EU SÓ FICO EXCOGITANDO...

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

A crueldade é um dos prazeres mais antigos da Humanidade.

Friedrich Nietzsche

 

Entre a brutalidade para com o animal e a crueldade para com o homem, há uma só diferença: a vítima.

Lamartine

 

Tanto a bestialidade quanto o sarampo, a rubéola e a caxumba são doenças, e, como doenças, devem ser tratadas. Hoje, já existe a Tríplice Viral, que é uma vacina capaz de proteger o ser humano de três graves doenças: sarampo, rubéola e caxumba. Para a bestialidade não há vacina, mas, há um tratamento universal e, até certo ponto, insubstituível, eficiente e eficaz: reencarnar e compensar, aqui, em algum planeta da Terceira Dimensão vibratoriamente semelhante à Terra ou sei lá onde. O problema é, digamos assim, ter a chance de reencarnar para poder continuar, o que não é tão fácil assim, porque, como em qualquer coisa, a reencarnação depende de mérito e de oportunidade, e quem é bestial pode ter tudo, menos mérito. A questão da oportunidade já é mais complexa. Então, a coisa poderá acabar ficando congestionada. Há, todavia, um segundo tratamento, que poderá auxiliar e surtir algum efeito: aplicação telepática, pelos que sabem como fazer isto, da Lei da Assunção. Enfim, o fato é que sendo a bestialidade uma doença, jamais poderá ser tratada e curada com tortura, prisão, congêneres e sucedâneos. O ser humano não é uma erva daninha, do tipo Lolium temulentum, para ser alabardado, queimado, guilhotinado, eletrocutado, agulhado, enforcado, fuzilado, empalado, envenenado ou qualquer outro tipo perverso de ado, inventado e engendrado pela própria bestialidade, geralmente travestida de defendedora da dignidade, da justiça e da ordem social. Tudo grupo! É aqui, na Terra, que a bestialidade precisa ser compreendida, aceita e enfrentada como doença, porque se o cara passar para o lado de lá sem melhorar um pedacinho a sua impiedade, eu não sei o que poderá realmente acontecer. Mas, que não vai ser mole, isto não vai ser não. Então, cabe a nós, como seus irmãos, ajudar os repugnantes bestiais. Agora, isto é fácil? Não; é dificilíssimo. Basta lembrar o Senhor Dezoito e os seus asseclas cagarolas, que fizeram o que fizeram, e quase destruíram a raça humana. Mas, tudo aconteceu por irresponsabilidade acumulada e necessidade compensatório-educativa da própria Humanidade, porque se a Segunda Grande Guerra não tivesse que acontecer, certamente, não aconteceria. Fomos nós, seres humanos, que, cumulativamente, criamos as condições para que ela acontecesse.

Rodolfo Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

u só fico excogitando

nesses Vlad Tepes1 dianhos,

movidos por ódios tamanhos,

que empalam, esburacando...

 

 

u só fico excogitando

no matador de passarinho,

que mata o pobre bichinho,

e está cagando e andando.

 

 

u só fico excogitando

nos carnífices vivissecionistas,

que, com o bisturi, são artistas,

furando, cortando e suturando.

 

 

 

u só fico excogitando

nos nazifascistas de outrora

– derrotados em boa hora! –

queimando, rindo e festejando.

 

 

u só fico excogitando

nos stalinistas de antanho

(cada qual o mais tacanho!)

aplaudindo cada desmando.

 

 

u só fico excogitando

que fratricidam conterrâneos...

A sangueira só exponenciando!

 

 

u só fico excogitando

nos pepezões não reconciliáveis,

cujas ruindades são deploráveis,

nas obscurezas serialkillerando.

 

 

u só fico excogitando

nos pedófilos de batina

os impúberes pedofilizando.

 

 

u só fico excogitando

nos congregados genuflexos

– perplexos, desconexos, irreflexos –

 

 

u só fico excogitando

nesses politicastros salafrários

e naqueles mensaleiros falsários

traindo, enganando e chuchando.

 

 

 

 

u só fico excogitando

nos heteróclitos noctívagos,

alheados, insones, multívagos,

 

 

u só fico excogitando

em como deve ser triste

viver com o dedo em riste

reconvindo, acusando...

 

 

u só fico excogitando

em como deve ser solitário

– um verdadeiro calvário –

viver com medo, se mijando...

 

 

u só fico excogitando

em como haverá de ser o futuro

de quem não transpôs o muro

porque resolveu viver adiando.

 

 

u só fico excogitando

nos religiosismos estáticos

e nos fideísmos alucináticos

que os dogmas vão alentando.

 

 

u só fico excogitando

nos nacionalismos incoerentes,

nas intimidações inconsistentes

e nas bandeirolas tremulando...

 

 

u só fico excogitando

nessas histórias da carochinha,

semeadas em cada cabecinha,

que, gerundiando    chorando.

