FRA – ENSINAMENTOS GNÓSTICOS XXIV

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Esta é a 24ª parte da divulgação que estou fazendo de uma pequena coletânea de fragmentos sobre a Gnose Iniciática, disponibilizados on-line na revista Gnose, sob os auspícios da Fraternitas Rosicruciana Antiqua. A consulta direta à estas publicações poderá ser feita no endereço:

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

 

 

Ensinamentos Gnósticos

 

 

 

A felicidade faz com que achemos bons todos os lugares. Já um pequeno insucesso poderá aviltar um grande homem. (Kaqimma).

 

As boas palavras brilham mais do que as esmeraldas que as mãos dos escravos encontram entre as pedras. (Kaqimma).

 

O sábio está contente com o que sabe. Bons são os liames de seu Coração e agradáveis são os seus lábios. (Kaqimma).

 

O rebelde vê ciência na ignorância e virtudes nos vícios. Comete, diariamente, com audácia, toda sorte de fraudes, e nisso vive como se fora morto. (Phtah-hotpou).

 

Não há homem imutável em coisa alguma; tal é a resposta da morte. Fixa teu olhar na vida. (Ani).

 

A melhor condição para uma vida feliz é sabermos nos contentar com a própria sorte sem invejar as conquistas de outrem. (Ani).

 

 

 

 

Cansamo-nos de tudo. Feliz o que não se cansa! (Ani).

 

Não ponhas tua satisfação nas coisas de outrem. Não contes com os bens de outrem, pois eles não subirão tua casa. (Ani).

 

Não te faças companheiro de um homem mau, não andes com o insensato nem te detenhas em suas palavras. (Autor desconhecido).

 

Não exerças sobre os outros uma influência malsã. (Autor desconhecido).

 

Não pervertas o Coração do teu companheiro. (Autor desconhecido).

 

Não maltrates um inferior e respeita teus superiores. (Autor desconhecido).

 

Não maltrates a mulher. (Autor desconhecido).

 

Não faças sofrer uma criança. (Autor desconhecido).

 

Não te divirtas zombando dos que dependem de ti. (Autor desconhecido).

 

Não procures jamais salvar tua vida à custa da vida de outrem. (Autor desconhecido).

 

Só poderemos avançar, progredir e ascensionar se e quando as dissensões que criamos entre o humano e o Divino e as contradições entre o que fazemos conscientemente e as Sagradas Leis de Deus forem conscientemente transmutadas.

 

 

 

 

Reuni as vossas forças e voltai-vos tenazmente para um novo objetivo, para a reconquista de vossa própria consciência extraviada, para a perfeição de vosso Eu Divino.

 

Precisamos, todos, avançar sem vacilações, sem semear guerras, sem encharcar de sangue as trincheiras.1

 

Distante está a meta, mas é preciso vencer, vencer a todo custo, e, com a vontade de nosso Eu, superar a nós mesmos e em nós mesmos encontrar a pureza da Consciência Eterna.

 

Libertai vossa complicada fé de todos os inúteis paramentos que os cúpidos e os agiotas da espiritualidade dela fazem um mercado abominável.

 

 

 

 

Aqueles que têm nas mãos as rédeas da fé não devem somente pregar a Verdade de Cristo; é preciso imitá-Lo2 em tudo e por tudo. Desçam das viaturas douradas à terra nua. Abandonem as copiosas riquezas. Não tapem as ouvidos ao silêncio da razão com mitras de brilhantes, fazendo, assim, se precipitar no abismo da perdição e do materialismo a concepção ideal e mental das multidões.

 

Não vos deixeis enredar por ideologias complexas habilmente construídas.3

 

Precisamos aprender a discriminar o mito da Essência da Realidade Divina.

 

Não podemos4 deturpar as Leis Universais formulando soluções apressadas por meio de conclusões embasadas na racionalística moderna, que, sob muitos aspectos, poderão ser falsas ou estar profundamente equivocadas.

 

Como é possível que alguém conceba e propague que Deus seja o idealizador e o criador do inferno? E pior: como é possível que alguém acredite nisto? O inferno só existe na matéria, legado de desconcertos criado pelo homem por desfiguração da lei original.

 

Quando exautorarmos nosso ilusório ego, quando conscientemente tivermos envilecido todas as futilidades de nossa existência, quando, humildemente, não mais soubermos dar vazão à nossa dor e à nossa tristeza, então, e só então – Santa Hora! – nosso Deus Interior falará e estará conosco!

 

Fé-Vontade, Fé-Amor e Fé-Justiça são os elementos criadores de um mundo ideal e superior.

 

O mundo visível, com toda a sua beleza, por mais perturbado que esteja pelas desarmonias dos homens, não é mais do que um efeito ou uma expressão da Realidade Infinita.

