MEDIUNIZANDO OS MORTOS

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

Reflexões de Antoine Fabre d'Olivet1

 

 

Fabre d'Olivet

Fabre d'Olivet

 

 

 


S
ucede com a felicidade o mesmo que sucede com o horizonte; acha-se sempre à nossa vista e nunca ao nosso alcance.

 

O homem se desenvolve – melhora ou se corrompe mas, não cria nada.

 

Fruir antes de possuir: eis o instinto do homem. Possuir antes de fruir: eis o instinto da mulher.

 

As ilusões são o pão de cada dia dos infelizes.

 

Peço-lhes que provem conosco este mel e este leite ao mesmo tempo que nós em sinal de união fraternal e de indissolúvel concórdia.

 

O homem, ao fazer uso de sua vontade e pelo cultivo de sua mente, poderá reduzir mais e mais tudo o que é perigoso e selvagem em seu destino, a fim de levar a sua civilização e o seu bem-estar ao mais alto grau de perfeição de que é capaz.

 

O Pólo Boreal foi o berçário da Humanidade.

 

O homem se compõe de corpo, alma e espírito. Ao corpo pertencem as necessidades, à alma as paixões e ao espírito as inspirações.

 

O homem pertence a uma natureza tríplice, podendo, portanto, viver uma vida tríplice: uma vida instintiva, uma vida anímica ou uma vida intelectual.

 

O destino é a parte inferior e instintiva da Natureza Universal... À sua ação propriamente dita damos o nome de fatalidade, e a forma pela qual ela se manifesta designamos necessidade.

 

A Providência é a parte superior e inteligente da Natureza Universal... É uma lei viva emanada da Divindade, por meio da qual todas as coisas adquirem o seu potencial de ser.

 

Essas quatro raças (negra, amarela, vermelha e branca) se confrontaram e se destruíram alternadamente e, com freqüência, se sobressaíram e se arruinaram. Muitas vezes, elas disputaram o cetro do mundo, conquistando-o ou dividindo-o repetidamente.

 

A Tétrade Sagrada dos antigos é tudo no todo, e fora do qual nada existe.

 

A Providência dá apenas os princípios de todas as coisas, cabendo ao homem desenvolvê-los.

 

Assim como os idosos que chegam à decrepitude têm muitas semelhanças com as crianças, também as nações, em sua velhice, quando estão prestes a desaparecer da face da Terra, aproximam-se das que apenas iniciam o seu caminho.

 

Um homem habituado à observação não confunde os últimos dias do
outono com os primeiros dias da primavera, embora a temperatura seja a mesma.

 

Na Antigüidade, jamais se separou a música da poesia, porque ambas eram chamadas de a Língua dos Deuses.

 

No Universo, o mal muitas vezes nasce do bem e o bem do mal, como a noite sucede ao dia e o dia à noite, para que as Leis do Destino [Carma] se cumpram e para que a Vontade do homem, escolhendo livremente um ou outro, seja conduzida apenas pela força das coisas para a Luz e a Virtude que a Providência lhe oferece incessantemente.

 

Para que o Dogma da Unidade Absoluta permaneça no espiritualismo puro e não leve o povo que o cultua para um materialismo e um antropomorfismo abjetos, é preciso que este povo seja bastante esclarecido para sempre raciocinar de maneira justa, ou então que seja pouco esclarecido para jamais raciocinar. Se ele possui apenas meias-luzes intelectuais, e seus conhecimentos físicos o levam a tirar conclusões justas de certos princípios cuja falsidade ele não consegue perceber, seu desvio é inevitável; ele se tornará ateu ou mudará o Dogma.

 

Os atlantes, por terem admitido o Dogma do Princípio Único, alcançaram o mais alto grau do Estado Social.

 

Não se pode admitir dois seres absolutos sem implicar em contradição.

 

A Forma, o Tempo e a Eternidade Relativa são emanações; a Essência, o Espaço e a Eternidade Absoluta são Identidades Divinas. Tudo o que constitui estas identidades é imutável; tudo o que pertence àquelas emanações pode mudar. As formas, sucedendo-se umas às outras, geram o Tempo; o Tempo gera a Eternidade Relativa; mas, esta Eternidade, o Tempo que a mede e as Formas que a preenchem desaparecem igualmente na Essência que dá as formas, no Espaço que gera o Tempo e na Eternidade Absoluta que envolve a Eternidade Relativa.

