FHC
(
Pensamentos e Convicções)

 

 

 

 

Fernando Henrique Cardoso

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Objetivo da Pesquisa

 

 

 

Esta pesquisa teve por objetivo garimpar e selecionar alguns pensamentos e algumas convicções de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que, salvo melhor juízo, ora pendem para o otimismo, ora pendem para o pessimismo. Entretanto, certa vez FHC afirmou: sem Utopia ninguém muda o mundo. Eu gostei tanto disto, que concluí esta pesquisa com um poeminha que denominei Utopizando Rapidinho. Confira.

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Fernando Henrique Cardoso

Presidente Fernando Henrique Cardoso

 

 

Fernando Henrique Cardoso, nascido no Rio de Janeiro, 18 de junho de 1931, é um sociólogo, professor universitário e político brasileiro. Foi o trigésimo quarto presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerceu por dois mandatos consecutivos, de 1° de janeiro de 1995 a 1° de janeiro de 2003. Foi também o primeiro presidente reeleito da História do País. É co-fundador e, desde 2001, presidente de honra do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

 

 

 

Pensamentos e Convicções de FHC

 

 

 

Se esquerda significa ser contra a ordem social existente e direita a favor, a Social-democracia é, sem dúvida, uma corrente de esquerda.

 

Há direitos que são universais e não podemos abdicar deles. O Brasil tem obrigação de dizer: ‘isso não’. Tem o limite de constrangimento do outro, que é inaceitável.

 

Em setores como energia e comunicação, estamos próximos do estrangulamento, e o colapso só não ocorreu devido ao menor ritmo de crescimento econômico da última década.

 

Não é a moeda forte que faz o país. O país é que faz a moeda forte.

 

Na época em que fui criado, só se concebia a revolução como meio de mudar a realidade existente. O País era criticado porque as elites políticas tinham tradição de conciliação. Será que não é essa a solução certa?

 

O valor médio dos benefícios da Previdência Social cresceu e tem que ser mantido. Para isto, é preciso fazer a reforma, para que aqueles que se locupletam da Previdência não se locupletem mais, não se aposentem com menos de 50 anos, não sejam vagabundos em um País de pobres e miseráveis.

 

Vida de rico é muito chata.

 

A demanda por eqüidade está aumentando, parcialmente, como resultado da globalização da informação, mas é dirigida a um Estado que está reduzindo suas funções e tem menos controle sobre suas opções de política econômica.


Eu também comemoro a melhoria na distribuição de renda. A política dele (Lula) é a minha.

 

A capacidade de coagir tem que existir. Mas, hoje, tem outros mecanismos de participação também importantes. Crescentemente, vamos ter que usar o poder de convencimento, e o Brasil, nesse ponto de vista, tem situação bastante privilegiada.

 

Isso é outra coisa que precisa acabar no Brasil – essa mentalidade atrasada de que o presidente vai passear. Tenha paciência.

 

Se a pessoa não consegue produzir, coitada, vai ser professor. Então é aquela angústia para saber se o pesquisador vai ter um nome na praça ou se vai dar aula a vida inteira e repetir o que os outros fazem.

 

A ética do PT é roubar.

 

Não pode haver preconceito contra quem sabe. Saber não é errado.

 

O povo deve estar se perguntando: vocês são peixe ou carne de vaca? Temos de dizer claramente quem somos.

 

Não somos tigres, não damos saltos felinos. Somos uma baleia que se move devagar, mas com firmeza.

 

Levamos muitos anos sendo o País do futuro. Chegou o futuro, o futuro é hoje, o futuro é agora.

 

É preciso uma pitada de candomblé para poder governar e entender este imenso Brasil.

 

Eu sou cartesiano; mas tenho uma pitada de candomblé.

 

Vou terminar usando as palavras que ouvi de Händel,1 que são as palavras mais belas que se pode ouvir. E cito Händel: 'Aleluia'.

 

Acho que deveríamos incluir todas as drogas – além da maconha. Todas fazem mal. Mas a política de guerra às drogas não está funcionando.

 

Imaginar um mundo sem drogas é um objetivo difícil de ser alcançado. É como imaginar um mundo sem sexo.

 

Há excessos? Bem, pode ser que existam excessos que se corrigem, porque havendo liberdade haverá sempre a reação de outros setores que vão permitir a correção desses excessos.

 

Essa obsessão de parar de trabalhar em uma certa idade vai criar problemas na Previdência.

 

Lula é muito bom surfista, mas não forma onda. Eu tive que formar onda em muitas ocasiões, e, muitas vezes, me embrulhei na onda.

 

Também tenho um pé na cozinha.

 

Voto você não recusa.

 

A droga tem de ser discutida de uma maneira mais ampla. Enquanto não se entender que boa parte da questão da droga tem a ver com a proibição, por exemplo, da maconha, e tem a ver com a falta de tratamento, enquanto não se induzir as pessoas a entender que a droga é também uma questão de saúde, e não apenas de repressão e enquanto não se diminuir o consumo, você vai ter gente se arriscando e fazendo tráfico.

 

Eu não estou aqui para ver o PT se arrebentar. O Brasil precisa de partidos que tenham uma certa história, e o PT tem.

 

Ele (Lula) está muito encolhido. Gostaria de vê-lo mais ativo.

 

Estamos diante de uma forma nova de corrupção, organizada supostamente sob a batuta do principal partido de sustentação do Governo, que veio à luz não por denúncias da oposição nem encontrou nela quem desse qualquer eco 'golpista'. Quem pariu Mateus que o embale.

