Todos
os rituais, como uma espécie de representação teatral,
são hinos à Mãe Natura, simbólicos da própria
Natureza.
A
fé só tem cabimento quando deriva de uma percepção
íntima, de uma Verdade experiencialmente intuicionada. Portanto,
a fé não leva à percepção, mas, ao contrário,
a percepção (experiência pessoal) conduz à fé.
Faze
o que quiseres (Lei do Livre-arbítrio) – é a totalidade
da Lei – mas, terás de prestar contas de todos os teus atos
(Lei do Carma). O fato iniludível, desde 'in illo tempore', é
que a cada ato inadequado praticado a Lei do Carma restringe, cada vez mais,
novas possibilidades de se fazer o que se quer na vida diária.1
Deveres
dos Rosa-Cruzes
(Franz Hartmann)
1
– Aliviar os sofrimentos e curar
as enfermidades sem aceitar qualquer remuneração.2
A Medicina que os Rosacruzes dão vale mais do que o ouro.
Além disso, é invisível e não se compra
com dinheiro.3
2 – Vestir-se de acordo com os costumes dos países
em que habita temporariamente,
devendo ser adaptável às condições
do país em que reside.4
3 – Reunir-se uma vez por ano em lugar determinado.
4 – Todo membro deverá procurar uma pessoa adequada
para seu sucessor. Todo homem é o criador do ser cuja personalidade
adota no degrau seguinte da escala evolutiva.
5 – As letras R. C. (Rosa+Cruz) são o emblema da
Ordem. Os que verdadeiramente
tenham
entrado na Ordem terão no corpo os sinais, como reconhecerá
facilmente quem for capaz disso.
6 – A existência da Fraternidade deve se manter em
segredo durante cem anos, contados a partir da época de
sua primeira fundação. Os cem anos não terão
transcorrido até que o homem tenha despertado a consciência
de sua Divina Natureza.5
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Todo
o nosso mundo artificioso, todo o nosso saber material, é uma casca
de ignorância e de egoísmos que nos envolve, e, conquanto a
divisa seja 'Per áspera ad Astra',6
é mister que nos chegue o verdadeiro calor para que possamos romper
o envoltório.
Sem
o martírio da Cruz a Rosa não florescerá; sem crucificação
não haverá Ascensão.7
O
pensamento deverá se habituar a fixar, por si mesmo, a direção
a seguir e a finalidade a atingir. Firmeza e determinação
intensa de se aplicar exclusivamente a um dado objetivo são as qualidades
que o pensamento tem necessariamente que adquirir. Para isto, exercícios
adequados deverão ser praticados, referentes não a assuntos
complicados e estranhos, mas, ao contrário, às coisas mais
simples e vulgares. Todo aquele que for capaz de fixar seu pensamento, durante
cinco minutos por dia, em um simples objeto, por exemplo em um lápis,
em um alfinete ou em uma rosa, e que durante os cinco minutos conseguir
excluir todos os pensamentos estranhos ao objeto escolhido, já conseguiu
muito. Aplicar o pensamento durante certo tempo sobre um objeto perfeitamente
familiar é adquirir a certeza de que se pensa objetivamente.8
A
primeira coisa que precisamos aprender não é refletir sobre
este ou aquele assunto, mas, sim, meditar por intermédio de uma virtude
íntima, isto é, saber acomodar o pensamento à realidade
da coisa.
Albert
Einstein9
Precisamos
adquirir o hábito de não deixar o pensamento errar sob a ação
de uma fantasia subjetiva.10
A
alma deve se tornar soberana, não apenas no domínio do pensamento,
mas também no da vontade. A vida cria no homem diferentes necessidades
no mundo físico, e a vontade é solicitada a satisfazê-las.
Pela disciplina oculta, o homem deve se habituar a obedecer estritamente
às suas próprias ordens. Assim agindo, achará cada
vez menos prazer nas coisas efêmeras, pois o que há de instável
e de insaciável em nossas veleidades provém do desejo que
nos impele para os objetos, cuja posse não é capaz de despertar
em nós qualquer conceito definido.