 

 

 

 

Há, desde sempre, duas metades no Todo-Completo-Um. Há a invisível Realidade e há a mutável expressão desta Realidade. Há a idéia Divina e há o desenvolvimento desta idéia Perfeita através das ilimitadas transformações e permanente evolução da forma material – que é a roupagem do Espírito. Prescindir da Matéria (como querem os metafísicos) e do Espírito (como querem os materialistas) é um equívoco inconciliável. A Matéria e o Espírito se completam.

 

 

 

 

A matéria e o universo material são os efeitos sempre mutáveis, sempre envolventes e sempre em desenvolvimento de uma Idéia Divina Perfeita.

 

A causa da miséria, dos transtornos, da penúria e de outros males existentes no mundo é a desarmonia do homem com a sua Fonte Divina. Em vez de permitir que as Forças Vitais Divinas fluam livremente e, assim, manifestem o Bem, o homem as desvia e permite que aconteça o mal. O segredo de toda a cura e a sua verdadeira realização é apartar as barreiras que desviam as Forças Espirituais Harmonizadoras, abrindo, deste modo, a vida ao Influxo Divino.

 

O homem possui dentro de si, ainda que em estado latente (em potência), as possibilidades do Poder Divino.

 

Os objetos, como as pessoas, possuem a sua vibração particular, e, como se fossem um dínamo de energia, tanto podem irradiar força positiva, quanto podem espalhar depressão, fracasso, desânimo, mal-estar e descrença.5

 

 

 

INRI

 

Simbolismo da Lei Eterna, Imutável, Inconfundível e Insubstituível INRI, que não se pronuncia e não pode ser comunicada; estuda-se, investiga-se, medita-se:

A letra I (IOD) simboliza todos os poderes manifestados, e é a imagem do homem ereto, apoiado na terra, de cabeça levantada por aspirações e ideais superiores, que o mantêm aprumado em direção ao manancial infinito, que anima as maravilhosas transformações operadas pela Natureza. Representa a mão humana apontando com o indicador o ponto inenarrável de onde provém a vida ou indicando, no oposto, o mistério insondável desta força vivificadora, penetrando até as profundezas da Terra. É o signo da manifestação potencial expressa em LLuz, Amor, Vida, Liberdade e Triunfo. LLuz fecundante do ideal criador; Amor que germina e corporifica; Vida animando as espécies criadas; Liberdade alcançável pelo sacrifício redentor; e Triunfo sobre debilidades vencidas pelo ser vivente.

A letra N (NUN) simboliza a Humanidade na escalada do Calvário da vida. Exprime as intermináveis sucessões, multiplicando-se em variedade e quantidade, e norteadas por inspirações inatas que acalentam o ideal comum de Perfeição.

Na sílaba IN se completa o signo da manifestação individualizada, da qual se desenvolvem as idéias relativas à existência e ao sentimento de um centro determinado (Deus), em um ponto interior (Eu) e superiormente concebido (Divino). Jesus crucificado traduz a realização interior de IN na viva exemplificação dos supremos ideais de redenção humana. A Rosa e a Cruz formam constelações de facetas redentoras mostrando o florescimento alcançado pela ascensão espiritual.

A letra R (RESh) demonstra os movimentos, a marcha e as tendências inspiradas em belezas divinas, e traduz o pensamento fixamente voltado para o caminho ascensional da Verdade. Como signo, exprime os atos bons e os atos maus, dos quais resultam a imperiosa renovação e a necessária regeneração das espécies, governadas e dirigidas pelas leis da evolução ascendente. Imagem do passado defrontando o futuro, indica, no presente, o porvir retilíneo em oposição ao pretérito, do qual restam a experiência e os ensinamentos legados pelos beneméritos ressuscitados na imortalidade das suas obras.

As letras R e I – RI – unidas fazem surgir, individual e coletivamente, o símbolo da Humanidade, nas condições atuais do progresso e da civilização que a tem notabilizado.

Enfim, no desdobramento do símbolo, a segunda sílaba (RI) corresponde ao triângulo inferior do Hexagrama, enquanto a primeira (IN) se reporta ao triângulo superior.

INRI também está associado aos conceitos: Igne Natura Renovatur (ou Regeneratur) Integra; I-NRI – Ele, a Humanidade; I-Na-Ra – Ele, a Alma do Universo; e Ina-Ra-Ya – Ele, Nara-Deva – o Homem-Deus.


 

 

A Verdade está fora do tempo e além do espaço.

 

O envoltório físico é transitório; só é eterna a verdade do verdadeiro Eu.

 

Só é infalível a Consciência Superior – o Conhecimento Intuitivo do verdadeiro Eu.

 

A fé é um poder que radica no Conhecimento Divino – a realização da nossa própria Divindade.

 

Nosce te ipsum – conhece-te a ti mesmo.

 

A Iniciação é uma espada de dois gumes: aos puros e resolutos defende a dá vida; aos curiosos e impuros fere e destrói.

 

Basta! Esse vosso caminho sem descanso não mais deve ser um cego errar, mas um incessante progredir.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Melhor seria é que não houvesse trincheiras e que nem sequer fossem instituídas barreiras.