 

O Presidente Lula vai à África e diz que é para vender, mas não é; até porque não tem quem compre.

 

Não é meu estilo fazer articulação para atrapalhar o Governo. O Governo se atrapalha sozinho.

 

Nós (brasileiros) estamos olhando pra uma capacidade (que é grande) que nós temos de criar riqueza; mas não estamos olhando para uma capacidade (que não temos) de criar bem estar.

 

A Economia vai bem, mas isso depende de a população se sentir avançando no dia-a-dia. Isso depende, em parte, da Economia, depende da gestão e da política. E, quando os políticos embrulham o jogo, isso perturba tudo. E o jogo agora está embrulhado.

 

Posso não ser humilde, mas bobo também não sou.

 

Um pouquinho de humildade é bom, ajuda.

 

Tem de aproveitar a janela de oportunidades e se jogar de cabeça na onda boa. Eu nasci no Rio de Janeiro. Então, onda eu sei pegar. Nós estamos nessa fase em que eu não estou ainda certo de que o Brasil vai saber fazer jacaré.

 

A injustiça não se suprime por decreto.

 

Criticando o critério das indenizações aos perseguidos pelo regime militar: As indenizações devem ser dadas a todos aqueles que realmente sofreram, mas com certa preocupação de não deformar uma reparação e transformá-la em uma propina.

 

Vou pedir à Nossa Senhora Aparecida que ajude a espantar as crises do Brasil.

 

Fui Ministro da Fazenda, o que não significa que eu entenda muito de Economia. Para ser um bom ministro, não é preciso saber de finanças, mas conhecer quem saiba.2

 

A carteira de empréstimos do Banco Mundial é equivalente à do BNDES, e todo empresário reclama que o BNDES tem pouco dinheiro. Não tem pouco dinheiro; tem é pouca competência para conceder empréstimos.

 

Preocupa-me uma coisa em relação ao Brasil: todos os candidatos democratas são protecionistas. São todos petistas.

 

Não tem sentido levar a vida pensando no que já foi. Quero ter uma vida correspondente ao que sou agora.

 

Lula vai demorar um pouco para notar que pode muito menos do que ele pensa que pode.

 

Sinto saudade da piscina do Alvorada.

 

Não tinha o hábito de ser tocado. A relação física com as pessoas era extremamente difícil para mim: um abraço, um beijo. Mas agora ninguém me dá.3

 

 

 

 

Será que é preciso manter por tanto tempo as taxas de juros tão altas?4

 

Se a herança do meu Governo foi tão ruim assim, por que continuar? O PT está continuando.

 

A política econômica seguida pelo Brasil é responsável. Leva em consideração a necessidade de manter o orçamento equilibrado, de fazer as reformas, criando condições para inflação baixa e um clima favorável ao investimento.

 

Sempre tive um pensamento progressista; portanto, nesse sentido, de esquerda.

 

Lula tem bons sentimentos; é uma boa pessoa. Isto conta.

 

É muito agradável andar sem gente em volta e sem guarda-costas. Talvez seja esse o maior prazer, apesar do frio.

 

Um homem político tem de ter a prudência de calar.

 

O drama do homem do poder é que o que ele faz depende dos outros, e não só dele.

 

O instinto de Lula nunca foi de ferrabrás.5 Não diria isso do partido, mas o dele nunca foi.

 

Tenho uma dificuldade que acho que todos os brasileiros deveriam ter. Lutamos tanto contra o regime autoritário! Naquele tempo, se prorrogava mandato através do Congresso. Vamos voltar a prorrogar mandato? Isto fere a essência da Democracia.

 

Sem partidos fortes, não há Democracia possível.

 

Sarney mudou a cor dos cabelos, mudou de Estado para ganhar a eleição, mas continua o mesmo político: desinformado e fora de sintonia.

 

Temos que dialogar com o adversário. E não é para aderir; mas para atraí-lo ou neutralizá-lo.

 

Antes das eleições todos os candidatos beijaram a cruz.

 

Quando fui chanceler, era notável a falta de diversidade. Era muito pequeno o colorido no Itamaraty. Não fica bem, não fica bonito. É melhor ter um leque muito mais variado. Não tem cabimento ser monocromático; nós não somos assim.6

 

Governar pode ser, e com freqüência é, navegar em um nevoeiro denso.

 

Não adianta dizer ‘eu mudei’. Mudar não é trajar melhor;é ter outra concepção na cabeça.

 

A legitimidade se renova no dia-a-dia. Não adianta termos milhões de votos. Eu tive tantos... Os votos você tem no dia da eleição; no dia seguinte não tem mais nada.

 

Não temos de ter medo da globalização. Temos de ter competência para nos inserir.

 

Em 2002, dizendo que os países pobres devem dar exemplo aos ricos em relação a questões de energia e de biodiversidade: Se formos esperar que os ricos e prósperos venham fazer por nós, nós vamos esperar muito tempo, e eles não farão nada.

 

A pior guerra é a guerra contínua contra a Natureza, que é silenciosa, que destrói ao longo do tempo.7

 

Sem dúvida, seria um quase suicídio pensar em fechar a Economia outra vez, em fazer barreiras tarifárias e fazer com que haja algum setor protegido no Brasil.

 

Eu fico vendo e não falo nada. Enquanto sou presidente, não posso falar o que penso. Mas, depois, eu vou dizer, porque dizem tanta coisa vazia, tanta crítica que não tem base na realidade.8

 

Buchada de bode não é ruim. O que dá dor de barriga é a comida do Itamaraty.

