FRANÇOIS FÉNELON – Reflexões

 

 

 

François Fénelon

François Fénelon

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo é uma sintética compilação de alguns pensamentos do teólogo católico, poeta e escritor francês François Fénelon.

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

François de Salignac de La Mothe-Fénelon foi um teólogo católico, poeta e escritor francês cujas idéias liberais sobre política e educação contrariaram o statu quo da Igreja e do Estado da sua época. Nasceu em 6 de agosto de 1651, no castelo da família, na França. Entrou para o seminário em 1672, e em 1695 foi elevado a bispo. Teve grande reputação como pregador, mas, se conservaram apenas amostras da sua eloqüência. Passou à posteridade graças às Aventuras de Telêmaco, que, sob a aparência de uma novela passada na antiga Grécia, propõe, com verbo fácil e brilhante, uma série de idéias políticas e morais para a educação dos príncipes. O seu estilo, que seduziu os seus contemporâneos pela suavidade, elegância e pureza do idioma, está carregado por um excesso de reminiscências clássicas.

 

Em determinado momento de sua vida, Fénelon se envolveu com uma certa mística francesa chamada Jeanne-Marie Bouvier de la Motte-Guyon, comumente conhecida como Madame Guyon (18 de abril de 1648 – 9 de junho de 1717), com quem acabou partilhando a Doutrina do Amor Puro. Com esta doutrina, Fénelon se alinhou ao Quietismo (forma de misticismo que sustenta poder a alma, conservando o Coração em total passividade, atingir um estado contínuo de amor e de união com Deus), e, por isto, foi perseguido e condenado pela Igreja, particularmente pelo teólogo francês, bispo e um dos principais teóricos do absolutismo por direito divino Jacques-Bénigne Bossuet (27 de setembro de 1627 – 12 de abril de 1704). Ficaram famosas na História da Igreja as contendas e controvérsias entre Fénelon e Bossuet, sem dúvida dois grandes homens e dois grandes bispos.

 

O bispo Fénelon foi um dos grandes mestres da língua francesa e um dos maiores diretores de consciência de que se tem notícia. Figura importante na corte de Luís XIV (até cair em desgraça e se retirar para a sua diocese de Cambrai), exercia esta direção espiritual sobretudo através da sua correspondência; e assim é que temos, até hoje, perfeita noção do estilo de Fénelon – tanto o literário como o espiritual. Há que citar, entre as suas obras, o Tratado da Educação das Moças, Diálogos sobre a Eloqüência, Carta Sobre as Ocupações da Academia Francesa, Máximas dos Santos e Diálogos dos Mortos.

 

Fénelon faleceu em 7 de janeiro de 1715, em Cambrai, na sua diocese.

 

 

 

Reflexões Fenelonianas

 

 

 

Aquele que pensa que sabe muito não sabe de nada, e a sua ignorância é tanta que nem sequer está em condições de saber aquilo que lhe falta.

 

 

 

 

As injúrias são os argumentos daqueles que não têm razão.

 

É indigno de um homem honesto se servir dos restos de uma amizade que termina para satisfazer um ódio que começa.

 

As almas belas são as únicas que sabem o que há de grande na bondade.

 

Desconfiem dos sábios e dos grandes argumentadores. Eles esmorecem à volta dos problemas, e a sua curiosidade é uma avareza espiritual que é insaciável. São como os conquistadores que destroem o mundo sem o possuir.

 

Se queres formar juízo acerca de um homem, observa quem são os seus amigos.

 

Aqueles que nunca sofreram não sabem nada. Não conhecem nem os bens nem os males, ignoram os homens e se ignoram a si próprios.

 

O mais livre de todos os homens é aquele que consegue ser livre na própria escravidão.

 

Antes de buscarmos o perigo, torna-se indispensável prevê-lo e temê-lo; mas, quando estamos metidos nele, só nos resta desprezá-lo.

 

O homem verdadeiramente livre é aquele que, isento de receios e desejos, apenas vive submetido aos deuses e à razão.