2. Não podemos confiar muito em nós porque, freqüentemente, nos faltam a graça e o critério. Pouca Luz temos em nós e facilmente a perdemos por negligência. De ordinário, também não avaliamos toda a nossa cegueira interior. Amiúde, procedemos mal e nos desculpamos, o que é pior. Às vezes, nos move a paixão e pensamos que é zelo. Repreendemos nos outros as faltas leves e nos descuidamos das nossas falhas maiores. Bem depressa, sentimos e ponderamos o que dos outros sofremos, mas não se nos dá do que os outros sofrem de nós. Quem bem e retamente avaliasse suas obras não seria capaz de julgar os outros com rigor. O Homem Interior antepõe o cuidado de si a todos os outros cuidados, e quem se ocupa de si com diligência facilmente deixa de criticar os outros. Nunca serás homem espiritual e devoto, se não te despreocupares dos outros, atendendo a ti próprio com especial cuidado. Se de ti só e de Deus cuidares, pouco te moverá o que se passa do lado de fora. Onde estás, quando não estás contigo? E, depois de tudo percorrido, que ganhaste se esqueceste a ti mesmo? Se queres ter paz e verdadeiro sossego, é preciso que tudo mais dispenses, e que só tenhas a ti mesmo, diante dos olhos. Portanto, grandes progressos farás, se te conservares livre de todo cuidado temporal; muito te atrasará o apego a alguma coisa do século. Nada te seja grande, nobre, aceito ou agradável, a não ser Deus mesmo ou o que for de Deus. Considera vã toda consolação que te vier das criaturas e do mundo. A alma que ama a Deus despreza tudo o que está abaixo de Deus. Só Deus – eterno e imenso e que tudo enche é o consolo da alma e a verdadeira alegria do Coração. (Imitação de Cristo, Tomás de Kempis, 1379 ou 1380 – 1471).

3. Na verdade, as imutáveis Leis Universais são simples, harmônicas e conjuminadas. As complexidades complicadoras surgem de dois motivos básicos: incompreensão do funcionamento das Leis Universais e desejo – autoritário, totalitário ou boçalitáriode poder-domínio sobre os homens. Quem inventou o inferno queria o quê? Quem inventou os pecados veniais, os pecados mortais e a confissão auricular queria o quê? As passagens bíblicas que falam em perdão de pecados, de modo nenhum autorizam a confissão auricular, e, muito menos, dão o direito a quem quer que seja de perdoar pecados. Quem arquitetou a inquisição queria o quê? Quem fabricou as armas de destruição em massa queria o quê? Quem deflagrou a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial queria o quê? Quem bolou a Operation Desert Storm (Operação Tempestade no Deserto) queria o quê? Quem maquinou a Operation Iraqi Freedom (Operação Liberdade do Iraque) queria o quê? Quem assassinou Caius Iulius Cæsar (100 a.C. – 44 a.C.) queria o quê? Quem mandou cicutar Sócrates (469 a.C. – 399 a.C.) queria o quê? Quem mandou crucifixar Jesus queria o quê? Quem pariu as capitanias hereditárias queria o quê? Quem criou os deuses queria o quê? Quem criou os demônios queria o quê? Os déspotas e os ditadores querem o quê? Os corruptores e os corruptos querem o quê? Quem impeachou Fernando Armindo Lugo de Méndez (30 de maio de 1951 –), ex-presidente da República del Paraguay, queria o quê? Quem isto, quem aquilo, quem tantas outras coisas e quem sei-lá-mais-o-quê quer o quê?

4. Poder até que podemos, mas, claro, não devemos, sob pena de...

5. Por isto, devemos evitar usar ou utilizar objetos de outras pessoas, principalmente se, para nós, são desconhecidas. Muitos desconfortos seriam evitados se as pessoas não utilizassem, seja pelo motivo que seja, o que é dos outros. Neste fragmento, a autora, Rachel Prado, afirma que os objetos podem espalhar depressão, fracasso, desânimo, mal-estar e descrença. Eu acrescento: se estiverem impregnados de más influências, poderão produzir, inclusive, doença e morte.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.scment.pt/

http://www.animateit.net/categories.php?cat_id=218&ses
sionid=9706b2c91c910d20d7eb1b261bc5ee24&page=3

http://www.tower.net.au/
~donny/animatedmona2.html

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-71.pdf

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-70.pdf

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-95.pdf

http://setimodia.wordpress.com/2011/10/04/
confissao-auricular-e-perdao-de-pecados/

http://pensador.uol.com.br/
autor/tomas_de_kempis/

http://www.animateit.net/
categories.php?cat_id=262

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-69.pdf

http://blogdolovatto.zip.net/arch
2008-12-01_2008-12-31.html

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

Música de fundo:

Mazurkas, Opus 7, Vivo ma non troppo
Composição: Fryderyk Franciszek Chopin

Fonte:

http://www.piano-midi.de/chopin.htm

 

Direitos autorais:

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