Viver
idealmente é encarar o impossível como se fosse possível,
ou seja, todo aquele que sabe desejar o possível, desenvolve seu
poder interior a tal ponto, que, por sua vontade forte, consegue transformar
o impossível em possível.11
Não é a dor legítima
que se deve dominar, mas, sim, as lágrimas irreprimíveis.
Não é o horror de uma ação má, mas, sim,
o surto cego da cólera. Não é a precaução
do perigo que se deve extirpar, mas, sim, o terror estéril.
É
preciso ter sempre presente que, em ocultismo, o essencial não é
o que se acredita já possuir, mas, sim, o que se pode adquirir por
um exercício metódico. Tão contraditório quanto
possa parecer, há um princípio que é exato: quaisquer
que sejam as qualidades que a vida nos faça adquirir, as únicas
que servem no ocultismo são as que por nós mesmos são
assimiladas.
Se
não é possível fazer com que o mal pareça ser
um bem ou que o erro pareça ser uma verdade, pode-se, no entanto,
conseguir que o mal não nos impeça de ver o bem e que erro
não nos obste de ver a verdade.
Não
devemos, de forma alguma, em certa idade, esquecer a experiência adquirida,
mas, sim, nos servirmos das experiências passadas para melhor julgar
as que se nos apresentam em cada momento de nossa peregrinação.
O
estudante de ocultismo, paulatinamente, deve desenvolver, praticar e conjugar
harmoniosamente cinco qualidades: 1ª) domínio do pensamento;
1ª) poder sobre os desejos; 3ª) igualdade ante o prazer e a dor;
4ª) positividade nos julgamentos; e 5ª) ausência de prevenção
na concepção da existência. Se isto for concertadamente
desenvolvido, praticado e conjugado, será consolidada a inteligência,
serão aprimorados os sentimentos e será aperfeiçoado
o caráter. E, depois que tais qualidades tenham sido adquiridas ou
buriladas, deverão ser, sem cessar, melhoradas e sempre exercitadas.
Uma
excelente preparação para o desenvolvimento espiritual é
encarar com o mesmo olhar as suas alegrias e os seus desgostos como os dos
outros. É conveniente, para atingir tal grau, fazer desfilar diante
de seu espírito, ao fim de cada dia, todas as experiências
da vida quotidiana; de se contemplar a si próprio em relação
aos seus deveres diários, como se fosse um mero espectador. Para
se conseguir praticar com facilidade este exercício, deve-se iniciá-lo
por frações mínimas. Pouco a pouco, se adquirirá
a habilidade suficiente para poder executar, em pouco tempo, este trabalho
de retrospecção em toda a sua integralidade. O ideal é
manter uma segurança e uma calma perfeitas à medida que os
fatos vão se apresentando, e apreciá-los seguindo a importância
real e o valor objetivo dos próprios fatos.
A
vida supra-sensível depende das qualidades desenvolvidas na vida
normal. Se não se tem o cuidado de antecipadamente basear toda a
disciplina espiritual em um juízo são e sólido, as
percepções superiores serão falsas e imprecisas. Os
órgãos espirituais se desenvolverão, por assim dizer,
de revés. E da mesma forma que um olho doente e defeituoso não
poderia ver de um modo correto e perfeito o mundo físico, assim não
se deverão esperar percepções justas e precisas de
órgãos desenvolvidas sobre a base de um falso julgamento.
De outra parte, se está em jogo uma moralidade duvidosa, a vida espiritual,
por ocasião da entrada nos Mundos Superiores, se apresentará
como que invocada. É como se o mundo sensível fosse observado
em um estado de torpor.
Para
se realizar algo de natureza espiritual, é necessário ter
o domínio absoluto dos desejos inferiores, e, só depois, em
meditação, entrar no silêncio, sem sofrer qualquer influência
externa.
A
Alma Cósmica é o grande armazém universal; daí
se distribui tudo, como por reflexo. A vida individual é só
uma parte da Vida Universal, como o amor particular é uma chispa
do grande Amor Universal.
Precisamos
ter cuidado: nos tornamos naquilo em que meditamos.
Precisamos
ter assente: o homem é um Deus em evolução.
Homem
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