 

Os homens sinceros e virtuosos, aqueles que nunca mudam de caráter e se submetem aos preceitos da virtude, nunca saberão agradar tão facilmente os príncipes como aqueles que lhes lisonjeiam as paixões dominantes.

 

Todos os homens procuram a paz da alma, mas, não a procuram onde ela existe [ou seja: in Corde].

 

Para que uma obra de arte seja realmente bela, é preciso que nela o autor se esqueça de si mesmo e me permita esquecê-lo.

 

Nenhum poder humano consegue forçar o impenetrável reduto da liberdade de um Coração.

 

Só é digno de glória o Coração capaz de suportar o desgosto e de desprezar os prazeres.1

 

Nosso orgulho sente desgosto por nossas falhas, e, muitas vezes, confundimos este desgosto com o verdadeiro arrependimento.

 

Aprecio muito a educação dos bons conventos, mas, dou mais valor a uma boa mãe, quando esta pode livremente se entregar à sua missão.

 

Os que sabem se ocupar em qualquer leitura útil e agradável nunca sentem o tédio que devora aqueles que vivem rodeados de delícias.

 

As guerras devem ser justas. Mais ainda: devem ser necessárias para o bem público. O sangue do povo tão-somente deve ser derramado para o salvar nas necessidades extremas.2

 

 

 

 

Todas as guerras são civis, pois é sempre homem contra o homem que derrama seu próprio sangue, rasgando suas próprias entranhas.

 

Se, em troca do meu amor à leitura, me dessem todos os tronos da terra, recusaria sem vacilar.

 

O amor à leitura é um presente do céu.

 

A leitura deve ser para o espírito, como o alimento para o corpo: moderada, saudável e digerível.

 

Em todas as idades, o exemplo pode muitíssimo conosco; na infância, então, é onipotente.

 

Às vezes, saber perder a tempo é um grande lucro.3

 

A pátria de um porco se encontra por toda a parte onde há bolotas.

 

Já é saber muito, quando se sabe que não se sabe nada.

 

A avareza e a ambição se mostram mais descontentes do que não têm, do que satisfeitas com o que possuem.

 

Tão-somente o infortúnio pode converter um coração de pedra em um coração humano.4

 

 

 

Desejar o impossível é doença da alma.5

 

Reservando ao pintor a tarefa severa e controlável de começar os quadros, atribuímos ao espectador o papel vantajoso, cômodo e cômico de os acabar pela sua meditação ou pelo seu sonho.

 

Não basta mostrar a verdade, é preciso apresentá-la amavelmente.

 

Muitas vezes, nossos erros nos beneficiam mais do que nossos acertos. As façanhas enchem o Coração de presunção perigosa; os erros obrigam o homem a se recolher em si mesmo e lhe devolvem aquela prudência de que os sucessos o privaram.

 

O homem é um ser pensante, composto de corpo e de alma – «intimement unis ensemble» por um princípio que os transcende.

 

Em todo homem há um «Maître Intérieur» [Mestre Interior] – a Voz de Deus na consciência humana.

 

O homem é essencialmente «capax Dei», um ser com sede de ilimitado, ilimitado que está em seu interior.

 

«Imago Dei» Suprema Dignidade do ser humano.

 

Deus é pura «Antiktêsis» – o antinarciso por excelência.

 

O que Deus requer de nós é uma vontade que não esteja mais dividida entre Ele e qualquer outra criatura. Uma vontade dócil nas mãos Dele, que não busque nem rejeite qualquer outra coisa, que deseje sem reservas tudo o que Ele deseja e que nunca deseje, sob nenhum pretexto, algo que Ele não deseje. Quando temos essa disposição, tudo vai bem. Até as distrações triviais se transformam em boas obras.6

 

Felizes os que se entregam a Deus! Eles são libertados de suas paixões, da reprovação alheia, da malícia, da tirania das palavras, do insensível e infame escárnio, do infortúnio que o mundo distribui junto com a riqueza, da infidelidade e da inconstância dos amigos, das astuciosas armadilhas do inimigo, da própria fraqueza, da miséria e da brevidade da vida, dos horrores de uma morte profana, do remorso por prazeres pecaminosos e, por fim, da eterna condenação de Deus.6a