 

O Rio é sempre uma maravilha. Falam em crise e esse pessoal todo na praia.

 

Há uma certa forma de desordem que, no caso brasileiro, por causa de sua mestiçagem cultural, tende, muitas vezes, a ser criativa, dando ao povo brasileiro uma grande plasticidade mental.

 

O Brasil não aceita mais inflação. Não aceita mais truque ou que não se honre a palavra dada.

 

42 é número de calçado, não número de inflação. Esse número não tem nenhum cabimento.

 

A inflação não é mais convivial. Ela virou uma urticária. É preciso parar de coçar e fazer alguma coisa.

 

O mundo não pode variar entre a exuberância irracional e o pessimismo irracional. Tem de haver alguma racionalidade.

 

Ah!, se tudo desse certo! Talvez até não tivesse graça. Se tudo desse certo, não precisaria de políticos, menos ainda de estadistas.

 

Se o mercado fica nervoso, dá calmante; passa.

 

Os mercados de capital passaram a atuar como verdadeiros vigilantes das gestões nacionais. Qualquer medida, por mais correta do ponto de vista interno, que possa contrariar o interesse dos investidores, tem como conseqüência a revoada dos capitais, com sérios efeitos para a saúde do sistema financeiro.

 

O inimigo hoje é o crime. Vamos nos unir e vamos derrotá-lo.

 

É utópico? Talvez. Mas, sem Utopia ninguém muda o mundo.

 

Senador é só pose. Quem manda mesmo é deputado.

 

Comentando que o Governo do presidente George Walker Bush relegou a América Latina à irrelevância: Voltamos todos a ser um tanto irrelevantes. Eles não são contra nós; mas passamos a ser irrelevantes sob esse ângulo.

 

Não podemos ficar contentes quando há um processo como o que está ocorrendo na Venezuela. De alguma maneira existe aí uma quebra de institucionalidade. É preciso que haja eleições.

 

O Neoliberalismo9, aqui, nunca teve chance. Este é um País muito pobre, e o Estado sempre terá papel importante na redução das diferenças sociais.

 

Só quem não tem nada na cabeça é que fica repetindo que o governo é neoliberal. Isso é neobobismo.

 

A única coisa que organiza o Brasil, hoje, é o mercado, e isso é dramático. O Neoliberalismo venceu. Ao contrário do que pensam, contra a minha vontade.

 

O que houve não foi uma ruptura epistemológica no meu projeto intelectual, mas uma ruptura ontológica do mundo... No final da década de 80, não estávamos mais enfrentando teorias, mas a realidade. Olhamos o que existia e estava tudo em pedaços. Estávamos falidos. Fomos forçados a privatizar; não havia outro jeito.

 

A CPMF10 é necessária. Pode-se discutir se é boa ou má, não importa. Uma porção de ações de saúde e o equilíbrio fiscal dependem dela. Então, eu diria que é um imperativo de consciência nacional.

 

Nem o presidente nem os ministros são acrobatas de circo para fazer piruetas, receber aplausos e desaparecer nos bastidores.

 

Sou mulatinho; tenho um pé na cozinha. Não tenho preconceito.

 

Chega dessa república do nhenhenhém.

 

Os brasileiros são caipiras, desconhecem o outro lado, e, quando conhecem, encantam-se.

 

Marx11 costumava usar a Inglaterra para falar de seu País, a Alemanha, com cores sombrias. Eu, não. Sou um otimista ao falar do meu País. O Brasil mudou muito e precisamos encarar o futuro com otimismo. É uma sociedade aberta por dentro e por fora.

 

O aumento da desigualdade e da exclusão que a globalização parece alimentar é intrincado e de difícil combate. Manifesta-se tanto no plano interno dos países desenvolvidos e em desenvolvimento como no plano internacional.

 

Hipótese de reeleição e de deixar a mulher não são comigo.

 

Hoje, parece loucura imaginar um regime autoritário em Brasília. Esse tipo de coisa não é previsível nem racional. Mas pode aparecer um maluco, e pronto.

 

Sabemos que o mais forte ganha. Mas depois, quem obedece?

 

Acho que nós, brasileiros, ainda não entendemos que a política externa é interna.

 

A diferença entre o Presidente Clinton12 e mim é que ele tem contra si uma maioria organizada e eu tenho a meu favor uma maioria desorganizada.

 

A caneta que nomeia é a mesma que demite.

 

Todos os dias leio os jornais para saber o que penso.

 

O Brasil, que já apertou tanto as coisas, não sabe mais o que apertar, para se ajustar a um minuto que enlouqueceu.

 

Um partido, se não tiver pedras no sapato, não avança.13

 

É uma pobre ilusão achar que o consumo de quinquilharias vai nos fazer modernos.

 

Em referência à frase, eu jamais a pronunciei, mas a imprensa brasileira tem um poder tão grande, que transforma a opinião de um repórter na frase de um cientista. Jamais disse 'esqueçam o que eu escrevi'.

 

A um estadista é necessário perceber o caminho desejado pelos governados e se antecipar, evitando que possíveis transformações ocorram à sua revelia.

 

Sem pressão social não há mudança possível.

 

A política é a arte do necessário. Se nos restringirmos ao possível, nada muda.

 

O poder é quase sempre triste. Quando absoluto, é solitário.

