O
egoísmo
dominante nos indivíduos e nos países impede uma justa distribuição
dos recursos naturais. Cada um só pensa em si e em sua nação,
sem atender ao bem comum. Aqui se coloca o empobrecimento do Terceiro Mundo,
em benefício dos mais ricos. E, no Brasil, a concentração
de riquezas é crescente. Busca-se, em vez de justiça social,
a diminuição dos que deveriam igualmente participar desses
dons que Deus criou para todos os seus filhos.
Em
telefonema para o General Sílvio Frota, disse: —
Frota, se você receber comunicação de que comunistas
estão abrigados no Palácio São Joaquim, de que eu estou
protegendo comunistas, saiba que é verdade. Eu sou o responsável.
Ponto final, ponto final.
Na
família, jamais deve arrefecer a responsabilidade dos pais. Mesmo
que não consigam resultados, devem ser um modelo vivo. Um lar digno
demonstra o quanto vale um ideal. Fiel é o homem que irradia sobre
a tristeza e a pobreza na família um raio de confiança e a
fortaleza do amor.
Mesmo nas mínimas coisas,
o subjetivismo ou a prepotência são um atroz contratestemunho
de si mesmo.
O
ser humano é o único no Universo a transcender os limites
estreitos de sua balizada vida. Deve servir às justas aspirações
da coletividade, sem se fechar dentro de si mesmo, dos interesses imediatos.1
Sobre
a pedofilia: — Há uma manipulação
desses crimes – que foram cometidos –
como se a Igreja tivesse se desligado
de combatê-los. Não, a Igreja sempre combateu. O Papa Bento
XVI tem sido muito enérgico. É um mal que existe não
só na Igreja, mas existe nas famílias também.
Sobre
a morte: — A morte é algo inevitável. A gente
sente a ausência porque a morte é sempre uma coisa que não
era para ocorrer. O homem não devia morrer. Mas a morte é
a passagem para uma vida definitiva.2
Considero-me
só um pastor. Nunca passou pela minha cabeça ser progressista
nem ser conservador, mas, sim, ser o que devo ser. Isto é: trabalhar,
explicar o Evangelho e ter consideração pelas pessoas.
Democracia:
Um sistema político, por mais válido que seja, como a Democracia,
não pode ser padrão a ser seguido em toda matéria religiosa.
Caso contrário, cairíamos no absurdo de a verdade ser resultado
de uma votação. Assim, o ensinamento que tivesse mesmo um
só voto a menos, de verdadeiro transformar-se-ia em erro, pelo princípio
básico da maioria.
Prazer:
O prazer não é alegria;
é uma excitação momentânea e passageira que deixa
a pessoa recair no vazio, na decepção e na solidão.
Direitos
humanos para bandidos: Por mais de uma vez bandidos armados pararam
meu carro quando eu subia para o Sumaré, no Rio. Quando viram que
eu estava no carro, mandaram seguir. É sempre um susto. Eles conhecem
o carro e procuram esconder as armas. Entendo o sofrimento deles, mas isto
não justifica seus atos. Bandidos têm que ser tratados como
bandidos, não como cidadãos. Bandidos têm direitos humanos.
Não tem direito de ser bandido, mas não pode ser injustiçado.
Fé
em Deus: Eu nunca tive dúvidas.3
E vivo contente.
Homossexualismo:
Sou inteiramente contrário ao aborto e à exaltação
dos homossexuais. Casamento de homem com homem é um erro. Sou contra,
mas sempre digo que é importante ter paciência com as pessoas.
É uma aberração da natureza. Mas não se pode
jogar pedra.
Vergonha:
Violência, morticínios, cadáveres de irmãos nossos
anônimos jogados nas ruas e nas estradas, em lugares até mesmo
previamente escolhidos para essa macabra destinação.
Imprensa:
O natural desejo de saber as últimas notícias pode se transformar
em ânsia doentia, levando os fracos de caráter a revelar episódios
sem um prévio exame de sua autenticidade.4
Luta
contra Ditadura Militar: Eles estavam contra a lei aqui do Brasil;
pela lei do país eu não podia agir. Eles estavam infringindo
a legislação, mas como bispo eu tinha o dever de abrigar os
perseguidos.5
Sexo:
Certas atitudes diante do sexo estão marcadas por dois excessos errôneos
e opostos entre si: o puritanismo protecionista e a permissividade libertária.
