GARY L. STEWART

(Pensamentos Místicos)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

Introdução e Objetivo

 

 

 

 

Gary L. Stewart, nascido em 26 de fevereiro de 1953 em Stockton, Califórnia, foi o Imperator e o presidente da diretoria da AMORC entre 1987 e 1990. Por divergências administrativas, afastou-se da AMORC, e, em 1996, fundou uma outra organização dedicada ao Rosacrucianismo denominada Confraternidade da Rosa+Cruz (CR+C), da qual é o atual Imperator. A CR+C é uma Ordem fraternal não-sectária de homens e mulheres que buscam a harmonia consigo mesmo e com seu meio-ambiente através do estudo, da investigação e da aplicação prática das leis naturais e espirituais. Os Ensinamentos Rosacruzes da CR+C são um sistema estruturado de estudo e de Iniciação planejados para guiar os membros em sua busca de conhecimento do ser e para também guiá-los na compreensão das leis naturais e espirituais. Gary L. Stewart também é o Cavaleiro Comandante (Knight Commander) da Ordo Militiæ Cruciferæ Evangelicæ (OMCE) e Grande Mestre Soberano (Sovereign Grand Master) da Ordem Martinista Britânica (BMO - British Martinist Order).

 

Os Imperatores da AMORC (Antiquus Arcanus Ordo Rosæ Rubeæ et Aureæ Crucis), desde a sua fundação em 1915 até a presente data, são: Harvey Spencer Lewis (1909 - 1939), Ralph Maxwell Lewis (1939 - 1987), Gary L. Stewart (1987 - 1990) e Christian Bernard (1990 - presente).

 

Este despretensioso texto dá seqüência a outros que já publiquei, nos quais procuro divulgar alguns excertos do pensamento de vários místicos diretamente ligados ao Rosacrucianismo ou não. Nesta oportunidade, garimpei e recolhi exclusivamente da Internet alguns fragmentos das reflexões de Gary L. Stewart, fundador e Imperator da Confraternidade da Rosa+Cruz.

 

Oportunamente, farei um segundo trabalho com excertos das reflexões contidas na obra Atitude Desperta, que acabei de adquirir e estou esperando que me seja enviada pelo correio, de autoria do Imperator Stewart, que segundo informa a CR+C, apresenta uma visão extremamente desmistificadora do esoterismo. Ainda segundo a CR+C, este tratamento – a visão desmistificadora do esoterismo – é incomum nos dias de hoje, onde a ênfase no fantástico tem transformado a prática esotérica em um punhado de receitas fáceis e em um caldeirão de práticas supersticiosas e de teorias conspiratórias absolutamente sem nenhum sentido do ponto de vista místico. Isso sem mencionar a excessiva importância que, de forma equivocada, atualmente se atribui à necessidade do desenvolvimento dos chamados poderes psíquicos como condição indispensável para a manifestação da espiritualidade.

 

Enfim, como sempre informo, em alguns poucos casos editei as citações do Imperator Stewart para adequá-las a este tipo de trabalho, sem, contudo, alterar em absolutamente nada qualquer fragmento, o que, se tivesse acontecido, seria uma heresia.

 

 

 

 

 

 

Os Pensamentos

 

 

 

 

 

Eu tinha provavelmente cerca de doze anos de idade quando desenvolvi um interesse por assuntos místicos, embora, realmente, me lembre de ter tido algumas experiências e impressões interessantes muito antes dessa idade. No entanto, até os dezoito anos, não tinha realmente me envolvido com nenhum grupo organizado, e isto foi com uma Loja esotérica na Bélgica. Suponho que eu creditaria àquela data – junho de 1971 – o início efetivo em um Caminho Tradicional. Foi somente em 1975 que eu me envolvi com o Rosacrucianismo através de minha afiliação à AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosæ Crucis).

 

O Rosacrucianismo é motivado por uma Missão, e a natureza dessa Missão é a de partilhar a Verdade e trabalhar em direção de uma evolução espiritual. Até este objetivo ser atingido, não haverá e nem pode haver cessação de nosso Trabalho e responsabilidade.

 

A arte do Misticismo requer que qualquer pessoa que saiba o suficiente para fazer uma pergunta deveria obter uma resposta completa.

 

Todo Rosacruz é obrigado a procurar a verdade, e, para isso, deve ter acesso ou a uma informação imparcial ou a muitas diferentes interpretações, para assim poder, no mínimo, fazer uma escolha consciente.

 

O Trabalho Rosacruz não tem relação com disputas, e, sim, com a Busca Espiritual.