 

 

u só fico excogitando

nos que buscam sem achar

e nos que acham sem doar,

todos abatidos se frustrando.

 

 

u só fico excogitando

nos convictos alabardinos,

nos catacegos assassinos,

as sombras reverenciando.

 

 

u só fico excogitando

no impiedoso Leroy Brown

baddest man in the whole damn town

sempre aprontando e armando.

 

 

u só fico excogitando

nos cafifas que exploram

as putinhas que deploram

o próprio servilismo infando.

 

 

O Cafifa

 

 

u só fico excogitando

nos sacanas e corruptores,

nos velhacos e burladores

a perder, nunca ganhando.

 

 

u só fico excogitando

no apostador cabeçudo,

que aposta e perde tudo,

e, depois, fica chorando.

 

 

u só fico excogitando

nos cruéis e preconceituosos,

nos detestáveis e abominosos,

a própria entropia accelerando.

 

 

u só fico excogitando

nos fétidos traficantes de pessoas

– podendo ser dragões ou dragoas –

mil e uma vidas desmantelando.2

 

 

u só fico excogitando

nos cruentos traficantes de armas

– dia-a-dia dilatando seus carmas

e suas existências entropizando.3

 

 

u só fico excogitando

em quem morre descuidado,

e, lá, encontra o inesperado,

 

 

u só fico excogitando

na desditosa semi-alma

Oh!, Deuses! Até quando?

 

 

u só fico excogitando

em quanta coisa me esqueci

de digitar e de registrar aqui.

Mas, o que comentei é fando!

 

 

, excogitando e [ch]orando,

ponho à disposição meu ser

para esta coisa toda reverter,

entretanto, nunca forçando!

 

 

Nunca Forçando!

 

 

 

, assim, eu vou mantrando...

Aum... Mani... Padme... Hum...

Aum... Rah... Mah... Hum...

Que a estultice vá declinando!

 

 

m dia – in tempore – sei

que o homem se manumitirá,

e que com seu Deus se unirá.

Então, dirá: — Eu-sou! Eu-sei!

 

 

 

Eu-sou! Eu-sei!

 

 

 

______

Notas:

1. Vlad Tepes, Vlad III, Príncipe da Valáquia (Sighisoara, Romênia, cerca de 1431 – Bucareste, Romênia, 1476), comumente conhecido como Vlad, o Empalador, pode ter inspirado o livro de Bram Stoker O Conde Drácula. Historicamente, Vlad III é mais conhecido por sua política de independência em relação ao Império Otomano, cuja tendência para a expansão sofreu sua resistência, e pelas punições excessivamente cruéis que impunha a seus prisioneiros. É lembrado por toda a região como um cavaleiro cristão que lutou contra o expansionismo islâmico na Europa, e, ainda hoje, é um herói popular na Romênia e na Moldávia. Ao mesmo tempo em que Vlad III se tornou famoso por seu sadismo e sendo taxado de louco, era respeitado pelos seus cidadãos como guerreiro, por sua ferocidade contra os turcos e como governante que não tolerava o crime entre sua gente. Durante o seu reinado, ergueu grandes mosteiros. Em 1462, Vlad III perdeu o trono para seu irmão Radu, que havia se aliado aos turcos. Preso na Hungria até 1474, Vlad III morreu dois anos depois, ainda tentando recuperar o trono de Valáquia. Nessa época, enquanto Vlad III governou, a Romênia estava dividida entre o mundo cristão e o mundo muçulmano, e Vlad III ficou conhecido pela perversidade com que tratava seus inimigos. Embora não fosse um vampiro, sua crueldade alimentava o imaginário, de modo que logo passou para o conhecimento popular como um vampiro. O pai de Vlad III, Vlad II, era membro de uma sociedade cristã romana (de Roma) chamada Ordem do Dragão, criada por nobres da região para defender o território da invasão dos turcos otomanos. Por isto, Vlad II era chamado de Dracul (dragão), e, por conseqüência, seu filho passou a ser chamado Draculea (filho do dragão) – a terminação "ea" significa filho. A palavra dracul, entretanto, possuía um segundo significado (diabo), que foi aplicado aos membros da família Draculea por seus inimigos, e possivelmente, também, por camponeses supersticiosos. Conhecido e temido por sua superlativa crueldade, certa vez, registra a História, dois súditos se esqueceram de tirar os chapéus para reverenciar sua chegada e, por causa disto, Vlad III mandou pregar os chapéus em suas cabeças. Também dizem as lendas que, um dia, Vlad viu um aldeão com a camisa toda suja, e lhe perguntou se sua esposa era saudável. O aldeão respondeu que sim, e sua mulher teve ambas as mãos decepadas. Vlad III arrumou outra esposa para o aldeão, e mostrou ao povo o que acontecera com a antiga, para que servisse de exemplo. Vlad III tinha prazer em comer em frente de suas vítimas com os corpos empalados ouvindo seus gritos de agonia. Muitos desses feitos levam a crer que Vlad III foi a principal inspiração para a criação do personagem Conde Drácula. A crença que o Conde Drácula é um morto-vivo veio de um fato que em uma de suas muitas batalhas Vlad III levou um forte golpe na cabeça, que o deixou em coma. Depois de ver o seu líder cair, seus homens bateram em retirada levando consigo seu corpo, mas, antes de a fuga ser realizada, Vlad III acordou do coma, como se nada houvesse acontecido, e, logo depois de recobrar os sentidos, retornou à batalha levando seu exército à vitória e a uma de suas mais sangrentas batalhas, criando, assim, a crença que ele havia retornado dos mortos como um morto-vivo. Seja como for, a biografia de Drácula muda conforme a adaptação de sua obra, mas, sempre, há em comum que ele, na Idade Média, foi um conde da Transilvânia, que se tornou um vampiro e feiticeiro, e assolou a Inglaterra séculos depois.

