OS FANTASMAS DO NOSSO PASSADO
Rodolfo Domenico Pizzinga
oi o cagaço do fantasma do bicho-papão.
Foi o cagaço do fantasma do balalão.
Foi o cagaço do fantasma do trovão.
Foi o cagaço do fantasma do furacão.
Foi o cagaço do fantasma do vulcão.
Foi o cagaço do fantasma da escuridão.
Foi o cagaço do fantasma do clarão.
Foi o cagaço do fantasma do meu pai mandão.
Foi o cagaço do fantasma do meu professor malevão.
Foi o cagaço do fantasma do inspetor carrascão.
Foi o cagaço do fantasma de uma punição.
Foi o cagaço do fantasma de um zangão.
Foi o cagaço do fantasma da revolução.
Foi o cagaço do fantasma do povão.
Foi o cagaço do fantasma do saião.
Foi o cagaço do fantasma do paredão.
Foi o cagaço do fantasma do canhão.
Foi o cagaço do fantasma do Metralhão.
Metralhão
Foi o cagaço do fantasma do dragão.
Foi o cagaço do fantasma do alamão.
Foi o cagaço do fantasma do sacristão.
Foi o cagaço do fantasma do padreca pedofilão.
Foi o cagaço do fantasma do Frei Serapião.
Foi o cagaço do fantasma do inferno quentão.
Foi o cagaço do fantasma do Capitão Trovão.
Foi o cagaço do fantasma do Cisso Romão.
Foi o cagaço do fantasma do Gastão.
Foi o cagaço do fantasma do Napoleão.
Foi o cagaço do fantasma do Osvaldão.
Foi o cagaço do fantasma do Pantaleão.
Foi o cagaço do fantasma do Professor Gavião.
Foi o cagaço do fantasma do Roubonildo da Afanação.
Foi o cagaço do fantasma da Salomé Maria da Anunciação.
Foi o cagaço do fantasma do Malvadeza Durão.
Foi o cagaço do fantasma do piratão.
Capitão Gancho – o Piratão (Esse dente que está faltando foi o Peter Pan que arrancou!)
Foi o cagaço do fantasma do zangaralhão.
Foi o cagaço do fantasma da xambregação.
Foi o cagaço do fantasma da vulneração.
Foi o cagaço do fantasma do chapéu do cafetão.
Chapéu de Cafetão
Foi o cagaço do fantasma do mão-de-leitão.
Foi o cagaço do fantasma do João (de Deus).
Foi o cagaço do fantasma do macacão.
Foi o cagaço do fantasma de um carapetão.
Foi o cagaço do fantasma de uma forçação.
Foi o cagaço do fantasma de uma noite de verão.
Foi o cagaço do fantasma de uma torpe traição.
Foi o cagaço do fantasma de uma desfraterna prenoção.
Foi o cagaço do fantasma de uma maldade com um afegão.
Foi o cagaço do fantasma do furto de um aldeão.
Foi o cagaço do fantasma de uma falta de reflexão.
Foi o cagaço do fantasma da rasteira em um anão.
Foi o cagaço do fantasma da covardia com um ancião.
Foi o cagaço do fantasma do ódio a um pagão.
Foi o cagaço do fantasma daquela curtição.
Foi o cagaço do fantasma daquela desarvoração.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter cheirado um carreirão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter fumado um charutão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um bambalhão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um bandalhão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um beberrão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um avião.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um franchão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um perdigão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um covardão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um maganão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um besuntão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um espião.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido um escrotão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter viciado os dados no gamão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter marcado um gol com a mão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter plagiado um samba-canção.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter tramado uma conspiração.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter desejado a volta da inquisição.
Galileu Galilei Frente ao Tribunal da Inquisição (Pintura de Joseph-Nicolas Robert-Fleury)
Foi o cagaço do fantasma de eu ter engrupido o meu patrão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter enganado o leão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter reiterado um não.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter dado um safanão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter matado um abelhão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter matado um tubarão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter operado uma vivissecção.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter negado uma refeição.
Foi o cagaço do fantasma de não ter tido compaixão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter parido um furacão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter dado um golpe no leilão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter conchavado uma imperfeição.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter estimulado uma amotinação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter catalisado uma rebelião.
Foi o cagaço do fantasma de eu não ter dado proteção.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter derrubado um aleijão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter caído em tentação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter mantido uma superstição.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter tido parte em uma corrupção.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter praticado uma devassidão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter crido em adivinhação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter feito uma aberração.