 

A medida do valor de alguém não é a palavra, mas a ação.

 

Um autêntico Rosa+Cruz... não exerce um poder no interesse de uma conveniência.

 

Os ciclos não são fixados como às vezes pensamos sobre eles e muito depende da perspectiva, da necessidade e, naturalmente, do trabalho de acordo com a Lei Cósmica.

 

Acho importante destacar que desde o começo do Rosacrucianismo, nunca houve um período de inatividade no sentido de que o Trabalho tenha cessado ou de que as pessoas foram deixadas sem nenhum suporte.

 

O Rosacrucianismo é motivado por uma missão, e a natureza dessa missão é a de partilhar a Verdade e trabalhar em direção de uma evolução espiritual.

 

Todas as coisas passam, por fim, pela transição; mas o espírito e a alma são eternos e pelas Leis da Retribuição e da Reencarnação, irão se reciclar em manifestação neste estado de existência.

 

só porque alguma coisa está em um estado diferente não significa que ela não existe ou que não continue a manter uma influência.

 

Devemos nos lembrar de que a AMORC não foi a primeira e nem nunca foi a única manifestação física Rosa+Cruz, no que poderíamos chamar de ciclo moderno. Houve, por exemplo, atividade documentada na década de 1860, da qual acredito que a Fraternidade Rosa+Cruz se desenvolveu. Mas, mais diretamente relacionado com as várias Ordens representadas no Fórum [Rosa+Cruz de Livre-Expressão], as Ordens que representamos se desenvolveram mais ou menos a partir de uma agitada atividade que começou em 1883 com o trabalho de Papus, Péladan, Guaita e outros mais (que foram inspirados por Charles Nodier, Levi, Pitois etc.). Indubitavelmente existiu uma representação ativa externa do Rosacrucianismo naquela época e que certamente influenciou o Dr. Lewis e a formação da AMORC.

 

Perspectiva é uma coisa engraçada. À medida que as coisas estão acontecendo, nós lidamos com tudo de forma rotineira e não prestamos muita atenção. Como exemplo, os impactos dos atuais acontecimentos da política norte-americana parecerão inofensivos quando comparados ao tratamento que receberão dos futuros historiadores. [Particularmente, acredito que os impactos dos atuais acontecimentos da política (externa) norte-americana nada têm de inofensivos, nem como parecença nem como coisa efetiva; muito pelo contrário, penso que sejam até bastante ofensivos, ofensividade esta que manifestamente começou com o lançamento das duas bombas nucleares (o Little Boy e o Fat Man) nas Cidades japonesas de Hiroshima e de Nagazaki, ao final da 2ª Guerra Mundial, e, a partir daí, esta ofensividade não parou mais.]

 

Em um sentido bastante importante, estamos sempre preparados para estar por nossa própria conta. Com a Iniciação vem a responsabilidade, e com a responsabilidade vem a necessidade. Exceto em circunstâncias extremas, a necessidade requer a unidade para melhor perpetuar o Trabalho. Em outras palavras, nós como Iniciados Rosa+Cruzes escolhemos ser uma Ordem. É basicamente dessa forma que se pretendia que a Rosæ Crucis trabalhasse. Cada um de nós tem a responsabilidade de guiar outros de mentes afins para o Trabalho, assim como ajudá-los a atingir seus objetivos.

 

Há uma linhagem tradicional na qual a autoridade é transmitida Iniciaticamente...

 

Se fôssemos atribuir ao Cósmico que Ele fosse separado e distinto de nós, então estaríamos atribuindo uma concepção antropomórfica ao Cósmico, e, sob este ponto de vista, suponho que poderíamos argumentar que o Cósmico pudesse designar um Imperator. Porém, fazendo isso, tornaríamos necessário haver pouca ou nenhuma base teleológica para a existência humana, o que significaria que teríamos abdicado às nossas liberdades básicas que Deus nos deu. Tudo isso conduziria a um mundo muito fatalista para nós.

 

Nós, como seres humanos e Rosacruzes, somos inspirados a procurar e seguir uma busca espiritual porque, em última instância, percebemos que somos parte integral do Todo, e é esperado de nós que demonstremos uma responsabilidade espiritual muito profunda para, pelo menos, tentarmos nos comportar conforme a Lei Cósmica.

 

Spinoza, uma vez escreveu: 'Como seria possível, se a salvação estivesse disponível ao nosso alcance e pudesse, sem muito esforço, ser encontrada, ser por quase todos os homens negligenciada? Mas, todas as coisas excelentes são tão difíceis quanto raras.'