Ambos encaram o sexo de modo puramente funcional, simples fonte de prazer.
Uma concepção cristã se distingue nitidamente destes
dois lamentáveis extremos, e firma a posição original
segundo o plano divino.
O
verdadeiro
ditador
é quem possui os recursos e usa estes recursos para orientar as correntes
de pensamento e os meios de comunicação social.
À
medida que nossa civilização mais se configura como simples
realidade material, aprofunda-se no Coração do homem a certeza
de uma outra existência.
Correm
perigo o nível intelectual, o adequado tratamento sanitário
e o equilíbrio psíquico, quando são alterados por fortes
impressões causadas por fatores atribuídos ao além
ou à busca do misterioso.
O
'Código Da Vinci' não tem qualquer fundamento histórico.6
A
dimensão eterna do Evangelho nos pressiona a não o substituir
por apregoadas vantagens terrenas e ilusórias.
Muitas vezes, o positivismo jurídico
se impõe no lugar de uma sã reflexão a partir dos princípios
inalienáveis da dignidade humana e das leis inscritas na própria
Natureza.
O
relativismo quanto à verdade e aos valores, o subjetivismo elevado
a critério absoluto, o clima generalizado de hedonismo, a busca desenfreada
de prazer e de qualidade de vida e o desvirtuamento do amor em formas sempre
mais egoístas de relacionamento são alguns exemplos de fatores
que, minando a estrutura da pessoa, afetam decisivamente a família
e a sociedade.
Aborto:
Uma das maiores chagas da Humanidade de hoje.
No Brasil, ao lado de passos agigantados
na direção do progresso, tomado como um todo, emergem notícias
inquietantes que revelam a fragilidade por falta de alicerces éticos.
A crise aguda foi precedida pelo anúncio de medidas que, se aprovadas,
subtrairiam ao plano divino o arbítrio do homem. Dentre estas, encontramos
a descriminalização do aborto, a antecipação
da morte do ancião e a união de homossexuais, entre outras.
O
terremoto a que estamos assistindo no campo da política e a má
utilização do dinheiro das entidades governamentais são
conseqüências da degeneração do tecido formado
pelos valores morais e éticos.
Em
nossos países se experimenta o peso da crise institucional e econômica
e claros sintomas de corrupção e violência. Esta é
gerada e fomentada tanto pelas injustiças como pelas ideologias,
que se convertem em meio para a conquista do poder. (4ª
Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, Puebla, 1979,
apud Dom Eugênio Sales).
A
relação entre Moral e Economia é necessária
e intrínseca: atividade econômica e comportamento moral se
compenetram intimamente. A dimensão moral da Economia constitui um
fator de eficiência social da própria Economia. (Compêndio
da Doutrina Social da Igreja,
apud Dom Eugênio Sales).
A
malversação do dinheiro público destrói o próprio
sentido da moral e, em conseqüência, atinge as estruturas familiares
e a consciência do indivíduo.7
Celibato
sacerdotal:
Dom de Deus à sua Igreja.8
Crimes
de pedofilia e congêneres, uma vez provados, devem ser punidos. A
justiça precisa ser feita, sem tornar o bispo simplesmente juiz,
pois ele também é pai espiritual da vítima e do autor
do crime. A confiança na misericórdia de Deus não exclui
a devida correção dos que erram. Inclui o perdão, mas
supõe o cumprimento de pena e, acima de tudo, a segurança
de que jamais tais crimes voltarão a ser cometidos.9
O
instinto sexual é destinado a perpetuar a vida na
Terra. Como a espécie é mais importante do que o indivíduo,
é extraordinariamente forte. Mas, sob o império do prazer,
termina por divinizá-lo. Em conseqüência, sacrifica-se
a existência do outro ser, no aborto, no adultério e no estupro.
O
homem, ao resistir à força cega dos impulsos, redescobre uma
liberdade que o eleva como pessoa humana.
