Sucede
com a felicidade o mesmo que sucede com o horizonte; acha-se sempre
à nossa vista e nunca ao nosso alcance.
O
homem se desenvolve – melhora ou se corrompe –
mas, não
cria nada.
Fruir
antes de possuir: eis o instinto do homem. Possuir antes de fruir:
eis o instinto da mulher.
As
ilusões são o pão de cada dia dos infelizes.
Peço-lhes
que provem conosco este mel e este leite ao mesmo tempo que nós
em sinal de união fraternal e de indissolúvel concórdia.
O
homem, ao fazer uso de sua vontade e pelo
cultivo de sua mente,
poderá reduzir mais e mais tudo o que é perigoso e
selvagem em seu destino, a fim de levar a sua civilização
e o seu bem-estar ao mais alto grau de perfeição de
que é capaz.
O
Pólo Boreal foi o berçário da Humanidade.
O
homem se compõe de corpo, alma e espírito. Ao corpo
pertencem as necessidades, à alma as paixões e ao
espírito as inspirações.
O
homem pertence a uma natureza tríplice, podendo, portanto,
viver uma vida tríplice: uma vida instintiva, uma vida anímica
ou uma vida intelectual.
O
destino é a parte inferior e instintiva da Natureza Universal...
À sua ação propriamente dita damos o nome de
fatalidade, e a forma pela qual ela se manifesta designamos necessidade.
A
Providência é a parte superior e inteligente da Natureza
Universal... É uma lei viva emanada da Divindade, por meio
da qual todas as coisas adquirem o seu potencial de ser.
Essas
quatro raças (negra, amarela, vermelha e branca) se confrontaram
e se destruíram alternadamente e, com freqüência,
se sobressaíram e se arruinaram. Muitas vezes, elas disputaram
o cetro do mundo, conquistando-o ou dividindo-o repetidamente.
A
Tétrade
Sagrada dos antigos é tudo no todo, e fora do qual nada existe.
A
Providência dá apenas os princípios de todas
as coisas, cabendo ao homem desenvolvê-los.
Assim
como os idosos que chegam à decrepitude têm muitas
semelhanças com as crianças, também as nações,
em sua velhice, quando estão prestes a desaparecer da face
da Terra, aproximam-se das que apenas iniciam o seu caminho.
Um
homem habituado à observação não confunde
os últimos dias do
outono com os primeiros dias da primavera, embora a temperatura
seja a mesma.
Na
Antigüidade, jamais se separou a música da poesia, porque
ambas eram chamadas de a Língua dos Deuses.
No
Universo, o mal muitas vezes nasce do bem e o bem do mal, como a
noite sucede ao dia e o dia à noite, para que as Leis do
Destino [Carma] se
cumpram e para que a Vontade do homem, escolhendo livremente um
ou outro, seja conduzida apenas pela força das coisas para
a Luz e a Virtude que a Providência lhe oferece incessantemente.
Para
que o Dogma da Unidade Absoluta permaneça no espiritualismo
puro e não leve o povo que o cultua para um materialismo
e um antropomorfismo abjetos, é preciso que este povo seja
bastante esclarecido para sempre raciocinar de maneira justa, ou
então que seja pouco esclarecido para jamais raciocinar.
Se ele possui apenas meias-luzes intelectuais, e seus conhecimentos
físicos o levam a tirar conclusões justas de certos
princípios cuja falsidade ele não consegue perceber,
seu desvio é inevitável; ele se tornará ateu
ou mudará o Dogma.
Os
atlantes, por terem admitido o Dogma do Princípio Único,
alcançaram o mais alto grau do Estado Social.
Não
se pode admitir dois seres absolutos sem implicar em contradição.
A
Forma, o Tempo e a Eternidade Relativa são emanações;
a Essência, o Espaço e a Eternidade Absoluta são
Identidades Divinas. Tudo o que constitui estas identidades é
imutável; tudo o que pertence àquelas emanações
pode mudar. As formas, sucedendo-se umas às outras, geram
o Tempo; o Tempo gera a Eternidade Relativa; mas, esta Eternidade,
o Tempo que a mede e as Formas que a preenchem desaparecem igualmente
na Essência que dá as formas, no Espaço que
gera o Tempo e na Eternidade Absoluta que envolve a Eternidade Relativa.
Tudo
tem seu peso, seu número e sua medida; isto é, sua
posição na escala dos seres, suas próprias
faculdades e seu poder relativo. Nada pode surgir na vida elementar
sem se submeter às Leis da Vida. Ora,
a primeira dessas Leis é a de aparecer sob uma forma, sujeita
às três épocas: começo, meio e fim. Toda
forma, cujo movimento próprio não é perturbado
por acontecimentos estranhos, passa por estas três épocas;
mas, somente pequeno número passa por elas sem interrupção.