 

Que insensatez ter medo de se entregar totalmente a Deus! Significa ficar com medo de ser muito feliz. É ter medo de amar a vontade de Deus em todas as coisas. É temer ter coragem para enfrentar as inevitáveis dificuldades, do conforto existente no amor de Deus, do desprendimento das paixões que nos tornam miseráveis.6b

 

Ai daquelas almas fracas e tímidas que estão divididas entre Deus e o mundo! Elas querem e não querem. Estão divididas entre a paixão e o remorso. Temem o julgamento de Deus e das pessoas. Têm horror ao mal e vergonha do bem. Sofrem com as virtudes sem experimentar seu agradável conforto. Oh!, quão miseráveis são! Ah!, se tivessem um pouco de coragem para desprezar a conversa vã, a zombaria insensível e a crítica temerária! Que paz desfrutariam nos braços de Deus!6c

 

Muitas vezes, a tristeza vem de que, procurando Deus, nós não temos o sentimento da Sua presença. Querer sentir não é querer possuir: é uma espécie de amor próprio; queremos ter certeza de possuir, para só, então, sentir a consolação. A nossa natureza comum se impacienta de viver apenas da fé. Ela quer sair dessa situação, porque na verdadeira fé, parecem faltar os apoios; a alma fica como que no ar; ela gostaria de sentir que está progredindo. Gostaríamos, por amor-próprio, de ter o prazer de nos vermos perfeitos; resmungamos porque isto ainda não é visível; ficamos impacientes, altivos, de mau humor contra os outros e contra nós mesmos. É um erro. Como se a obra de Deus pudesse se concretizar pela nossa tristeza! Como se pudéssemos nos unir ao Deus da paz perdendo a paz interior... — Marta, Marta, você se preocupa com muitas coisas — disse o Cristo.

 

Gostaríamos cem vezes mais de fazer a Deus alguns grandes sacrifícios, por dolorosos que fossem, com a condição de ganhar, em seguida, a liberdade de seguir nossos gostos e hábitos em todos os pequenos detalhes. E, no entanto, é pela fidelidade nas pequenas coisas que a graça do verdadeiro amor se apóia, e se distingue dos fervores passageiros.

 

Deveríamos saber que Deus não considera tanto as nossas ações quanto o espírito de amor com que as praticamos. As pessoas julgam as nossas ações pelo exterior; mas, para Deus, pouco importa o que brilha aos olhos dos homens. O que Ele quer é uma intenção pura, é uma vontade dócil em Suas mãos, é um sincero desprendimento de nós mesmos. Este exercício pode ser praticado muito melhor nas coisas comuns do que nas extraordinárias — onde a tentação do orgulho é sempre muito grande.

 

Tudo o que pedimos é morrer antes de sermos infiéis ao Senhor. Não nos dê a vida se formos amá-la demais.

 

Senhor, dê a nós, seus filhos, aquilo que não sabemos pedir. Não teríamos outro desejo a não ser cumprir Sua vontade. Ensina-nos a rezar; ora em nós.

 

Meu Deus, resguarde-me da escravidão fatal que os homens insanamente chamam de liberdade. Apenas no Senhor está a liberdade. É a Sua Verdade que nos liberta. Servir ao Senhor é a verdadeira conquista.

 

Se observássemos e corrigíssemos nossas próprias falhas, teríamos menos prazer [disposição e tempo] em reclamar das dos outros.

 

 

 

 

Todas as delícias terrenas são mais doces na expectativa do que no prazer; mas, todos os prazeres espirituais são mais doces na fruição do que na expectativa.

 

Não devemos ficar muito irritados com os pequenos defeitos daqueles com quem nos associamos.

 

O genuíno bom gosto consiste em dizer muito em poucas palavras, em escolher bem nossos pensamentos, em ter ordem e disposição no que dizemos e em nos expressarmos com compostura.