Deturpa a mensagem de Cristo aquele
que busca se acomodar à mentalidade do mundo.
...
O alvo a ser atingido a qualquer
custo é a felicidade neste mundo. Os meios não importam...
Se alguém só procura o que é terreno, ignora Deus,
por que se surpreender com tantos escândalos administrativo-financeiros,
violência, drogas, AIDS?
Devemos
contemplar o Mistério da Cruz... para realizar uma conversão
profunda da nossa vida: deixar-se transformar pela ação do
Espírito Santo... orientar com decisão nossa existência
segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo... abrindo-nos
à caridade de Cristo. (Papa
Bento XVI,
apud Dom Eugênio Sales).
Mistério
da Cruz
Toda
criatura
busca a perfeição –
uma harmonia a ser construída. Esta tarefa, ao ser posta de lado
por algum motivo, gera tensão e desordem. Assim, o instinto foi dado
ao homem como força protetora para salvar a si mesmo e fazer sobreviver
a coletividade. No primeiro caso, ele é espicaçado pela vontade
de reter e de usufruir bens materiais. Então, pela falta de autocontrole
e desprezo dos valores que devem alicerçar a conduta, surgem as mais
variadas deformações. Quem quer possuir dificilmente se dá
conta que pesa sobre o que ele acumulou uma grave 'hipoteca social'. O egoísmo
ofusca-o. Ele não vê as necessidades dos irmãos. Naturalmente
reage à penitência que exige uma justa distribuição.
A consciência de que nada nos pertence de maneira absoluta mostra
outra realidade: os que vivem em penúria, passam privações,
os doentes, os sem-emprego, os acabrunhados pelo luto. Nos hospitais e nas
prisões, em muitos lares, em locais de trabalho há pessoas
sofredoras. Na rua, irmãos sem amigos nem compreensão, sem
saber como enfrentar o dia de amanhã. Somente pelo esforço
contra as tendências deformadoras alcançaremos a harmonia interior
e a
harmonia
social.
Ao
falar em Satanás, é importante evitar dois erros. O de absolutizar
o Maligno, como se fosse uma terrível ameaça, em cada momento,
a cada pessoa, mesmo reta, verdadeira, humilde e fiel. O demônio pode
influenciar através das faculdades mentais e das tendências
da natureza. Ele, contudo, não tem poder sobre o íntimo da
pessoa –
sobre
sua liberdade e sobre
sua consciência –
que pertence diretamente a Deus. Uma
pessoa generosa, que procura guardar a retidão e a pureza de seu
modo de agir, e mesmo a criança, que reza com amor e confiança,
são mais fortes do que Satanás. De outro lado, há o
erro do racionalismo, supondo não existir aquilo que não podemos
ver e experimentar com nossos sentidos. Nesse caso está o Demônio.
O Novo Testamento fala freqüentemente no Diabo ou Satanás e
em demônios. E mostra seu lugar na História da Salvação,
tanto no evento central da vida de Jesus Cristo, como na Igreja. O anjo
decaído não pode ver Deus em Jesus; só pode constatar
com pavor e horror que este Profeta, superior a todos os outros, é
o perigo definitivo para as aspirações do inferno. Jesus é
apresentado como Aquele que venceu Satanás. O Maligno derrotado consegue
ainda atrapalhar e seduzir. O Novo Testamento não manifesta interesse
especulativo algum em descrever dramaticamente o universo dos demônios,
como o faziam certos livros apócrifos. Não existe uma demonologia.
O Novo Testamento tem, entretanto, um forte interesse em demonstrar que
Satanás e seus espíritos subalternos se apresentam no mundo
como adversários da salvação, de Jesus e de seus fiéis.10a
Importa
observar que os demônios não são apenas um poder anônimo,
impessoal. Mas, são espíritos criados, dotados de intelecto
e de vontade.10b
É
claro que nos casos de possessão diabólica existem também
elementos de doença.11
Devem
ser erradicados dois comportamentos errôneos: o que faz do diabo um
mito e aquele outro que o vê em toda parte. Esta última postura,
por vezes, serve para neutralizar ou justificar a nossa responsabilidade.
