FRA – ENSINAMENTOS GNÓSTICOS XXV

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Esta é a 25ª parte da divulgação que estou fazendo de uma pequena coletânea de fragmentos sobre a Gnose Iniciática, disponibilizados on-line na revista Gnose, sob os auspícios da Fraternitas Rosicruciana Antiqua. A consulta direta à estas publicações poderá ser feita no endereço:

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

 

 

Ensinamentos Gnósticos

 

 

 

Cuidado com as tuas palavras! Elas podem ser veículos tanto de saúde quanto de doença.

 

 

 

 

Advertências do Guia no Templo do Silêncio: 1ª) se não fores interrogado, nunca fales; 2ª) se não for estritamente necessário, não fales; 3ª) não dês nunca uma notícia triste, negativa, destruidora ou desagradável; 4ª) não ouças nem leias, se possível, nenhuma notícia desarmonizadora; 5ª) só comunica tua alegria e tua felicidade a outrem se souberes que despertarás alegria; 6ª) se possível, não comuniques tuas dores e tuas magias a ninguém, para não lhe perturbares a quietude; e 7ª) nas tribulações da vida, procura sempre refúgio no Santo Altar do teu Coração.

 

 

 

IF (Se)
(Joseph Rudyard Kipling, 1865 – 1936)

 

 

Joseph Rudyard Kipling

 


Se és capaz de manter tua calma quando todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa...

Se és capaz de crer em ti quando estão todos duvidando, e, para estes, no entanto, achar uma desculpa...

Se és capaz de esperar sem te desesperares, ou, enganado, não mentir ao mentiroso, ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares, e não parecer bom demais, nem pretensioso...

Se és capaz de pensar – sem que a isto só te atires – de sonhar sem fazer dos sonhos teus senhores...

Se és capaz de, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires tratar da mesma forma a estes dois impostores...

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas em armadilhas as verdades que disseste e as coisas por que deste a vida estraçalhadas, e refazê-las com o bem pouco que te reste...

Se és capaz de arriscar, em uma única parada, tudo quanto ganhaste em toda a tua vida, e perder, e, ao perder, sem nunca dizer nada, resignado, tornar ao ponto de partida...

Se és capaz de forçar coração, nervos, músculos, tudo, a dar, seja o que for que neles ainda exista, e a persistir assim, quando, exausto, contudo, resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe não te corromperes, e, entre os Reis não perderes a naturalidade, e de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, se a todos podes ser de alguma utilidade...

Se és capaz de dar, segundo por segundo, ao minuto fatal todo valor e brilho...

Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo, e – o que ainda é muito mais – és um Homem, meu filho!

 

 

Assim como o sono fortalece o corpo, revigora os nervos e refaz a força gasta, assim também o consciente silêncio atua tanto no corpo quanto na alma.

 

Se cada um indagasse de si mesmo quantas das suas falas diárias são inúteis, supérfluas e danosas, provavelmente, se esforçaria em tentar ficar mais em silêncio.1

 

Os médicos reformistas dizem – e com justa razão – que o homem atual come o dobro do necessário à manutenção do seu corpo.2 Também não é exagero afirmar que o homem atual fala, pelo menos, cinco vezes mais do que é preciso, sem dar fé que esbanja, com tal falatório inútil, a força curativa do seu corpo.

 

 

 

Doze Princípios

 

 

Recolhido em teu Santuário Interior, repete em solilóquio estes Doze Princípios:

1º) Eu emito, constantemente, pensamentos de paz, amor, harmonia, bondade e benevolência a todos os meus irmãos.

2º) Eu desejo a todos os homens a LLuz da Sabedoria e a amplitude de conhecimentos, para que, unidos pelo critério, pela razão e pela bondade, realizem a Beleza e o Poder, a fim de que ninguém sofra.

3º) Diariamente, eu me recordarei que todos os homens são meus irmãos. Recordar-me-ei que somos todos filhos do mesmo Pai e da mesma Mãe espirituais, que somos feitos da mesma argila e que respiramos as mesmas substâncias cósmicas.

4º) Recordar-me-ei que devo pautar todos os meus atos, de agora em diante, pelas normas de Sabedoria, de Força e de Beleza. Deste modo, eu me tornarei útil à minha família e serei um ente justo na sociedade.

