FRA – ENSINAMENTOS GNÓSTICOS XII

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Esta é a 12ª parte da divulgação que estou fazendo de uma pequena coletânea de fragmentos sobre a Gnose Iniciática, disponibilizados on-line na revista Gnose, sob os auspícios da Fraternitas Rosicruciana Antiqua. A consulta direta à estas publicações poderá ser feita no endereço:

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

 

 

Ensinamentos Gnósticos

 

 

 

 

Uma História de Amor

 

 

 

 

Em uma ilha distante, quase desconhecida, entre outros habitantes, lá moravam a Riqueza, a Vaidade, a Tristeza, a Alegria, a Sabedoria e o Amor.

 

Um dia, as autoridades da ilha foram avisadas que ela seria inundada por um gigantesco tsunami. O Amor ficou incumbido de tomar as providências para que os moradores pudessem se salvar. Célere, o Amor saiu avisando a todos: — Fujam todos, fujam rápido, a nossa querida ilha vai ser totalmente inundada.

 

Todos correram e foram para um morro bem alto. Só o Amor não se apressou, pois queria ficar um pouquinho mais na sua tão amada ilha.

 

E, então, o tsunami chegou, furioso, avassalador, devastando tudo por onde passava. Quando viu que iria se afogar, o Amor correu para pedir ajuda. Estava passando a Riqueza, e ele disse: — Riqueza, leve-me com você, senão eu vou me afogar.

 

Ela respondeu: — Não posso; meu barco está cheio de ouro e prata, e você não vai caber.

 

Então, passou a Vaidade, e ele pediu: — Oh!, Vaidade! Leve-me com você.

 

A Vaidade respondeu: — Não posso, Amor. Você vai sujar meu barco.

 

Logo atrás, vinha a Tristeza, e o Amor implorou: — Tristeza, posso ir com você?

 

Entristada, ela retrucou: — Ah! Amor! Estou tão triste, que prefiro ir sozinha. Peça à Alegria, que vem logo aí atrás.

 

E passou a Alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o Amor chamá-la.

 

Já desesperado, achando que iria ficar sozinho e se afogar, o Amor começou a chorar. Então, passou um barco com um barqueiro bem velhinho. Logo que viu o Amor, convidou: — Sobe Amor, que eu te levo.

 

O Amor ficou tão radiante de felicidade que até esqueceu de perguntar o nome do bom velhinho. Ao chegar ao morro, onde estavam todos os moradores da ilha, o Amor perguntou à Sabedoria: — Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe até aqui?

 

Ela respondeu: — Você não o conhece: É o Tempo.

 

O Tempo? — perguntou o Amor admirado. Mas por que só o Tempo me ajudou e me trouxe aqui?

 

A Sabedoria, então, respondeu: — Porque só o Tempo é capaz de ajudar e de entender um grande Amor.

 

 

 

Cuidado com tuas palavras, pois elas podem ser veículo tanto de saúde quanto de doença.

 

Antes de haveres limpo teus pés nos sete degraus do átrio, não poderás passar pelo primeiro pórtico do Templo do Silêncio. Estes sete degraus ou deveres são: 1º) Nunca fales sem ser interrogado; 2º) Se não for estritamente necessário, não fales; 3º) Não dês nunca uma notícia triste, negativa, destruidora ou desagradável; 4º) Evita ouvir e evita ler qualquer notícia desarmonizadora; 5º) Só comunica tua alegria e tua felicidade a outrem se souberes que nele despertarás contentamento; 6º) Não comentes tuas dores e tuas mágoas com ninguém, para não lhe perturbares a quietude; e 7º) Nas tribulações da vida, procura sempre teu refúgio no santo altar da tua própria alma!

 

O silêncio revigora o corpo e a alma. O silêncio transmite paz, favorece a elasticidade da consciência e estimula a harmonia, tanto do corpo quanto da alma.

 

 

Blablablá... Blablablá... Blablablá...