 

Apesar de, às vezes, a gente se irritar com a mídia, ela é essencial. Ela é essencial porque ela impede o grande erro.

 

Em uma eleição, o importante não é quem ganhou, mas como ganhou.14

 

Tá bom, tá bom. Se tiver alguém aqui com a cueca suja, não sou eu!

 

Os americanos têm os 'Founding Fathers'...15 A França tem os ideais da Revolução... Eu disse para os homens de imaginação, para o Nizan Guanaes: olha, a imaginação do povo é igual à estrutura do mito do Lévi-Strauss,16 ou seja, é binária: existem o bem e o mal. Eu fui eleito Presidente da República porque fiz o bem – no caso, o real. O real já está aí, eu disse. Chega uma hora em que a força dele acaba. O que vamos oferecer no lugar? Ninguém soube me dar essa resposta. Eu também não soube encontrá-la.

 

No meu Governo universalizamos o acesso à escola, mas para quê ? O que se ensina ali é um desastre.17

 

Quais são as instituições que dão coesão à sociedade? Família, religião, partido, escola. No Brasil, tudo isso fracassou.

 

Pessoas que se aposentam com menos de cinqüenta anos são vagabundas, que se locupletam de um país de pobres e miseráveis.

 

Além do português, as pessoas vão querer dominar duas outras linguagens: uma da Internet – a informática – e outra, o inglês. É a demanda das populações mais carentes.

 

Religião é coisa que se guarda no coração; o que vale é a prática.

 

Trotsky18 dizia que o grande orador, quando fala, por sua garganta passa a voz de Deus. Em um dado momento, diria Trotsky, a criação é obra divina.

 

O mundo nunca é maravilhoso para todos, mas há uma similitude efetiva entre um grande período da expansão do Capitalismo comercial, da eclosão do Renascimento e das Descobertas, naquela altura, em que o homem era a medida de todas as coisas,19 embora não fosse, na verdade, mas como referência passou a ser, e é o que está acontecendo hoje em dia.

 

Não tenho culpa se tive a capacidade de convencer as pessoas.

 

25 de fevereiro de 1998, criticando as elites políticas nordestinas em discurso na cidade alagoana de Arapiraca, em uma reunião com agentes comunitários de saúde: Além de falta de água para beber e de atenção básica ao povo, o que falta é vergonha na cara de seus dirigentes.

 

O povo precisa de carinho.

 

Não antecipo tragédias. Sempre crio condições para que as coisas não sejam piores.

 

Eu tô cansado. Ruth20 tirou uns quinze dias para respirar e eu paguei a conta. Já foram dizer que eu tinha uma namorada.

 

14 de abril de 1999, dizendo por que não pensava em demissão de pessoas indicadas pelo PMDB, que patrocinou a CPI dos bancos: Por quê? Porque eles falaram mal de mim num jantar? Eu também falo mal de todo mundo.

 

A âncora do real é o povo.

 

Eu nunca fui ateu.

 

Eu não entendo de imposto. Pago, com mau gosto, como todo mundo.

 

Eu quero deixar claro para o País todo. Eu adoro pão de queijo. Eu não passo sem pão de queijo.

 

Ninguém recomenda nada ao Presidente da República. O Presidente está preocupado em governar o Brasil, e não com futricas.

 

Nós, os brasileiros, gostamos de ser misturados.

 

A esquerda não leu o que escrevi há trinta anos e, como acha que eu pensava naquela época as besteiras que ela pensa hoje, confunde as coisas, e conclui que esqueci o que escrevi.

 

O Governo não cacareja.

 

Exportar ou morrer.

 

Sou Presidente; não sou xerife da esquina.

 

Cada vez que recebo um título, eu me pergunto: será que mereço? Depois, tenho um medo que me pelo do Chico Caruso.

 

O Estado é laico. Trazer a questão religiosa para o primeiro plano não ajuda.

 

Tem de transformar o pré-sal em neurônio. Esse é o saldo para uma sociedade desenvolvida.

 

A nossa tradição é de corporativismo estatizante, e isso está voltando. É uma mistura fina, uma mistura de Getúlio, Geisel e Lula. O Lula é mais complicado do que isso porque é isso e o contrário disso. Como é a metamorfose ambulante, faz a mediação de tudo com tudo. Lula sempre faz a mediação para que o setor privado não seja sufocado completamente. Não sei como Dilma vai proceder.

 

O Brasil deu um cheque em branco para a Dilma. Vamos ver o que vai acontecer com a conjuntura econômica. Há um problema complicado na balança de pagamentos, um 'deficit' crescente, uma taxa de juros elevada e uma taxa de câmbio cruel.

 

No que concerne às drogas, é preciso mudar o paradigma: além de pensar em uma política de redução do consumo, deve haver também uma política de diminuição do dano. O usuário precisa ter assistência médica. Nos Estados Unidos, agora é que começa a haver uma pequena mudança. Nessa reunião em Viena, os americanos concordaram que seria possível oferecer seringas aos drogados como forma de diminuir a disseminação de doenças contagiosas. Até então, nem isso era aceito. O usuário era visto como alguém a ser punido.

 

Na Europa, o usuário é visto como um problema médico e o traficante como bandido. Essa matéria é muito delicada, e é preciso deixar claro que eu não estou dizendo que a droga não faz mal. As drogas causam danos, todas elas. Há estudos que mostram que a Cannabis pode levar à esquizofrenia. Então, não é 'liberar geral'; tem de haver um controle. Mas acho que, no caso dos usuários, é possível dizer que o melhor é descriminalizar.

