FERNÃO CAPELO GAIVOTA

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Introdução e Objetivo do Texto

 

 

Este texto tem por objetivo apresentar para reflexão alguns fragmentos (eventualmente, ligeiramente, editados) da obra Fernão Capelo Gaivota (Jonathan Livingston Seagull) – uma fábula em forma de novela, publicada em 1970, sobre uma gaivota tentando aprender sobre a vida e o vôo, e uma homilia sobre o auto-aperfeiçoamento, escrita pelo autor estadunidense Richard Bach. É uma lindíssima história sobre Liberdade, Aprendizagem e Amor.

 

Viver sem Libertar é estar morto.
Viver sem Aprender é estar morto.
Viver sem Ensinar é estar morto.
Viver sem Amar é estar morto.
Viver sem se Solidarizar é estar morto.
Viver sem Misericordiar é estar morto.
Viver sem Auxiliar é estar morto.
Viver sem Servir é estar morto.
Viver sem Mudançar é estar morto.
Viver sem Ascender é estar morto.
Viver sem Voar é estar morto.
Viver sem Visitar as Estrelas é estar morto.
Viver sem se Conhecer é estar morto.
Viver sem se Tornar Excelente é estar morto.
Viver sem Saber de onde veio é estar morto.
Viver sem Saber por que está aqui é estar morto.
Viver sem Saber para onde irá é estar morto.
E os mortos não !
E não , simplesmente,
é jogar a encarnação no lixo.
E jogar a encarnação no lixo
é crime de lesa-humanidade!
Ora, se todos nós somos ,
todos impressionam todos,
todos comovem todos,
todos sensibilizam todos,
todos, enfim, são todos.
Portanto, a maior irresponsabilidade,
primeiro, é consigo mesmo.
Viver sem é estar morto.

 

 

Breve Biografia

 

 

Richard Bach

 

 

Richard Bach (Oak Park, Illinois, 23 de junho de 1936) é um escritor de nacionalidade norte-americana. A principal ocupação de Bach foi a de piloto reserva da Força Aérea, e, praticamente, todos os seus livros envolvem o vôo, desde suas primeiras histórias sobre voar em aeronaves até suas últimas, na qual o vôo é uma complexa metáfora filosófica. Bach alcançou enorme sucesso com Fernão Capelo Gaivota, que não foi igualado por seus livros posteriores; entretanto, seu trabalho continua popular entre os leitores.

 

Em setembro de 2012, o escritor ficou gravemente ferido na queda de um avião que pilotava, no estado de Washington. Richard Bach despenhou-se com uma pequena aeronave quando tentava aterrar na Ilha de San Juan, no Estado de Washington, tendo sofrido ferimentos na cabeça e no ombro.

 

 

Richard Bach
(No cockpit de seu avião Piper Cub, em 1972)

 

 

As gaivotas nunca se atrapalham, nunca caem. Atrapalhar-se no ar é para elas desgraça e desonra.

 

Para a maioria das gaivotas, o importante não é voar, mas, comer. Entretanto, para Fernão Capelo Gaivota, o importante não era comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão adorava voar.

 

Para Fernão Capelo Gaivota, velocidade era poder, alegria e beleza pura.

 

Há tanto o que aprender! Por isto, Fernão Capelo Gaivota se esforçou e descobriu o "loop" o "slow roll", o "point roll", o "inverted spin", o "gull bunt" e o "pinwheel" movimentos de acrobacia aerodinâmica.

 

Nascer...
Aprender.
Morrer...
Aprender.
Renascer...
Aprender.

Há tanto o que aprender!
Para sempre... Aprender!

As gaivotas nunca voam no escuro. Se estivessem destinadas a voar no escuro, teriam olhos de coruja! Teriam mapas em vez de miolos! Teriam as asas curtas do falcão!

 

Promessas são apenas para as gaivotas que aceitam o vulgar. Uma gaivota que conseguiu chegar à excelência da sua aprendizagem não tem necessidade de promessa.