'Vigiai, porque não conheceis nem o dia nem a hora'. (Mt. XXV: 13).
Nos últimos tempos, penetraram
profundamente, na cultura dos povos, conceitos que outorgam ao subjetivo
a elaboração da verdade. Cada um julga, segundo parâmetros
por ele construídos, o que deve fazer ou omitir. No fundo, é
a substituição de Deus pelo homem.12
Hoje,
poderá ser proclamado certo o que ontem era errôneo.13
______
Notas:
1. Concordo com Dom
Eugênio quando diz que o
ser humano deve servir às justas aspirações da coletividade,
sem se fechar dentro de si mesmo, dos interesses imediatos.
Mas, não posso concordar com a afirmação de que o
homem é o único no Universo a transcender os limites estreitos
de sua balizada vida. Longe de mim querer ofender Dom Eugênio,
mas considero generalizadamente uma pretensão absurda e uma estreiteza
de espírito e de visão admitir que o homem seja o ente preferido
de Deus ou a mais importante criatura existente no Kosmos.
Isto, realmente, não tem o menor cabimento. Para não ir muito
longe, o que dizer da Grande Loja Branca, que congrega seres de várias
dimensões do Universo? E as próprias hierarquias angélicas
do Cristianismo, que, segundo o escritor, poeta e político italiano
Dante Alighieri (Florença, 1º de junho de 1265 – Ravena,
13 ou 14 de setembro de 1321), são assim classificadas: 1ª)
Serafins; 2ª) Querubins; 3ª) Tronos; 4ª) Dominações;
5ª) Virtudes; 6ª) Potestades; 7ª) Arcanjos; 8ª) Principados;
e 9ª) Anjos? Sei lá, mas acho que, mesmo considerando apenas
o planeta Terra, não se pode pensar que o homem (Homo
sapiens) seja o único a transcender os limites estreitos
de sua balizada vida. E se houver vida [super]consciente em outros estratos
terrestres desconhecidos por nós? E se existir uma civilização
intraterrena mais adiantada do que a nossa? E se...? E se...? Sobre este
tema vale a pena pesquisar o pensamento de Francis Bacon (Nova Atlântida),
Thomas Moore (Utopia), Tommaso Campanella (A Cidade do Sol),
Bulwer Lytton (A Raça Futura), James Hilton (Horizonte
Perdido), Helena Petrovna Blavatsky (Ísis Sem Véu
e A Doutrina Secreta), Saint-Yves d´Alveydre (Missão
da Índia), Ferdinand Ossendowski (Bestas, Homens e Deuses),
Alice Bailey (Um Tratado Sobre Magia Branca), René Guénon
(O Rei do Mundo), W. S. Cervé (Lemúria –
O Continente Perdido do Pacífico) e Raymond Bernard (A Terra
Oca). Com estes exemplos, não estou endossando nada nem sugerindo
nada; apenas, de certa forma, concordando com Shakespeare quando escreveu
em Hamlet, Ato 1, cena 5, 159 – 167: There
are more things in heaven and Earth, Horatio, than are dreamt of in your
philosophy. Existem mais coisas entre o céu e a Terra,
Horácio, do que pode sonhar tua filosofia. O fato é que cada
um deve pesquisar e chegar às suas próprias conclusões.
Tomar como base a pesquisa dos outros, tudo bem; considerá-la como
a última palavra ou como coisa definitiva, jamais. Isto é
submissão alienante.
Será?
2. Aqui,
há dois equívocos bem-intencionados, entretanto compreensíveis,
pois a visão/compreensão espiritual de Dom Eugênio é
superlativamente bíblico-teológica. Então, comentarei
o seguinte: primeiro, se a morte (ou transição) não
ocorresse, ficaríamos em um estado de maior ou de menor ignorância
para sempre, ou seja: nem lá nem cá, nem em alhures nem em
algures. Talvez, nem sequer em nenhures! As cordas, da Teoria das Cordas,
por exemplo – coitadas! – nem chegariam a ser barbantes. Aproveito
para comentar também que o Elixir da Longa Vida não tem por
objetivo manter uma encarnação para sempre. Prolonga a vida?
