Rodolfo
Domenico Pizzinga
Eu,
realmente, me esqueci.
E
quando me esquecer eu decido,
não
me lembro mesmo do tempo ido.
Por
que você também não se esquece?
Eu,
fraternalmente, me esqueci.
O
mal que me fizeram, não me lembro;
as
angústias que vivi, nem relembro.
Por
que você também não se esquece?
Eu,
definitivamente, me esqueci.
Foi-se
a estância das desoras insones;
foi-se
a hora de ciclones e anticiclones.
Por
que você também não se esquece?
Eu,
misticamente, me esqueci.
Nem
mais me lembro da Noite Obscura
e
sua – empapada em trevas – arquitetura.
Por
que você também não se esquece?
Mas,
de uma coisa não me esqueci:
que,
peregrino, estou aqui, de passagem,
transeunte,
com você, da Grande Viagem.
Bem
– veja lá! – isto não se esquece.