5º) Como princípio, eu estabeleço não permitir que outrem execute qualquer trabalho que a minha capacidade permita executar. Decreto não aceitar de outrem um sacrifício de tempo e de dinheiro, sem ter proposto, antes, a sua justa equivalência, disposta de tal forma, sempre, a saldar, e não a contrair um carma novo. E, ainda, se eu conquistar fortuna material, me comprometo a não a adquirir com prejuízo de quem quer que seja.3

6º) Hei de me revelar sempre alegre, satisfeito, justo e pontual. Que a onda-pensamento que me envolva seja sempre pura, construtiva e harmônica. E meu eterno agradecimento a todos os que me ofereçam um sacrifício que não lhes solicitei.

7º) Eu quero ser um instrumento útil de Deus. Quero ser Seu veículo, e pôr todo o meu saber, toda a minha capacidade e todas as minhas forças à disposição dos meus semelhantes, integralizado na realização do Bem Comum e em harmonia com a Fraternidade Universal.

8º) Eu sempre respeitarei os direitos alheios. Contudo, antes de exigir os meus direitos, procurarei cumprir os meus deveres. Estou consciente de que todos os direitos são justas recompensas dos nossos deveres integramente cumpridos.

9º) Na defesa da verdade, mesmo que seja contra mim, eu me manterei inabalavelmente firme em qualquer circunstância. Pela verdade, eu combaterei dentro de todas as possibilidades, para que resplandeça sobre a falsidade e mentira.

10º) Eu olharei o dinheiro como um meio, não como um fim. Se possuir algum, jamais me sentirei dono dele, e, sim, apenas seu mero administrador.

11º) Eu prefiro fazer um benefício; não recebê-lo. Para isto, estudarei, aprenderei, trabalharei e cuidarei da minha saúde para conseguir o conhecimento necessário para auxiliar e servir à Humanidade.

12º) Eu quero servir e trabalhar em harmonia com todos e, sobretudo, com o próprio Deus, cuja manifestação está em mim e o meu Eu Interior simboliza.

 

 

 

Efetivamente, os fatos do mundo espiritual só podem ser observados com o auxílio da clarividência. É tão impossível compreender o mundo espiritual com a inteligência que está ligada ao instrumento físico do cérebro, como perceber este mundo com os olhos e os ouvidos físicos.

 

Dos quatro elementos que constituem a natureza humana [quadrado inferior], o Corpo Físico, o Corpo Etérico, o Corpo Astral e o Eu, durante o sono, os dois últimos – o Corpo Astral e o Eu – se libertam dos outros dois. Durante o estado de vigília, estes quatro elementos estão intimamente unidos entre si. Só no momento da morte [transição] é que o Corpo Etérico se retira com o Corpo Astral e o Eu, podendo, os três, agir em comum.

 

 

 

 

A meditação malsã e inescrupulosa e a projeção egolátrica e mal direcionada poderão colocar o homem, por intermédio do seu Corpo Astral e do seu Eu, em franca contradição com o Universo. Deve-se ter em mente que o mundo das realidades espirituais pode estimular o homem ao mais alto ponto, como pode também paralisá-lo, segundo o modo pelo qual este entre em relação com aquele.

 

Como seres-aí-no-mundo,4 devemos reservar um interesse espontâneo pelo mundo exterior, para que não permaneçamos na Terra como estranhos; isto seria proceder como egoístas, e, desta forma, privar nosso campo de trabalho de forças e de realizações das quais devemos participar e com as quais devemos colaborar. Mas é preciso, também, para atingirmos os Mundos Superiores, cultivar o outro lado do nosso ser. Isto consiste em podermos extinguir, em nós mesmos, em alguns momentos solenes de nossa vida, temporariamente, todos os nossos interesses exteriores.

 

Nos tornarmos uma segunda personalidade nascida da antiga é a primeira grande experiência feita no caminho do conhecimento clarividente, isto é: devemos nos sentir libertos de nós mesmos no interior da antiga personalidade.

 

Na vida ordinária, o Guardião do Umbral, que não percebemos senão no instante em que nos libertamos, preserva-nos de experiências que não saberíamos ainda suportar.

