho.

 

Existem inumeráveis sóis, muitos dos quais são visíveis a nós, porém, ao redor daqueles, podem se movimentar terras muito maiores ou menores do que a nossa Terra.

 

Há uma única matéria primordial para tudo.

 

Pela lógica do diálogo, não é necessário recorrer a fantasias matemáticas.

 

Os que moram nos astros luminosos ou iluminados não percebem a luz do próprio astro, mas, a luz dos astros circunstantes.

 

[No Unimultiverso], existem duas espécies de corpos luminosos: os ígneos, que são primariamente luminosos, e os aquosos ou cristalinos, que são secundariamente luminosos.

 

Não podemos apreender o movimento, a não ser por uma certa comparação e relação a alguma coisa fixa. Por exemplo, alguém que não soubesse que a água corre e não pudesse enxergar as margens, se encontrando no meio da água, num navio em movimento, não perceberia o movimento dela.

 

A Terra está em movimento e se movimenta circularmente, como os outros astros, tal como afirmaram o retórico grego e historiador Hegésias de Magnésia (cerca de 300 a.C.), o filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga Platão (Atenas, 428/427 a.C. Atenas, 348/347 a.C.) e todos os Sábios.

 

Tudo aquilo que naturalmente se movimenta possui translação circular, seja em torno do próprio meio, seja em volta de um alheio.

 

No nosso Ilimitado Unimultiverso ( ilimitados universos)
– em uma espécie de sempre-hoje-eterno,
que nunca teve começo nem terá fim,
pois, ex nihilo nihil fit (nada surge do nada)
e nada poderá se transformar em nada,
que nunca foi criado nem será destruído,
que é energeticamente finito, porém, objetivamente ilimitado,

e que, por isto, jamais será in totum conhecido,
que VIVE e é VIDA, que não morre nem é morte,
que, como disse o matemático, escritor, físico,
inventor, filósofo e teólogo francês Blaise Pascal
(Clermont-Ferrand, 19 de junho de 1623 – Paris, 19 de agosto de 1662),
é uma esfera cujo centro está em todas as partes
e a circunferência em nenhuma parte,

 

 

Simbolicamente

 


(o que faz de todas as existências e de cada um de nós
meio que um dos centros do Unimultiverso,
e, nesse sentido, um microcosmo, ou seja,
um pequeno universo, uma imagem miniaturizada do Unimultiverso),
que é ora
manvantárico,
como agora, ora pralayco,
ora 3ª Ronda, ora 4ª Ronda, como agora,

ora 4ª Raça-raiz, ora 5ª Raça-raiz, como agora,
ora Satya-yuga, ora Kali-yuga, como agora,
ora isto, ora aquilo, ora não sei o quê

não há estaticidade nem permanência,
nada estando fixo, ancorado,

nem permanecendo no mesmo lugar.
Portanto, tudo, sem exceção, se movimenta

– seja em torno de si mesmo
em torno do próprio meio,
seja em volta de um alheio

tudo sofre mudanças
e alteração em suas qualidades,
tudo, em uma Obra sem começo e interminável, se Transmuta,
tudo deixa de ser o que é
para poder se tornar o que ainda não é,
tudo muda de lugar físico,
e, digamos assim, de personalidade,
de identidade e de originalidade,
atualizando seu Cósmico
e sua Cósmica,
como, por exemplo, a nossa Via Láctea,
que se desloca a uma velocidade
de mais de dois milhões de km/h,
e que, um dia, em um futuro distante,
colidirá com a Galáxia Andrômeda,
dando nascimento à uma nova galáxia:
a Androláctea
ou a Lacdrômeda.
Sim, tudo é um perpétuo vir-a-ser,
tudo é modificação e mudamento
infindáveis, ilimitados e ininterruptos,

modificantes, melhoradores e atualizadores,

no espaço-tempo do ESPAÇO-TEMPO,
que é o que sempre foi,
que é o que continua sendo
e que é o que sempre será.
Nada fica pior ou piora;
tudo melhora e fica melhor,
e o melhor acaba se tornando
mais melhor.
Nesse sentido, cada um de nós, per se,
é uma espécie de amálgama-uno
de si mesmo, de todos e de tudo
– Unimultiplicidade Cósmica –
isto é, de aquilo que sempre foi,
com aquilo que agora é,
com aquilo que virá a ser,
na eternidade-sempre-eterna,
em si mesma imperturbável e inalterável,
como as águas, que, [ininterruptamente],
em forma de vapor rarefeito pelo calor,
sobem ao alto,
e condensadas pelo frio,
numa forma própria,
voltam para baixo,
ou que, pelo frio, viram gelo,
e, pelo calor, voltam a ser águas,
ou que, ainda, poderão se desagregar em
seus componentes, Hidrogênios e Oxigênios,
que, por sua vez, poderão se recombinar,
para, novamente, voltar a formar águas.
Tudo isto é como afirmou o Filósofo Pré-socrático
– o Pai da Dialética – Heráclito de Éfeso (± 500 a.C. – 450 a.C.):

Tudo flui; nada permanece.
...  Foi...  —›  É...  —›  Será...