 

 

Vlad III – o Empalador

Retrato de Vlad III – o Empalador
(datado por volta de 1560)

 

 

2. Da mesma forma que se vendem armas e drogas, há aqueles que comercializam pessoas. Daí porque se usar a expressão tráfico de pessoas. Este tipo de tráfico tem sido facilitado por fronteiras mal policiadas, e se tornou em uma atividade de caráter transnacional altamente lucrativa. Mas, existe diferença entre tráfico de pessoas e contrabando de pessoas? Sim. Na opinião das Nações Unidas, o consentimento, a transnacionalidade e a exploração são os fatores que determinam essa diferença. O consentimento tem um papel de relevo para o contrabando de pessoas, pois, neste caso, as vítimas, na maioria das vezes, consentiram em ser contrabandeadas, enquanto no tráfico de pessoas não existe consentimento válido. A transnacionalidade tem sua função no caso de contrabando, pois, esse tipo de ato requer que seja cruzada a fronteira de um determinado país de forma ilegal, enquanto o tráfico de pessoas pode acontecer dentro do mesmo país. A relação entre o contrabandista e o migrante consiste em uma transação comercial que se encerra após cruzada a fronteira. Todavia, no caso do tráfico de pessoas, a relação entre o traficante e as vítimas continua mesmo depois de cruzada a fronteira, e envolve a exploração contínua da vítima para gerar lucro para os traficantes. Outro indicador da diferença de exploração é a fonte de lucro dos traficantes. No caso do contrabando de pessoas, o contrabandista recebe o seu pagamento para auxiliar as próprias pessoas a cruzarem as fronteiras. No caso do tráfico de pessoas, os traficantes têm um lucro adicional através da contínua exploração das vítimas. Na verdade, os traficantes de pessoas são verdadeiros mercadores da morte, como disse o Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio-2013), em sua visita ao Rio de Janeiro.

Esta nota foi editada das fontes:

http://www.amigosdoronda.net/2013/07/papa
-chama-traficantes-de-mercadores-da.html

http://www.brasileirosnomundo.itamaraty.gov.br/cartilhas/tr
afico-de-pessoas/Cartilha_Trafico_de_seres_humanos.pdf

3. O filme americano de 2005 Lord of War (O Senhor das Armas) é um drama escrito e dirigido por Andrew Niccol, e é baseado na vida do ex-militar soviético e traficante de armas Viktor Anatolyevich Bout (13 de janeiro de 1967) – um destruidor de nações, segundo o ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Peter Gerald Hain (16 de fevereiro de 1950). No filme, o personagem Yuri Orlov é vivido pelo ator Nicolas Cage. O filme começa com Yuri Orlov declarando: — Há mais de 550 milhões de armas de fogo em circulação no mundo. É uma arma para cada doze pessoas no Planeta. A única questão é: como armamos as outras onze?

 

 

Nicolas Cage
Viktor Anatolyevich Bout
Nicolas Cage
Viktor Anatolyevich Bout

 

 

Música de fundo:

Bad, Bad, Leroy Brown
Composição: Jim Croce
Interpretação: Frank Sinatra

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lord_of_War

http://portuguesbrasileiro.istockphoto.com/
stock-illustration-11042329-clown.php

http://contatoanimal.blogspot.com.br/2012/
02/ii-manifestacao-nacional-anti.html

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Toggle
-clamp_manual_push-pull_3D_animated.gif

http://taylorsvision.tripod.com/

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Vlad,_o_Empalador

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Tr%C3%ADplice_viral

http://pensador.uol.com.br/crueldade/4/

http://pensador.uol.com.br/crueldade/

http://www.cerebromente.org.br/
n15/tecnologia/sonoterapia.html

http://blogs.mathworks.com/pick/2010/08/27
/a-tribute-to-our-friend-and-colleague/

http://www.123rf.com/
photo_14687000_human-brain.html

http://toons.artie.com/alphabet/
ralph/arg-e-50-trans.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Conde_Dr%C3%A1cula#Fraquezas

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.