FRA – ENSINAMENTOS GNÓSTICOS XXI

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Esta é a 21ª parte da divulgação que estou fazendo de uma pequena coletânea de fragmentos sobre a Gnose Iniciática, disponibilizados on-line na revista Gnose, sob os auspícios da Fraternitas Rosicruciana Antiqua. A consulta direta à estas publicações poderá ser feita no endereço:

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

 

 

Ensinamentos Gnósticos

 

 

 

Aspiração místico-espiritual não é ambição; é uma faculdade do Eu Superior que deseja profundamente unir o eu inferior a si.

 

Toda atividade que não tenha por finalidade sacrificar o Eu ao Amado é Magia Negra.

 

A renúncia parcial de uma vontade imperfeita não tem qualquer valor em Magia.

 

A maioria das pessoas, na Terra, não tem Vontade efetiva, mas uma lista de desejos, muitos dos quais se contrapõem.

 

Vigilância —› Coragem —› Aprendizado —› Transmutação —› Realização.

 

O maior empecilho: esquecimento. A pior forma: insciência.

 

Magna Missão do Mestre Jesus: ensinar à Humanidade e mostrar o Caminho e a possibilidade de ascendimento aos Mundos Espirituais.1

 

O Sangue de Jesus, derramado no Golgotha, impregnou a Terra com Substância Cristônica, restaurando o equilíbrio necessário para que as personalidades-almas dos homens pudessem ascender.2

 

 

 

 

Um Mantra é uma Palavra Substancial. É o Logos em ação. Mas, para que um Mantra surta o efeito possível e pretendido, é necessário que haja perfeita harmonia e perfeita conexão entre o homem, o pensamento e o som.

 

A Rosa precisa florescer na Cruz, ou seja, o Espírito precisa dominar a Matéria para que se acenda a LLuz da Sagrada Iniciação.

 

 

 

 

Tudo renasce; tudo reencarna. O trigo maduro cai sobre a terra, e, se o grão morre, cresce uma planta, fenômeno que se reproduz, através dos séculos, e prova que nada se acaba, que nada se cria e que tudo muda de forma. Isto é, reencarnação.

 

No dia em que o povo despertar do sono hipnótico a que intencionalmente está submetido, verificará os males que lhes têm causado os que lhe exigem voto de pobreza em favor de instituições multimilionárias, que sonham dominar, por este meio, a Humanidade e quiçá as cinco partes do mundo. (Grifo meu).

 

A Iniciação Cristã está subdividida em sete fases, das quais quatro correspondem aos quatro passos da Ascensão ao Calvário. As sete fases da Iniciação Cristã são:

1ª fase: Lava-pés. Prática preparatória, de natureza moral, que se relaciona com a cena em que o Cristo lava os pés dos Apóstolos antes da festa da Páscoa; o superior é produto do inferior. Jesus, o Cristo, necessitou dos Apóstolos para levar a termo sua Sagrada Missão.

2ª fase: Flagelação. Nesta fase, o homem aprende a resistir aos açoites da vida. Aos sofrimentos de todas as espécies: físicos, morais, intelectuais e espirituais. Neste período, o discípulo sente a vida como uma aterradora e incessante tortura. Deve-se suportá-la com perfeita eqüidade de ânimo e com uma coragem verdadeiramente estóica. Não se deve ter medo de nada. De absolutamente nada. Nesta segunda etapa da Iniciação Cristã, o homem adquire um sentido de amor para com todos os seres, que o identifica com o Coração da Natureza.