 

H2O  —›  2 H + O


M
udança + Movimento = Ininterruptibilidade.
Quem não sabe aprenderá a SABER...
Quem não ousa aprenderá a OUSAR...
Quem não quer aprenderá a QUERER...
Quem não se cala aprenderá a se CALAR...
Quem ainda não é um Deus Consciente aprenderá a SER.
1 + 1 = 1 e 1 – 1 = 1.

 

 

 

 

Em um corpo celeste, se a substância predominante nele é o Fogo, o corpo se chama Sol, e é luminoso por si mesmo; se predomina a Água, o corpo se chama corpo Terra, Lua ou coisa semelhante, e brilha por influência de outro.

 

A alma íntima que compreende todas as coisas e existe nelas produz esta operação: une o quanto pode as partes, segundo a capacidade do sujeito.

 

Haverá alguém que não prefira afirmar que a Água é a base da Terra e não a Terra da Água? Que a Terra se funda sobre o elemento da Água e não vice-versa?

 

Compete ao ar ser o primeiro a chegar num espaço, a impedir o vácuo, enchendo-o.

 

A Terra árida, porque é árida, está em cima e bóia na Água.

 

O elemento que faz um corpo contínuo é o Ar, e o que faz um corpo contínuo pela coerência é a Água.

 

Cada um dos mundos e dos astros existentes, movimentando-se ao redor dos próprios centros, dão a impressão de ser sólidos e continuados mundos, que arrebatam consigo quantos astros se podem ver e que possam existir, que se movimentam em torno deles, como [ilusoriamente] se cada qual [aparentemente] fosse o centro fixo do Uni[multi]verso. [Ora, se o Unimultiverso é finito, porém, ilimitado, não muda nada nem compromete nada admitirmos que cada partícula deste mesmo Unimultiverso seja o centro (ou um centro) do Kosmos, pois, se, como afirmou o matemático, escritor, físico, inventor, filósofo e teólogo francês Blaise Pascal (Clermont-Ferrand, 19 de junho de 1623 – Paris, 19 de agosto de 1662), o Uni[multi]verso é uma esfera cujo centro está em todas as partes e a circunferência em parte nenhuma, este centro está em tudo e em todos nós, o que dá origem aos conceitos de unimultiplicidade, de recíproca dependência e de relação mútua de tudo com tudo, de todos com todos, de tudo com todos e de todos com tudo. O que mudou, comprometeu, retrasou, foi daninho e crudelíssimo, sim, foi, na Idade Média, a admissibilidade de um Universo Geocêntrico (ou Geocentrismo), que se baseava na hipótese de que, exclusivamente, o Planeta Terra (criado do nada por um deus inventado) estaria fixo e imóvel no centro do Universo, com os todos corpos celestes, inclusive o Sol, girando ao seu redor, como aconteceu, por exemplo, com o Catolicismo Medieval (hipotético, ignorante, escolástico e preconceituoso, mais aristotélico-tomista do que platônico-agostiniano), Catolicismo Medieval este que, anticatólico, esquizofrênico e criminoso, mandou para a fogueira quem discordasse desta hipótese incomprovada, mas, teologicamente interesseira, dogmática e autoritária, o que foi o caso fatal, por exemplo, de Giordano Bruno, que, foi julgado pela Inquisição Romana e, depois de ser acusado de panteísmo e de heresia, foi queimado vivo no Campo de' Fiori, Roma, 17 de fevereiro de 1600.]

 

Não existe um único mundo, uma única Terra, um único Sol [e uma única Humanidade]; mas todos os mundos [e todas as Humanidades] são tantos quanto as lâmpadas luminosas que percebemos à nossa volta. Portanto, cada um dos mundos existentes é um meio, para o qual cada uma de suas partes concorre e onde residem todas as coisas da mesma origem. [60.000.000.000.]

 

Um Elemento não poderá existir sem o[s] outro[s]. [A parte não poderá existir sem o Todo, pois, estão interconectados; o individual não poderá existir sem o coletivo, pois, estão interconectados; o masculino não poderá existir sem o feminino, pois, estão interconectados. E vice-versa.]

