Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Pouquíssimo servem os filosofemas1

Já os epiqueremas2, os aporemas3 e os dilemas4

são massagens (ir)rationalis infiloShÓPhIcas.

 

Não serão rompidas as mentais algemas

por intermédio de supérfluos silogismos5.

Também não se resolverão os apostemas

com esdrúxulos e estéreis religiosismos.

 

Premissa maior: Todo homem é mortal.

Premissa menor: Sócrates é homem.

Conclusão: Logo, Sócrates é mortal.6

 

Um Iniciado poderá se tornar Illuminatus.

Um Alto Iniciado é um Super-Homem.

Akhnaton é um Super-Homem-Illuminatus.


 

Rei Akhnaton
e
Akhetaton (O Horizonte de Aton)

 

 

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Notas:

1. Filosofema = na lógica aristotélica, o filosofema é uma forma silogística apodíctica (que se mostra convincente em função das evidências), ao contrário de outras modalidades como o epiquerema e o aporema, sendo, em termos, considerada apropriada para a demonstração de verdades filosóficas. No começo do soneto está afirmado: Pouquíssimo servem os filosofemas para demonstrar Leis Iniciáticas ou FiloShÓPhIcas. A razão é simples. Enquanto :um filosofema pode ser válido em determinado momento da história podendo não ser válido em outro, as Leis Universais são irredutíveis e não podem ser efetiva e integralmente destrinçadas pela razão (científica ou filosófica). Por isso eu corrigi a definição de filosofema, e disse que, em termos, ele pode ser considerado apropriado para a demonstração de uma verdade filosófica. Em termos, repito. De qualquer forma, querendo os filósofos ou não, filosofia é uma coisa; FiloShOPhIa é outra bem diferente. ShOPhIa = 300 + 6 + 80 + 10 = 396. Estava certo São Bernardo quando afirmou: Multi multa sapiunt, et seipsos nesciunt. (Muitos homens sabem muita coisa, mas desconhecem a si mesmos.). Epílogo: conhecer a solução para um problema é ótimo; melhor é evitar o problema. Exemplos de cinco filosofemas:

1º - O ser, que interessa à filosofia da literatura, é o tempo subjacente – e que por isso pode oferecer certa unidade – à ficção e à realidade.

2º - O gradeamento das praças, dos jardins e das residências denota (um temporário) fracasso da sociedade.

3º - No tempo que não é tempo, quando o tempo que não é tempo se fizer tempo que é e não é tempo, não fazer a guerra conduzirá à Paz Profunda.

4º - A sobrevalia mede a exploração do povo trabalhador pelos Capital e é a fonte do lucro dos capitalistas. Na teoria marxista, a sobrevalia ou mais-valia é lucro retido pelo capitalista, resultante da diferença entre o que ele paga pela mão-de-obra e o valor que ele cobra pela mercadoria produzida por essa força de trabalho.

5º - Mortuus est qui Deo non vivit. Morto está quem não vive para Deus. (Morto está quem não vive para o Deus do seu Coração).

2. Epiquerema = raciocínio silogístico que, embora coerente em seu encadeamento interno, está fundado em premissas apenas prováveis, pois são originadas em opiniões do senso comum (no aristotelismo, na escolástica e no cartesianismo, o senso comum é uma faculdade cognitiva cuja função é reunir as múltiplas impressões dos nossos sentidos, com o objetivo de unificar a imagem de um objeto percebido). O epiquerema é um argumento onde uma ou ambas as premissas apresentam a prova ou razão de ser do sujeito. No epiquerema sempre existe, pelo menos, uma proposição composta, sendo que uma das proposições simples é razão ou explicação da outra. Geralmente é acompanhada do termo porque ou algum equivalente. Exemplo:

a) Quem apresenta dissociação da ação e do pensamento sofre de esquizofrenia.

b) Fulano-dos-anzóis-carapuça apresenta dissociação da ação e do pensamento porque o exame médico revelou que ele apresenta uma sintomatologia variada, que inclui delírios persecutórios, alucinações auditivas e labilidade afetiva.

c) Logo, Fulano-dos-anzóis-carapuça é esquizofrênco.

3. Aporema = espécie de silogismo cuja característica principal é demonstrar a equivalência entre dois raciocínios contraditórios. No aporema, na defesa de uma tese, nem o defendente pode resolver a objeção nem o argüente sabe continuar. Em Aristóteles, o aporema é definido como um raciocínio dialético que conclui com uma contradição, não permitindo escolher qualquer um dos dois ramos da própria contradição. Exemplo bolado por mim:

Todos os homens são racionais.

Seres racionais não matam.

Os homens não matam.

Também é interessante a reflexão de Epicuro (341-270 a. C.):

Deus ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode.

Se quer e não pode, é impotente; o que é impossível em Deus.

Se pode e não quer, é invejoso; o que, do mesmo modo, é contrário a Deus.

Se não quer e nem pode, é invejoso e impotente; portanto nem sequer é Deus.

Se quer e pode – o que é a única coisa compatível com Deus – qual é a origem de todos os males? E por que razão Deus não os impede?

4. O dilema é um conjunto de proposições onde, a primeira, é uma disjunção tal que, afirmando qualquer uma das proposições simples na premissa menor, resulta sempre a mesma conclusão. Por exemplo:

a) Se dizes o que é justo, os homens te odiarão.

b) Se dizes o que é injusto, os deuses te odiarão.

c) Portanto, de qualquer modo, serás odiado.

5. Um silogismo é um termo filosófico com o qual Aristóteles (384 a. C. – 322 a. C.) designou a argumentação lógica perfeita, constituída de três proposições declarativas que se conectam, de tal modo que a partir das duas primeiras, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por Aristóteles em Analíticos Anteriores e não existem dúvidas acerca da autenticidade da obra. Resumo: Se A é B e se C é A, então C é B.

6. Exemplo famoso de silogismo aristotélico no qual Todo homem é mortal e Sócrates é homem são premissas, e Sócrates é mortal é a conclusão.

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Silogismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Anal%C3%ADticos_anteriores_(Arist%C3%B3teles)

http://www.edutic.ua.es/
usuarios/liango/img_webquest/pensar.GIF

http://www.filosofia.cchla.ufrn.br/academico/quadrodedisciplinas/
programa_abrahao_20062.pdf#search=%22filosofema%22

http://www.hkocher.info/minha_pagina/dicionario/m09.htm

Fundo musical:

She

Fonte:

http://www.midinet.com.br/alfa/e/01mid.asp