 

Tudo tem seu peso, seu número e sua medida; isto é, sua posição na escala dos seres, suas próprias faculdades e seu poder relativo. Nada pode surgir na vida elementar sem se submeter às Leis da Vida. Ora, a primeira dessas Leis é a de aparecer sob uma forma, sujeita às três épocas: começo, meio e fim. Toda forma, cujo movimento próprio não é perturbado por acontecimentos estranhos, passa por estas três épocas; mas, somente pequeno número passa por elas sem interrupção. A maioria das formas se quebra logo no começo, poucas alcançam o apogeu da sua existência, e ainda menor número delas consegue chegar ao fim. Mais as formas se multiplicam em uma única espécie, mais são abortadas na origem. Quem poderá dizer, por exemplo, quantas bolotas um carvalho produz, todas destinadas a se transformarem em carvalho, antes que outro carvalho nasça de uma única dessas bolotas?

 

O sacerdócio católico deixando-se invadir pelas formas republicanas, e submetendo, contra toda razão, seu chefe supremo à vontade de uma assembléia que não o reconhecia como tal e disputava com ele sua posição, seu título e sua autoridade, entregou-se à anarquia e votou-se à nulidade ou ao despotismo. Tal sacerdócio autorizou os monarcas a não reconhecerem o que ele mesmo não reconhecia, e provocou aquela luta escandalosa que por mais de mil anos afligiu a Europa. A importância que ele dava à heresia se multiplicou, e o apelo que fez à força civil tornou-o dependente dela. Quando, no século XVI, viu-se dividido e destruído, esse mesmo sacerdócio só pôde atribuir sua divisão e sua destruição às mesmas forças republicanas que um orgulho tolo e uma vontade indisciplinável o fizeram adotar.

 

O Profeta Muhammad, abandonado por todos e agindo segundo suas próprias faculdades, era um homem comum, muito amoroso, de caráter doce, modesto, amigo da paz e calado. Mas, quando se entregava ao Espírito Divino que se lhe incorporava à alma, nada podia resistir aos movimentos impetuosos de sua eloqüência; as centelhas do seu olhar abrasavam os espíritos e uma autoridade sobrenatural dominava-lhe a voz: era preciso segui-lo ou evitá-lo. Quando, aos cinqüenta e dois anos de idade, uma perseguição iníqua, que ele não esperava, obrigou-o a fugir de sua pátria e a recorrer às armas, demonstrou uma intrepidez e talentos militares que nenhum dos seus inimigos jamais suspeitara que tivesse. O entusiasmo guerreiro que incutiu em seus discípulos está acima de qualquer expressão. O próprio Odin não inspirou nada maior.

 

Deus é Uno. Mas, como a Natureza, de início, parece oferecer um segundo princípio diferente de Deus, e ela própria contém um movimento triplo de onde parecem resultar três naturezas diferentes – a natureza providencial, a natureza volitiva e a natureza anímica – segue-se daí que o homem individual não pode compreender nada que não seja duplo em seus princípios e triplo em suas faculdades. Quando, por um grande esforço de sua inteligência, o homem chega à idéia verdadeira de Deus, então, ele alcança o famoso Quaternário de Pitágoras, fora do qual nada existe.

 

 

 

 

A Essência da Vontade é a Liberdade. A Necessidade existe igualmente no Destino e na Providência, mas esta Necessidade, cuja forma parece ser a mesma nos dois planos, difere singularmente na Essência. A Necessidade Providencial age pelo Sentimento; a Necessidade Fatídica age pela Sensação. O Sentimento que depende da Vontade se liga livremente a uma ou a outra destas duas Necessidades ou as repele igualmente, para permanecer em seu próprio centro. A Vontade pode permanecer no seu centro anímico por todo o tempo em que não se dividir.

 

Os indivíduos são solidários nos povos; os povos, nas nações; as nações, nas raças; as raças, no reino. Assim, uma solidariedade universal une o Todo à menor das suas partes e a menor dessas partes ao seu Todo. Nada pode ser destruído, mas, tudo pode ser elaborado. É pela elaboração dos indivíduos que se efetua a das massas: e pela elaboração das massas que se opera a do conjunto. Ora, existem dois grandes meios de elaboração que, embora empregados sob diversas formas, e designados por diferentes nomes, saem igualmente da mesma causa para chegar a um mesmo resultado. Estes dois meios são a unidade e a divisibilidade, a atração e a repulsão, formação e a dissolução, a vida e a morte. A vida e a morte agem nos indivíduos; a atração e a repulsão agem nos elementos; e a unidade ou a divisibilidade agem nos princípios.