 

O Centro não poderá existir sem a Circunferência;
a Circunferência não poderá existir sem o Centro.

A Terra não poderá existir sem a Lua;
a Lua não poderá existir sem o Sol.

O Sol não poderá existir sem o Sistema Solar;
o Sistema Solar não poderá existir sem o Sol.

O Dia não poderá existir sem a Noite;
a Noite não poderá existir sem o Dia.

O Efeito não poderá existir sem a Causa;
a Causa não poderá existir sem a Vontade.

A Ação não poderá existir sem a Reação;
a Reação não poderá existir sem a Ação.

A 3ª Dimensão não poderá existir sem a 2ª Dimensão;
a 2ª Dimensão não poderá existir sem a 1ª Dimensão.

 

 

 

 

O Mânvântâra não poderá existir sem o Prâlâya;
o Prâlâya não poderá existir sem o Mânvântâra.

A Quarta Ronda não poderia existir sem a Terceira Ronda;
a Terceira Ronda não poderia existir sem a Segunda Ronda.

A Quinta Raça-raiz não poderia existir sem a Quarta Raça-raiz;
a Quarta Raça-raiz não poderia existir sem a Terceira Raça-raiz.

A Sexta Raça-raiz não poderá existir sem a Quinta Raça-raiz;
a Sétima Raça-raiz não poderá existir sem a Sexta Raça-raiz.

O Kali Yuga não poderia existir sem o Dwapar Yuga;
o Treta Yuga não poderia existir sem o Satya Yuga.

A Reintegração não poderá existir sem a Lei do Renascimento;
a Lei do Renascimento não poderá existir sem a Lei da Causa e do Efeito.

 

 

Simbolicamente

 

 

A Morte não poderá existir sem a Vida;
a Vida não poderá existir sem um Por Quê.

O Conticinium não poderá existir sem a Aurora;
a Aurora não poderá existir sem o Conticinium.

O Nigredo não poderá existir sem o Rubedo;
o Rubedo não poderá existir sem o Nigredo.

O Lapis Philosophorum não poderá existir sem a Opus Magnum;
a Opus Magnum não poderá existir sem a Iniciação.

O Passado e o Futuro não poderiam existir sem o Espaço-tempo;
o Espaço-tempo não poderia existir sem as Miragens + Ilusões.

O Masculino não poderá existir sem o Feminino;
o
Feminino não poderá existir sem o Masculino.

O + não poderá existir sem o –;
o – não poderá existir sem o +.

O Minuendo não poderá existir sem o Subtraendo;
o Subtraendo não poderá existir sem o Minuendo.

O Dividendo não poderá existir sem o Divisor;
o Divisor não poderá existir sem o Dividendo.

O Produto não poderá existir sem os Fatores;
os Fatores não poderão existir sem o Produto.

Os Catetos não poderão existir sem a Hipotenusa;
a Hipotenusa não poderá existir sem os Catetos.

C + D não poderiam existir sem A + B;
A + B não poderiam existir sem # + @.

 

#  +  @  —›  A  +  B  —›  C  +  D.

 

A Fé não poderá existir sem a Crendice;
a Crendice não poderá existir sem a Fé.

A Inquisição não poderia existir sem a Esquizofrenia;
a Esquizofrenia não poderia existir sem o Fideísmo Fanático.

O Malleus não poderá existir sem o Maleficarum;
o Maleficarum não poderá existir sem o Malleus.

 

 

 

 

A Antidemocracia não poderá existir sem o Anti-republicanismo;
o Anti-republicanismo não poderá existir sem a Antidemocracia.

O Decreto de Estado de Defesa não poderia existir sem o Anderson Torres;
o Anderson Torres não poderia existir sem o Gabinete do Ódio.

O 8/1/2023 não poderia existir sem o Despatriotismo;
o Despatriotismo não poderá existir sem a Ultraboçalidade.

A Ultraboçalidade não poderá existir sem a crença em O-que-não-é;
a crença em O-que-não-é não poderá existir sem a Ultraboçalidade.

A 2ª Guerra Mundial não poderia existir sem a Magia Negra;
a Magia Negra não poderá existir se prevalecer a Magia Branca.

A Genocídio não poderá existir sem Desamor;
a Desamor não poderá existir se prevalecer a Unimultifraternidade.

A Lenda do não poderá existir sem os Acreditadores;
os Acreditadores não poderiam existir sem o Apedeutismo.

O antivacinismo não poderá existir sem as news;
as news não poderiam existir sem a intenção perversa.