Sim, mas não indefinidamente. Na verdade, este Licor Alquímico
tem finalidades muito mais importantes e meritosas do que simplesmente prolongar
a vida por simplesmente prolongar... prolongar... prolongar... Em segundo
lugar, a morte não é a passagem para uma vida definitiva.
Não existe vida definitiva. Nada é definitivo. Tudo é
transeunte. Se a morte nesta dimensão e o nascimento em outra fossem
definitivos, a coisa recairia no caso anterior: o estado de de maior ou
de menor ignorância seria mantido para sempre. Tenhamos sempre em
mente que o Universo tem duas características básicas: mudança
e movimento. E isto vale para tudo. Não há exceção.
O fato é que, infelizmente, entre outros, os dois grandes problemas
da Igreja Católica e dos diversos Catolicismos foram o afastamento
da Gnose Cristã – que era e é Iniciática –
e, particularmente, a anatematização da Lei da Reencarnação.
Os diversos Catolicismos, hoje, devido basicamente à insciência/arrogância
em que se deixaram estruturar, nem ao menos podem ser considerados remedo
de sua matriz (fonte ou origem) – o Cristianismo Gnóstico.
3. Eu já não
posso dizer a mesma coisa. Não quanto a Deus, mas quanto às
minhas incertezas, hesitações, indecisões e imprecisões,
que são inúmeras. E quanto ao contentamento permanente, como
alguém pode viver satisfeito, feliz e alegre, na totalidade do tempo,
com tanta fome, tanta miséria, tanta injustiça, tanta doença,
tanto preconceito, tanta corrupção, tanto atordoamento, tanta
inflamação, tanto descalabro, tanta mentira, tanta tiranização
et cetera mundo afora? Em minha vida, há momentos que choro
tanto, que me desespero tanto, que chego a ter falta de ar. O que me salva
é minha alegria interior, que é mais forte do que tudo. Paz
ao mundo!
4. Mas isto não
diminui em nada nem deve limitar o papel e a importância da imprensa.
5. Não creio
mesmo que seja apenas dever de um bispo, por ser bispo, abrigar
os perseguidos. Isto é raciocinar hipoteticamente. Abrigar
os perseguidos é uma prestatividade fraterna que cabe
a todos nós e é mesmo um dever de todos nós: bispos,
não-bispos, religiosos ou ateus. Quantos arriscaram suas vidas, durante
o Holocausto, para salvar vidas de judeus do extermínio pelo Nazismo!
Além do conhecido empresário alemão Oskar Schindler
(Svitavy, 28 de abril de 1908 – Hildesheim, 9 de outubro de 1974)
que salvou 1.200 trabalhadores judeus do Holocausto, durante a II Guerra
Mundial, há muitos outros Justos entre as Nações, como
a escritora e resistente holandesa Cornelia Johanna Arnolda ten Boom, conhecida
como Corrie ten Boom (15 de abril de 1892 – 15 de abril de 1983),
que ajudou a salvar a vida de muitos judeus ao escondê-los dos nazistas,
o arquiteto sueco, empresário e diplomata Raoul Wallenberg (Lidingö,
4 de agosto de 1912 – Moscou, 17 de julho de 1947), que se tornou
famoso por conta de seus esforços bem-sucedidos para resgatar dezenas
de milhares de judeus da Hungria ocupada pelos nazistas durante o Holocausto,
o diplomata brasileiro Luíz Martins de Souza Dantas (Rio de Janeiro,
17 de fevereiro 1876 – Paris, 14 de abril de 1954), que, sob o ofício
de missão diplomática brasileira, na França, concedeu
vistos para o Brasil a vários judeus e outras minorias perseguidas
pelos nazistas durante a II Guerra Mundial, contrariando a política
do Governo de Getúlio Vargas, a poliglota brasileira Aracy Moebius
de Carvalho Guimarães Rosa (Rio Negro, Paraná, 5 de dezembro
de 1908 – São Paulo, 3 de março de 2011), segunda esposa
do escritor João Guimarães Rosa, que ajudou muitos judeus
a entrarem ilegalmente no Brasil durante o Governo de Getúlio Vargas,
