As "Mônadas Lunares" são mônadas que, tendo terminado seu ciclo de vida na Cadeia Lunar, inferior à Cadeia Terrestre, encarnaram nesta última. Nosso satélite é apenas o corpo grosseiro de seus princípios invisíveis. Agora, se considerarmos que existem Sete Terras, da mesma maneira deve haver Sete Luas, das quais apenas a última é visível. O mesmo acontece com o Sol, cujo corpo visível é chamado de Mâyâ, um reflexo, assim como o corpo físico do homem. O Verdadeiro Sol e a Verdadeira Lua são tão invisíveis quanto o Homem Real, ensina uma máxima oculta. Na realidade, a Lua é o satélite da Terra, mas, apenas em um sentido, ou seja, no sentido de que a Lua gira em torno da Terra. Mas, nos demais aspectos, a Terra é o satélite da Lua, e não vice-versa. São evidências em apoio disto as marés, as mudanças cíclicas em muitas formas de doenças, que coincidem com as fases da Lua, o desenvolvimento das plantas e os fenômenos da concepção e da gestação humanas. [In: A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky.]

 

Existe um esquema evolutivo triplo em a Natureza, para a formação dos três Upâdhis periódicos, ou melhor, três esquemas separados de evolução, que em nosso sistema estão entrelaçados em todos os lugares. São: a Evolução Monádica (ou Espiritual), a Evolução Intelectual e a Evolução Física. Estas três formas de Evolução são aspectos finitos ou reflexos no campo da Ilusão Cósmica, de Âtmâ, o Sétimo, a Realidade Única. [Ibidem.]

 

A ignorância dos Princípios Ocultos e a imposição de conceitos falsos sob o disfarce de uma educação religiosa foi o que deu origem ao materialismo e ao ateísmo, como um protesto contra a suposta Ordem Divina das coisas. [Ibidem.]

 

 

 

 

— Ensinaram-me tantas e tantas besteiras...

Ensinaram-me tantas e tantas impropriedades...

Impuseram-me tantos e tantos preconceitos...

Impuseram-me tantos e tantos desatinos...

Submeteram-me a tantas e tantas prisões...

Submeteram-me a tantas e tantas sanções...

Obrigaram-me a tantos jesuitismos...

Obrigaram-me a tantos anacronismos...

Alucinações teológicas para lelé nenhum botar defeito.

Mirabolâncias surreais para esquizofrênico nenhum refutar.

Dogmas escalafobéticos para inquisidor nenhum querer piorar.

Interdições exóticas para tirano nenhum controverter.

Convicções errôneas para boçal nenhum se alforriar.

Medievalidades obsoletas para fidalgo nenhum impugnar.

Mas, o mais extraordinário de tudo isso foi que eu,

como múmia paralítica adormentada no Vale dos Reis,

acreditei piamente em todas essas besteiras,

fora as que eu, delirante, inventei por minha conta.

 

 

Múmia Paralítica Adormentada

 

 

— Uma dessas besteiras sesquipedais

foi que Deus, do nada e de não sei onde,

misteriosamente e inexplicavelmente,

quando eu era bem pequenininho,

sem que eu pedisse ou quisesse,

arbitrariamente, fabricou uma alminha para mim.

Depois, descaradamente, me disseram que eu

já nasci um pecador safado e sem-vergonha,

em virtude de um tal Pecado Original,

do qual eu nunca fui sócio nem tive nada a ver com isso,

até porque jamais conheci o seu Adão nem a dona Eva,

nem joguei bola de gude com o Abel nem com o Caim,

e, mormente, não suporto maçã nem posso ver réptil escamado,

seja uma Helicops leopardinus, seja uma Python reticulatus.

Ora, por favor, tenha a santíssima santa paciência!

Na época do Pecado Original, eu ainda era um bóson.

E desde quando bóson comete qualquer pecado?

E desde quando bóson come maçã?

E desde quando bóson se mete a besta com cobra?