 

A imagem mais apropriada a ser usada para fazer um alerta sobre as drogas é a da sereia. Se você ceder ao seu beijo, meu filho, a sereia vai levá-lo para o fundo do mar. Quer dizer, embora você possa ter um prazer momentâneo, isso vai ter um preço.

 

Agora, ninguém está aqui para dizer que a droga deve ser incentivada. Estamos aqui para falar o seguinte: os mecanismos que vêm sendo usados para combater as drogas estão surtindo resultados frustrantes. Vamos buscar outros mecanismos para reduzir o consumo. O dado de Portugal é ilustrativo: o País não descriminalizou a maconha; liberou. E o consumo diminuiu.

 

Alguma coisa tem de ser feita quanto à drogas, e não dá para ficar preso à idéia de que se resolve o problema na base do prende, mata, esfola. Por outro lado, é preciso estar sempre insistindo: bandido é bandido e tem de ser posto na cadeia; não se pode confundir as coisas... A sociedade tem de, pouco a pouco, tomar consciência sobre o que fazer. Não existe receita; não estou dando uma receita. Estou dizendo que acho que é necessário mudar o paradigma: em vez de concentrar todos os esforços na repressão, você poupa os recursos existentes para as campanhas educacionais e para a busca da redução do consumo... A repressão tem de ser dura mesmo. Mas não adianta ser dura com o consumidor. Se você o colocar na cadeia, ele vai continuar fumando, só que pagará um preço mais alto por isso.

 

Eu não estou dizendo: 'Fume maconha'. Estou dizendo: 'Fumar maconha faz mal, e nós temos de tratar quem fuma'.

 

As drogas são um drama social. Ou se toma consciência de que temos de fazer algo diferente do que temos feito, sem covardia e sem leniência, ou seremos irresponsáveis.

 

Não é uma questão só do Brasil. É global, sociológica. A sociedade de massa e o avanço das forças de mercado se deram de tal maneira, que o papel que os partidos exerciam no passado, como polarizadores e condutores, perdeu muito, não só no Brasil. Isto não quer dizer que a sociedade não tenha avançado bastante nos seus próprios pés, de uma maneira que – visto aos olhos do que pensávamos há trinta anos – é sem política, sem partido político. Será que isto é um mal? Acho que o mal é quando você não tem partidos políticos capazes de propiciar pelo menos um quadro geral de referência. Os partidos não incorporaram o tema do cotidiano. Os temas da vida do cidadão hoje cortam transversalmente a sociedade, não são de uma classe só. Todas sofrem com insegurança, com poluição, com tráfego ruim. É o Governo, qualquer Governo. Mas, qual é a posição, como a sociedade é tocada por esse problema?

 

Para se ter poder, em geral, é necessário, de fato, aparentar poder, mas não necessariamente. Muitas vezes você tem que disfarçar o poder para exercê-lo. A tradição brasileira é muito mais de disfarçar do que de aparentar. Getúlio, por exemplo, dizia que ia fazer algo e ia para um outro lado. Acho que, em geral, quem tem consciência do poder não vai exibi-lo. Ao exibir, abre o jogo e cria o contra corpo.

 

Nunca vi no Lula um homem de Estado, um poder no sentido mais forte, daquele que tem visão, que sabe que tem que alcançar seus objetivos e constrói o caminho. Ele construiu o poder para si mesmo.

 

 

O Lula foi o Presidente que mais ajudou o Brasil a se globalizar. Aderiu inteiramente. Eu não estou criticando por ele ter feito a adesão. Critico a mudança, a inconsistência. Ele não tinha um propósito. Este já havia sido dado pela sociedade. Ele assumiu, e como que surfou na direção que a sociedade estava apontando. Não contrariou para mostrar que tinha um objetivo e a força de mudar algo em curso para chegar ao seu objetivo.

 

Vamos pegar o que aconteceu nos Estados Unidos, no século XVIII. Bem ou mal, aqueles líderes definiram um caminho, criaram a Declaração Universal da Democracia, a Constituição Americana, adotaram as concepções de Montesquieu e por aí foram. Tinham uma visão de futuro, e aquilo marcou tudo. Aqui, José Bonifácio tinha essa percepção e sabia o que queria. D. Pedro II, se não tinha uma visão, alguma idéia ele tinha de que tinha que civilizar isso aqui. Eu acho que alguns presidentes brasileiros tiveram, como o Getúlio. Você pode não concordar com a visão do Getúlio, mas ele tinha noção de Estado herdada dos positivistas; autoritária e tal. Alguns tiveram uma certa noção, desenharam o que era possível para o País, mesmo que não tivessem uma coisa tão fundamental como os grandes pensadores americanos.

 

Obama não tinha um projeto quando se elegeu. O Obama tinha um discurso: 'Sim, nós podemos'. Podemos o quê? Nesse aspecto, ele tem uma certa semelhança com o Lula, porque os dois simbolizavam alguma coisa. Não é que tivessem que ter uma proposta. Eles próprios já simbolizavam mais democratização: venho de baixo e chego lá, sou negro e chego lá. Aquele discurso admirável do Obama sobre racismo é uma coisa grandiosa. Mas não é um projeto de Nação. Ele também chegou lá e fez uma tentativa de melhorar o bem-estar da população com seu projeto de saúde. Conseguiu mais ou menos; não tudo que queria. E ficou perdido por isso, passou a ter que resolver os problemas deixados por outros. Ou seja: como enfrentar a crise do Capitalismo com os instrumentos disponíveis? Daí por diante, inundou o mundo de dólares e salvou os bancos. Não creio que fosse projeto dele. Foi engolfado pela situação.

