O ESPÍRITO DA MAÇONARIA
(Parte II)

 

 

 

Foster Bailey

Foster Bailey

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 


Informação Preliminar

 

 

 

Esta coletânea de excertos se constitui da 2ª parte de um estudo sistemático que fiz sobre a obra O Espírito da Maçonaria, tema Iniciático publicado por Foster Bailey – Discípulo do Mestre Morya temporariamente emprestado ao Mestre Djwhal Khul por trinta anos para auxiliar sua esposa Alice Ann Bailey em seu trabalho com D.K., ainda que, originariamente, Alice fosse Discípula do Mestre Kut Hu Mi – um conjunto de ensinamentos-ponte que pretendem facilitar a ligação da Antigüidade, particularmente da antiga Era de Peixes, com a emergente Era de Aquário, já em curso. De minha parte, com humildade, ofereço esta compilação a todos os Filhos da Viúva contemporâneos, como foram, no passado, por exemplo, o arquiteto Hiran Abiff, de Vida Elevada, da tribo de Neftali, e o meu avô materno português, António Maria da Silva, que emigrou para o Brasil e aqui faleceu, mas, quando jovem, lá no Porto, em Portugal, depois da borga, deve ter tomado muitas sopinhas de cavalo cansado.

 

 

 

 

Esquadro e Compasso Maçônicos


 

Código Moral Maçônico

 

 

 

Venera o Grande Arquiteto do Universo.

A verdadeira reverência que se dá ao Grande Arquiteto consiste nas boas obras.

Tem sempre tua alma em um estado puro para comparecer dignamente diante tua consciência.

Ama teu próximo como a ti mesmo.

Não faças o mal esperando o bem.

Faz o bem por amor ao próprio bem.

Estima os bons, ama os fracos, afasta-te dos maus, mas, não odeies ninguém.

Não lisonjeies teu irmão, pois, é uma perfídia; e, se teu irmão te lisonjeia, teme que te corrompa.

Escuta sempre a voz de tua consciência.

Sê o pai dos pobres; o pranto que tua severidade provocou será como tantas outras maleficências que cairão sobre ti.

Respeita o visitante local ou forasteiro e ajuda-lhe, pois, ele deve ser sagrado para ti.

Evita as querelas, previne os insultos e deixa que a razão fique sempre ao teu lado.

Partilha o teu pão com o faminto, e acolhe os pobres e os peregrinos em tua casa; quando vires um desnudo , cobre-o, mas, não desperdices tua comida com quem não a merece.

Não cedas à ira, porque ela repousa no seio do néscio.

Detesta a avareza, porque quem ama as riquezas nenhum fruto delas obterá, pois, isto também é vaidade.

Foge dos ímpios, senão tua casa será arrasada. Somente os lares dos justos florescerão.

No caminho da honra e da justiça está a vida, mas, o caminho transviado conduz à morte.

O Coração dos sábios está onde é praticada a virtude, e o dos néscios está onde se festeja a vaidade.

Respeita as mulheres. Jamais abuses de sua debilidade e, muito menos, penses em desonrá-las.

Se tens um filho, regozija-te, mas, sabe que para ter a confiança dele, terás de fazer com que, até os dez anos, ele te tema, até os vinte, ele te ame, e até a morte, ele te respeite. Até os dez anos, sê o mestre; até os vinte, sê o pai; e até a morte, sê o amigo. Dê a ele bons princípios antes que belas maneiras, e lhe dê retidão esclarecida, e não frívola elegância. Cria um homem honesto antes que um homem hábil.

Não te envergonhes e nem te orgulhes do teu destino; pensa que é a forma de o cumprir que te fará envergonhado ou orgulhoso.

Lê e aproveita, vê e imita, reflete e trabalha, ocupa-te sempre com o bem dos teus irmãos e trabalha para ti mesmo.

Contenta-te com tudo, de tudo e por tudo.

Não sejas rápido para julgar os homens. Não reproves e muito menos elogies. Procura, antes disto, sondar bem os Corações, para apreciar suas obras.

Entre profanos, sê livre sem licença, grande sem orgulho e humilde sem baixeza. Entre Irmãos, sê firme sem ser tenaz, severo sem ser inflexível e submisso sem ser servil.

Fala moderadamente com os grandes, prudentemente com teus iguais, sinceramente com teus amigos, docemente com os pequenos e ternamente com os pobres.

Justo e valoroso, defende o oprimido e protege o inocente, sem esperar nada dos serviços que prestares.