Pecado Original? Pára com isso!

Bóson não peca; bóson passeia pelo Kosmos.

Não existe santo mais santo do que um bóson,

seja de Peter Higgs, seja de Rodolfo Pizzinga.

 

 

Eu-bóson passeando pelo Kosmos

 

 

— E assim, foram enchendo a minha cuca

com um sem-fim de coisas de somenos,

que, por anos, me atormentaram 'de somais'!

E foi o céu para os bem-comportados...

E foi o Hades para os malcomportados...

E foi a ejaculação do demônio...

E foi a tentação dos súcubos...

E foi o purgatório para os mais ou menos...

E foi o limbo para os nem uma coisa nem outra,

como foi o caso, por exemplo, de Sócrates e de Platão...

E foram os pecados veniais, mortais e capitais...

E foram as penas impostas para expiação destes pecados...

E foi o perdão dos pecados...

E foram as indulgências plenárias...

E foram as bênçãos apostólicas...

E foram as esconjurações...

E foi o Sacrifício Vicário...

E foi a excomunhão...

 

 

 

 

— E foi a existência de excêntricas promessas...

E foi a choramingação do Mestre Jesus...

E foi a morte, na cruz, do Mestre Jesus...

E foram os pobres de espírito bem-aventurados...

E foram sei-lá-quantos negócios do Deus...

E foram santinhos, pãezinhos e escapulários...

E foi santo padroeiro de todo tipo

e santo protetor para todo jeito de quizumba,

mas, curiosamente, para a COVID-19 não há nenhum...

E toca de gente ser infectada no mundo inteiro!

E toca de os infectados aumentarem no mundo inteiro!

E toca de morrer gente no mundo inteiro!

E toca de a aflição se multiplicar no mundo inteiro!

E toca de o choro e a dor avultarem no mundo inteiro!

E toca de o Presidente Bolsonaro não desistir da cloroquina!

E toca de o Presidente Bolsonaro insistir na flexibilização!

E toca de o fazer pouco caso da !

E toca de o povão estar mais tonto que vesgo em partida de tênis!

Nem o Boi Xavante passeia mais no seu pirogão cristalino,

e a perereca da vizinha, aí mesmo, é que não sai da gaiola!

Até o gato desistiu de caçar o passarinho ,

e o Dr. Bruce Banner não vira mais o !

Eu mesmo estou de molho sei lá há quantos meses!

Só faço ver TV, comer meleca e ficar dando pum no sofá!

Rezei para São Melecôncius e para São Flatulêncius,

mas, porém, todavia, contudo, não vi melhora nenhuma!

 

 

 

 

— Já não agüento mais ficar vendo NCIS, SVU, CSI, Havaí 5.0,

E não há santinho que resolva essa parada!

E Deus parece que não está dando a mínima!

Eu juro que não consigo entender nada disto!

E toca de o Novo Coronavírus engordar a cada dia!

Um amigo meu, que viu o Novo Coronavírus num baile funk,

disse que ele está mais gordo do que o Jô Soares!

 

 

Jô Soares

 

 

— Continuando: e foram sei-lá-quantas proibições...

Não pode isso... Não pode aquilo...

Isso não pode... Aquilo não pode...

Isso também não... Aquilo também não...

E foram sei-lá-quantas ameaças e intimidações...

E foram sei-lá-quantas ajoelhações...

Um zilhão de vezes eu disse: — 'Confiteor Deo Omnipotenti...'

'Mea culpa...' 'Mea culpa...' 'Mea maxima culpa...'

'Quia peccavi nimis: cogitatione, verbo et opere...'

Sempre querendo cantar de alegria: — 'Introibo ad altare Dei!'

E foram sei-lá-quantas abstinências...

E foram sei-lá-quantas continências...

E foram sei-lá-quantas privações...

E foram sei-lá-quantas decepções...

E foram sei-lá-quantos beija-mãos...

E foram sei-lá-quantos dízimos...

Quando recebia o , eu pagava dobrado!

