Sim! Há algo invulnerável, incontestável, em todos nós. Chama-se a nossa Vontade. Essa Vontade atravessa os anos, os séculos, os milênios, silenciosa e imutável. [Mas, a nossa Vontade não é fiat voluntas mea, e, sim, ] [In: Assim Falou Zaratustra: um Livro para Todos e para Ninguém (em alemão: Also Sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen), escrito entre 1883 e 1885 pelo filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX Friedrich Wilhelm Nietzsche.]

 

 

fiat voluntas mea

 

 

A minha vontade mesquinha sempre gostou de mentira;
a do meu Deus Interior sempre buscou a Verdade.

A minha vontade mesquinha sempre foi intolerante;
a do meu Deus Interior sempre foi Misericordiosa.

A minha vontade mesquinha sempre foi preconceituosa;
a do meu Deus Interior sempre foi Indulgente.

 

 

 

 

A minha vontade mesquinha sempre foi despótica;
a do meu Deus Interior sempre foi Democrática.

A minha vontade mesquinha sempre foi anti-republicana;
a do meu Deus Interior sempre foi Republicana.

A minha vontade mesquinha sempre foi xenofóbica;
a do meu Deus Interior sempre foi Cordial.

A minha vontade mesquinha sempre foi cerceadora;
a do meu Deus Interior sempre foi Libertadora.

A minha vontade mesquinha sempre foi invernal;
a do meu Deus Interior sempre foi Primaveril.

A minha vontade mesquinha sempre foi desértica;
a do meu Deus Interior sempre foi Oásica.

A minha vontade mesquinha sempre foi cavernal;
a do meu Deus Interior sempre foi LLuminosa.

A minha vontade mesquinha sempre foi lunar;
a do meu Deus Interior sempre foi Solar.

A minha vontade mesquinha sempre foi negacionista;
a do meu Deus Interior sempre foi Cientificista.

A minha vontade mesquinha sempre foi antivacinista;
a do meu Deus Interior sempre foi a Favor da Vida.

 

 

 

 

A minha vontade mesquinha sempre foi fideísta;
a do meu Deus Interior sempre foi Racionalista.

A minha vontade mesquinha sempre foi patriótica e ufanista;
a do meu Deus Interior sempre foi Universal.

A minha vontade mesquinha sempre foi medíocre;
a do meu Deus Interior sempre foi Magnânima.

A minha vontade mesquinha sempre foi estacionária;
a do meu Deus Interior sempre foi Transformadora.

A minha vontade mesquinha sempre foi egoísta;
a do meu Deus Interior sempre foi Altruísta.

A minha vontade mesquinha sempre somou 1 + 1 = 2;
a do meu Deus Interior sempre somou 1 + 1 = 1.

A minha vontade mesquinha sempre subtraiu 1 – 1 = 0;
a do meu Deus Interior sempre subtraiu 1 – 1 = 1.

A minha vontade mesquinha sempre foi
a do meu Deus Interior sempre foi

A minha vontade mesquinha sempre foi hipotética;
a do meu Deus Interior sempre foi Categórica.

A minha vontade mesquinha sempre foi plumbífera;
a do meu Deus Interior sempre foi Aurífera.

A minha vontade mesquinha sempre foi sopradora;
a do meu Deus Interior sempre foi Alquímica.

 

 

Sagrado Iantra Hermético
Faze um círculo, de um homem e de uma mulher;
daí um quadrado; daí um triângulo;
depois um círculo; e terás a Pedra Filosofal.

 

A minha vontade mesquinha sempre foi mundana;
a do meu Deus Interior sempre foi Espiritual.

A minha vontade mesquinha sempre foi caótica, desconexa e deliriosa;
a do meu Deus Interior sempre foi Iniciática.

A minha vontade mesquinha sempre foi ;
a do meu Deus Interior sempre foi .