 

Exatidão e asseio com moderação são virtudes, mas, levados a extremos estreitam a mente.

 

Um bom historiador é atemporal, e, se ele for um patriota, nunca irá embelezar seu país em qualquer aspecto.7

 

As pequenas oportunidades devem ser melhoradas.

 

Ter um lugar para cada coisa e ter cada coisa em seu lugar, eis o segredo da ordem e da economia.

 

Comumente, as mulheres têm o espírito mais fraco e mais curioso que o dos homens. Por isto, é conveniente não é empenhá-las em estudos, nos quais possam se obstinar. Nem devem governar o Estado, abrir guerra ou se ingerir no ministério das coisas sagradas. Não carecem, pois, de extensos conhecimentos pertencentes à política, à arte militar, à jurisprudência, à Filosofia e à Teologia. Boa parte mesmo das artes mecânicas não lhes convém. As mulheres nasceram para moderados exercícios, porquanto, seu corpo e seu espírito são menos fortes e robustos que o dos homens...8

 

Uma mulher judiciosa, aplicada e com religião é a alma de uma grande morada, na qual vertem salvação e ordem para os bens temporais. Até os homens, que toda a autoridade têm em público, nenhum bem efetivo podem estabelecer mediante suas deliberações, se, ao executá-las, não os ajudarem as mulheres.

 

O que será dos filhos – que comporão, no futuro tempo, o gênero humano se as mães os estragarem em seus tenros anos?

 

Diga a Deus tudo o que vai no seu Coração, como quem desabafa com um amigo todas as suas alegrias e dores. Conte-Lhe os seus problemas, para que Ele possa confortá-lo; fale-Lhe das suas alegrias, para que Ele possa moderá-las; conte-Lhe os seus anseios, para que Ele possa purificá-los; fale das suas antipatias, para que Ele o ajude a superá-las; fale das suas tentações, para que Ele possa protegê-lo delas; mostre-Lhe as feridas do seu Coração, para que Ele possa sará-las; exponha-Lhe a sua indiferença para com o bem, a sua inclinação para o mal, a sua instabilidade. Conte-Lhe como o amor por si-mesmo torna-o injusto com os outros, como a vaidade o tenta a ser insincero, e como o orgulho mascara o que você é realmente para si-mesmo e para os outros. Se derramar perante Ele, desse modo, todas as suas fraquezas, necessidades e problemas, não haverá falta de assunto para a conversa. Você nunca conseguirá esgotar o assunto, pois ele estará sempre a se renovar. As pessoas que não têm segredos umas com as outras nunca ficam sem ter o que conversar. E elas não medem as suas palavras, pois, não há nada para ser guardado consigo; nem precisam estar a procurar coisas para dizer. Elas falam do que está cheio o Coração; sem parar para ponderar, elas dizem o que pensam. Felizes são aqueles que conseguem atingir este grau de familiaridade e de profundidade na sua comunhão com Deus.

 

Ouça menos seus próprios pensamentos e mais os pensamentos de Deus.

 

Os homens de caráter são muito mais raros do que os de talento. O talento pode ser um dom da Natureza. O caráter é o resultado de mil vitórias obtidas pelo homem sobre si-mesmo. Talento é uma qualidade. Caráter é uma virtude.

 

O homem habituado a refletir estende seu olhar para mais longe, e considera com curiosidade os abismos quase infinitos que o rodeiam por todos os lados. Um vasto reino lhe parece, então, um pequeno canto da Terra; a própria Terra não é, a seus olhos, senão um ponto da massa do Universo; admira-se de estar aí localizado sem saber como nela veio parar.

 

Tudo envelhece, exceto a Terra, que rejuvenesce a cada ano, na primavera.

 

A educação das mulheres deve ser exclusivamente moral e particular, não coletiva, mas, com finalidade pública, social. A mulher deve ser educada para educar os filhos e governar o lar.

 

A História do mundo sugere que sem o amor de Deus há pouca probabilidade de haver um amor para o homem que não se corrompa.

