FUGINDO

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Os condicionamentos nos fazem viver sempre no passado, com os mortos. O fato é que nos vemos perturbados a respeito da vida, da política, da situação econômica, do horror, da brutalidade e do sofrimento existentes tanto no mundo como em nós mesmos, e esta perturbação nos revela quão estreitamente condicionados estamos. E vivemos culpando sempre, por exemplo, os outros, o nosso ambiente e a situação econômica. [In: Liberte-se do Passado (título do original: Freedom From The Known), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

De maneira geral, o que acontece é que criamos uma verdadeira rede de fugas, e estamos e vivemos dominados pelo hábito da fuga. [Ibidem.]

 

 

 

 

 

 

Tentei fugir da guerra,

mas, a guerra não saiu de mim.

Tentei fugir da dor,

mas, a dor não saiu de mim.

Tentei fugir do deserto,

mas, o deserto não saiu de mim.

Tentei fugir da tortura,

mas, a tortura não saiu de mim.

Tentei fugir da fome,

mas, a fome não saiu de mim.

Tentei fugir da ausência,

mas, a ausência não saiu de mim.

Tentei fugir das ilusões,

mas, as ilusões não saíram de mim.

Tentei fugir das miragens,

mas, as miragens não saíram de mim.

Tentei fugir da querença,

mas, a querença não saiu de mim.

Tentei fugir do meu país,

mas, o meu país não saiu de mim.

Tentei fugir do casamento,

mas, o casamento não saiu de mim.

Tentei fugir da brutalidade,

mas, a brutalidade não saiu de mim.

Tentei fugir do terremoto,

mas, o terremoto não saiu de mim.

Tentei fugir do tsunami,

mas, o tsunami não saiu de mim.

Tentei fugir da covardia,

mas, a covardia não saiu de mim.

Tentei fugir da política,

mas, a política não saiu de mim.

Tentei fugir da debacle,

mas, a debacle não saiu de mim.

Tentei fugir do horror,

mas, o horror não saiu de mim.

Tentei fugir do terror,

mas, o terror não saiu de mim.

Tentei fugir da crueldade,

mas, a crueldade não saiu de mim.

Tentei fugir do sofrimento,

mas, o sofrimento não saiu de mim.

Tentei fugir do foguete,

mas, o foguete não saiu de mim.

Tentei fugir do muro,

mas, o muro não saiu de mim.

Tentei fugir da perseguição,

mas, a perseguição não saiu de mim.

Tentei fugir da mentira,

mas, a mentira não saiu de mim.

Tentei fugir da exploração,

mas, a exploração não saiu de mim.

Tentei fugir do preconceito,

mas, o preconceito não saiu de mim.

Tentei fugir da homofobia,

mas, a homofobia não saiu de mim.

Tentei fugir do holocausto,

mas, o holocausto não saiu de mim.

Tentei fugir da doença,

mas, a doença não saiu de mim.

Tentei fugir da morte,

mas, a norte não saiu de mim.

Tentei fugir do compromisso,

mas, o compromisso não saiu de mim.

Tentei fugir da compensação,

mas, a compensação não saiu de mim.

Tentei fugir do cagaço,

mas, o cagaço não saiu de mim.

Tentei fugir da consciência,

mas, a consciência não saiu de mim.

Tentei fugir da Verdade,

mas, a Verdade não saiu de mim.

Tentei fugir da Noite Negra,

mas, a Noite Negra não saiu de mim.

Tentei fugir da Cruz,

mas, a Cruz não saiu de mim.

Tentei fugir do karma,

mas, o Karma não saiu de mim.

Tentei fugir da LLuz,

mas, a LLuz não saiu de mim.

Tentei fugir da existência,

mas, a existência não saiu de mim.

Tentei fugir dos condicionamentos,

mas, os condicionamentos não saíram de mim.

Tentei fugir de você,

mas, você não saiu de mim.

Tentei fugir de tudo,

mas, nada saiu de mim.

Tentei fugir de mim mesmo,

mas, meu ego não saiu de mim.

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Pomp and Circumstance (March nº 1)
Composição: Edward William Elgar

Fonte:

http://www.miss-music.com/pomp.html

 

Páginas da Internet consultadas:

https://giphy.com/

https://tenor.com/

https://krishnamurtibox.wordpress.com/downloads/livros/

 

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