Em
uma ilha distante, quase desconhecida, entre outros habitantes,
lá moravam a Riqueza, a Vaidade, a Tristeza, a Alegria,
a Sabedoria e o Amor.
Um
dia, as autoridades da ilha foram avisadas que ela seria inundada
por um gigantesco tsunami. O Amor ficou incumbido de tomar as
providências para que os moradores pudessem se salvar. Célere,
o Amor saiu avisando a todos: — Fujam todos, fujam rápido,
a nossa querida ilha vai ser totalmente inundada.
Todos correram e foram
para um morro bem alto. Só o Amor não se apressou,
pois queria ficar um pouquinho mais na sua tão amada ilha.
E, então, o tsunami
chegou, furioso, avassalador, devastando tudo por onde passava.
Quando viu que iria se afogar, o Amor correu para pedir ajuda.
Estava passando a Riqueza, e ele disse: — Riqueza, leve-me
com você, senão eu vou me afogar.
Ela respondeu: —
Não posso; meu barco está cheio de ouro e prata,
e você não vai caber.
Então, passou a
Vaidade, e ele pediu: — Oh!, Vaidade! Leve-me com você.
A
Vaidade respondeu: — Não posso, Amor. Você
vai sujar meu barco.
Logo atrás, vinha
a Tristeza, e o Amor implorou: — Tristeza, posso ir com
você?
Entristada, ela retrucou:
— Ah! Amor! Estou tão triste, que prefiro ir sozinha.
Peça à Alegria, que vem logo aí atrás.
E
passou a Alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o
Amor chamá-la.
Já desesperado,
achando que iria ficar sozinho e se afogar, o Amor começou
a chorar. Então, passou um barco com um barqueiro bem velhinho.
Logo que viu o Amor, convidou: — Sobe Amor, que eu te levo.
O Amor ficou tão
radiante de felicidade que até esqueceu de perguntar o
nome do bom velhinho. Ao chegar ao morro, onde estavam todos os
moradores da ilha, o Amor perguntou à Sabedoria: —
Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe até aqui?
Ela respondeu: —
Você não o conhece: É o Tempo.
— O Tempo? —
perguntou o Amor admirado. Mas por que só o Tempo me ajudou
e me trouxe aqui?
A Sabedoria, então,
respondeu: — Porque só o Tempo é capaz de
ajudar e de entender um grande Amor.
|
Cuidado
com tuas palavras, pois elas podem ser veículo tanto de saúde
quanto de doença.
Antes
de haveres limpo teus pés nos sete degraus do átrio, não
poderás passar pelo primeiro pórtico do Templo do Silêncio.
Estes sete degraus ou deveres são: 1º) Nunca fales sem ser interrogado;
2º) Se não for estritamente necessário, não fales;
3º) Não dês nunca uma notícia triste, negativa,
destruidora ou desagradável; 4º) Evita ouvir e evita ler qualquer
notícia desarmonizadora; 5º) Só comunica tua alegria
e tua felicidade a outrem se souberes que nele despertarás contentamento;
6º)
Não comentes tuas dores e tuas mágoas com ninguém,
para não lhe perturbares a quietude; e 7º) Nas tribulações
da vida, procura sempre teu refúgio no santo altar da tua própria
alma!
O
silêncio revigora o corpo e a alma. O silêncio transmite paz,
favorece a elasticidade da consciência e estimula a harmonia, tanto
do corpo quanto da alma.
—
Blablablá... Blablablá... Blablablá...
O
falario inútil malgasta e dissipa a força curativa do corpo.
Fala
somente quando for estritamente necessário, porque em toda necessidade
há uma utilidade. E, quando houveres de falar, fala o mais breve
possível, de modo que nenhuma palavra seja excessiva ou supérflua.
Fala
com senso consciente de responsabilidade e com pura intenção
de ajudar teus semelhantes.
Entretanto,
sempre que teu silêncio puder lesar a ti ou a outrem não deves
te calar. Portanto, se souberes que tuas palavras poderão exercer
ação curativa nos homens sofrentes, não hesites em
com eles conversar. A força curativa do amor obsequiador e a força
do pensamento conciliante em nós inerentes são muito mais
poderosas do que todas as forças do mundo.
Os homens não atinam em quanto
mal-estar causam a si e aos demais com seus pensamentos inúteis e
com suas palavras vãs. A verdade é que eles debilitam e envenenam
a si mesmos e aos outros.
Não
basta que o homem seja forte e inteligente; antes de tudo, é preciso
ser bom.
A
Magia Cerimonial é uma operação pela qual o homem procura
obrigar, pelo próprio jogo das forças naturais, as potências
invisíveis de diversas ordens a agir de acordo com o que pretende
obter da mesmas.
Em
um exercício de Magia, se houver alguma falha, ainda que ínfima,
no modo de dirigir a experiência, o audacioso estará exposto
à ação de potências em comparação
com as quais não passa de um grão de areia.
Na
maioria de nós, os pecados involuntários e inconscientes são
mil vezes mais e maiores do que os conscientes.