 

É da natureza do Cósmico que procuremos voltar para casa. Não é uma questão de atirar um laço e de sermos puxados de volta em meio a gritos e chutes. Nós temos que fazer por merecer esse direito. Subseqüentemente, se qualquer aspecto de nossas vidas fosse predeterminado ou preordenado pelo Cósmico, nós não estaríamos em posição de conquistar esse direito.

 

Se você está pensando que um Imperator necessariamente é um Mestre Cósmico, isto não é verdade. Todos têm o potencial para se tornarem Mestres, e é isso o que Rosacrucianismo ensina. Um Imperator, por outro lado, é simplesmente uma pessoa que é selecionada para se tornar o líder espiritual do movimento Rosa+Cruz e a Ele é dada a tarefa de perpetuar e proteger esse Movimento durante o seu mandato (vitalício).

 

Nosso Trabalho [o Trabalho de um Imperator] está primariamente no reino terrestre e nossa tarefa é tentar estabelecer uma condição espiritual para o benefício de todas as pessoas.

 

Todos os humanos têm a liberdade de escolha, e essa liberdade pode ser nossa salvação ou nossa perdição. Um Imperator não é diferente, nem é o Rosacrucianismo garantia de salvação e existência perpétua. Temos que perpetuamente fazer por merecer nossa existência, e se não tomarmos cuidado, podemos perdê-la, tanto por fatores externos quanto internos. Um bom modo para começar a perder nossa existência é abdicarmos de nosso direito de discutir livremente. Fazer isso conduziria à apatia.

 

Um Imperator não está acima da Lei.

 

O Conde de Saint Germain uma vez escreveu que os maiores obstáculos, que nos fazem tropeçar ao longo do Caminho, são a arrogância e a indiscrição e, se você pensar nisso, uma, a outra, ou ambas, são o que normalmente constituem a Noite Negra da Alma.

 

O que importa é que todos o Rosacruzes trabalhem para perpetuar o espírito e o ideal do Caminho Rosa+Cruz. Pouco importa que variações do Caminho se escolha seguir, desde que
o que haja no Coração permaneça puro.

 

Para o Rosacruz, a liberdade da Verdade e a busca de tal liberdade é apenas um dos muitos aspectos da criação do Movimento. Se não mantivermos tais atributos, se não mantivermos um alto nível de integridade e responsabilidade, então nada temos e nada representamos.

 

Temos apenas um propósito, que é o de Servir à Luz da Verdade!

 

Não são a mentira, a falsificação e a deturpação da verdade as marcas das trevas da ignorância?

 

A palavra 'Rosacruz' é bem genérica em seu uso, e há muitos grupos, pessoas e linhagens diferentes que podem corretamente usar a palavra para descrever sua função e/ou identidade, com relação ao Trabalho que fazem. Na minha opinião, qualquer um que tente se declarar como sendo a autêntica ou genuína Ordem Rosacruz, excluindo qualquer um ou todos os outros, está tristemente carecendo de perspicácia histórica.

 

Por sua própria natureza, o Rosacrucianismo pretende ser desafiador para os buscadores e elusivo para os que têm um interesse casual.

 

De minha perspectiva, qualquer um que se interesse em ir ao encalço de um Caminho Rosa+Cruz deve tomar a iniciativa de classificar as diversas opções disponíveis a ele e escolher uma que esteja de acordo com suas próprias convicções interiores e com os ditames de sua própria consciência. Como regra prática geral, o Rosacrucianismo diz respeito a direitos humanos e liberdades básicas, com a liberdade de inquirição e a verdade no topo da lista. Ele diz respeito a encorajar e ajudar os indivíduos a desenvolverem todos os aspectos de seu ser mental, físico e espiritual de acordo com sua própria personalidade e intenções. Diz respeito à evolução do Espírito e ao desenvolvimento de atributos místicos aprimorados. Não diz respeito nunca a seguir a liderança de outro à exclusão pela perda da própria identidade e das metas pessoais; não diz respeito a recitar doutrinações dogmáticas; nem a nada que possa ser ofensivo às sensibilidades próprias de cada um. Em resumo, o Rosacrucianismo diz respeito à Verdade e a Verdade por sua própria natureza diz respeito à liberdade — uma liberdade responsável, mas liberdade, apesar de tudo.

 

Há várias boas organizações [Rosacruzes]... e encorajo qualquer um que esteja procurando se tornar um Rosacruz a aprender o máximo possível sobre cada uma em que esteja interessado. Se as respostas procuradas não estiverem prontamente disponíveis, então, o buscador deveria perguntar — e esperar uma resposta apropriada.

