DE UMA FORMA OU DE OUTRA

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Fazendo o Bem

 

 

 

sta é a Regra: de uma forma ou de outra, sempre, devemos fazer o bem. Ou, pelo menos, devemos tentar fazer o bem. Quanto a isto, então, ser indiferente ou fazer o mal são equivalentes. A coisa é mesmo como disse o pastor protestante e ativista político estadunidense Martin Luther King, Jr. (Atlanta, 15 de janeiro de 1929 – Memphis, 4 de abril de 1968): O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons. Mas, quem é bom não fica em silêncio nem é indiferente; está sempre pronto a prestar socorro a quem necessita. Então, se você se considera uma pessoa sincera e realmente boa – e eu espero que sim – continue a ler este despretensioso texto. Caso contrário, não perca seu tempo, porque acabará se irritando com o que se seguirá.

 

 

Solidariedade Fraternal

 

 

ão devemos escolher, analisar ou julgar se há ou não há mérito, se, por isto ou por aquilo, devemos ou não fazer um determinado bem, porque, se escolhermos, analisarmos ou julgarmos, estaremos escolhendo, analisando e julgando com os nossos critérios pessoais de sim e de não, de certo e de errado, de valor e de desvalor, com a nossa restrita cultura, com as nossas limitações, manias e convencionalismos e, principalmente, com a nossa ignorância. Se pudermos, deveremos fazer o bem, seja lá em que circunstância for. Quanto a isto, não há antonímia, nem dissidência, nem contraposição. Quem disser o contrário não sabe o que está dizendo.

 

 

Homer Jay Simpson

 

as, aí há um problema: não devemos interferir com o carma alheio, ou seja, com a experiência educativa e necessária do outro. Se assim fizermos, primeiro, estamos impedindo que o outro apre(e)nda o que precisa apre(e)nder para compensar equívocos cometidos, para se educar e compreender e, conseqüentemente, se libertar. Segundo, e tão grave quanto: estaremos assumindo um compromisso societário com o outro, que não nos cabe, o que não é nada bom, porque, no limite, poderemos até virar esqueleto sacolejante ou múmia paralítica antes da hora. Já pensou que desgraça!? Então, anote isto: amenizar, auxiliar, sim, sempre; comprar o barulho do outro e constituir uma sociedade anônima, não, nunca.

 

 

O Esqueleto Sacolejante

 

 

odavia, paradoxalmente apenas como sombra passageira, sempre prevalecerá o fato inquestionável de que, a cada instante, sem exceção, se pudermos e havendo oportunidade, deveremos fazer o bem. Como não sabemos exatamente o que é carma a ser compensado e o que não é (porque, nem sempre, uma experiência educativa, apesar de normalmente ser uma experiência doída, é carma compensatório), devemos, sempre que for possível, auxiliar um irmão que esteja padecendo. E como sub-regra da Regra: sempre anonimamente. O Silêncio tem a força de 10.000 bombas nucleares. O falatório, a jactância e o diz-que-me-diz-que não movem nem uma formiga. Seja como for, é melhor errar a maior do que a menor, isto é, sempre para mais, nunca para menos, a montante, não a jusante, contra a correnteza, jamais no sentido da correnteza, sempre a favor, de modo algum contra.

 

 

O Bendito Auxílio Silente

 

 

ntretanto, algumas vezes, somos impedidos de prestar o nosso auxílio. Seja porque o outro não quer, seja porque a família impede, seja porque não sabemos o que fazer, seja porque a pessoa está longe, seja lá pelo motivo que for. Então, o que fazer? Não fazer nada é que não é possível. Há um vínculo inquebrável entre todos nós e entre tudo. Podemos até não perceber, mas, o que afeta o outro nos afeta, e vice-versa, pois, tudo é um no Universo, e tudo interfere em tudo e sofre interferência de tudo. Tudo está interligado, associado, e o Butterfly Effect (Efeito Borboleta), termo que se refere à dependência sensível das condições iniciais no âmbito da Teoria do Caos, está mais para sensatez do que para contra-senso. E o fato de sermos um e de tudo estar entreligado facilita sobremodo as coisas. Isto está perfeita e didaticamente claro, por exemplo, no Evangelho de Lucas, VII: 1 a 10. De acordo com este Evangelho (Vulgata Editio, Versio ou Lectio: Bíblia traduzida do grego antigo e do hebraico para o latim por São Jerônimo), um centurião romano pediu ajuda a Jesus porque um dos seus servos mais jovens estava doente. Jesus se ofereceu para ir à casa do centurião para realizar a cura, mas, ele sugeriu que Jesus a fizesse à distância, pois ele não se considerava digno de recebê-Lo em sua casa. Senhor: não Te incomodes, porque eu não sou digno que entres sob o meu teto. Por esta razão, nem eu me achei digno de ir ter Contigo. Mas, dize uma só Palavra, e o meu servo será curado. Ao ouvir isto, Jesus, admirado, disse: Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em Israel. E o servo do centurião foi curado, sem que Jesus estivesse fisicamente presente. Em termos místicos e metafísicos, isto é conhecido como cura à distância – distância que, na verdade, não existe.

