Rodolfo
Domenico Pizzinga
O
ódio é, sem comparação,
o mais
maldito dos prazeres.1
Odiar
– sem qualquer compaixão –
é
o dia-a-dia de muitos não-seres.2
Quem
ama apenas com o coração
oscilará
sempre entre o mal e o bem;3
mas, aquele
que ama com o Coração
é
um instrumento do Sumo Bem.4
Nem
o ódio nem as bajulices
podem
ser cristais fiéis.5
Ambos
são ilógicas estultices.
Estultices,
a bem da verdade,
que podem
se tornar muito cruéis,
pois o
ódio é o catalisador da maldade.
1.
Now hatred is by far the longest pleasure; men love in haste, but they detest
at leisure. (George Gordon Noel Byron, 1788 - 1824). Mas, será
mesmo o ódio um prazer? Como eu não sei bem o que é
isso, tenho lá minhas dúvidas. Na verdade, só consigo
imaginar o que possa ser o ódio. E, mesmo assim, muito mal.
2. Aceito,
em parte, o pensamento de Parmênides. A Santa ShOPhIa é
um Peregrinar permanente em busca da inalcançável Via da Verdade
(Aletheia). Os não-seres referidos neste soneto são
todos aqueles que ainda dormem. Mas, como tudo é circunstancial temos
que Peregrinar, ainda que a realização total do ser como Ser
e no Ser seja uma impossibilidade. E assim: Ora et Labora; Solve
et Coagula.
3. Quelque
soin que l'on prenne de couvrir ses passions par des apparences de piété
et d'honneur, elles paraissent toujours au travers de ces voiles. Por mais
que cuidemos de encobrir nossas paixões sob aparências de piedade
e de honra, elas sempre transparecem através desses véus.
(La Rochefoucauld, 1613-1680).
4. Svmmvm
Bonvm.
5. Ni
el odio ni la lisonja son cristales fieles: adulteran la verdad; aquél,
de las virtudes hace vicios, y ésta, de los vicios virtudes. (Baltasar
Gracián, 1601-1658). É também de Gracián o pensamento:
El primer paso de la ignorancia es presumir de saber.
Websites
consultados:
http://www.renatodorfman.com/
newsletter/october2004/indexesp.htm
Fundo
musical:
Love
Is All
Fonte:
http://www.artemotore.com/midi/midi22501.htm
Ora
et Labora; Solve et Coagula.