o diplomata japonês Chiune Sugihara (1º de janeiro de 1900 –
31 de julho de 1986), que, durante a II Guerra Mundial, auxiliou os judeus
radicados na Lituânia a saírem do país, então
ocupado pelas tropas nazistas, fornecendo-lhes milhares de vistos de trânsito
para que pudessem viajar para o Japão, o diplomata português
Aristides de Sousa Mendes (Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, 19 de julho
de 1885 – Lisboa, 3 de abril de 1954), cônsul de Portugal em
Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi,
na II Guerra Mundial, que salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto,
e, por isto, foi cognominado de o
Schindler Português, a Princesa Vitória Alice Isabel
Julia Maria de Battenberg, mais conhecida como Princesa Alice de Battenberg
(25 de fevereiro de 1885 – 5 de dezembro de 1969), que, em Atenas,
durante a II Guerra Mundial, abrigou refugiados gregos, a Princesa Helena
da Grécia e Dinamarca (Atenas, 2 de maio de 1896 – 28 de novembro
de 1982), filha do Rei Constantino I da Grécia e de Sofia da Prússia,
que Durante a II Guerra Mundial, já como Rainha-Mãe, dedicou-se
de corpo e alma a tratar de feridos e a salvar judeus perseguidos pelo Nazismo
e tantos outros. Portanto, repito: abrigar
os perseguidos não é dever apenas de bispo,
de religioso ou de Iniciado. Abrigar
os perseguidos é dever abnegado, desprendido e generoso
de todos os seres-no-mundo.
6. Não importa
se o 'Código
Da Vinci' – romance
policial de autoria do escritor norte-americano Dan Brown (Exeter, 22 de
junho de 1964) –
tem ou não tem qualquer fundamento histórico.
O que importa maximamente é que tanto o livro quanto o filme estimularam
as pessoas a pesquisar coisas que nunca sequer haviam pensado que pudessem
ter acontecido. E por quê? Porque a Igreja Católica sempre
procurou esconder e suprimir tudo o que poderia ser uma ameaça ao
seu poder temporal, quando isto jamais deveria estar em causa. Ninguém
é dono de nada, muito menos do conhecimento.
7. Aqui,
para amenizar o inamenizável, só mesmo trovando na base do
Noel Rosa:
Por
que mentes tanto assim, senador?
Basta!
Ninguém güenta
mais!
Por que finges tanto assim, seu doutor?
Chega! Isto já está por demais!
Ora,
se é por causa de u'a graninha,
toma jeito; troca já essa rubrica!
Essa moléstia de só querer bufunfinha
não rende uma banana-nanica!
8.
Como já discuti este tema em outros trabalhos, recordarei apenas
o seguinte: ninguém conquistará o presumido reino dos céus
por ser celibatário e/ou se considerar interditado. Precisamos compreender
que não existe celibato exclusivamente físico, e, portanto,
o celibato sacerdotal, do tipo católico, ainda que se considere como
vocação e não como uma imposição da Igreja,
é uma supertolice, pois é morbidamente detrimental para a
saúde, tanto física quanto espiritual. O celibato só
tem cabimento quando está ancorado em uma experiência pessoal
transcendente de natureza Místico-iniciática. Qualquer coisa
diferente disto é doença... que produz doença. Enfim,
não esqueçamos de que os sacerdotes ortodoxos são casados.
9.
Estou de acordo com Dom Eugênio. Mas, pergunto: se, em um caso de
pedofilia, devidamente apurado e inequivocamente constatado, o padre pedófilo
é apenas transferido para outro paroquiato, isto adianta o quê?
Esta providência não transforma um pedófilo nem em um
pedófobo nem em um santo. A pedofilia, considerada pela Organização
Mundial de Saúde como um desvio sexual, é uma desordem mental
e de personalidade do adulto. Apesar de a pedofilia ser altamente resistente
contra interferência psicológica, ela, como acredita o Dr.