3ª fase: Coroa de Espinhos. Nesta fase, se revela a dissociação, ou seja, o poder de separar momentaneamente três forças que no homem normal estão sempre unidas: a vontade, a sensibilidade e a inteligência. Esta tríplice separação produz no cérebro a sensibilidade da coroa de espinhos. Para suportá-la sem perigo, é necessário que as forças da personalidade tenham sido suficientemente trabalhadas e estejam perfeitamente equilibradas. Se assim não suceder, o discípulo poderá até perder a razão, porque a loucura não é outra causa senão a dissociação operada involuntariamente, sem que a unidade possa ser restabelecida por uma vontade interna. No curso da fase denominada Coroa de Espinhos, na Iniciação Cristã, produz-se um fenômeno formidável que tem o nome de Aparição do Guardião do Umbral, e que pode ter também o nome de Eevelação do Duplo Inferior do Ser Espiritual do homem, fruto das suas vontades, dos seus desejos e da sua inteligência, que se revela ao Iniciado sob uma forma visível, em sonhos. E esta forma, às vezes, é repugnante e pavorosa, porque é o resultado de suas paixões, boas ou más, ou do seu Carma. É a sua personalidade plástica no Plano Astral.

4ª fase: Condução da Cruz. Nesta etapa, intensifica-se o sentimento de identificação com a Terra e com tudo que nela existe. Todavia, identificar-se com todos os seres não quer dizer desprezar o próprio corpo, mas, sim, conduzi-lo ou carregá-lo como uma coisa independente de si, do mesmo modo que Jesus, na ascensão ao Calvário, carregou a Cruz. O discípulo tornar-se-á, assim, consciente das forças ocultas que existem no íntimo do seu próprio ser.

5ª fase: Morte Mística. Na 5ª fase, o discípulo reconhece que o mundo dos sentidos, na sua totalidade, não é mais do que uma ilusão, e experimenta, verdadeiramente, a sensação da morte, e sente que está imerso em um mar de trevas.3 Estas trevas, porém, bipartem-se, e aparece uma Luz. Brilha a Luz Astral. Rasgou-se o Véu do Templo.

6ª fase: Enterro. Nesta ocasião, o homem se sente penetrado por um sentimento estranho, alheio ao seu próprio corpo; identificou-se com o Planeta. Está amalgamado ou fundido com a Terra e se reconhece vivendo na vida planetária.

7ª fase: Ressurreição: É um sentimento inefável e indescritível. Qualquer palavra é inexpressiva e imprópria para qualquer comparação. Atingida esta sublimidade, o Iniciado logra o poder de curar. Entretanto, é necessário dizer: aquele que conquista este poder, alcança, também o poder de produzir a enfermidade. O negativo acompanha o positivo. Daí a grande responsabilidade decorrente deste privilégio que se caracteriza por esta velha máxima: A Palavra Criadora sai da alma ardente.

 

A alma que penetra no Mundo Astral entra em contato com a qualidade inversa das coisas que conhece. É preciso perder tudo, para tudo reconquistar; até a própria vida.

 

O que adianta soar o Tintinabulum Mysticum (Campainha Mística), se os ouvidos estão moucos e se olhos estão cegos para a Lux Veritatis (Luz da Verdade)?

 

O advento do Cristianismo4 desempenhou um papel único, incisivo e capital na história da Humanidade. De certa forma, é o momento central, o ponto de retorno ou de volta entre a involução e a evolução. Daí o resplendor da sua irradiação.

 

 

 

 

Para os Rosa+Cruzes, a vida do Cristo sempre significou a ressurreição do Cristo no imo de cada alma, através da visão espiritual. E assim, se não existisse um Cristo vivo, ninguém poderia ressuscitá-Lo em si mesmo. Tudo se resume, tudo se concentra, tudo se aclara, tudo se intensifica e tudo se transfigura no Cristo. Hoje, Cristo Interior consciente nos Iniciados; no futuro, Cristo Interior consciente em toda a Humanidade.

 

Nascido duas vezes é aquele que morre para a vida terrenal, percebe a vida universal e renasce transmutado.

 

O álcool exerce uma ação deletéria sobre o organismo, especialmente sobre o Corpo Etérico, onde a memória se elabora. O álcool tem a propriedade de nublar a memória, obscurecê-la em seus íntimos recônditos. O vinho causa o esquecimento, diz-se comumente, mas, este esquecimento não é superficial e momentâneo. É, ao contrário, profundo e durável, uma anulação verdadeira da força da memória no Corpo Etérico. Por este motivo, assim que os homens começaram a beber vinho, perderam, pouco a pouco, a noção e o sentimento espontâneo da reencarnação.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Mundos Espirituais está escrito no plural porque há diversos Planos de Compreensão.

