O ETERNO RELATIVO

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

O Tempo

 

 

 

A mente de todos nós é o resultado do passado, não só a mente consciente, mas, também, a inconsciente, a mente que está sempre a funcionar, quer estejamos acordados, quer estejamos dormindo. [In: Viver Sem Temor, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

As muitas camadas do inconsciente, os ocultos temores, os impulsos, os motivos, os obstáculos tudo isso é resultado do passado. [Ibidem.]

 

 

 

Medo

 

 

 

Tenho medo do escuro,
tenho medo do trovão,
tenho medo de dedo-duro,
tenho medo do seu João.

Tenho fome de viver,
tenho fome de transar,
tenho fome de poder,
tenho fome de viajar.

Tenho sede de vinho,
tenho sede de ir ao pote,
tenho sede de beijinho,
tenho sede de papelote.

Tenho ódio de adesista,
tenho ódio de comuna,
tenho ódio de achadista,
tenho ódio de caripuna.

Tenho pavor de cafetão,
tenho pavor de urubu,
tenho pavor de mandão,

tenho pavor de baiacu.

Tenho birra com pato,
tenho birra com sacrista,
tenho birra com beato,

tenho birra com alarmista.

Tenho bronca de cafifa,
tenho bronca de terceira,
tenho bronca de patifa,

tenho bronca de fazer feira.

Tenho ojeriza de rolé,
tenho ojeriza de panqueca,
tenho ojeriza de pajé,

tenho ojeriza de moqueca.

Tenho empatia por ceguinho,
tenho empatia por belarmino,
tenho empatia por mudinho,

tenho
empatia por sassumino.

Tenho nojo das pitonissas,
tenho nojo dos pais-de-santo,
tenho nojo dos papa-missas,

tenho nojo dos campos-santos.

Tenho paixão por puta,
tenho paixão por futebol,
tenho paixão por batuta,

tenho
paixão por urinol.

Tenho cisma com cagüete,
tenho cisma com anchaci,
tenho cisma com alegrete,

tenho cisma com saci.

 

 

 

Saci também é gente!

 

 

 

Tenho apego ao dinheiro,
tenho apego ao passado,
tenho apego ao violeiro,

tenho apego ao quadrado.

Tenho tudo contra vampes,
tenho tudo contra galegos,
tenho tudo contra enzampes,

tenho tudo contra labregos.

Tenho pena de mim mesmo,
por essa vida desazada,
sem bússola, só a esmo,

sem encontrar a Estrada.

Mas, sei que isso passa,
pois, é próprio da escalada,
Enquanto isso, a batata assa,

e eu vou
percurando a Estrada.

 

 

 

Procurando

Ei, você aí,
me dá um dente aí,
me dá um dente aí!
Não vai dar?
Não vai dar não?
Você vai ver a baita bruxaria,
que eu vou fazer, pra você cair...
Me dá, me dá, me dá,
dá já um dente aí!

 

 

Só quando o espírito se encontra em um estado de correspondência com o desconhecido haverá a possibilidade de Criação, e Criar é a Verdade. [Ibidem.]

 

A verdadeira tranqüilidade mental só poderá vir com o autoconhecimento. Sem o autoconhecimento, a tranqüilidade da mente é pura ilusão, uma espécie de conveniência, uma coisa arranjada pela mente para a sua própria segurança. E em uma tranqüilidade desta ordem nunca a mente será capaz de perceber, de conhecer ou de receber o desconhecido. [Ibidem.]

 

 

 

Tranqüilidade

 

 

 

Se pertencermos a alguma sociedade, a algum grupo ou a alguma religião, se aceitarmos algum tipo de crença, seremos incapazes de escutar, pois, a nossa mente, de antemão, já estará condicionada. A mente condicionada não poderá escutar; não será livre para escutar. [Ibidem.]

 

O nosso maior problema é como operar uma completa transformação em nós mesmos, e não um mero ajustamento a uma determinada sociedade, ou a um determinado grupo, ou a uma determinada situação, o que é deveras infantil e inútil. O simples fato de nos ajustarmos ao que quer que seja não é liberdade. Ajustamento é prisão. [Ibidem.]

 

 

 

 


Tornei-me religioso,
e me ajustei aos dogmas.
Tornei-me partidário,
e me ajustei ao programa.
Tornei-me fora-da-lei,
e me ajustei ao esquema.
Tornei-me corrupto,
e me ajustei à podridão.
Tornei-me inocente útil,
e me ajustei aos mandados.
Tornei-me maridado,
e me ajustei à mornidão.
Tornei-me sem-bulhufas,
e me ajustei à míngua.
Tornei-me supermilionário,
e me ajustei à boa vida.
Tornei-me sacanocrata,
e me ajustei à imoralidade.
Tornei-me um conspirador,
e me ajustei ao conventículo.
Tornei-me um
serial killer,
e me ajustei à matança.
Tornei-me um terrorista,
e me ajustei às degolas.
Tornei-me um
hacker,
e me ajustei à ilegalidade.
Tornei-me um Discípulo,

e me desajustei de tudo.

 

Ver-nos tão claramente como vemos os nossos rostos em um espelho, sem desfiguração, em um percebimento sem escolha nenhuma, é o começo da [Compreensão da] Verdade. [Ibidem.]

 

Escolher é agir de acordo com um determinado condicionamento. No Verdadeiro Percebimento não há escolha. [Ibidem.]

 

A Verdade [ainda que seja sempre relativa] não poderá ser encontrada por intermédio de ninguém, em nenhum livro, em nenhuma religião. A Realidade só se tornará existente quando a mente estiver de todo tranqüila. A tranqüilidade só poderá advir com o autoconhecimento. O autoconhecimento não nos poderá ser dado por ninguém. O autoconhecimento terá que ser descoberto por nós, pessoalmente, momento por momento, todos os dias, eternamente. Então, por certo, quando isto começar a acontecer, aparecerá uma tranqüilidade mental, que não é morte, mas, uma paz realmente criadora, e, então, surgirá o Eterno [que também é relativo]. [Ibidem.]

 

 

 

 

 

 

Anteontem,
olhei para o céu,
e só vi escuridão.
Ontem,
olhei para o céu,
e vi 888 estrelas.
Hoje,
olho para o céu,
e vejo o Sistema Solar.
Amanhã,
olharei para o céu,
e verei a Via Láctea.
Um dia,
olharei para o céu,
e verei o Universo!

 

 

 

Relativo

 

 

 

Música de fundo:

Stardust
Compositores: Hoagy Carmichael (música) & Mitchell Parish (letra)
Interpretação: Nat King Cole

Fonte:

https://mp3pro.xyz/DjU6ZjrQulc

 

Páginas da Internet consultadas:

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