Fred Berlin, poderia ser claramente mais bem tratada com êxito, se
a comunidade médica desse mais atenção ao tema. Logo,
padre pedófilo, que geralmente busca o sacerdócio para dar
vazão à sua não reconhecida (por ele) patologia, precisa
de tratamento psicológico e de apoio comunitário, não
de acobertamento e de transferência de paróquia – sob
a alegação ou sob a norma, talvez, de que a
moral católica diferencia o pecador
do pecado
–
porque
isto nada mais é do que uma autorização inexplícita
para o padre continuar a agir como sempre agiu: pedofilizando a três
por dois. Em certas patologias, como a pedofilia, o grande problema é
que estão presentes e atuam forças poderosíssimas,
geralmente invisíveis, que escravizam a mente até a morte.
Inequivocamente, a incontrolável e desenfreada sensualidade de ontem
ou de anteontem se manifesta, hoje, como as mais variadas monstruosidades
e aberrações sexuais (parafilias), que só podem ser
explicadas ou entendidas pela Lei da Reencarnação. Ninguém
nasce pedófilo porque quer ou porque escolheu ser pedófilo.
A imantação ou propensão para a pedofilia vem de longe,
e, como outros desvios, normalmente, se manifesta por degeneração
de uma sensualidade exacerbada, tão antiga quanto constante. A zoofilia
erótica, geralmente derivada de um bloqueio afetivo de amor a um
parceiro humano, é um exemplo desta incontrolável e desenfreada
sensualidade de ontem ou de anteontem. Um outro tipo de distorção,
entre tantas outras, é ter uma relação sexual com qualquer
coisa que tenha um orifício. E, se esta qualquer coisa não
tiver um orifício, é muito fácil: o incontrolado fabrica
um.
10a
e 10b. Aqui, novamente, lamento discordar de
Dom Eugênio, pois seu entendimento sobre este tema é teológico
e segue a letra da Bíblia, e o meu é Iniciático-gnóstico.
Como já discuti à saciedade esta matéria, direi apenas,
a título de recordação do que já escrevi, que
não há demônios esvoaçantes por aí tentando
aliciar pecadores
impudentes e imprudentes. Nós, cada ser humano per
se, sim, é que construímos uma esfera vibratória
negativa e descensional, em virtude de nossas múltiplas ignorâncias
e de nossos multíplices preconceitos, misturados com desejos abomináveis,
paixões inadvertidas e cobiças injuriantes; isto é:
somos os pais-construtores do nosso inferno pessoal e da nossa legião
de demônios. Se esta legião de demônios atrai outros
demônios ou os demônios dos outros, é outra coisa; mas,
se não abrigássemos demônios em nosso interior, os tais
outros demônios nem sequer nos veriam. E assim, levando esta bagagem
maldita e podre em nossa personalidade-alma, de encarnação
para encarnação, de yuga
pra yuga,
padecemos e morremos a cada vida, quando deveríamos ascensionar rumo
à Santa LLuz
e Viver na LLuz.
Mas, tudo bem. Na verdade, o entendimento sobre esta matéria acaba
se tornando de somenos. Importa, sim, sobremaneira, que tentemos sempre
melhorar e corrigir nossos defeitos. Se nos esforçarmos, alguma ajudinha
teremos, porque não estamos nem sozinhos nem desamparados.
11.
Não são só as possessões diabólicas –
que, na realidade, não se resumem a simples possessões; tudo
o que se afasta do Harmonium
Universalis é doença que mata e gera a morte.
Morrer (transicionar) é uma necessidade ascensional e iluminante,
útil e insubstituível; mas não tem que ser nem pela
dor nem pela doença.
12.
E poderá haver coisa mais salutífera e auspiciosa do que esta?
Na medida em que o homem vai substituindo os deuses criados pelas superstições
humanas pelo Deus de seu Coração e, inspirado pela sua intuição,
elabora a sua verdade pessoal e interior, in
Corde, mais se aproxima, assintoticamente, da Verdade Cósmica
– una e, desde sempre, igual a Si Mesma – porque enquanto crer
ou necessitar das supostas verdades alheias, particularmente e piormente
das crendices religiosas, apresentadas por quem quer que seja, continuará
escravo de um alheamento subserviente e humilhante.
Trajetória
da Consciência
12.