 

Devemos contemplar sem medo o que fizemos no passado, porque teremos, então, a oportunidade-certeza de que poderemos reformar o que é imperfeito.5

 

 

 

 

Reformando o que é Imperfeito

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Se você observar direitinho, constatará que os grulhas contumazes, além de serem normalmente incomodativos e inoportunos, têm uma aparência meio doentia, constantemente apresentam um afligimento, um achaque ou uma doença qualquer, têm tendência a ficar alergizados e/ou resfriados e/ou constipados (apresentam regularmente coprostasia) e, geralmente, aparentam uma idade superior à que realmente têm. Você gostaria de fazer um exercício interessante? Pois bem, pitagoricamente, tente passar um dia sem dizer uma palavra, alimentando-se frugalmente e bebendo muita água. Ao final do dia, na hora de dormir, certamente, você terá a impressão de que sua energia duplicou, e, quem sabe, algo em você que esteja desarmonizado se harmonize.

2. Você já reparou que, em um restaurante – uma churrascaria, por exemplo – em que o preço é fixo e cada um pode comer o que quiser pelo mesmo preço, as pessoas comem, no mínimo, o dobro do que comeriam normalmente? No caso do prato feito (PF), em que o preço também é fixo, é a mesma coisa; o sujeito come tudo, até contra vontade. O (des)raciocínio infernal é este: estou pagando, então vou comer até me entupir todo. Depois, tomam um Plasil®, arrotam tudo o que têm direito e pronto: está tudo resolvido. Mas, resolvido, em termos, pois a gordureba vai ficando e vai entupindo, provocando adiposidade e originando aterosclerose (formação de placas de ateroma, compostas especialmente por lipídios e tecido fibroso, dentro dos vasos sangüíneos). A aterosclerose é a causa-mater das obstruções das artérias coronárias, provocando a angina e o infarto.

 

 

 

 

3. Se você pensar e avaliar bem direitinho, se certificará de que é impossível conquistar fortuna material sem prejuízo de outrem. Tudo o que alguém tem demais faz falta a alguém, que tem de menos ou nada tem, em algum lugar do Planeta. Ninguém fica (multi)milionário sem sobrevaliar e contrariar as Leis Cósmicas. Isto é mesmo impossível! Eu, nesta vida, basicamente, tenho um apartamento de dois quartos, na Tijuca, no Rio de Janeiro, onde vivo, um carro e uma mixuruquice muito mixuruca aplicada no Fundo BB Referenciado DI Plus Estilo do Banco do Brasil, como reservinha estratégica. E acho que já é muito, pois quando penso nos que não têm nada e que passam fome, apesar de tudo ter vindo do meu trabalho como professor, sinto-me envergonhado. E me envergonho mais ainda quando lembro do Evangelho de Lucas, Vulgata, XII: 27: Considerai como crescem os lírios; eles não trabalham nem fiam... Reservinha estratégica? Pois é...

4. Ser-aí ou Ser-aí-no-mundo são as traduções portuguesas do termo alemão Dasein – muito usado no contexto filosófico como sinônimo para existência. Dasein é o termo principal na Filosofia Existencialista do filósofo alemão Martin Heidegger (1889 – 1976).

5. Sem medo, sim, sempre; mas, se e quando for caso, nada poderá impedir de nos sentirmos envergonhados. E sentir vergonha pelos malfeitos cometidos permite que a primeira réstia da Eterna LLuz Illumine o nosso Coração. Sentir vergonha é muito bom. Afirmo isto de cadeira, pois sou o rei de sentir (muita) vergonha.

 

Depois de tanta conha,

de vergonha em vergonha,

devagar, vou mudançando...

E o que importa quando?

 

Depois de tanta conha,

de vergonha em vergonha,

eu vi a LLuz se avizinhar...

Não quero mais me deitar!

 

Depois de tanta conha,

de vergonha em vergonha,

iniciei a tartarear Eu-sou...

Meu pensar já não é flou!

 

Depois de tanta conha,

de vergonha em vergonha,

venci meu inferno infernal...

Em mim, já não mora o mal!

 

 

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://poetrylady.homestead.com/
GangPoems.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ser-a%C3%AD

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-75.pdf

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-74.pdf

http://renascerespiritual.blogspot.com.br/2011
/01/cordao-de-prata-e-cordao-de-ouro.html

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-73.pdf

http://pensador.uol.com.br/
frase/NTIzMTg/

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-72.pdf

http://piqueatierra.blogspot.com.br/2010/04/
atherosclerosis-symptoms-signs.html

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

Música de fundo:

Mazurkas, Opus 7, Vivo ma non troppo
Composição: Fryderyk Franciszek Chopin

Fonte:

http://www.piano-midi.de/chopin.htm

 

Direitos autorais:

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