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Notas:
1. Miserabilismo
é a tendência literária, artística e mesmo ensaística
de ressaltar os aspectos mais miseráveis, mais torpes, mais
abjetos, mais iníquos do homem e da sociedade. O miserabilismo não
deixa de ser uma forma de Tremendismo – corrente estética espanhola
do século XX que advoga, na expressão da realidade pela literatura
e nas artes plásticas, o exagero dos aspectos mais crus da vida.
2. Até
parece que sou contra a imprensa. Não sou; eu até gostaria
de ter sido jornalista. O que não concordo e não aceito é
o frenesi da mídia, isto é, a insistência sistemática
da mídia em divulgar, dias e semanas a fio, a preço de alpiste,
patologias (normalmente criminais) que só servem para adoentar (por
magnetização) as pessoas menos protegidas e mais aparvalhadas,
que almoçam e jantam vendo e discutindo durante as refeições
essas calamidades. E claro, para que uma notícia tenha audiência
e dê IBOPE, seus piores aspectos, geralmente, são jornalisticamente
os mais explorados e os mais veiculados, pois, de modo geral, as pessoas
se comprazem em saber, ver, ouvir e comentar desgraças. E a mídia
sabe disto muito bem, pois quando o assunto começa a comprometer
os índices de audiência, a matéria sai do ar como que
por encanto. Simplesmente evapora! Então, essa coisa midiática
é mais ou menos como cadáver que aparece no meio da rua: de
não sei onde, em cinco minutos, há centenas de pessoas papando
o pobre defunto; quando o rabecão aparece e recolhe o morto, como
no caso da mídia, as pessoas evaporam. É necessário
que se entenda de uma vez, que o que é sombrio só pode se
alimentar de sombras. Logo, se permiti(r)mos que nosso ser seja ou esteja
coberto de sombras... Bem, para que fique bem claro o teor desta reflexão
digo, finalmente, que tudo precisa ser mostrado e divulgado; a população
precisa estar informada. O que não se deve fazer é publicidade
opressiva (que, segundo Antônio Evaristo de Moraes Filho, é,
em última análise, o
julgamento antecipado da causa, realizado pela imprensa, em regra com veredicto
condenatório, seguido da tentativa de impingi-lo ao judiciário,
e que, sob este rolo compressor, quase sempre procura esmagar com opróbrio,
ao lado do réu, e à semelhança do que ocorria durante
as trevas da ditadura militar, a pessoa de seu advogado, pelo crime de haver
assumido o patrocínio de uma causa indigna) aproveitando
um determinado tema para envenenar as personalidades-almas, em um massacre
doentio, sem-fim e inócuo, day
in and day out. Por acaso alguém se lembra de quem foi
Orenthal James Simpson, mais conhecido por O. J. Simpson? Por acaso alguém
se lembra quem Guilherme de Pádua e sua mulher Paula Nogueira Thomaz
assassinaram? Por acaso alguém se lembra de Dana de Teffé?
Por acaso alguém se lembra de Sharon Marie Tate? Por acaso alguém
se lembra de Isabella Nardoni? Por acaso alguém se lembra de quem
foi Theodore Robert Cowell "Ted" Bundy? Por acaso alguém
se lembra de James Warren "Jim" Jones, fundador da igreja Templo
do Povo, que foi encontrado morto na Guiana com um ferimento de bala na
cabeça junto a outros 909 corpos? E por aí vai... Enfim, para
todos, assassinos e assassinados, cabe a nós fazer mentalmente o
que pudermos e soubermos fazer, para que haja compreensão, libertação
e um pouco de paz. Coscuvilhar sobre este assunto é uma pútrida
coscuvilhice que só faz magnetizar a podridão astral.
Fundo
musical:
Les
Misérables (Castle on a Cloud)
Fonte:
http://users.elite.net/gurpal/movie1.htm
Páginas
da Internet consultadas:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3248
http://www.ufmg.br/boletim/bol1235/pag8.html
http://downloads.open4group.com/wallpapers/
1024x768/nadador-monstro-10201.html
http://sobrenatural-infernodigital.blogspot.com/
2010/01/monstro.html
http://contra-movimento.blogspot.com/
2010_03_01_archive.html