Exato apreciador dos homens e das coisas, não atenderás mais que ao mérito pessoal, sejam quais forem suas classes, seus status esuas riquezas.

O dia que se generalizem estas máximas entre os homens, a espécie humana será feliz, e a Maçonaria terá terminado sua tarefa e cantará seu Triunfo Regenerador.

 

 

 


 

 

Excertos

 

 

 

Os aspectos políticos, as atitudes comerciais, os propósitos sociais e as implicações espúrias e secretas devem morrer e desaparecer. As coisas antigas e decrépitas irão passar. As atividades caducas, ofensivas e malévolas terminarão. As interpretações ultrapassadas e ignorantes cederão seus lugares à Verdade e à LLuz. O egoísmo, a ambição, a separatividade, os motivos errôneos e a propaganda política também desaparecerão. Nada disto tem lugar na Maçonaria, pois, se opõe ao Plano do Desenho Divino.

 

 

 

 

O egoísmo humano não tem lugar no Templo que está em processo de construção, pois, Ele é amplo, vasto e alto o suficiente para abraçar todos os candidatos que buscam a Divindade, e usá-los em proveito da Obra e para o benefício da Humanidade.

 

A Maçonaria é um organismo vivente, preserva os Antigos Landmarks1 e constrói permanentemente o Templo do Senhor.

 

A Verdade jamais será descoberta pela rígida adesão a qualquer crença dogmática nem pelos esforços determinados de qualquer devoto para provar seu ponto de vista particular.

 

A Maçonaria derivou ou foi fundada com base em uma Religião Divinamente Comunicada, que precede os primeiros relatos da criação, conforme está indicado na Bíblia. A Maçonaria e seus rituais alegóricos, seus símbolos e seus números foi tudo o que nos deu a Primeira Religião Unificada do mundo, que floresceu em tão remota Antigüidade, que é impossível estabelecer uma data correta.

 

O Credo de um Maçom está ancorado em Dois Princípios, e todas as doutrinas e princípios menores são apenas expansões e interpretações destas duas Verdades Fundamentais.

1º Princípio: Deus Altíssimo o G.A.D.U. (Grande Arquiteto do Universo) vive e é. Ele se expressa a Si-mesmo como G.G.D.U. (Grande Geômetra do Universo), fundando os mundos sobre o Número e sobre a Palavra, e por Ele os mundos foram construídos.

2º Princípio: Todos os seres-humanos-aí-no-mundo são filhos da LLuz, filhos do Pai e herdeiros dos séculos, e, portanto, são imortais.

 

A estrutura original da Verdade e os Antigos Ensinamentos permanecem intactos.

 

 

 

 

Os Antigos Mistérios eram guardiães temporais da Antiga Verdade, e estão intimamente vinculados coma Obra Maçônica do presente. Entre outros, os Mistérios dos Cabires, os da Samotrácia, os de Elêusis e os de Jesus fazem parte desse antigo fio, que teve origem na primigênia religião e termina, hoje, na Maçonaria.

 

Em todos os Mistérios, assim como na simbologia bíblica e na Maçonaria, recorrentemente, encontramos a presença do Número 12.

 

Sempre há uma jornada, sempre há uma peregrinação, sempre há um processo adiante ou ao redor, sempre há uma busca da LLuz, sempre há uma caminhada do Ocidente para o Oriente, sempre há uma circunvolução.

 

 

Arqueômetro2
(Joseph Alexandre Saint-Yves D’Alveydre)

 

A idéia de Viagem [Peregrinação] está por trás da Iniciação Maçônica integral: a Viagem em busca de LLuz, a Viagem em busca de Conhecimento e a Viagem em busca da Palavra do Mestre. [Isto pode ser resumido em uma Viagem Iniciática em busca da Compreensão-Libertação.]

 

 

 

 

Os dois pilares Boaz (à esquerda) e Jachim (à direita) estão vinculados com a jornada zodiacal de todos nós através dos Doze Signos do Zodíaco, e representam o Signo de Gêmeos, no qual, talvez, a busca da LLuz tenha começado.

 

 

Boaz e Jachim

Boaz e Jachim

 

 

No Signo de Gêmeos, a dualidade do ser-humano-aí-no-mundo está simbolizada pelos gêmeos. O ser-humano-aí-no-mundo bom e mau em sua própria natureza, procedendo das trevas e buscando a LLuz. O ser-humano-aí-no-mundo composto de dois aspectos ou duas naturezas, porque o primeiro é da Terra, terrestre, e o segundo é o Senhor do Céu. O ser-humano-aí-no-mundo filho da viúva, mas, também, o filho da LLuz. Deus e o ser-humano-aí-no-mundo unidos, simbolizados pelos dois irmãos Castor e Pollux3, significando mortalidade e imortalidade.