Oh!,
Santo Silêncio! Alheio a ti, cometi muitos pecados. Desconhecendo-te,
perturbei, feri e inquietei muitos corações.
Tua dor está em ti mesmo,
mas não a vês; tua cura jaz em ti mesmo, mas não a conheces!
Fugir
da arena da vida, como os ignorantes ascetas, é indigno de uma pessoa
nobre.
Retiro
e renúncia por medo do mal1
não é santidade; é apenas covardia.
A
Ciência Rosa+Cruz lança uma ponte de harmonia entre o materialismo
e o espiritualismo, provando a razão de ambas as doutrinas e conciliando
os extremos, para chegar a uma conclusão-síntese sobre a razão
de ser da vida nos múltiplos estados da Natureza una.
Não
há maior nem mais louvável vitória do que aquela que
é vencida contra os inimigos interiores.
Sete
Demônios mantêm fechadas as portas à nossa alma da ação
curativa do Templo do Divino Silêncio. Estes Sete Demônios são:
Inimizade, Temor, Avareza, Cobiça, Ódio, Inveja e Vaidade.
Mas, em cada Coração há Sete Anjos – forças
divinas de libertação. Estes Sete Anjos são: Paz, Destemor,
Liberalidade, Desapego, Amor, Bem-querer e Humildade. Ou vencemos a guerra
santa contra nossa natureza inferior – o mais heróico e divino
de todos os feitos – ou seremos vencidos pelos nossos demônios
interiores e não penetraremos no Templo do Divino Silêncio.
Mas, se nos decidirmos a empreender esta batalha... 'Neste sagrado momento,
em que todo o inferior em mim está subjugado e se cala, expresso
estes votos: De hoje em diante e para sempre, eu me comprometo solenemente
em firmar a paz com todos os homens. Eu me comprometo solenemente em manter
sempre inabalável confiança em meu Eu Supremo – o Deus
do meu Coração. Eu me comprometo solenemente em renunciar
a tudo quanto minha natureza inferior exigir para seu gozo. Eu me comprometo
solenemente a estar sempre pronto ao sacrifício pela salvação
de minha alma. Eu me comprometo solenemente em só enviar raios de
Amor, de Bem e de Beleza a todos os homens e a todos os seres. Eu me comprometo
solenemente em desejar a todos felicidade e harmonia, e sempre me esforçar
para cumprir este desideratum. Eu me comprometo solenemente em empregar
ilimitada indulgência, perdoar meus detratores e acolher todos os
seres com tolerância, magnanimidade e compaixão. Ó Deuses
e Anjos! Sede minhas testemunhas!'
Sigillum
Naturæ et Artis Simplicitas. O selo da Natureza e da Arte é
a simplicidade.
Eu
não escrevo para os exaltados que só se consideram a si próprios.
Eu não escrevo para os orgulhosos que depreciam tudo. Eu não
escrevo para os obstinados que só admitem as suas opiniões.
Eu não escrevo para os néscios destituídos de força
interior. Eu não escrevo para os que não têm critério
próprio e são escravos de opiniões alheias e princípios
dogmáticos. Eu não escrevo para os achincalhadores que tudo
ridicularizam. Eu não escrevo para os faceciosos que riem de tudo.
Eu não escrevo para os visionários porque vivem de exageros.
Eu não escrevo para os perversos porque tudo encaminham para a sua
perversidade. Escrevo, ao contrário, para os serenos, para os justos
e imparciais e para os silenciosos que meditam e que equanimemente2
procuram a Verdade.
Procure
sempre ler nas entrelinhas e nunca julgue a priori, levado por idéias
preconcebidas. Quem renega a priori é intolerante e preconceituoso.
Neste
mundo, tudo é passível de ser melhorado.
Não se pode
obter o conhecimento verdadeiro pelo mero saber, mas tão-somente
pelo chegar a ser.
A
libertação dos quereres, das cobiças e das paixões
não é atingida por meio da fantasia, mas apenas pelo da Força
Espiritual Interna. Desvelada a LLuz, desaparece a obscuridade. Enfim, da
presunção do homem não poderá proceder Sabedoria
alguma. A Sabedoria é uma força que vence a ignorância.3
Para
se conhecer a essência de qualquer coisa, torna-se necessário
que esta coisa seja uma parte de nossa própria essência, pois
uma coisa pode tão-somente reconhecer outra que lhe seja semelhante.
Ninguém pode ter consciência de coisa alguma fora de si mesmo
e do que ela encerra em si mesma. Ninguém poderá saber o que
seja a fome, se não a houver sentido. Ninguém conhecerá
o amor senão aquele que o possuir. O inconsciente não compreende
a consciência, nem a morte compreende a vida.
Nada
existe senão pelo número; sem ele, tudo seria uma só
e única substância, pois que só ele diferencia e qualifica.
No Universo material, nada adquire
forma senão pela divisibilidade – que é um efeito do
número.
Quantidades,
qualidades, dimensões e forças são atributos criados
pelo número.
A
existência do número depende da Unidade que, sem ser um número,
gera todos eles.