GALHARUFAS
Rodolfo Domenico
Pizzinga
O Tolo
Nem
sofrendo
o tolo quer se modificar.
Mesmo morrendo,
ele insiste em aprontar.
Alguns
avisam,
mas, o tolo não
dá bola.
E repisam...
e a tolice não
de(s)cola!
Tudo
é chiste;
só armação
para vantajar.
Dedo em riste,
ele diz: —
Vou arrebentar.
E
o babaquara
corre atrás das
galharufas.1
Quebra a cara;
mas, não adianta
bulhufas.
Vida
de tolo
é chulamente desprezível.
Topa o dolo
para abocanhar o incabível.
Lá
um dia,
o tolo bate a bota. Sozinho!
Só accidia;
ele, que era tão
espertinho!
Bem,
agora,
não tem mesmo mais
jeito.
Soou a hora,
e o bolo está sem
confeito.
O
que era
já não é
nem poderá ser.
Só espera
por um (talvez) vir-a-ser!
Mas,
quando?
Sensação
abambulante!
Deplorando,
a demora é angustiante!
Demora Angustiante