 

O Vento de Deus está sempre soprando... mas, você deve içar sua vela.

 

A verdadeira oração é apenas um outro nome para o Amor de Deus. Sua excelência não consiste na multidão das nossas palavras, pois, o nosso Pai sabe o que nos é necessário, antes de Lhe pedirmos. A verdadeira oração é a do Coração, e o Coração ora só por aquilo que Ele deseja.

 

A Paz não depende de coisas exteriores; ela habita dentro da nossa alma.

 

 

 

 

Pequenas falhas se tornam grandes aos nossos olhos, e até mesmo monstruosas, na proporção em que a Luz Pura de Deus aumenta em nós, assim como o Sol em ascensão revela as verdadeiras dimensões dos objetos que estavam mal e confusamente iluminados durante a noite.

 

O desânimo é simplesmente o desespero do amor-próprio ferido.

 

O amor de Deus está pleno de consideração, de paciência e de ternura. Isto faz com que, em nossas fraquezas e nossos pecados, demos passo de cada vez.

 

O silêncio promove a presença de Deus, impede muitas palavras duras e orgulhosas e suprime muitos perigos...

 

De maneira geral, não há praticamente nada que os homens não prefiram a Deus. Um detalhe cansativo de negócios, uma ocupação absolutamente perniciosa para a saúde, o emprego do tempo de maneiras que não me atrevo a falar. Qualquer coisa, em vez de Deus.

 

Muitas vezes, podemos fazer mais por outros homens, tentando corrigir os nossos próprios defeitos, do que tentando corrigir os deles.9

 

 

 

Paúras e Miúras

 

 

 

O Homo-aí prefere crer em um Deus,

quando deveria confiar em si-mesmo.

O stupìdus-aí faz negócios com Deus,

deixando de esmerilar por si-mesmo.

 

que todas as (i)religiões esbodegam.

submissões e rezas não os abgregam.

 

Ou cada um domina seu touro bravo

Só a Voz do Silêncio poderá libertar.

 

Ou cada um se aplica para entender

ou, no viver diário, avultará o não-ser.

Só o Deus Interior poderá desnublar.

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Suportar o desgosto, tudo bem, mas, melhor, é compreendê-lo; desprezar os prazeres, penso que seja meio exagerado. O que não podemos é nos tornar escravos dos prazeres ou viver apenas para eles. Realmente, os prazeres excessivos, exagerados, desmesurados e abusivos amolecem e hipotecam. A coisa é assim: tudo o que demais é moléstia.

2. Para mim, isto é um absurdo feneloniano. A regra absoluta é: Si vis pacem, para pacem, et non para bellum. Se queres paz, prepara-te para a paz, e não para a guerra.

3. Na realidade, se tudo funciona como experiência adquirida, perder tempo não existe efetivamente, até porque o tempo é sempre de vacas gordas, pois, não poderá jamais ser perdido. Tudo é bom, tudo é ganho, tudo concorre para nos libertarmos. Até o que não presta é educativo, como, por exemplo, esses reality shows de merda que estão em moda. Mas, muito lá de vez em quando e só um pouquinho, para ficar por dentro do que anda rolando por aí!

4. De jeito nenhum isto funciona desta maneira. As pessoas poderão passar por adversidades, por desditas ou pela infelicidade que for, mas, amainada a borrasca, geralmente, voltam a cometer as mesmas imprudências. É raro que não suceda assim. E por quê? Porque os prazeres encantam e hipnotizam, e só a compreensão liberta. De maneira geral, infortúnio nunca mudou comportamento de ninguém. Poderá, sim, se for o caso, até tornar o indivíduo religioso (ou mais religioso), mas, nada além disto. Então, ordinariamente, o que acontece é que – às vezes, claudicando, às vezes, rastejando – a pessoa sai de uma prisão para se meter em outra. E o Sol... Ora, que se dane o Sol! A maioria prefere a Lua!

5. Filosoficamente, não há essa coisa de impossível. O impossível é uma inabilidade temporária de tornar a coisa possível. Agora, elefante não voa e bagre não casa com baleia.