 

O que fez o Rosacrucianismo sobreviver como uma cultura tradicional viva através dos últimos vários séculos é sua focalização inabalável em seus objetivos e a confiança nas liberdades básicas para alcançar tais objetivos. Uma coisa interessante sobre o Rosacrucianismo é que, quando aqueles objetivos se tornam nebulosos, o Movimento, em si, parece passar por uma transformação. Talvez por isso haja tantas linhagens diferentes existindo hoje.

 

Se as ações e obras de um Rosacruz forem compatíveis com o espírito do Rosacrucianismo, então aquele que conscientemente escolheu se tornar um Rosacruz pode ser identificado como sendo um.

 

Entender as alegorias e os símbolos ainda tem um papel muito importante no Rosacrucianismo de hoje, mas não é o único papel, como era no passado.

 

Há, definitivamente, um lugar para cooperação entre todas as organizações esotéricas, ocultas e místicas, considerem-se elas Rosacruzes, Martinistas ou qualquer denominação que escolham. No final das contas, nós estamos todos tentando atingir as mesmas metas — a elevação e a evolução espiritual de toda a Humanidade. Para alcançar essas metas, nós todos precisamos trabalhar em conjunto uns com os outros.

 

Eu tendo a ver o Rosacrucianismo como um fio que tece seu caminho através da história e para dentro do futuro. É como o véu da Natureza, sempre presente, mas devendo-se ver através dele para se ver adequadamente. Nisso, mantém aquela propriedade, sempre estará presente, mas algumas vezes escondido, esperando para ser redescoberto. Mas quando descoberto, continua de onde parou. Seu futuro? Um efeito muito profundo na Humanidade, e não obstante sutil — justamente como no passado.

 

Devemos compreender, mais a partir do Coração do que a partir da mente, que qualquer discussão com relação à Iniciação deve ser circular. Em outras palavras: estamos considerando um fluxo ou uma corrente que denominamos Caminho, o qual não possui nem começo nem fim. O Caminho não é linear no sentido em que ele não se relaciona com os conceitos intelectuais de espaço e de tempo. Ele não vem de lugar algum, nem tampouco termina em algum local. Ele simplesmente flui.

 

No Caminho Iniciático, as medidas não possuem valor intrínseco real além daquele de se atingir uma compreensão intelectual da situação.

 

Assim, nos deparamos com um paradoxo. Por um lado, nós 'entramos no Caminho', o que nos diz que devemos começar em algum 'ponto'. Mas se o Caminho não possui nem início nem fim, como então pode alguém 'entrar' sem perceber uma situação linear? Esta questão pode ser respondida simplesmente afirmando-se que devemos desenvolver versatilidade de Mente e de Coração e, subseqüentemente, mudar nossa perspectiva para visualizarmos a situação, não a partir da separação, mas mais exatamente a partir da Unidade. 'Eu sou a corrente'. 'Eu sou o Caminho.' Porém o 'eu' não se refere a mim pessoalmente. É tudo que existe.

 

A Iniciação Rara também pode ser referida como a Iniciação verdadeira, apesar deste último termo poder ser enganoso. Definida simplesmente, a Iniciação Rara ocorre quando um Iniciado recebe uma Iniciação diretamente através de uma osmose espiritual e não a partir de um iniciador humano. Em outras palavras, há uma fusão completa da natureza do Iniciado com a Corrente Espiritual. O Iniciado percebe que ele ou ela não entrou meramente em uma Corrente e viaja de um ponto a outro... mas, mais exatamente, a natureza do Iniciado deve se tornar idêntica ao fluxo da Corrente. A Iniciação Rara subentende que o recipiente recebeu uma percepção da Iluminação Mística. Entretanto, existe muito mais nisto do que nossos olhos podem enxergar.

 

A Iluminação Mística, em si e por si mesma, é comum. O que é extremamente raro é uma pessoa verdadeiramente perceber e participar da experiência, com isso apreciando seu valor por completo. Todos os seres têm o potencial para um despertamento inerente dentro de si. Portanto, a Iluminação Mística se torna uma simples percepção. Se essa percepção varia em grau de se saber desde como 2 + 2 = 4, até uma consciência expandida do Cósmico, depende da iniciativa e do propósito do indivíduo.

 

A importância de uma experiência mística é que ela é noética. A pessoa sabe, sem dúvida nenhuma, que algo é verdade. No exemplo simples 2 + 2 = 4, não é o fato 2 + 2 = 4 que é uma percepção mística, mas, mais exatamente, é o saber e o sentir daquela substância intangível que nos faz perceber e, pela primeira vez, nos maravilharmos com espanto que existe tal fato de que verdadeiramente 2 + 2 = 4.

