Aconteceu
ontem:
O deputado federal Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) renunciou ontem, quinta-feira, 7 de julho de 2016, à
presidência da Câmara. Eduardo Cunha estava afastado da presidência
desde 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que
também suspendeu o seu mandato parlamentar por tempo indeterminado.
A decisão anunciada pelo peemedebista nesta quinta-feira não
altera o andamento do processo que o investiga no Conselho de Ética,
que pode levar a punição que varia desde advertência
até a cassação do seu mandato. Eis a íntegra
da carta de renúncia entregue ao Presidente em exercício da
Casa, Waldir Maranhão (PP-MA):
Excelentíssimo
Senhor Deputado Waldir Maranhão,
Vice-Presidente da Câmara dos Deputados,
Cumprimentando-o
cordialmente, comunico à Vossa Excelência a decisão
que tomei em renunciar ao cargo de Presidente da Câmara dos Deputados.
Essa decisão é irrevogável e irretratável.
Ao completar
17 dos 24 meses do meu mandato de Presidente, 2 meses de afastamento do
cargo e, ainda, estando no período de recesso forense do Supremo
Tribunal Federal – onde não existe qualquer previsão
de apreciação de recurso contra meu afastamento – resolvi
ceder aos apelos generalizados dos meus apoiadores.
É
público e notório que a Casa está acéfala, fruto
de uma interinidade bizarra, que não condiz com o que o País
espera de um novo tempo, após o afastamento da Presidente da República.
Somente minha renúncia poderá por fim a essa instabilidade
sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente.
No período
de efetivo exercício do mandato, pude conduzir a Câmara de
forma proposta na minha campanha, com protagonismo e independência,
votando todas as pautas do Governo, mas, trazendo a debate também
as pautas da sociedade e a pauta dos seus representantes – que são
Deputados. Reforma política, terceirização de mão-de-obra,
redução da maioridade penal, “PEC da Bengala”,
estatuto do deficiente, pautas da segurança pública e correção
do FGTS foram alguns dos importantes temas votados na minha gestão.
Mas, sem
dúvida alguma, a autorização para abertura do processo
de impeachment de um Governo que, além de ter praticado crime de
responsabilidade, era inoperante e envolvido com práticas irregulares,
foi o marco da minha gestão, que muito me orgulha e que jamais será
esquecido.
Sofri
e sofro muitas perseguições em função das pautas
adotadas. Estou pagando um alto preço por ter dado início
ao impeachment. Não tenho dúvidas, inclusive, de que a principal
causa do meu afastamento reside na condução desse processo
de impeachment da Presidente afastada, tanto é que meu pedido de
afastamento foi protocolado pelo PGR em 16/12/2015, logo após a minha
decisão de abertura do processo.
E o pedido
de afastamento só foi apreciado em 5/5/2016, em uma decisão
considerada excepcional e sem qualquer previsão constitucional, poucos
dias depois da decisão desta Casa por 367 votos autorizando a abertura
do processo por crime de responsabilidade.
Em decorrência
dessas minhas posições, venho sofrendo também uma representação
por quebra de decoro parlamentar por supostamente ter mentido a uma CPI,
aberta por mim como Presidente e na qual compareci espontaneamente para
prestar esclarecimentos. Continuarei a defender minha inocência de
que falei a verdade.
A par
disso, sofro de seletividade do órgão acusador que atua com
relação a mim diferentemente do que com outros investigados
com o mesmo foro. Após a decisão da Câmara de instaurar
o processo de impeachment em 17/04/2016, seis novos inquéritos foram
abertos contra mim e duas novas denúncias foram apresentadas, sendo
que muitos desses eventos se davam sempre às vésperas de deliberações
no Conselho de Ética.
Quero
reiterar que comprovarei minha inocência nesses inquéritos,
confiando na Justiça do meu País. Reafirmo que não
recebi qualquer vantagem indevida de quem quer que seja.
Quero
agradecer a Deus pela oportunidade de presidir a Câmara dos Deputados
do meu País. Quero agradecer ao meu Partido e a todos os Deputados
que me elegeram em primeiro turno em fevereiro de 2015. Quero agradecer
a todos que me apoiaram e me apóiam no meio dessa perseguição
e vingança de que sou vítima. Quero agradecer especialmente
a minha família, de quem os meus algozes não tiveram o mínimo
respeito, atacando de forma covarde, especialmente a minha mulher e a minha
filha mais velha.