E poderá haver, repito, coisa mais salutífera e auspiciosa
do que esta? Ou será que estamos fadados e agrilhoados a ser e a
viver como éramos e a depender e a acreditar no que nossos tataravós
achavam que era verdade? Ora, não estou dizendo que tudo deva ser
proclamado como errôneo e que deva ou tenha que ser reformado. Mas,
o não matarás,
que é eterno e intransmutável, também precisa ser atualizado,
porque não pode continuar a ficar restrito e adstrito apenas a seres
humanos. Por exemplo: por que assassinar, maltratar e vivisseccionar os
animais – nossos irmãos menores? Por que temos que continuar
acreditando que manga com leite faz mal? A má reputação
da mistura de manga com leite não passa de um mito, fabricado intencionalmente
na época do Brasil Colonial.
O leite era, então, um alimento bastante raro e caro, exclusivo
dos patrões – os senhores de engenho. Como eles não
queriam que essa preciosidade fosse consumida por escravos, inventaram e
espalharam a lenda, que sobreviveu até hoje, afirma a
nutricionista Anita Sachs, da Universidade Federal de São Paulo.
Enfim, as coisas são mesmo como a história do limbo católico
(que foi causado autocraticamente e – ainda bem! – descausado
democraticamente) e do Eppur
si muove (Contudo, ela se move) – frase polêmica
que, segundo a tradição, Galileo Galilei (1564 – 1642)
teria pronunciado baixinho perante os inquisidores esquizofrênicos,
depois de renegar sua visão heliocêntrica do mundo. Abaixo,
há uma animação pitoresca resumida, que representa
a evolução do pensamento científico, que sustentava
a existência de um Universo Geocêntrico (entre os pensadores
que defendiam esta teoria, os mais conhecidos são Aristóteles,
384 – 322 a.C., e Claudius Ptolemæus, 78 – 161 d.C., que,
na sua obra Almagesto, deu a forma final a esta teoria), para a
admissibilidade da Teoria Heliocêntrica do Sistema Solar, desenvolvida
pelo astrônomo e matemático polonês Nicolaus Copernicus
(1473 – 1543). É claro que a animação não
está totalmente correta, pois, inclusive, não está
em escala, mas é quase isso, e dá uma boa idéia de
como a água da insciência se transformou no vinho da sapiência
(sem que ninguém tenha ficado borracho). Tanta coisa precisa mudar!
Tanta coisa precisa ser atualizada! E o lucro – qualquer vantagem
ou benefício (material, intelectual ou moral) que se pode tirar de
alguma coisa – é uma delas. Um dia, haveremos de compreender
que para que alguém lucre alguém deve perder.
Geocentrismo
—› Heliocentrismo
(De Aristóteles/Ptolemæus a Copernicus/Galileo)
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.mathpuzzle.com/30November2008.html
http://adnuntiatum.wordpress.com/category/terra-oca/
http://muraldecristal.blogspot.com.br/
2011/10/mundo-intraterreno_19.html
http://cardealeugeniosales.blogspot.com.br/
http://www.123rf.com/photo_11557793_earth
-with-a-smiling-face-as-a-christmas-gift.html
http://www.freeprintablecoloringpages.net
/category/Weather
http://mundoestranho.abril.com.br/
materia/manga-com-leite-faz-mal
http://somostodosum.ig.com.br/
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http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/07/veja-frases
-que-marcaram-o-pensamento-de-dom-eugenio-sales.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Justos_entre_as_na%C3%A7%C3%B5es
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Princesa_Alice_de_Battenberg
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Aristides_de_Sousa_Mendes
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Chiune_Sugihara
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Aracy_de_Carvalho_Guimar%C3%A3es_Rosa
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Lu%C3%ADs_Martins_de_Sousa_Dantas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raoul_Wallenberg
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http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=1210
http://cardealeugeniosales.blogspot.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anjo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3
%AAnio_Sales#Cita.C3.A7.C3.A3o
Canto gregoriano
de fundo:
Ave Verum
Interpretação:
Schola Cantorum do Pontifício
Col. Intern. dos Beneditinos de S. Anselmo em Roma
Direitos
autorais:
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as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo)
neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright
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