Quando eu podia, dava uns caraminguás a mais!

E foi o 'deixai vir a mim as criancinhas'...

E foi o anátema sobre Maria Madalena...

E foi o Tribunal do Santo Ofício condenando...

E foram as cruzadas e mais cruzadas...

E foram bruxas e hereges queimando...

E foram as negociatas ilegais sem pudor e sem limite...

E foi a Reforma Protestante...

E foi o enricando...

E foram as conspirações aumentando...

E foi o assassinato do Papa João Paulo I...

E foi a campanha sistemática de ódio e aniquilamento

e conseqüente demonização da Teologia da Libertação...

E foi o império dos retrógrados restauracionistas...

 

 

 

Leonardo Boff
(Submetido ao Silêncio Obsequioso em 1985)

 

— E foi a pedofilia como nunca se viu antes...

E foi a infalibilidade papal infalibilizando...

E foi o celibato obrigatório obrigando...

E foi o eremitismo, por cagaço, isolando...

E foi o cilício afligidor vergastando...

E foi o perdão de Deus, que nunca perdoou ninguém...

E foi a 'vendetta' de Deus, que nunca castigou ninguém...

E foram falsidades, fraudes, quimeras, relambóias,

invencionices, interpolações, adulterações, apócopes...

 

 

 

 

Entretanto, a Religião Católica ainda não resolveu

a questão maldita da Grande Heresia da Separatividade,

que é o mais grave e o mais nefasto de tudo.

Sobre isto, ensinou o Mestre Ascensionado Tibetano Djwhal Khul:

Precisamos compreender que só há

Uma Escola [Verdadeira e Invisível],

Por outro lado, o Papa João XXIII disse:

— São vinte séculos mais a Idade do Salvador!

Se você fizer as contas, este tempo dá ± 2034.

Mas, o que isto significa é um mistério!

Eu me atrevo a imaginar que seja uma fronteira de atrição.

 

 

 

 

— Enfim, foi o medo de me rebelar e de descrer em tudo isto

e no resto, que não vale nem um pouco a pena recordar,

pois, em certo sentido, são coisas muito mais tenebrosas,

que me encavernaram no deserto e me apocoparam,

por tempo!

Por muito pouco eu não me tornei um eunuco

no harém do médium vitamina João de Deus!

Mas, acabei Compreendendo e, relativamente, me Libertando.

Não houve 'in principio'; não haverá 'in fine'.

Não houve 'Big Bang'; não haverá 'Big-sei-lá-o-quê'.

Não haverá destruição irreversível.

Não haverá apocalipse sem retorno.

Não houve 2012; não haverá 2060.

Fim de ciclo manvantárico é outra coisa.

Destruição para propiciar reconstrução é outra coisa.

Há o sempre em movimento-mudança permanente.

Somos responsáveis por tudo.

Para cada causa haverá um efeito.

Não há castigo nem prêmio.

Não existe morte; só existe vida.

Não existe jazigo; só LLux Æterna.

Educativamente, compensaremos até apre(e)nder.

Só há uma Mônada. Somos todos UM.

 

 

Varinha de Condão

 

 

— Meu mais fraterno almejo é que, como eu,

todos os entes humanos, relativamente, se libertem

de todas as religiões,

de todas as prisões,

de todos os tapa-olhos,

de todas as mordaças,

de todas as muletas,

de todos os gurus,

de todos os dogmas,

de todos os prejulgamentos,

de todos os coisismos,

de todos os medos,

de todas as dúvidas,

de todas as crendices,

de todas as imitações,

do seu próprio ego-manipura

e de todos os deuses

– tanto inexistentes quanto aprisionadores,

tanto quiméricos quanto falaciosos,

tanto botas-de-elástico quanto galharufas –

todos criados pelo próprio homem,

desde a mais remota Antigüidade até hoje,

com uma só e sinistra finalidade:

dominar e escravizar o próprio homem.

 

 

Somos todos UM