 

Foi na antiga Lemúria que o primeiro ser-humano-aí-no-mundo andou sobre a Terra. Ele era pouco mais que um animal, cego para todos os verdadeiros valores da vida e sem qualquer entendimento. Era uma [personalidade-]alma em uma prisão profunda e escura, com a Luz que está oculta em cada forma perdida e velada, invisível e desconhecida. Mais tarde, na Civilização Atlante, a raça humana chega a um ponto em que pode começar a subjugar suas paixões e a cultivar as artes e ciências, o que a levará a uma escala de vida mais elevada. A glória desta nossa Raça Ariana é o seu desenvolvimento mental. Na Maçonaria, toda esta história racial é indicada no trabalho dos três graus da Loja Azul.

 

Nunca esqueçamos de que toda forma externa organizada (e a Maçonaria não é exceção) é a forma externa, visível e objetiva de uma Realidade Subjetiva Interna e Espiritual. Neste sentido, a Loja embaixo tem uma correspondência com uma Loja no Alto. Uma Loja Maçônica é uma réplica em miniatura da Loja Divina o Templo do Senhor, nos Céus. Em outras palavras: uma Loja Maçônica é a expressão terrestre de um Arquétipo Celestial. [Portanto, se há uma Maçonaria manifestada na Terra, há uma Maçonaria Celeste Eterna, Verdadeira e Invisível. Este conceito é válido para todas as outras Fraternidades Místico-Iniciáticas. Simbólica e pictoricamente, a animação abaixo mostra isto.]

 

 

 

 

Sensibilidade Emocional —› Resposta Mental —› Palavra Substituta —› PALAVRA PERDIDA (a ser encontrada pela Humanidade como um todo, através dos seres-humanos-aí-no-mundo já ressurrectos). Então, o pleno significado das palavras escritas por São João Evangelista (João I: 1) se manifestará: No princípio, era o Verbo, o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Os Iniciados da Loja no Alto receberam a Palavra Substituta do Mestre. Eles não podem, ou melhor, decidiram não receber a Verdadeira Palavra, até que a Loja Celestial tenha sido completada pela elevação de todos os filhos dos homens. Este é o mais profundo Mistério Maçônico, e entre os MM.MM. do mundo, somente o Verdadeiro Iniciado compreenderá isto.

 

No antigo Templo de Salomão, a Verdadeira Shekinah brilhava, e é onde todos os seres-humanos-aí-no-mundo deverão, eventualmente, encontrar o Caminho. A Verdadeira Shekinah é a LLuz que brilha no Oriente, indicando a Presença do Deus Eterno.

 

O Tabernáculo no Deserto simboliza o Primeiro Grau, o Templo de Salomão simboliza o Segundo Grau e o Templo de Ezequiel simboliza o Terceiro Grau, entretanto, ainda não construído, porque a Palavra Perdida permanece sem ser encontrada.

 

O ser-humano-aí-no-mundo é o templo do Deus vivo.

 

Quando a [personalidade-]alma e o corpo, a consciência e a forma e a qualidade e a aparência estão mesclados em um todo, então, o resultado é a Beleza.

 

Se o Cristo está em nós, a esperança é de Glória.

 

A antiga seqüência Beleza –› Sabedoria [ShOPhIa] –› Força, hoje, se manifesta como Sabedoria –› Força –› Beleza. Mais tarde, a ordem será Força (ou Vida) –› Sabedoria –› Beleza.

 

Podemos discernir três períodos em que a Loja no Alto precipitou uma crise e trouxe desenvolvimentos mais definidos dentro do Templo. Estes três períodos são: 1º) no tempo do Rei Salomão, quando a ênfase foi colocada na materialização do Templo de Deus na Terra; 2º) no tempo de Buddha, quando foi acentuada a Sabedoria; e 3º) no tempo de Cristo, quando foi expressado o Amor de Deus e foi ensinada a importância do Serviço e do Sacrifício.

 

A Maçonaria é o símbolo da Realidade Interna a Verdadeira Religião da Humanidade.4

 

 

 

Continua...