 

 

O falario inútil malgasta e dissipa a força curativa do corpo.

 

Fala somente quando for estritamente necessário, porque em toda necessidade há uma utilidade. E, quando houveres de falar, fala o mais breve possível, de modo que nenhuma palavra seja excessiva ou supérflua.

 

Fala com senso consciente de responsabilidade e com pura intenção de ajudar teus semelhantes.

 

Entretanto, sempre que teu silêncio puder lesar a ti ou a outrem não deves te calar. Portanto, se souberes que tuas palavras poderão exercer ação curativa nos homens sofrentes, não hesites em com eles conversar. A força curativa do amor obsequiador e a força do pensamento conciliante em nós inerentes são muito mais poderosas do que todas as forças do mundo.

 

Os homens não atinam em quanto mal-estar causam a si e aos demais com seus pensamentos inúteis e com suas palavras vãs. A verdade é que eles debilitam e envenenam a si mesmos e aos outros.

 

Não basta que o homem seja forte e inteligente; antes de tudo, é preciso ser bom.

 

A Magia Cerimonial é uma operação pela qual o homem procura obrigar, pelo próprio jogo das forças naturais, as potências invisíveis de diversas ordens a agir de acordo com o que pretende obter da mesmas.

 

Em um exercício de Magia, se houver alguma falha, ainda que ínfima, no modo de dirigir a experiência, o audacioso estará exposto à ação de potências em comparação com as quais não passa de um grão de areia.

 

Na maioria de nós, os pecados involuntários e inconscientes são mil vezes mais e maiores do que os conscientes.

 

Oh!, Santo Silêncio! Alheio a ti, cometi muitos pecados. Desconhecendo-te, perturbei, feri e inquietei muitos corações.

 

Tua dor está em ti mesmo, mas não a vês; tua cura jaz em ti mesmo, mas não a conheces!

 

Fugir da arena da vida, como os ignorantes ascetas, é indigno de uma pessoa nobre.

 

Retiro e renúncia por medo do mal1 não é santidade; é apenas covardia.

 

A Ciência Rosa+Cruz lança uma ponte de harmonia entre o materialismo e o espiritualismo, provando a razão de ambas as doutrinas e conciliando os extremos, para chegar a uma conclusão-síntese sobre a razão de ser da vida nos múltiplos estados da Natureza una.

 

Não há maior nem mais louvável vitória do que aquela que é vencida contra os inimigos interiores.

 

 

 

 

Sete Demônios mantêm fechadas as portas à nossa alma da ação curativa do Templo do Divino Silêncio. Estes Sete Demônios são: Inimizade, Temor, Avareza, Cobiça, Ódio, Inveja e Vaidade. Mas, em cada Coração há Sete Anjos – forças divinas de libertação. Estes Sete Anjos são: Paz, Destemor, Liberalidade, Desapego, Amor, Bem-querer e Humildade. Ou vencemos a guerra santa contra nossa natureza inferior – o mais heróico e divino de todos os feitos – ou seremos vencidos pelos nossos demônios interiores e não penetraremos no Templo do Divino Silêncio. Mas, se nos decidirmos a empreender esta batalha... 'Neste sagrado momento, em que todo o inferior em mim está subjugado e se cala, expresso estes votos: De hoje em diante e para sempre, eu me comprometo solenemente em firmar a paz com todos os homens. Eu me comprometo solenemente em manter sempre inabalável confiança em meu Eu Supremo – o Deus do meu Coração. Eu me comprometo solenemente em renunciar a tudo quanto minha natureza inferior exigir para seu gozo. Eu me comprometo solenemente a estar sempre pronto ao sacrifício pela salvação de minha alma. Eu me comprometo solenemente em só enviar raios de Amor, de Bem e de Beleza a todos os homens e a todos os seres. Eu me comprometo solenemente em desejar a todos felicidade e harmonia, e sempre me esforçar para cumprir este desideratum. Eu me comprometo solenemente em empregar ilimitada indulgência, perdoar meus detratores e acolher todos os seres com tolerância, magnanimidade e compaixão. Ó Deuses e Anjos! Sede minhas testemunhas!'