 

Dilma também não assumiu o poder com um projeto. Ela nunca falou à Nação sobre isso. Vai tocando no dia-a-dia. Qual é o projeto? O que está bem, que continue. Acabar com a pobreza, todos nós dissemos isso, e todos nós fizemos um pouco nessa direção. Não só eu, antes de mim também o Itamar, o Sarney, os militares. Isso não é um projeto de Nação: é uma necessidade. Não podemos ter um País com esse grau de pobreza. Nesse momento em que ninguém pode mais ter um projeto desligado do mundo, visto que o grande problema hoje está ligado à globalização, não dá para você ter um caminho que não incida e sofra as conseqüências do mundo. Temos que discutir estratégias.

 

O real poder de um Presidente no Brasil é o de convencimento. Ele tem de convencer o País e o Congresso a ir num certo rumo. Caso contrário, as forças constituídas não mudam nada; ficam repetindo o que elas são. Para exercer de fato o poder no sentido pleno, ao exercê-lo, o Presidente tem que mudar as coisas numa determinada direção. Fora disso, não consegue. A sociedade tem que cobrar mais. O que a sociedade quer? Se o Presidente tiver visão das coisas, ele pode até capitanear a mudança, mas ela nunca é dada só pela vontade do Presidente. Ela capota diante das instituições e da tradição do que está estabelecido.

 

O poder mais revela do que corrompe o caráter. É claro que o poder absoluto dá mais chances aos mais fracos de ficarem maus. Veja, vamos falar português claro: uma pessoa que tem posição de mando (não precisa ser Presidente) tem enormes possibilidades de enriquecer. Ele tem informações e pode usá-las. O que freia isso? O que inibe? É você mesmo. Quando você não o faz, é você mesmo que deixa de fazê-lo. Não é que o poder está impedindo. Então, acho que poder revela muito mais do que cria ou deforma. É claro que a permanência no poder deforma, porque essas chances vão se repetindo, repetindo… e aí chega um momento em que o risco de você incorrer em erro é maior... Eu eu nunca me deslumbrei com o poder.

 

O poder faz mudar dentro. Você vê que as coisas são muito mais difíceis do que você pensava. Você vê que a ambição humana é muito maior do que imaginava. Pessoas que são próximas – e você nunca vislumbrou a possibilidade de elas terem uma ambição desproporcional – pedem a você o que não devem pedir. O poder dá uma percepção, talvez mais realista, do ser humano.

 

O poder talvez endureça um pouco, porque você desconfia. A pessoa vai te procurar e você pensa: 'O que será que ela quer?'. Em vez de partir do princípio de que não quer nada que seja negativo. Você começa a ficar com um pé atrás, fica mais esperto, mais astuto para o mal que possa vir. Mal no sentido do inapropriado. A Ruth pesou muito também no meu estilo, porque era muito direta, muito simples, sempre teve horror de ostentação de poder e dessas coisas. Minha família não ficou deslumbrada. Até hoje, quem são os meus amigos mais próximos? São os da universidade, que eu já tinha antes. Com quem eu convivo? Com as pessoas que sempre convivi. É claro que acrescentei, mas nunca mudei de grupo, de camada, de círculo.

 

Quando saí do poder, não tive síndrome de abstinência. E tomamos uma resolução, Ruth e eu. Imediatamente saímos do Brasil. Por três meses ficamos na França e tomamos decisões claras: não vamos ter automóvel, segurança, assessores. Vinha um rapaz da embaixada brasileira, uma ou duas vezes por semana, trazer correspondência e conversar. Andei de metrô. Fiz isso logo para me dizer: não sou mais Presidente. E passei a desfrutar as coisas que eu gosto. Ir a museus... Comprar livros... Comecei a me preparar para escrever um livro... Via meus amigos... Ia comer em restaurantes que eu gostava... Ia ao teatro... Andava a pé... Foi uma terapia de choque, digamos assim.

 

Hoje não tenho poder nenhum. Posso ter influência, que é uma outra coisa. É a capacidade de, a partir do que você fala e faz, influenciar o comportamento de terceiros. Poder é quando você pode obrigar – eu decreto tal coisa, e a coisa passa a valer. Você tem a capacidade de coagir o outro, pela lei no caso da Democracia. Mas, mesmo a lei baseada na força tem autoridade.

 

Nunca tive a preocupação de fazer propaganda em termos pessoais; realmente não pensei nisso. Alguém me perguntou como vou ser visto daqui a 100 anos. Será que eu serei visto? E se eu for bem-visto, estarei morto. De que adianta? E tem o seguinte: a História modifica o julgamento. Dependendo de cada momento da História, você é bom ou é mau; isso vai variando. Se você fez alguma coisa que mereça ser vista por ela, ótimo. Mas isso não quer dizer que sua posição está assegurada, porque alguns irão dizer que foi bom e outros dirão que foi mau. Depois muda a geração; o que era bom virou mau, o que era mau virou bom. Isso é muito comum, não só no poder. Eu estava lendo hoje em uma revista: 'Baudelaire21 não conheceu a glória quando vivo'. Pode ser. Mas de que adianta conhecer a glória morto?

 

 

 

Utopizando Rapidinho

 

 

 

Sem Utopia,

ninguém muda o mundo!