A maioria das formas se quebra logo no começo, poucas alcançam
o apogeu da sua existência, e ainda menor número delas
consegue chegar ao fim. Mais as formas se multiplicam em uma única
espécie, mais são abortadas na origem. Quem poderá
dizer, por exemplo, quantas bolotas um carvalho produz, todas destinadas
a se transformarem em carvalho, antes que outro carvalho nasça
de uma única dessas bolotas?
O
sacerdócio católico deixando-se invadir pelas formas
republicanas, e submetendo, contra toda razão, seu chefe
supremo à vontade de uma assembléia que não
o reconhecia como tal e disputava com ele sua posição,
seu título e sua autoridade, entregou-se à anarquia
e votou-se à nulidade ou ao despotismo. Tal sacerdócio
autorizou os monarcas a não reconhecerem o que ele mesmo
não reconhecia, e provocou aquela luta escandalosa que por
mais de mil anos afligiu a Europa. A importância que ele dava
à heresia se multiplicou, e o apelo que fez à força
civil tornou-o dependente dela. Quando, no século XVI, viu-se
dividido e destruído, esse mesmo sacerdócio só
pôde atribuir sua divisão e sua destruição
às mesmas forças republicanas que um orgulho tolo
e uma vontade indisciplinável o fizeram adotar.
O
Profeta Muhammad, abandonado por todos e agindo segundo suas próprias
faculdades, era um homem comum, muito amoroso, de caráter
doce, modesto, amigo da paz e calado. Mas, quando se entregava ao
Espírito Divino que se lhe incorporava à alma, nada
podia resistir aos movimentos impetuosos de sua eloqüência;
as centelhas do seu olhar abrasavam os espíritos e uma autoridade
sobrenatural dominava-lhe a voz: era preciso segui-lo ou evitá-lo.
Quando, aos cinqüenta e dois anos de idade, uma perseguição
iníqua, que ele não esperava, obrigou-o a fugir de
sua pátria e a recorrer às armas, demonstrou uma intrepidez
e talentos militares que nenhum dos seus inimigos jamais suspeitara
que tivesse. O entusiasmo guerreiro que incutiu em seus discípulos
está acima de qualquer expressão. O próprio
Odin não inspirou nada maior.
Deus
é Uno. Mas, como a Natureza, de início, parece oferecer
um segundo princípio diferente de Deus, e ela própria
contém um movimento triplo de onde parecem resultar três
naturezas diferentes – a natureza providencial, a natureza
volitiva e a natureza anímica – segue-se
daí que o homem individual não pode compreender nada
que não seja duplo em seus princípios e triplo em
suas faculdades. Quando, por um grande esforço de sua inteligência,
o homem chega à idéia verdadeira de Deus,
então, ele alcança o famoso Quaternário de
Pitágoras, fora do qual nada existe.
A
Essência da Vontade é a Liberdade. A Necessidade existe
igualmente no Destino e na Providência, mas esta Necessidade,
cuja forma parece ser a mesma nos dois planos, difere singularmente
na Essência. A Necessidade Providencial age pelo Sentimento;
a Necessidade Fatídica age pela Sensação. O
Sentimento que depende da Vontade se liga livremente a uma ou a
outra destas duas Necessidades ou as repele igualmente, para permanecer
em seu próprio centro. A Vontade pode permanecer no seu centro
anímico por todo o tempo em que não se dividir.
Os
indivíduos são solidários nos povos; os povos,
nas nações; as nações, nas raças;
as raças, no reino. Assim, uma solidariedade universal une
o Todo à menor das suas partes e a menor dessas partes ao
seu Todo. Nada pode ser destruído, mas, tudo pode ser elaborado.
É pela elaboração dos indivíduos que
se efetua a das massas: e pela elaboração das massas
que se opera a do conjunto. Ora, existem dois grandes meios de elaboração
que, embora empregados sob diversas formas, e designados por diferentes
nomes, saem igualmente da mesma causa para chegar a um mesmo resultado.
Estes dois meios são a unidade e a divisibilidade, a atração
e a repulsão, formação e a dissolução,
a vida e a morte. A vida e a morte agem nos indivíduos; a
atração e a repulsão agem nos elementos; e
a unidade ou a divisibilidade agem nos princípios.
A
compaixão abrandou a escravatura, e, não obstante
as reclamações do interesse e do temor, acabou por
aboli-la por completo.
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Nota:
1. Antoine Fabre
d'Olivet (Hérault, França, 8 de dezembro de 1767 –
Paris, França 25 de março de 1825) foi um escritor,
filólogo, Iniciado maçom e um dos principais fundadores
do Ocultismo Francês. De maneira geral, suas obras abordam
línguas antigas e resumos filosóficos da história
humana.