 

 

 

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Notas:

1. Os Landmarks da Maçonaria são as mais antigas leis que a regem. O último Landmark diz que nenhum dos anteriores deve ser mudado. Nolumus Leges Mutari. Assim como de nossos antecessores recebemos os Landmarks, assim os devemos transmitir aos nossos sucessores.

2. O vocábulo Arqueômetro é originário do védico e do sânscrito: ARKA-METRA. A palavra ARKA (que significa Sol) pode ser subdividida em AR e KA. AR representa a Roda Radiante da Palavra Divina (a Temura principal de AR é RA); e KA recorda a mathesis primordial. Este saber universal (Characteristica Universalis para Leibniz), que se constitui no fundamento de todas as artes, religiões e ciências, une o Espírito, a Alma e o Corpo da Verdade, demonstrando, assim, na observação pela experiência, a Unidade de sua Universalidade no duplo Universo e em seu triplo estado social (ordem econômica, ordem jurídica e ordem universitária). ARK, em outra dimensão, significa a potência da manifestação e seu festejo pela PALAVRA (VERBUM DIMISSUM). A inversão de ARK produz KRA, KAR e KRI, que, basicamente, significam cumprir uma obra, conservando e continuando uma Criação. MATRA é a medida-mãe por excelência, expressando a unidade em todas as coisas. MAeTRA é, também, o sinal métrico do Dom Divino, o da Substância em todos os graus proporcionais de suas equivalências. No grau psíquico universal – AMaTh do AThMa e AThMa do AMaTh e sua MaThA – simbolizam a bondade maternal e o amor (AHBH) feminino de Deus para com toda a criação. Criar é amar. Desposar. Toda a Sabedoria Arqueométrica está inscrita em um círculo de 360º, dividido em triângulos de 12 seções de 30º cada.

3. Castor e Pollux eram dois irmãos gêmeos das Mitologias Grega e Romana, filhos de Leda com Tíndaro e Zeus, respectivamente, irmãos de Helena de Tróia e Clitemnestra, e meio-irmãos de Timandra, Febe, Héracles e Filónoe. No mito, os gêmeos partilham a mesma mãe, porém têm pais diferentes, o que significa que Pollux, por ser filho de Zeus, era imortal, enquanto Castor não era. Com a morte deste, Pollux pediu a seu pai que deixasse seu irmão partilhar da mesma imortalidade, e, assim, teriam sido transformados na Constelação de Gêmeos.

 

 

Castor e Pollux

Castor e Pollux

 

 

4. Em um outro documento, O Discipulado de Alice Bailey, Foster Bailey adverte: Nenhum discípulo deverá tomar uma decisão unilateral sobre o seu trabalho, se ele for afetar a vida discipular de outro discípulo... Podemos aumentar o nosso impacto construtivo no mundo, se utilizarmos nossas auras mais conscientemente e nossas vontades mais definidamente, para conhecer as necessidades subjetivas daqueles que entram em nossas vidas... A crítica pessoal é o veneno mais potente da vida grupal...

 

Bibliografia:

SAINT-YVES D’ALVEYDRE. El Arqueómetro/L’Archéomètre. 2ª ed. Traduzido por Manuel Algora Corbí. España: Editorial Humanitas, S.L., 1997, 340 p. il.

 

Música de fundo:

Hino da Maçonaria Brasileira
Compositores: D. Pedro I & Otaviano Bastos
Interpretação: Orquestra Sinfônica de Santos

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=aE5s7w-fz24

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.encontroespiritual.org/
bartigos/bartigos_discipulado.html

http://bestanimations.com/

http://www.ninagryphon.com/castor-mortal-twin-star/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Castor_e_P%C3%B3lux

https://www.eramuslim.com/

https://dribbble.com/

https://espaciokairaba.com/sanacion-por-arquetipos-2/

https://tvaraj.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Landmarks

https://pael.mvu.com.br/Loja/5375/Midia/OS_ANTIGOS_
LANDMARKS_DA_ORDEM_COMENTADOS(2).pdf

http://blogoaprendiz.blogspot.com.br/
2010/07/codigo-de-moral-maconica-1717.html

http://pedraoculta.blogspot.com.br/2014/09/
codigo-maconico-as-normas-de-lausanne.html

http://solepro.com.br/Musica/Hinos/
HinoMaconico/Hino%20Ma%C3%A7onaria.pdf

http://webpages.charter.net/
cfpeterson/masonry-catachism.html

https://www.gllp.pt/node/26

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7onaria

https://www.ouvirmusica.com.br/hinos/307175/

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.