Sem Utopia

o existir é raso; não fundo!

Sem Utopia

Sem Utopia,

sem destino, errabundo!

Sem Utopia,

irrelevante e infecundo!

Sem Utopia,

iracundo e gemebundo!

Sem Utopia,

trevosidade no mundo!

Com Utopia,

Illuminação no Mundo!

 



 

 

 

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Notas:

1. Georg Friedrich Händel (Halle an der Saale, 23 de fevereiro de 1685 – Londres, 14 de abril de 1759) foi um célebre compositor alemão, naturalizado cidadão britânico em 1726. Desde cedo, mostrou notável talento musical, e a despeito da oposição de seu pai, que o queria um advogado, conseguiu receber um treinamento qualificado na arte da música. A primeira parte de sua carreira foi passada em Hamburgo, como violinista e maestro da orquestra da ópera local. Depois, foi para a Itália, onde conheceu a fama pela primeira vez, estreando várias obras com grande sucesso e entrando em contato com músicos importantes. Em seguida, foi indicado mestre de capela do Eleitor de Hanôver, mas pouco trabalhou para ele, e esteve na maior parte do tempo ausente, em Londres. Seu patrão, mais tarde, se tornou Rei da Inglaterra, como Jorge I, para quem continuou compondo. Fixou-se definitivamente em Londres, e ali desenvolveu a parte mais importante de sua carreira, como autor de óperas, oratórios e música instrumental. Quando adquiriu cidadania britânica, adotou uma versão anglicizada de seu nome – George Frideric Händel.

2. Como é possível a alguém que não saiba alguma coisa apreciar com efetividade o conhecimento de alguém sobre esta coisa? Valer-se de informações por ouvir dizer é um perigo; mais do que um perigo, é uma insanidade. Mas, o pior de tudo é aceitar uma nomeação para a qual você sabe que não tem a competência adequada. E está cheio de gente por aí que só faz isto!

3. Se o Presidente FHC tivesse me contado isto, eu teria recomendado terapia. Terapia não cura tudo, mas isto ela cura.

4. Se o Presidente FHC tivesse me perguntado isto, eu diria: enquanto o Governo gastar do jeito que gasta, sim. O Banco Central só poderá diminuir as taxas de juros se e quando o Governo Brasileiro parar de ser politicamente excessivamente esbanjador e perdulário. O pior é que o Governo só dá barretada com chapéu alheio, isto é, com os impostos (embutidos em tudo) arrecadados do povo, que, em sua grande maioria, acha que não paga impostos porque não paga imposto de renda! Por exemplo, os fumantes pagam quase 80% de impostos nos cigarrinhos de cada dia, e fumam mais imposto do que nicotina.

5. Ferrabrás = aquele que conta bravatas, que alardeia coragem sem ser corajoso; bazófio, fanfarrão, blasonador, gabola.

6. FHC foi chanceler (Ministro das Relações Exteriores) em 1992.

7. Muitas vezes, a guerra contra a Natureza não é tão silenciosa assim. Quando se faz uma experiência nuclear, a quantidade de seres que são aniquilados é inapreciável, incalculável e irreparável. E os microorganismos, como se valessem menos do que merda em pó, nem sequer são contabilizados no assassinato. E quando a guerra contra a Natureza é silenciosa, o silêncio é apenas aparente porque o choro dos animais geralmente não é ouvido. A verdade é que não há silêncio nunca; o barulho é sempre infernal.

 

Explosão Nuclear
Aniquilamento de Microorganismos

 

8. Por que um presidente tem que ficar mudo? Essa não!

9. Seria bom, se fosse verdade.

10. A CPMF – Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – foi um tributo brasileiro. Sua esfera de aplicação foi federal e vigorou de 1997 a 2007. Sua última alíquota foi de 0,38%.

11. Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. O pensamento de Marx influenciou e ainda influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Biologia, Psicologia, Economia, Teologia, Comunicação, Administração, Design, Arquitetura, Geografia e outras. Em uma pesquisa realizada pela Radio 4, da BBC, em 2005, Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos. A grande obra de Marx é O Capital, na qual trata de fazer uma extensa análise da sociedade capitalista. É predominantemente um livro de Economia Política, mas não só. Nesta obra monumental, Marx discorre desde a Economia, até a sociedade, cultura, política e Filosofia. É uma obra analítica, sintética, crítica, descritiva, científica e filosófica. Uma obra de difícil leitura, ainda que suas categorias não tenha a ambigüidade especulativa própria da obra de Hegel, no entanto, tem uma linguagem pouco atraente e nem um pouco fácil. Dentro da estrutura do pensamento de Marx, só uma obra como O Capital é o principal conhecimento, tanto para a Humanidade em geral, quanto para o proletariado em particular, já que só através de uma análise radical da realidade a que está submetido, poderá se desviar da ideologia dominante (a ideologia dominante é sempre a da classe dominante), como poderá obter uma base concreta para sua luta política. Sobre o caráter da abordagem econômica das formações societárias humanas, afirmou o filósofo e professor belga Alphonse de Waelhens (1911 – 1981): O Marxismo é um esforço para ler, por trás da pseudo-imediaticidade do mundo econômico reificado, as relações inter-humanas que o edificaram e se dissimularam por trás de sua obra. Cabe lembrar que O Capital é uma obra incompleta, tendo sido publicado apenas o primeiro volume com Marx vivo. Os demais volumes foram organizados por Friedrich Engels (Barmen, 28 de novembro de 1820 – Londres, 5 de agosto de 1895) e publicados posteriormente.