 

ssim sendo, como sempre devemos fazer o bem, de uma forma ou de outra, fisicamente presentes ou não, e, portanto, quando não, atuando psiquicamente, se desejarmos, poderemos operar da seguinte maneira:

1º) Antes de qualquer experimento místico ou espiritual, se possível, devemos tomar um banho.

2º) Se isto, de todo, não for possível, pelo menos, devemos lavar as mãos e beber um copo de água.

3º) Em seguida, devemos nos colocar em disponibilidade para Servir, tendo em mente que não somos nós que curamos, mas, que somos apenas intermediários bem-intencionados entre o Bem Universal (a Consciência Cósmica) e o ser que necessita de ajuda.

4º) Logo após, devemos fazer três inspirações profundas e vocalizar três vezes o OM (AUM) ou o mantra de nossa preferência.

5º) Concluída esta preparação preliminar, então, estamos prontos para oferecer o nosso auxílio. Sentados confortavelmente, devemos pintar, com todos os detalhes, em nossa tela mental, o que desejamos que aconteça. No caso de uma pessoa doente, devemos visualizá-la, em todos os pormenores, re-harmonizada e curada. Isto deverá durar apenas de alguns segundos a um minuto, pois, não é necessário ficar retratando insistentemente a cena. Pintada a imagem mental, imediatamente devemos, por assim dizer, soltá-la no Cósmico, para que siga seu curso. Se a retivermos em nossa mente, nossa ajuda terá sido inútil, porque não poderá alcançar aquele que precisa do socorro. Então, repito: liberá-la imediatamente, enquanto está fresquinha em nossa mente, é fundamental para o sucesso do experimento místico.

6º) Finalmente, devemos dizer (oralmente ou mentalmente): se (diga o nome da pessoa que você auxiliou) tiver mérito para receber esta ajuda e se não houver qualquer impedimento cármico-cósmico, está feito (está selado). IE[H]OUA. E tire logo o assunto da cabeça, admitindo que seu experimento se concretizará.

 

sto funciona. Na imensa maioria das vezes, a visualização surte o efeito desejado. Quando o experimento não é exitoso, o que é raro, geralmente, é porque a coisa deveria acontecer como está acontecendo, porque deveria e precisava ser assim, não por erro no processo experiencial ou por incapacidade ou incompetência de quem prestou auxílio. Na realização de qualquer bem não há nem inaptidão nem inabilidade. A disponibilidade interior para Servir e a boa vontade fraterna são suficientes e comandam todo o processo, e a coisa haverá de acontecer, se tiver de acontecer. Não devendo acontecer, não acontecerá. Uma variante deste experimento é a Lei da Assunção.1

 

 

 

Lei da Assunção

 

 

 

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Nota:

1. Há algum tempo, divulguei um texto que trata rapidamente da Lei da Assunção: Comiseração (Tudo está no Todo; o Todo está em tudo). Para lê-lo, o endereço é:

http://paxprofundis.org/livros/comiseracao/comiseracao.htm

 

Mantra de fundo:

AUM RA MA HUM

Fonte:

Sons Vocálicos e Simbolismo do Templo Rosacruz

http://www.amorc.org.br/

 

Páginas da Internet consultadas:

http://en.wikipedia.org/wiki/Butterfly_effect

http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_borboleta

http://www2.seminolestate.edu/lvosbury/
calculusI_folder/RelatedRateProblems.htm

http://www.reocities.com/brad-net/skeleton.html

http://www.denijsdesign.de/dd_pages/cocktail/
dd_cocktail_perception_greysquares_1.html

http://gifsoup.com/view/967890/go-crazy.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vulgata

http://karenswhimsy.com/letters-in-old-english.shtm

http://blog.cognifit.com/post/37417754056/we
-listen-with-our-hands-too-many-of-us-talk-with

 

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