 

Como vale a pena Viver! Em vez da monótona labuta de procurar peixes, junto dos barcos de pesca, temos uma razão para estar vivos! Podemos nos subtrair à ignorância, podemos nos encontrar como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis. Podemos ser livres! Podemos aprender a Voar!

 

Eu não quero honras. Só quero partilhar o que descobri, mostrar a todos esses horizontes que estão à nossa frente. [Ter aprendido, saber e não ensinar (partilhar) é muito mais do que egoísmo: é crime de lesa-humanidade.]

 

Quem é mais responsável do que uma gaivota que descobre e desenvolve um significado, um propósito mais elevado na vida? Temos, sim, uma Razão para Viver, para Aprender, para Descobrir, para ser Livres! [E esta Razão para Viver está em nosso Coração. Precisamos descobri-La!]

 

Se utilizarmos o nosso congênito Controle Interior, poderemos fazer como Fernão Capelo Gaivota, e voar através de nevoeiros cerrados e subir acima deles para céus estonteantes de claridade, ao invés de permanecermos em terra, conhecendo apenas neblina e chuva...

 

Se quisermos aprender a Voar, não devemos lamentar o preço que pagaremos por isso. [Se quisermos aprender a , precisaremos aprender a .]

 

O tédio, o medo e a ira são as três razões básicas que tornam a vida de muitas pessoas tão curta. [A é Alegria. A é Coragem. A é Amor. Isto se resume em: .]

 

Quando uma escala acaba, chega a hora de começar outra.

 

O mais importante na vida é olhar em frente e tentar alcançar a perfeição. [Mas, cada Perfeição alcançada será sempre relativa. Haverá sempre uma Perfeição mais completa a ser conquistada. Eternamente. Haverá sempre uma Pompreensão mais concertada a ser conquistada. Eternamente. Haverá sempre uma Liberdade mais independente a ser conquistada. Eternamente.]

 

Todos nós já percorremos um longo caminho. Viemos de longe, de muito longe. Fomos de um mundo para outro, que, praticamente, era quase igual ao primeiro, esquecendo logo de onde viéramos, não nos preocupando para onde iríamos, vivendo o momento presente. Geralmente, não fazemos qualquer idéia [nem queremos fazer] de por quantas vidas tivemos de passar até chegarmos a ter a primeira intuição de que há na vida algo mais importante do que apenas comer, lutar ou ter uma posição importante. Mil vidas! Dez mil vidas! E, depois quem sabe? mais vidas, até começarmos a aprender que há uma coisa chamada Perfeição, e ainda outras tantas vidas para nos convencermos de que o nosso objetivo na vida deve ser encontrar esta Perfeição, e, na medida do possível [porque o nosso karma, muitas vezes, nos impede], levá-La ao extremo. O fato é que escolheremos o próximo mundo em que viveremos através daquilo que aprendermos neste. [Para muitos, porém, não há mesmo escolha; a experiência educativa será obrigatória. Logo, escolher é um Privilégio para poucos.] Todavia, não aprender nada [ficar na mesma, e, algumas vezes, até piorar] significa que o próximo mundo será igual a este [ou mais atrasado], com as mesmas [ou mais duras] limitações e pesos de chumbo a vencer.

 

 

 

 

Em alguns, em vez de enfraquecer, a idade dá uma força especial e particular.

 

O paraíso não é um lugar nem um tempo. O paraíso é ser [relativamente] perfeito.

 

Nenhum número é o limite dos números; a Perfeição não tem limite.

 

 

A Busca pela Perfeição é Ilimitada

 

 

Desde que desejemos, poderemos ir a qualquer lugar, a qualquer momento. [Desde que desejemos = Desde que Saibamos como Desejar. Isto é: querer .]

 

Se desprezarmos a Perfeição por amor ao movimento, não chegaremos a parte alguma. [Se desprezarmos a por amor à vida, não chegaremos a parte alguma.]

 

Lugar [espaço] e tempo não significam nada.