 

Sigillum Naturæ et Artis Simplicitas. O selo da Natureza e da Arte é a simplicidade.

 

 

 

 

Eu não escrevo para os exaltados que só se consideram a si próprios. Eu não escrevo para os orgulhosos que depreciam tudo. Eu não escrevo para os obstinados que só admitem as suas opiniões. Eu não escrevo para os néscios destituídos de força interior. Eu não escrevo para os que não têm critério próprio e são escravos de opiniões alheias e princípios dogmáticos. Eu não escrevo para os achincalhadores que tudo ridicularizam. Eu não escrevo para os faceciosos que riem de tudo. Eu não escrevo para os visionários porque vivem de exageros. Eu não escrevo para os perversos porque tudo encaminham para a sua perversidade. Escrevo, ao contrário, para os serenos, para os justos e imparciais e para os silenciosos que meditam e que equanimemente2 procuram a Verdade.

 

 

 

 

Procure sempre ler nas entrelinhas e nunca julgue a priori, levado por idéias preconcebidas. Quem renega a priori é intolerante e preconceituoso.

 

Neste mundo, tudo é passível de ser melhorado.

 

Não se pode obter o conhecimento verdadeiro pelo mero saber, mas tão-somente pelo chegar a ser.

 

A libertação dos quereres, das cobiças e das paixões não é atingida por meio da fantasia, mas apenas pelo da Força Espiritual Interna. Desvelada a LLuz, desaparece a obscuridade. Enfim, da presunção do homem não poderá proceder Sabedoria alguma. A Sabedoria é uma força que vence a ignorância.3

 

Para se conhecer a essência de qualquer coisa, torna-se necessário que esta coisa seja uma parte de nossa própria essência, pois uma coisa pode tão-somente reconhecer outra que lhe seja semelhante. Ninguém pode ter consciência de coisa alguma fora de si mesmo e do que ela encerra em si mesma. Ninguém poderá saber o que seja a fome, se não a houver sentido. Ninguém conhecerá o amor senão aquele que o possuir. O inconsciente não compreende a consciência, nem a morte compreende a vida.

 

Nada existe senão pelo número; sem ele, tudo seria uma só e única substância, pois que só ele diferencia e qualifica.

 

No Universo material, nada adquire forma senão pela divisibilidade – que é um efeito do número.

 

 

 

 

Quantidades, qualidades, dimensões e forças são atributos criados pelo número.

 

A existência do número depende da Unidade que, sem ser um número, gera todos eles.

 

 

O movimento é a força que organiza o número. Entretanto, tanto o movimento quanto o número são gerados pela Palavra.

 

Da mesma forma que é impossível encontrar duas folhas iguais sobre a mesma árvore ou dois exemplares rigorosamente semelhantes entre a mesma espécie de árvore, em parte alguma da Natureza poderá haver dois objetos absolutamente idênticos. Por conseguinte, na ordem natural das coisas, dois e dois nunca poderão fazer quatro, pois, para isto, seria preciso reunir unidades exatamente iguais, o que é impossível.4

 

 

Similitude não é Igualdade

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Ou medo do inferno.

