FRA – ENSINAMENTOS GNÓSTICOS XIV

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Esta é a 14ª parte da divulgação que estou fazendo de uma pequena coletânea de fragmentos sobre a Gnose Iniciática, disponibilizados on-line na revista Gnose, sob os auspícios da Fraternitas Rosicruciana Antiqua. A consulta direta à estas publicações poderá ser feita no endereço:

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

 

 

Ensinamentos Gnósticos

 

 

 

No Universo, em toda a Natureza e em todos os seres, só o Espírito é imutável.

 

Equivalência entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande —› Os sistemas atômicos são análogos aos sistemas astronômicos.1

 

Não há nada imutável nas amplidões do ilimitado manifestado.

 

Os mantras não atuam somente no Plano Objetivo. A Palavra Sagrada AUM (OM), emitida conforme os ensinamentos ocultos, é a maneira mais energética [efetiva] de projetar e de propagar as nossas mais íntimas vibrações.

 

Só existe um pólo – o pólo positivo. O pólo negativo é apenas uma sombra do pólo positivo.

 

 

 

 

Todo fenômeno cósmico ou biológico, universal ou individual, é regido pela Lei do Ritmo e do Ciclo.

 

 

 

 

acaso não existe. O presente é o fruto do passado e a semente do futuro.

 

Grande Andrógino = União da Superconsciência com a Inconsciência, da Razão com o Instinto, do Espírito com a Matéria.

 

 

 

 

Muita gente, se pudesse examinar a corrente de pensamentos que lhe atravessa a mente, sem dúvida, ficaria muito surpresa em descobrir o grande número de fantasias inúteis ou absurdas que entram e saem em um período curtíssimo. Os seus pensamentos pessoais não formam nem a quarta parte de tais fantasias, na maioria das vezes totalmente sem utilidade e, geralmente, de tendência mais para o mal do que para o bem. Assim, por pensamentos projetados, os homens afetam constantemente os seus semelhantes. No entanto, quase todos os pensamentos não têm intenção precisa. A opinião pública é, em grande parte, criada deste modo; é, por conseguinte, e principalmente, o resultado da transmissão do pensamento. Muitos indivíduos pensam de certo modo, não por meditarem atentamente sobre certos assuntos, mas porque um número elevado de outras pessoas pensam assim, e os levam na corrente de suas opiniões.

 

O pensamento forte do pensador exercitado se espalha no mundo mental e é captado pelos espíritos receptores. Estes reproduzem as vibrações, dão mais forças às idéias, auxiliando-as à afetar os outros, e o pensamento vai se tornando cada vez mais possante, podendo chegar a influenciar um grande número de indivíduos. Se considerarmos tais formas-pensamentos em conjunto, será fácil notar a importância do seu papel na produção dos sentimentos nacionais ou raciais, na deformação dos espíritos e na criação de preconceitos.2

 

Vivemos todos em uma atmosfera impregnada de formas-pensamentos, que representam certas idéias, preconceitos e maneiras de julgar; tudo isto atua sobre nós desde nosso nascimento, e até antes disto.

 

Como a maioria das pessoas possui natureza receptora e não-criadora, reage quase sempre como reprodutora automática [inconsciente] dos pensamentos alheios.

 

A maioria dos homens nunca faz o menor esforço de discriminação pessoal, sendo incapaz de se livrar da influência da massa enorme das formas-pensamentos, que constituem a opinião pública.3

 

O Grande Todo é o pensamento de Brahma – a Realidade única e Absoluta rezam os textos sagrados e mais antigos da Índia.

 

Quanto mais sutil a emanação, mais expansiva e mais poderosa.

 

Assim como pode acontecer com os metais e com as substâncias em geral, os pensamentos podem ser voluntariamente transmutados. A execução desta fórmula nos permite a faculdade de intervir, por intermédio das emanações ou vibrações mentais, em qualquer plano do Universo.4 Esta realização depende, exclusivamente, da força de vontade e do poder de energia mental de que disponha o operador.

 

O pensamento goza de todas as propriedades atribuídas à matéria física. Possui, pelo menos forma, cor e som. Os pensamentos determinados pelo egoísmo, pela inveja ou pela avareza têm o formato de verdadeiras garras. Os pensamentos produzidos pela cólera, pelo ciúme ou pelo rancor lembram reluzentes fagulhas. Os pensamentos devocionais são de um belo e delicado azul celeste. Os pensamentos afetuosos têm coloração rosa claro. Os pensamentos coléricos são vermelhos. Os pensamentos oriundos do medo são cinzentos. Os pensamentos espirituais são lilases. Os pensamentos puramente intelectuais têm cor de ouro. E os pensamentos de pureza e de bondade são brancos, ou mais adequadamente, são argênteos.