A Imunidade de Rebanho por Infecção não poderá existir sem a Crueldade;
a Crueldade não poderá existir sem a Desfraternidade.

A Mais-valia não poderá existir sem o Mais-trabalho;
o Mais-trabalho não poderá existir sem a Mais-valia.

A Separatividade não poderá existir sem o Preconceito;
o Preconceito não poderá existir sem a Separatividade.

 

 

 

 

A Invasão da Ucrânia não poderá existir sem o Putin;
o Putin não poderá existir sem a Oligarquia que o apóia.

A politiquice não poderá existir sem o Toma-lá-dá-cá;
o Toma-lá-dá-cá não poderá existir sem a falta de Pejo na Cara.

O Terraplanismo não poderá existir sem o Negacionismo;
o Negacionismo não poderá existir sem o anticientificismo.

O não poderá existir sem ;
o não poderá existir sem o .

O não poderá existir sem + ;
o + não poderá existir sem o .

Os deuses e os demônios não poderiam existir sem serem Criados;
a Criação de Deuses e de Demônios não poderá existir sem o Medo.

Eu não poderei existir sem Você;
Você não poderá existir sem Mim.

Ninguém poderá existir sem Todos os Outros;
Todos os Outros não poderão existir sem Cada Um.

A Parte não poderá existir sem o Todo;
o Todo não poderá existir sem a Parte.

O Individual não poderá existir sem o Coletivo;
o Coletivo não poderá existir sem o Individual.

AUM MANI não poderá existir sem PADME HUM;
PADME HUM não poderá existir sem AUM MANI.

 

 

 

 

O O não poderá existir sem o M;
o M  não poderá existir sem o O.

 

 

O Unimultiverso não poderá existir sem a Multiplicidade;
a Multiplicidade não poderá existir sem o Unimultiverso.

 

 

Chefe Suquamish e Duwamish Seattle, em 1864 (cerca de 1786 – 7 de junho de 1866)
(Há uma ligação em tudo, pois, tudo está entrelaçado.)

 

Como este aqui, os outros mundos existentes estão habitados, se não assim ou melhor, ao menos não pior, porque é impossível que uma inteligência racional e um pouco atenta possa imaginar que estejam privados de semelhantes ou até de melhores moradores os inúmeros mundos, que a nós se manifestam iguais ou até melhores do que o nosso, os quais são sóis ou o sol difunde neles os diviníssimos e fecundos raios, que tanto tornam feliz o próprio sujeito e fonte, como tornam afortunados os elementos circunstantes que participam desse poder difundido. São, portanto, ilimitados os inúmeros membros do Uni[multi]verso, com o mesmo aspecto, a mesma forma, a mesma prerrogativa, o mesmo poder e o mesmo efeito.

 

Há uma verdadeira semelhança entre todos os astros, entre todos os mundos e na organização desta Terra e das outras.

 

Especialmente, mais desejam viver e mais temem a morte aqueles seres-aí que não possuem a LLuz da Verdadeira Filosofia e não compreendem outra duração além da presente, e julgam que não pode existir nem acontecer nada que não lhes pertença. Porque não chegaram a entender que o Princípio Vital não consiste nos acidentes que resultam da composição, mas, sim, na substância individual e indissolúvel, a qual, não havendo perturbação, não possui o desejo de se conservar nem o temor de se perder.

 

Ciclicamente, são raízes cortadas que brotam, são coisas antigas que voltam, são verdades escondidas que se descobrem. Sempre há uma nova luz que, depois de longa noite, desponta no horizonte e no hemisfério do nosso conhecimento e, aos poucos, se aproxima do meridiano da nossa inteligência.

 