 

Sétima Dimensão

Sétima Dimensão
Fonte:
http://www.revelatorium.com/Starrgram08.htm

 

2. Todavia, apesar desta Transmutação Cristônico-cristificadora, o homem, ainda assim, entre outras atrocidades atrozes, conseguiu alucinantemente fabricar a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais! Aqui, no meu silêncio meio barulhoso, eu só fico a mastigar idéias. E se não houvesse acontecido a eterificação mística do Sangue físico de Jesus jorrado no Golgotha! Onde estaríamos? O que teria sucedido à Humanidade? De lá para cá, aconteceram coisas horríveis, mas, ainda bem que o pior não aconteceu, que seria, por hipótese, o desfazimento, à mordidas e cusparadas, da integridade da raça humana!

3. Esta é fase mais tenebrosa da Noite Negra da Alma, e que Santo António de Lisboa (1191 ou 1195 – 1231) denominou de Conticínio (Conticinium). O Santo Lusitano ensinou que, para vencer as tentações próprias do Conticínio, é preciso meditar sobre as iniqüidades praticadas, considerar o exílio (desejando ardentemente a reintegração) e contemplar o Criador. Misticamente isto significa projeto e construção Alquímica do Mestre-Deus de nossos Corações. Auxiliado pela razão e pela discrição, o principiante vai subindo, degrau por degrau, a escada da crucifixão: a razão dominando os sentidos, esclarecendo e convidando para o Bom Caminho. Dor! Dúvida! Tristeza! Assim, derramando lágrimas, envergonhado, vexado e cabisbaixo vai o postulante trilhando a Senda que levará à desejada Illuminação. Lentamente, os sentidos físicos e os apetites do corpo vão sendo dominados, e o incipiente passa para o estádio de aproveitante, na fase da Meia-Noite (Media Nox). Porém, no que concerne ao sofrimento moral, este se vai intensificando. É o reconhecimento tácito da queda, do afastamento da LLuz, do exílio do Deus interior, da consciência plena da ainda permanência nas trevas. É a angústia por desejar alcançar a Luz Maior, por desejar ardentemente realizar a Grande Obra – o Cristo Interno – e, em graça total, alquimicamente, se transformar no Deus de sua compreensão. É o desespero por ter, tenuemente, vislumbrado a possibilidade de se tornar uno com o Pai — o Mestre-Deus de seu Coração — e de não ter podido ainda realizar o sonho dos sonhos. Dolor lancinante. Desespero sufocante. Horror atemorizante. É a Noite Negra. É a crucificação individual. É o inferno interior. É a compreensão/equilíbrio do degredo da Vida. Todavia, quem persevera verá a Aurora. É assim que é porque é assim que tem de ser. Portanto, tenhamos em mente o que reflexionou Fernando Pessoa (1888 – 1935): Nunca ninguém se perdeu/Tudo é verdade e caminho.

4. Aqui é preciso atenção e não confundir Cristianismo com os diversos tipos de Catolicismo existentes, pois são coisas completamente diferentes. Talvez, a maior diferença esteja no fato de o Cristianismo ser Iniciático, enquanto os Catolicismos não são. Hoje, nem se pode dizer que os Catolicismos sejam remedos remendados do Cristianismo Gnóstico primitivo. O introibo ad altarem Dei já foi há muito esquecido e está perdido.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-58.pdf

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-57.pdf

http://caccioppoli.com/

http://www.fra.org.br/gnose/
gnose_99/index.html

http://www.revelatorium.com/Starrgram08.htm

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

Música de fundo:

Mazurkas, Opus 7, Vivo ma non troppo
Composição: Fryderyk Franciszek Chopin

Fonte:

http://www.piano-midi.de/chopin.htm

 

Direitos autorais:

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