6, 6a, 6b e 6c. Eu, aqui, bem quietinho em minha ignorância abissal de mais de 10.000 quilômetros, fico me perguntando como alguém poderá saber o que Deus quer ou o que não quer de nós? Isto, se Ele quiser alguma coisa! Sei lá, mas, acho que as pessoas se colocam no lugar de um deus que elas inventaram, e, como se fossem ele, ficam imaginando o que ele gostaria que nós fizéssemos e o que nós fôssemos. É sempre a velha e entediante estória: as pessoas emprestam e aplicam a sua cultura, as suas manias e o seus quereres a um poder extranatural que inventaram e que não podem viver sem ele. O resultado disto é que, entra encarnação sai encarnação, o cabrito não vira bode, a masmorra não implode, viver acaba se tornando cansode e a coisa só mitiga com iaiá-me-sacode.

7. A Comissão Nacional da Verdade – comissão brasileira que visa investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988 no Brasil por agentes do Estado – é um bom exemplo disto.

8. Ora, isto é mesmo um preconceito arrogante, retrogressivo e sesquipedal, como se pudesse haver um preconceito que não fosse arrogante, retrogressivo e sesquipedal! Se Monsieur Fénelon soubesse que, sei lá quantas vezes, já apareceu pelaí como mulher! E, querendo ou não, menstruou muito!

9. A verdade é que, em princípio, ninguém corrige ou educa ninguém. Quem quer se corrigir e/ou se educar, se corrige e se educa por conta própria ou pede ajuda. No que concerne à ajuda, três coisas devem ser observadas: 1ª) se quem pede ajuda quer mesmo ser ajudado; 2ª) se quem ajuda está em condições de ajudar concertadamente; e 3ª) se a ajuda modificará a execução/realização de um carma educativo. Se modificar, a ajuda mais prejudicará do que auxiliará, porque, seja do jeito que for, a lição precisa(rá) ser apre(e)ndida.

 

 

 

 

Música de fundo:

A Man and a Woman
Composição: Francis Lai
Interpretação: Ray Conniff e sua Orquestra

Fonte:

http://clip.dj/ray-conniff-a-man-and-a-woman
-download-mp3-mp4-ZPyRtzmOZms

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.animateit.net/categories.php?cat_id=239

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Fran%C3%A7ois_F%C3%A9nelon

http://s203.photobucket.com/

http://www.netanimations.net/See-
hear-speak-no-evil-gif-animations-.htm

http://www.goodreads.com/author/
quotes/638856.Fran_ois_F_nelon

http://www.cbha.art.br/coloquios/2013/
anais/pdfs/s3_luisalbertofreire.pdf

http://oblogdosespiritas.blogspot.com.br/2013/
08/fenelon-tratado-da-existencia-e-dos.html

http://michelladiello.blogspot.com.br/
2010/02/francois-de-fenelon.html

http://todahelohim.com/2012/06/francois
-fenelon-escute-menos-seus.html

http://www.iqc.pt/index2.php?option
=com_content&do_pdf=1&id=2699

http://www.bilibio.com.br/biografia-de/
324815/FranAois-FAnelon.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%
C3%A3o_Nacional_da_Verdade

http://www.brainyquote.com/quotes/
authors/f/francois_fenelon.html

http://coracaomistico.blogspot.com.br/
2007/12/franois-fnelon.html

http://pensador.uol.com.br/autor/francois_fenelon/

http://repositorio.ucp.pt/bitstream/
10400.14/13176/1/duarte.pdf

http://pt.wikiquote.org/wiki/Fran%
C3%A7ois_F%C3%A9nelon

http://all-images.org/imag/fools-potos-rose/

http://books.google.com.br/books

http://www.citador.pt/frases/citacoes/
a/francois-fenelon/30

http://www.citador.pt/frases/citacoes/
a/francois-fenelon/20

http://www.citador.pt/frases/citacoes/
a/francois-fenelon/10

http://www.citador.pt/frases/citacoes/
a/francois-fenelon

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.