É apenas pelo ato da reflexão intelectual, [isto é, pela Dialética, que, para Platão (Atenas, 428/427 a.C. – Atenas, 348/347 a.C.), é a busca da Verdade, ainda que sempre alcançada relativamente, porém, progressivamente, através da qual a personalidade-alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis (miragens + ilusões) às Realidades Inteligíveis ou ao Mundo das Idéias] que nós poderemos perceber a diferença entre o que é fundado sobre a fé [irracional e ilógica] e o que se estabelece pela evidência dos Verdadeiros Princípios [Raciocínio Dialético]. Ora, não há quem não saiba que há muitas coisas que, habitualmente, são tidas por Princípios Unimultiversais, e que, depois de bem consideradas, percebemos que não passam de conclusões absurdas, impossíveis e contrárias às Leis da Natureza. Mas, o pior de tudo são aqueles intelectos sórdidos e mercenários que, pouco ou nada preocupados com a Verdade, estão satisfeitos com aquilo que é comumente considerado saber [de orelhada, por ouvir dizer], pois, são pouco amigos da Verdadeira Sabedoria, e vivem ávidos da fama e tentando alcançar a reputação de sábios, desejosos de aparecer, mas, pouco preocupados em SER. [Este fragmento bem poderia ter por título O Retrato de Dorian Gray do Mundo Contemporâneo!] O fato é que só depois de havermos observado com os olhos do intelecto e considerado com o bom senso os fundamentos, os princípios e as causas em que se basearam as diferentes e contrárias filosofias, portanto, só depois de conhecidas a natureza, a substância e a propriedade de cada uma, contrapesadas com a balança intelectual, percebidas as diferenças que existem entre umas e outras, feita a comparação entre estas e aquelas, e, depois de haver corretamente avaliado tudo, sem nenhuma exceção, só então poderemos, sem a mínima hesitação, escolher e aceitar uma coisa como sendo Verdadeira. Antes, não. [O inverso fantasmagórico de tudo isto é reverência, aceitação e obediência de maneira não-reflexiva do tipo maria-minion-vai-com-as-outras-com-essoutras-com-estoutras-e-com-aqueloutras.]

 

Quem quiser julgar [compreender] corretamente as coisas deverá aprender a se despojar do velho costume de ingênua, fideísta e simplesmente acreditar [por acreditar], isto é, deverá considerar que sejam igualmente possíveis tanto uma coisa como outra coisa contraditória, de tal maneira que consigamos perceber que as coisas impossíveis deixem de nos parecer necessárias, e outras coisas, que são veracíssimas e necessárias, nos pareçam impossíveis.

 

Quando uma estupidez luta contra outra, uma pode ganhar de todas as outras, mas, nem por isto deixa de ser uma estupidez. No final, sempre será descoberta e vencida pela Verdade.

 

Precisamos parar de ficar medindo o estômago e o cérebro dos outros pelos nossos, e parar de acreditar que o que for impossível para os outros também será impossível para nós. E vive-versa. [Precisamos compreender que todos nós estamos subindo a mesma e única Escada, só que estamos em Degraus diferentes: ---› A ---› B ---› C ---› D ---› Então, por exemplo, simbolicamente, quem estiver no Degrau C, já passou pelas experiências dos Degraus A e B e as compreendeu, porém, nada sabe do que há no Degrau D. Já quem estiver, por exemplo, no Degrau B, já passou pelas experiências do Degrau A e as compreendeu, mas, está mais por fora do que umbigo de vedete do que há nos Degraus C e D. Este é mais um argumento forte no sentido de não existirem, no Unimultiverso, coisas nem seres melhores nem piores, mais importantes nem menos importantes. Estamos todos peregrinando, cada qual no espaço-tempo do que se esforçou para alcançar e mereceu conquistar. Para podermos ter sucesso em nossa eterna peregrinação, precisaremos nos esforçar diuturnamente, lutar o Bom Combate, deixarmos de ser ignorantes e de termos ignorantes e indoutos por guias, que só nos ensinam falsas e escravizantes doutrinas. De fato, como já afirmei em outros textos, o nosso Melhor Amigo e nosso Melhor Mestre é o nosso Deus Interior – o Deus de nossos Corações.]

 

Aquele que, por vaidade, se põe no alto se torna alvo de muitos.

 

A ignorância é uma doença que ninguém sente mais do que o próprio doente, [apesar de, geralmente, o doente não saber que está doente. O pior é quando a doença penetrou até o osso e está entranhada na personalidade-alma!]

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

Nimrod Variation (Enigma Variations)
Composição: Edward William Elgar
Arranjado para órgão por Jim Paterson

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=aTkzgD2Uhco&t=10s

Observação:

Admite-se que esta composição esteja associada ao 1º Raio (Vontade Divina).

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.folha.uol.com.br/

https://observatoriog.bol.uol.com.br/

https://easydrawingguides.com/how-to-draw-an-alligator/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Quarta_dimens%C3%A3o#/
media/Ficheiro:Dice_analogy-_1_to_5_dimensions.svg

https://tenor.com/pt-BR/

https://clipartsmania.com/

https://en.wikipedia.org/wiki/Chief_Seattle

https://digitalfrenz.nl/?p=17037

https://www.twinkl.com.mt/

https://br.pinterest.com/pin/574631233695452585/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Giordano_Bruno

https://www.infoescola.com/filosofos/giordano-bruno/

https://www.amazon.com.br/Sobre-Infinito-Universo-
os-Mundos-ebook/dp/B07TZBSTN2

 

Direitos autorais:

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