 

A glândula pineal – a Janela de Brahma, segundo o simbolismo oriental é um perfeito aparelho emissor. Já o plexo solar é um receptor.

 

O (germe do) pensamento positivo, quando é emitido conscientemente por quem possua uma certa cultura mental, pode destruir o (germe do) pensamento negativo.

 

A evolução, a felicidade e a perfeição dependem da paz, da harmonia e da fraternidade, e esta sublime vitória depende, por sua vez, do equilíbrio físico-mental-espiritual do homem.

 

As moléstias, na sua maioria, originam-se da desarmonia do andamento ou nas fases que devem presidir os fenômenos biológicos ou fisiológicos, indispensáveis à eurritmia orgânica [harmonia, regularidade]. As vibrações mentais modificam o ritmo e a periodicidade e, portanto, assim como podem produzir um benéfico equilíbrio, podem, por sua vez, determinar um maléfico e perigoso desequilíbrio. O pensamento mata. O pensamento cura. O medo é um veneno psíquico. Um tóxico mental. Apassiva o indivíduo e destrói sua personalidade. Um medroso é um eterno paciente, incapaz de uma vontade e de um pensamento próprio. É uma sombra. É um ser inteiramente dominado pelo arbítrio dos outros. Vive a atrair e a refletir ondas de pensamento que tanto podem ser benéficas como maléficas à integridade funcional do seu organismo. É preciso reagir contra o medo. Adquirir energia, confiança própria, força de vontade, conquistar, em suma, a absoluta tranqüilidade mental – primeiro passo no caminho do discípulo.

 

 

 

 

Cruz Matéria; Rosa Espírito.

 

Deixei família e cidade, e procurei o Caminho sonhado. De dia, minha Voz Interior me aconselhou a seguir a Pomba Branca. Depois, de noite, me mandou seguir a Luz da Estrela Escondida. Quando minhas forças queriam se negar a me levar além, ouvia sempre a Voz Interna: — Coragem. Sempre coragem. Quem se esforçar por achar o Templo, buscar a Santa LLuz e perseguir o Inenarrabile, Dimissum et Æternum Verbum não morrerá.

 

 

 

 

 

a Cruz – simboliza, desde a Atlântida, a união do Princípio Masculino e do Princípio Feminino, empenhados na fecundação da Natureza, por meio do Fogo e da Água.

 

A Luz da Verdade tem brilhado em todos os tempos à margem do ensinamento exoterizante das religiões.

 

Se lhes perguntais [aos Gnósticos] qual a sua fé, ela é toda cristã. Se escutais suas prédicas, não as há mais inocentes. E seus atos estão em harmonia com as suas palavras. (Bernardo de Claraval, 1090 – 1153).

 

A Gnose impugna a salvação pela via externa, o melhoramento individual de fora para dentro, imposto e regrado por mandamentos e dogmas, programatizado e mecanizado por tabelas de pecados e fórmulas absolutórias.5

 

A primeira virtude – ou melhor, a única virtude para o Gnóstico é o Conhecimento.

 

Para a Gnose, procurar Deus no infinitamente grande é, precisamente, a mesma operação que procurá-Lo no infinitamente pequeno.


Para um Gnóstico de qualquer escola,
ascensionar na evolução espiritual é tarefa que cabe exclusivamente ao indivíduo. Ninguém ascensionará, um degrau sequer, guindado por outrem. Cada degrau deverá ser galgado por esforço próprio, firmado em um arrimo único e insubstituível: o Conhecimento.

 

Gnothi seauton () Nosce te ipsum Conhece-te a ti mesmo.

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

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Notas:

1. Mas – caramba! – agora embatuquei mesmo. Como é possível em cima ser exatamentinho como é embaixo? Como é possível à esquerda ser exatamentinho como é à direita? Como pode a oitava n ser igualzinha à oitava n + x? Como é possível os raios X moles serem iguais aos raios X duros? Como é possível o Sistema Cúbico de Corpo Centrado ser igual ao Sistema Cúbico de Faces Centradas?