Foi o cagaço do fantasma de eu só ter oferecido um acre limão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter escorraçado um ermitão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter preferido a desrazão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter optado pela solidão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter adorado a masturbação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter maisquerido a automortificação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter apoiado uma violação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter apoiado a holocaustização.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter apoiado uma opressão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter apoiado uma supressão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter apoiado uma privação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter apoiado uma intervenção.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter açaimado uma manifestação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter obstruído a libertação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter destruído um corrimão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter fabricado um alçapão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter engendrado uma destruição.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter premeditado uma assolação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter traído uma concepção.
Foi o cagaço do fantasma de eu só ter alimentado ilusão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter favorecido uma excisão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter estuprado um parvalhão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter cultivado uma obsessão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter invejado um bonitão.
Alain Delon (Não há bonitão que não fique macróbio; não há macho man que não bata biela!)
Foi o cagaço do fantasma de eu ter tido complexo de castração.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter afundado uma embarcação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter explodido um pontilhão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter obstaculizado uma solução.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter influído para uma má decisão.
Foi o cagaço do fantasma de só ter andado na contramão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter perjurado na sessão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter abusado de um toleirão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter sido sócio de um ladrão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter afanado no mensalão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter bifado no petrolão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter topado uma delação.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter pecado de montão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter mentido na confissão.
Foi o cagaço do fantasma de eu não ter ensinado um sem-instrução.
Foi o cagaço do fantasma de eu não ter auxiliado um irmão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter rejeitado a Compreensão.
Foi o cagaço do fantasma de eu ter recusado a Libertação.
Foi o cagaço do fantasma de eu não ter me livrado da escravização.
– de um passado morto-vivo que já passou –
que impedem cada um e todos nós
de, livremente, podermos dizer: — Eu sou!
Ora, os equívocos do passado
foram por incapacidade e ignoração.
Com dignidade, devemos fazer,
aqui e ali, uma e outra compensação.
Mas, não podemos nos culpar
pela nossa ignorância endoidecida.
Isto tão-só e exclusivamente servirá
para não deixar que cicatrize a ferida.
Seja como for (ou como tiver que ser),
não podemos desistir. Nunca jamais!
Precisamos nos esforçar e lutar muito,
até termos trocado o menos por mais.
Todos nós precisamos Peregrinar.1
Todos nós precisamos Compreender.
Todos nós somos os construtores
do nosso ímpar e individual vir-a-ser.
_____ Nota: 1. Navigare necesse; vivere non est necesse. Navegar é necessário; viver não é necessário. Exortação do general e político romano Cnæeus Pompeius Magnus (29 de setembro de 106 a.C., Picenum – 29 de setembro de 48 a.C., Egito) aos marinheiros, amedrontados, que se recusavam a viajar durante a guerra, devido à aproximação de uma tempestade que se formava. (Cf. Plutarco, in: Vida de Pompeu.) Parafraseando três vezes Pompeius, eu direi: 1º) Apprendere necesse; dormire non est necesse; 2º) Operare necesse; rogare non est necesse; e 3º) Comprehendere necesse; remussicare non est necesse. Cnæus Pompeius Magnus Música de fundo: Unchained Melody Compositores: Alex North (música) & Hy Zaret (letra) Interpretação: Ricky Nelson Fonte: https://freelistenonline.com/artist/Ricky+Nelson Páginas da Internet consultadas: https://www.suedtirolnews.it/ http://www.riototal.com.br/ https://pt.rodovid.org/wk/Pessoa:86084 https://historiacomgosto.blogspot.com/2016/ 07/navegar-e-preciso-fernando-pessoa.html https://pt.wikiquote.org/wiki/Pompeu https://en.wikipedia.org/wiki/Inquisition https://www.teepublic.com/ https://giphy.com/explore/hook-movie http://www.esmeraldanoticias.com.br/ https://dribbble.com/ https://br.123rf.com/ https://br.pinterest.com/pin/657033033119821952/ https://giphy.com/ Direitos autorais: As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.
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Nota:
1. Navigare necesse; vivere non est necesse. Navegar é necessário; viver não é necessário. Exortação do general e político romano Cnæeus Pompeius Magnus (29 de setembro de 106 a.C., Picenum – 29 de setembro de 48 a.C., Egito) aos marinheiros, amedrontados, que se recusavam a viajar durante a guerra, devido à aproximação de uma tempestade que se formava. (Cf. Plutarco, in: Vida de Pompeu.) Parafraseando três vezes Pompeius, eu direi: 1º) Apprendere necesse; dormire non est necesse; 2º) Operare necesse; rogare non est necesse; e 3º) Comprehendere necesse; remussicare non est necesse.
Cnæus Pompeius Magnus
Música de fundo:
Unchained Melody Compositores: Alex North (música) & Hy Zaret (letra) Interpretação: Ricky Nelson
Fonte:
https://freelistenonline.com/artist/Ricky+Nelson
Páginas da Internet consultadas:
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