CHÃO DE ESTRELAS

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

Das ilusões, fui bagaço;

das belas, meio palhaço.

Da ignorância, fui cativo;

da vida, meio inexpressivo.

 

 

Do medo, fui prisioneiro;

do cousismo,1 meio parceiro.

Da madruga, fui solitário;

de mim, meio funerário.

 

 

 

 

Sim, fui; hoje não sou.

O vai-não-vai encerrou.

Queres saber? Eu ensino

como é ser Pequenino.

 

 

Evite fazer remendos.

Transmute os subtraendos.

Acredite no impossível.

O infactível é exeqüível!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Sant’Ana Dionísio, na Introdução às Obras de Leonardo Coimbra, assim resumiu o vício ou pecado cousista: ... tendência funesta e irreprimível do homem... para considerar como estático e definitivo, como realidade concluída e firme de uma vez para sempre, para não dizer como coisa feita, as próprias realidades espirituais, as idéias, os símbolos, as estratificações jurídicas, os transitórios preconceitos políticos ou sociais, as convenções históricas tidas como sagradas ou invioláveis, os princípios ou dogmas de ordem religiosa, múltiplas idéias-crenças, tidas como inalteráveis, de ordem científica.

 

Música de fundo:

Chão de Estrelas
Letra: Sílvio Caldas
Música: Orestes Barbosa

Fonte:

http://www.crlemberg.com.br/
musicas/nacio/chaodeestrelas.htm