 

 

 

 

Como é possível o Pai ser igual ao Filho? Como é possível o que não é ser igual ao que é? Como é possível um Kali Yuga (com duração de 432.000 anos) ser igual a um Krita Yuga (com duração de 1.728.000 anos)? Como é possível um Mahamânvântâra (período de atividade do cosmo) ser igual a um Mahaprâlâya (período de inatividade do cosmo)? Como é possível a entropia ser igual à neguentropia? Como é possível coco de grilo ser igual a coccodrillo? Como é possível um caranguejo-ermitão de gravata ser igual a um capitão de fragata? Como é possível uma ronda e uma raça-raiz serem exatamente iguais a outras rondas e a outras raças-raízes? Como é possível a vida na Terra ser igualzinha à vida lá em sei-lá-onde? Como pode o equinócio da primavera ser igual ao solstício de inverno? Como é possível uma encarnação ser igual à outra encarnação? Como é possível (ou seja, à medida que x aumenta, y tende para zero, e o limite é zero) ser igual a (ou seja, à medida que x diminui, y tende para zero, e o limite é zero)? Como é possível CuSO4.5H2O ser igual a CuSO4? Como pode ser igual a ? Como é possível a nona hora ser igual à undécima hora? Como é possível o primeiro dia ser igual ao terceiro dia? Como é possível Aqueles Que Sabem e Podem serem iguais àqueles que pouco ou nada sabem e pouco ou nada podem? Somos todos um? Sim, somos todos um, mas – caramba! – não somos todos iguais, até porque somos e viemos de instâncias, domínios, campos, esferas e categorias vibratoriamente distintas, diferentes. Isto pode até parecer um contra-senso, mas é bom senso da melhor qualidade. O fato é que isto é assim, sempre foi assim, muito antes do tempo do guaraná com rolha, e continuará a ser assim. Como poderá mudar? Para que mudasse, o Universo precisaria se tornar integralmente homogêneo e isotrópico, o que é impossível, pelo menos por uma razão: por ele ser ilimitado. Por isto, enfim, é preciso ter muito cuidado ao interpretar o Princípio de Correspondência do Caibalion (Kybalion): O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima. Será que, finalmente, haverá, no Universo, duas impressões digitais iguaizinhas?

 

 

 

2. Três exemplos marcantes são as novelas, os bordões e os programas religiosos de todas as cores, de todas as vertentes imagináveis e para todos os gostos, que, dia-a-dia, se multiplicam, rápida e abundantemente, na telinha. E o que acaba acontecendo é que, de uma forma ou de outra, todo mundo acaba copiando e imitando todo mundo, geralmente sem se dar conta que está imitando e copiando. — Aí tem!

3. E nisto se inclui o repetir por ouvir dizer, sem qualquer discernimento. No Brasil, durante a ditadura militar, muita gente foi presa e torturada por denúncias falsas. Umas, por ouvir dizer; outras, por sacanagem e maldade dos denunciantes.

4. Aqui há um equívoco bem-intencionado do autor. Da mesma forma que fisicamente somos limitados, há um limite vibratório para a atuação do nosso pensamento como agente operante e transmutativo, por assim dizer, acima do qual nosso pensamento não pode penetrar. Da mesma forma, não podemos nos projetar psiquicamente a todos os quadrantes do Universo; há Planos e Dimensões que ainda estão vedados para nós. Não há força de vontade nem poder mental que possa demolir esta vedação. No futuro... Quem sabe? Só o mérito poderá ampliar nosso campo de ação/atuação. Por outro lado, o autor afirma que uma interferência depende, exclusivamente, da força de vontade e do poder de energia mental de que disponha o operador. Ora, se fosse assim, até que seria fácil. Para interferir efetivamente é necessário saber como interferir.

5. Absolutório ou absolutivo é o que envolve ou contém absolvição.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Caibalion

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Sistema_cristalino_c%C3%BAbico

http://kingdomsteward.com/2011/01/
not-doing-what-most-people-do

http://www.somatematica.com.br/
superior/limites/limites4.php

http://www.lib.uwo.ca/news/business/2011/08/31/
nolongeraglassceilingintroducingthelabyrinth.html

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-42.pdf

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-41.pdf

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-40.pdf

http://robotgeishajournal.blogspot.com.br/
2010/12/disharmony-painting-ii.html

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-39.pdf

http://www.f-lohmueller.de/
pov_tut/animate/pov_anie.htm

http://netanimations.net/Moving_Animated_Ground
_Hogs_Groundhog_Day_Animations.htm

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-38.pdf

http://www.fra.org.br/
gnose/gnose_103/index.html

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

Música de fundo:

Nocturnes, Opus 27, Larghetto
Composição: Fryderyk Franciszek Chopin

Fonte:

http://www.piano-midi.de/chopin.htm

 

Direitos autorais:

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