 

Se um indivíduo é o recipiente de uma Iniciação Rara que resulta num despertamento completo de uma percepção espiritual, podemos presumir que esta pessoa já fora preparada para a experiência. Talvez esse indivíduo ingressou em um Caminho e foi preparado por uma série de Iniciações Comuns durante sua vida. Ou, talvez, ele ou ela tenham sido preparados durante uma encarnação anterior. Quando o Iniciado tem tal experiência, um de três resultados se seguirá: 1º - ou esta pessoa não fará nada, com isso mantendo a experiência para si própria; 2º - ou o Iniciado agirá e se tornará uma pessoa com propósito, estando assim servindo à Iniciação de maneira a compartilhá-La com outros ou servindo à Humanidade; 3º - ou o Iniciado embarcará em um novo Caminho. No primeiro caso, podemos ter por certo que a iniciação não foi completa, mesmo se ela assim tenha parecido para o indivíduo... No segundo caso, a Iniciação foi acompanhada de um sentido de necessidade de servir... O terceiro resultado é começar um novo Caminho. Porém, este terceiro resultado é enganoso, uma vez que o 'novo Caminho' não é novo, porém meramente um ramo do antigo, e se nós conseguirmos visualizar uma árvore com muitos ramos, nós poderemos ver como tais correntes se inter-relacionam.

 

Nós dizemos que existem muitos Caminhos, e realmente existem, mas todos eles se originam a partir de uma mesma fonte de base mística e espiritual. Os ramos são desenvolvidos de acordo com a necessidade, e tradicionalmente tais Caminhos, como a corrente Rosa+Cruz, têm gerado ramificações místicas e não-místicas, baseadas no ideal espiritual do serviço e na necessidade no momento de sua concepção.

 

O amanhã será determinado de acordo com a necessidade.

 

Todas as Iniciações são um amálgama do Todo.

 

Verdadeiramente, como uma raça, somos pessoas diversas capazes de alcançar qualquer potencial ou executar qualquer ato. Individualmente, esta capacidade é também um truísmo [verdade incontestável] e, se os motivos forem espiritualmente puros, nossas realizações são adicionadas à riqueza da evolução humana. Contudo, se esses motivos forem questionáveis, o efeito então sobre a civilização é aquele do apoucamento de nossos objetivos.

 

Todos temos a capacidade de escolher e devemos todos escutar os argumentos conflitantes que lutam dentro de nosso ser. Mas, em última análise, ao final, nós escolheremos. Se nossa escolha for aquela da ganância, então nossas ações servirão para degradar a condição espiritual humana. Mas se nosso motivo for servir, então nossas contribuições glorificarão nossa espiritualidade e nossas ações se manifestarão como indispensáveis.

 

Devemos estar constantemente cientes de que aquilo que conseguirmos hoje como Rosacruzes deverá influenciar os sucessos (ou as falhas) de nossos irmãos e irmãs no futuro.

 

O Rosa+Cruz vive a sua escolha.

 

Nossa Senda fica comprometida somente se vocês comprometem essa integridade, e o seu sucesso ou sua falha será determinado somente pelos obstáculos que vocês colocarem diante de si ou pela facilidade com a qual os removerem.

 

Um Rosa+Cruz é alguém que livremente aceita responsabilidade e que também livremente assume a responsabilidade de servir e de trabalhar para a iluminação de todos. Um Rosa+Cruz é aquele que livremente partilha com sabedoria o que sabe e o que procura. Um Rosa+Cruz é alguém que não julgará os outros em virtude de crença religiosa, sexo, preferências pessoais, nacionalidade ou inteligência. Mais apropriadamente, um Rosa+Cruz é alguém que avaliará uma outra pessoa baseando-se em sua motivação, ação e obra... Um Rosa+Cruz é aquele que busca ser um adepto da Luz...

 

Tradicional e historicamente, o Rosa+Cruz e também o Movimento Rosa-Cruz lutam incansavelmente pelo estabelecimento e pela perpetuação da liberdade — a liberdade de mente, de espírito e da alma.

 

 

Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 2008.



 



 

 



Páginas da Internet consultadas:

 

http://salemos.tripod.com/index-56.html

http://www.crcsite.org/CRCPortug.htm

http://www.creativework.com.br/janela
/200604_janelaaberta_arquivo.htm

http://www.crcsite.org/interview_portug.htm

http://br.groups.yahoo.com/group/rosacruzes
emartinistas/messages/2801?viscount=100

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gary_L._Stewart