2. Equanimemente, no sentido de justiça e de imparcialidade, mas também de moderação, benevolência e imperturbabilidade.

3. E liberta.

4. Este é mais um argumento em favor da impossibilidade de existirem almas gêmeas. A propósito, repetindo o que já escrevi diversas vezes, Ralph Maxwell Lewis (1904 – 1987), segundo Imperator da Ordem Rosacruz – AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosæ Crucis) para a Jurisdição Internacional das Américas, Comunidade Britânica de Nações, França, Alemanha, Holanda, Suíça, Suécia e África deste segundo Ciclo Iniciático no Ocidente, de 1939 à 1987, ensinou: A fantasia de uma ‘alma gêmea’ é um conceito contrário à religião instituída, à metafísica fundamental e à filosofia mística. Em Atalanta Fugiens, emblema XXI, Michael Maier (1568 – 1622), escreveu: De um homem e de uma mulher, faze um círculo; daí, um quadrado; em seguida, um triângulo; depois, um círculo; e terás a Pedra Filosofal. E Carl Gustav Jung (1875 – 1961) afirmou: Em alguma parte, alguma vez, houve uma Flor, uma Pedra, um Cristal; uma Rainha, um Rei, um Palácio; um Amado e uma Amada, há muito tempo, no Mar, numa Ilha, há cinco mil anos... É o Amor – a Flor Mística da Alma – é o Centro, é o Si-Mesmo... Há uma grande confusão entre Androginia Mística e o estapafúrdico e retrocessivo [des]conceito de alma gêmea (mesmo que bem-intencionado). Na peregrinação Daquilo que acabou por se tornar o homem (Homo sapiens) como hoje é conhecido, em um dado momento, o I (andrógino) se transmutou em Y (invertido), e o que era uma Unidade Andrógina, à semelhança do Universo, bipartiu-se em duas polaridades, por assim dizer, desconvergindo-se (para evolucionar). Por isto, inclusive, a Lei da Necessidade (Lei da Reencarnação) opera ciclicamente (não alternadamente), isto é: o ser – positivo ou negativo, macho ou fêmea, homem ou mulher – manifesta-se através das duas polaridades, uma vez positiva, outra negativa, o que não obriga alternância imediata, mas se identifica e está em conformidade com a Lei do Sete. A partir da transmutação do I (andrógino) em Y (invertido, e, depois, bipartido), não há retorno àquela condição originária/originante, pois os dois componentes da primitiva Unidade (+ e –) seguem caminhos ascensionais e reintegradores distintos, e, até que ocorra a reintegração total de ambos, geralmente não há compatibilidade entre seus estados vibratórios. E mesmo que houvesse simultaneidade vibrátil, a refusão, repetindo Ralph Maxwell Lewis, é contrária à religião instituída, à metafísica fundamental e à filosofia mística, ou seja, é incompatível com a autêntica Tradição Iniciática, desde sempre uma e idêntica a si mesma. Retornar, freqüentemente, é retroceder. E nem quando o mânvântâra se transforma em prâlâya há retrocesso. O novo mânvântâra que sucederá o prâlâya, que está a acordar, se encontrará em um ponto mais elevado da Spira Legis Universal – evento cósmico que produz continuamente a evolução de tudo (grifo meu), segundo o Frater Vicente Velado. Isto remete ao significado místico da palavra AMORCUS, que é: Akhenaton Magister Omnes Rosæ Circa Universus Spira, ou seja, Akhenaton Mestre de Todas as Rosas em Torno da Espiral.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://mathworld.wolfram.com/
InternalSimilitudeCenter.html

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-30.pdf

http://pt.wikibooks.org/wiki/
Ficheiro:Bisection_construction.gif

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-29.pdf

http://www.cornelius93.com/blogeria.html

http://forum.netweather.tv/topic/73000-uk-convective-
general-discussion-forecasts-april-2012/page__st__120

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-28.pdf

http://www.beach-vacations.net/welcome-to-the-world
%E2%80%99s-geological-real-time-classroom.html

http://dikelantan.com/2011/03/12/
japanese-yen-after-tsunami/

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-27.pdf

http://www.fra.org.br/
gnose/gnose_103/index.html

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

Música de fundo:

Études, Opus 10 nº 12 - Revolutionary
Composição: Fryderyk Franciszek Chopin

Fonte:

http://www.piano-midi.de/chopin.htm

 

Direitos autorais:

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