 

Para Voarmos à velocidade do pensamento, para onde quer que seja, deveremos imaginar que já chegamos. O truque está em deixar de se ver aprisionado dentro de um corpo limitado. Precisamos compreender e admitir que a nossa Verdadeira Natureza existe tão Perfeita como um número não escrito, em toda parte e ao mesmo tempo, através do . [Por outro lado, isto significa que todos os comandos mentais que dermos devem independer do tempo. Isto quer dizer: .]

 

Para Voar, não precisamos de ter fé; precisamos, sim, de Compreender o que é Voar. [Para nada é preciso haver fé; para tudo, sim, é preciso que haja Compreensão e Confiança. Para coisas mais elevadas e complexas, é preciso haver . Precisamos Compreender que somos Ilimitados. Todos os limites que temos são criados por nós.]

 

 

Fé Inútil

 

 

Tudo sempre dá certo, quando se sabe o que se está fazendo.

 

Se quisermos e soubermos como, poderemos até voar no passado e no futuro, e, então, conheceremos o significado verdadeiro das palavras "Bondade" e "Amor".

 

Nunca deveremos deixar de aprender e de lutar para Compreender, cada vez melhor, o Perfeito e Invisível Princípio de toda a . [Afinal, a nossa encarnação serve para isto.]

 

Fernão Gaivota nascera para ser instrutor, e a sua maneira de demonstrar o Amor era dar um pouco da Verdade que ele próprio descobrira a uma gaivota que apenas pedisse uma oportunidade para vislumbrar esta Verdade. [Ora, isto vale para o Fernão e para todos nós! Individualmente, não somos nada; coletivamente, somos tudo.]

 

Vê mais longe a gaivota que voa mais alto.

 

Nós não somos só ossos, músculos e sangue, mas, sim, uma Idéia Perfeita de Liberdade e de Vôo, que nada nem ninguém poderão nos limitar!

 

 

 

 

Devemos perdoar sempre e ajudar os outros a Compreender. [Mais do que perdoar devemos não julgar, porque, quando julgamos, o fazemos com as categorias que conhecemos e com a nossa cultura, que é sempre limitada e insuficiente. A nossa maneira de ver as coisas nunca é igual a dos outros, e, por isto, qualquer julgamento estará embebido em parcialismo e erro.]

 

Cada um de nós é, em realidade, uma idéia da Grande Gaivota, uma idéia ilimitada de Liberdade.

 

Temos de pôr de parte tudo o que nos limita.

 

Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo...

 

Nós somos livres para ir aonde nos aprouver e ser o que quisermos.

 

Todos nós temos Liberdade de ser nós mesmos, de ser o nosso próprio , aqui e agora, e não há nada que possa se interpor no nosso caminho. Essa é a Lei da Grande Gaivota, a Lei que É.

 

Todo aquele que se opuser à nossa Liberdade deverá ser posto de parte, quer a sua oposição seja motivada por ritual, por superstição ou por limitação, sob qualquer forma.

 

Só a Lei que conduz à Liberdade é Verdadeira. Não há outra.

 

O preço a pagar por ser incompreendido é ser classificado como diabo ou como um deus.

 

O macete é, progressiva e pacientemente, tentar ultrapassar as nossas limitações.

 

O nosso corpo físico não é nada mais nada menos do que o nosso pensamento. [Somos o que pensamos ser.]

 

Ao invés de construirmos o nosso inferno, por que não construímos o nosso paraíso?

 

O nosso melhor instrutor é o nosso Eu Interior.

 

Não há limites. Para nada há limites. Somos nós que inventamos os limites.

 

 

 

 

Música de fundo:

Jonathan Livingston Seagull (Prologue)
Composição: Neil Diamond

Fonte:

https://archive.org/details/JonathanLivingstonSeagull

 

Páginas da Internet consultadas:

http://clipart-library.com/animated-cliparts-prayer.html

https://codemyui.com/

https://tenor.com/

https://www.macleans.ca/culture/books/author-richard-bach-
recovers-after-nearly-dying-in-a-plane-crash/

https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/author-richard-bach-1207692052

https://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Bach

 

Direitos autorais:

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