Usam minha
família de forma cruel e desumana visando me atingir. Tenho a consciência
tranqüila, não só da minha inocência bem como de
ter contribuído para que o meu País se tornasse melhor e se
livrasse do criminoso Governo do PT.
A História
fará Justiça ao ato de coragem que teve a Câmara dos
Deputados sob o meu comando de abrir o processo de impeachment, que culminou
com o afastamento da Presidente, retirando o País do caos instaurado
pela criminosa e desastrada gestão que tanto ódio provocou
na sociedade brasileira, deixando como legado o saldo de 13 milhões
de desempregados e o total descontrole das contas públicas.
Que este
meu gesto sirva para repor o caminho que a Câmara dos Deputados estava
trilhando na minha gestão, de protagonismo, de independência,
de austeridade no controle dos gastos públicos e de coragem para
enfrentamento das pautas da sociedade. Acima de tudo, espero que este meu
ato ajude a restaurar o nosso País após o processo de impeachment.
Desejo
sucesso ao Presidente Michel Temer e ao futuro Presidente da Câmara
dos Deputados. Que Deus abençoe esta nação.
Peço
a leitura deste expediente em sessão plenária.
Brasília,
07 de julho de 2016.
Eduardo
Cunha
Quanto a tudo isto,
o que direi agora vale tanto para o senhor Eduardo Cunha quanto para o senhor
Paulo Bernardo, em quem meti a ripa recentemente, por supostamente(?) estar
envolvido na escandalheira
(roubalheira escandalosa) no crédito consignado:
se, porventura, ficar provado que ambos são inocentes, tudo o que
penso e o que já comentei sobre estes senhores se tornará,
como resultado e conseqüência obrigatória do fato, anulado,
e aos quais, sinceramente, peço antecipadas desculpas. Todavia, acho
muito difícil que a Procuradoria-Geral da República (PGR)
e a Operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal
do Brasil, estejam completamente equivocadas nestas matérias. Pelo
contrário, penso que existam mais monstros ocultos nas profundezas
da lagoa negra do que possamos imaginar! Não passa um dia sem que
um novo escândalo não venha à tona!
______
Notas:
1. Esta frase é
um plágio, digamos assim, da célebre frase atribuída
ao vigésimo segundo Presidente do Brasil Jânio da Silva Quadros
(Campo Grande, 25 de janeiro de 1917 – São Paulo, 16 de fevereiro
de 1992) – Fi-lo
porque qui-lo – mas, que ele (disse que) não disse.
Mas, como o Jânio apreciava um assovio-de-cobra, vai ver que disse
e se esqueceu. Ou será que ele também não disse bebo-o
porque é líquido, se fosse sólido, comê-lo-ia?
Seja como for, esta construção lingüística (Fi-lo
porque qui-lo) só pode ser escrita como uma espécie
de liberdade literária ou de licença poética, uma vez
que ela está gramaticalmente incorreta. O porque (que é uma
conjunção coordenativa explicativa) atrai
o pronome. Logo, a frase gramaticalmente correta teria que ser: fi-lo porque
o quis. Melhor: fiz porque quis. O que o Jânio disse, isto sim, é
que o PMDB é
uma Arca de Noé; sem Noé e sem a arca! Quanto
ao plágio, o correto seria que eu tivesse escrito sonhei porque quis.
Mas, como eu precisava rimar com pensando
naquilo... E, de través,
acabei metendo o Jânio no poema!
2. Algumas vezes, confesso,
deu cagalhufas de
fudehouse! Um verdadeiro
horror!
Música
de fundo:
Bacurinha
Compositor: Domínio público (segundo o Dicionário Cravo
Albin da Música Popular Brasileira)
Interpretação; Maria Alcina
Fonte:
http://redmp3.su/4375563/maria-alcina-bacurinha.html
Páginas
da Internet consultadas:
http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/07/deputado-
eduardo-cunha-renuncia-presidencia-da-camara.html
https://gartic.com.br/ninadiva/desenho-jogo/1266551227
https://pt.wikiquote.org/wiki/J%C3%A2nio_Quadros
http://www.animated-gifs.eu/category_kids/
kids-spinning-tops-11/index.php?page=1
http://www.1papacaio.com.br/modules.php?op=modload&
name=Cliparts&file=index&do=showpic&pid=276
https://evertoncout.wordpress.com/2010/02/12/pinoquio-2/
http://nossarquitetura.blogspot.com.br/2012/1
0/arquitetura-musica-faroeste-cabloco.html
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