Esta nota foi editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx

12. William "Bill" Jefferson Clinton (Hope, Arkansas, 19 de Agosto de 1946), nascido William Jefferson Blythe III e mais conhecido como Bill Clinton, foi o 42º Presidente dos Estados Unidos, por dois mandatos, entre 1993 e 2001.

13. Isto vale para tudo, particularmente para cada um de nós.

14. Em uma eleição, é importante, sim, quem ganhou; e é importante também como ganhou. O pior de qualquer eleição – e há muito disto pelo mundo – é levar quem não ganhou, e quem ganhou ficar, como o Kojak, chupando um lollipop.

 

 

 

 

15. Founding Fathers of the United States são os Pais Fundadores dos Estados Unidos. A expressão Founding Fathers é creditada a Warren G. Harding (2 de novembro de 1865 – 2 de agosto de 1923), senador e 29º Presidente dos Estados Unidos da América, de 1921 a 1923. Harding morreu de infarto agudo do miocárdio ainda no seu mandato, durante uma viagem à costa oeste dos Estados Unidos, sendo sucedido pelo vice-presidente Calvin Coolidge (4 de julho de 1872 – 5 de janeiro de 1933).

16. Segundo Thiago Falcão, Claude Lévi-Strauss (Bruxelas, 28 de novembro de 1908 – Paris, 30 de outubro de 2009) em sua obra nos mostra que o princípio de todas as criações e explicações do mundo é a curiosidade. A partir disso, divide dois tipos de conhecimento: o do mito e o da ciência. Tanto a ciência quanto o mito explicam as coisas dentro da estrutura dos pares binários, que para Lévi-Strauss é a estrutura do pensamento humano. Independente dos resultados que ambos os modos de produzir conhecimento encontrem, partem do mesmo princípio, o pensamento humano. O pensamento mítico é o primeiro olhar de explicação do mundo: ele ordena acontecimentos. O mito explica as coisas a partir de elementos já conhecidos, tangíveis e preexistentes, que o homem já conhece. O mito é criado através da figura do bricolage (trabalho intermitente), que une e ordena elementos já existentes, ressignificando-os. O outro campo que Lévi-Strauss nos mostra é a ciência, a qual não parte de algo conhecido: ela cria o conhecimento. Este tipo de conhecimento é representado pela figura do engenheiro, cuja produção de conhecimento é ilimitada. Apesar de diferentes, é preciso observar que mitologia e ciência são conhecimentos paralelos, podem explicar as mesmas coisas, porém usam meios diferentes. É importante frisar que Lévi-Strauss coloca a validade entre esses dois campos – o do mito e o da ciência – no mesmo patamar. Um não é superior ao outro. A arte, por sua vez, está situada entre mito e ciência, pois pode representar ambos os tipos de conhecimento. O artista produz algo que funciona como conhecimento.

Nota editada da fonte:

http://umamao.com/questions/

17. Desastre ou não-desastre, sem a escola o desastre seria total. O primeiro degrau a ser subido rumo à liberdade é o da cultura.

18. Leon Trótski (Ianovka, 7 de novembro de 1879 – Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, fundador do Exército Vermelho e rival de Stalin na tomada do PCUS à morte de Lenin.

19. O formulador deste conceito foi o filósofo da Grécia Antiga Protágoras de Abdera (Abdera, 492 a.C. – Sicília, 422 a.C.), responsável por cunhar a frase: O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são, enquanto são, e das coisas que não são, enquanto não são. Assim como Sócrates, Protágoras foi acusado de ateísmo (tendo inclusive livros seus queimados em praça pública), motivo pelo qual fugiu de Atenas, estabelecendo-se na Sicília, onde morreu, deixando uma influência profunda em toda a cultura grega posterior. A sua influência manifesta-se também na Filosofia moderna. Um dos diálogos platônicos tem como título Protágoras, no qual é exposto um diálogo de Sócrates com o Sofista.

20. Ruth Cardoso (Araraquara, 19 de setembro de 1930 – São Paulo, 24 de junho de 2008), sua esposa.

21. Charles-Pierre Baudelaire (Paris, 9 de abril de 1821 – Paris, 31 de agosto de 1867) foi um poeta e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do Simbolismo (tendência literária, da poesia e outras artes que surgiu na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época) e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com Walt Whitman (Huntington, 31 de maio de 1819 – Camden, 26 de março de 1892), embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas. Sua obra teórica também influenciou profundamente as artes plásticas do século XIX.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://blogdofavre.ig.com.br/tag/cargos/

http://studioseabra.zip.net/

http://despoluicaoideologica.blogspot.com/

http://obrasildopt.blogspot.com/

http://gilvanmelo.blogspot.com/
2010/12/reflexao-do-dia-fernando-henrique.html

http://www.eagora.org.br/
arquivo/fhc-sobre-thc

http://zelmar.blogspot.com/2010/11/
fernando-henrique-cardoso-entrevista.html

http://www.araraquara.com/

http://www.fotolog.com.br/
ueh_moreno/10657404

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anos-fhc/melhores-frases-63749.shtml

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http://www.ifhc.org.br/
index.php?module=main

http://pt.wikiquote.org/wiki/
Fernando_Henrique_Cardoso

 

Fundo musical:

Overture to Messiah
Compositor:
George Frideric Händel

Fonte:

http://www.mp3raid.com/
music/messiah_handel.html