 

A compaixão abrandou a escravatura, e, não obstante as reclamações do interesse e do temor, acabou por aboli-la por completo.

 

 

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Nota:

1. Antoine Fabre d'Olivet (Hérault, França, 8 de dezembro de 1767 – Paris, França 25 de março de 1825) foi um escritor, filólogo, Iniciado maçom e um dos principais fundadores do Ocultismo Francês. De maneira geral, suas obras abordam línguas antigas e resumos filosóficos da história humana.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não há rito mais dangeroso

do que mediunizar um morto.

Direito poderá se tornar torto;

cheiroso poderá ficar bodoso.

 

Pode passar o quê um morto?

Elementaridades de achologia?

Que no paradísus só existe folia?

Pala de como chegar ao porto?

 

Necromancia só gera confusão,

dolência e passamento prematuro.

Para vermos o lado-de-lá do muro,

só no interior, em nosso Coração.

 

Einstein espíritos não consultou

para bolar a Teoria da Relatividade.

Em silêncio e com adequabilidade,

a Física Medieval ele reestruturou.

 

Jesus, o Cristo, em Sua Vida,

não canalizou xongas de lhufas

nem participou de óperas-bufas.

Ofereceu ShOPhia e Santa Vida.

 

Para que serve a (re)encarnação?

Para pedir conselhos aos espíritos

ou para corrigir nossos contraditos

e apre(e)ndermos a Grande Lição?

 

E qual é a Tríplice Grande Lição?

Comutar delírio-asnice e quimera.

Amenizar queda-subida e espera.

Refrear desejo-cobiça e desrazão.

 

Não há nenhuma Escola Iniciática

Isto é u'a sombra da Grande Ilusão,

que torna a possibilidade estática.

 

 

 

 

Oh! Ando... Ando... Ando...
E não saio do mesmo lugar!
Oh! Ando... Ando... Ando...
E só consigo me extenuar!

 

 

 

Observação:

raríssimas exceções de manifestações espirituais iluminantes que, de tão raras e para evitar especulações, impõe que a regra seja a inaceitabilidade de incorporações medianímicas. E estas manifestações espirituais iluminantes só acontecem – se acontecem e quando acontecem – em condições excepcionais, por motivos excepcionais, com pessoas, digamos assim, excepcionais. Talvez, salvo melhor juízo, por exemplo, Jakob Böhme (24 de abril de 1575 – 17 de novembro de 1624), por vezes grafado como Jacob Boehme, tenha sido uma destas pessoas excepcionais. Enfim, este texto não teve a finalidade de desancar o Espiritismo. Respeito todas as religiões, mas, não posso me calar quanto aos seus equívocos, particularmente se ou quando são ruinosos. Pelos mesmos motivos, a Teurgia é pouco prudente e inteiramente desaconselhável e a Angelologia é inútil e desvia a atenção do foco principal da existência, que deve ser a autolibertação pela compreensão. Seja como for – pois, sempre foi, é e será – tudo é mâyâ.

 

Música de fundo:

Limelight
Composição: Charles Chaplin
Interpretação: Frank Chacksfield & His Orchestra

Fonte:

http://www.mp3olimp.net/frank-chacksfield-limelight/

 

Páginas da Internet consultadas:

http://giphy.com/gifs/GQlb8TJ8Aue76

http://eruizf.com/masonico/anexo/martinistas/
fabre_d_olivet/fabre_d_olivet_historia_filosofica.pdf

http://www.cienciashermeticas.com.br/Biografias.html

http://www.sca.org.br/news/424/57/Historia-
Filosofica-do-Genero-Humano-Fabre-D-Olivet.html

http://www.esotera.com.br/loja/index.php?route=
product/manufacturer/info&manufacturer_id=107

http://www.hermanubis.com.br/Biografias/BioFabreDOlivet.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Antoine_Fabre_d'Olivet

http://pt.wikiquote.org/wiki/Antoine_Fabre_d%27Olivet

http://kdfrases.com/autor/antoine-fabre-d'olivet

http://agenealogyhunt.blogspot.com.br/
2011_06_01_archive.html

http://tundratabloids.com/2014/01/israel-now-says-goodbye
-to-its-loyal-defender-of-the-jewish-state.html

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.