A ESPADA INICIÁTICA

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Deveis amar a paz como meios de novas guerras, e a breve paz mais do que a prolongada! A boa guerra santifica todas as coisas. Uma espada [Espada Iniciática] quer beber sangue, e cintila com o seu ardente desejo. [In: Also Sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen (Assim Falou Zaratustra: um Livro Para Todos e Para Ninguém), escrito pelo filólogo, crítico cultural, poeta e compositor e filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche.]

 

 

 

Paz

 

 

 

A paz kantiana1 e categórica é impossível:

o Bom Combate deve ser permanente.

A paz kantiana e categórica é infazível:

não há vitória imperturbável.

A paz kantiana e categórica é impresumível:

sempre haverá um degrau a subir.

A paz kantiana e categórica é irrequerível:

sempre haverá uma ponte a cruzar.

 

 

 

 

A paz kantiana e categórica é irresolvível:

sempre haverá um quando a ser atingido.

A paz kantiana e categórica é intangível:

não há um horizonte finalmente observável.

A paz kantiana e categórica é inaurível:

não há um paraíso inalterável.

A paz kantiana e categórica é irreconhecível:

não há modificação imodificável.

A paz kantiana e categórica é improdutível:

sempre haverá desencontros.

A paz kantiana e categórica é inascível:

sempre advirá um Grande Encontro.

A paz kantiana e categórica é inapreensível:

sempre haverá esquecimentos.

A paz kantiana e categórica é infactível:

sempre haverá Momentos Inesquecíveis.

A paz kantiana e categórica é inexistível:

só a Boa Guerra trará transformações.

A paz kantiana e categórica é aborrecível:

quem esperançar não alcançará.

A paz kantiana e categórica é inacessível:

sempre haverá curvas na Estrada.

 

 

 

 

A paz kantiana e categórica é incondizível:

sempre haverá Dias e Noites na Senda.

A paz kantiana e categórica é inconhecível:

sempre haverá Oitavas a avistar.

A paz kantiana e categórica é inobtenível:

sempre haverá o que Transmutar.

A paz kantiana e categórica é inacontecível:

o ilimitado sempre será ilimitado.

A paz kantiana e categórica é incognoscível:

o inalcançável sempre será inalcançável.

A paz kantiana e categórica é inconseguível:

o futuro sempre estará no presente.

A paz kantiana e categórica é indefinível:

o definitivo jamais será definitivo.

A paz kantiana e categórica é inadmissível:

pifa um dragão, mas, pinta outro.

A paz kantiana e categórica é inadquirível:

morre uma ilusão, mas, nasce outra.

A paz kantiana e categórica é implausível:

some uma miragem, mas, brota outra.

A paz kantiana e categórica é inadquirível:

encerra-se um tempo, mas, vige outro.

A paz kantiana e categórica é inexeqüível:

termina um desejo, mas, é gerado outro.

A paz kantiana e categórica é inatingível:

exaure-se uma paixão, mas, é formada outra.

A paz kantiana e categórica é inauferível:

acaba uma cobiça, mas, é desenhada outra.

A paz kantiana e categórica é inconstruível:

esgota-se uma vida, mas, começa outra.

A paz kantiana e categórica é indisponível:

finda uma lição, mas, principia outra.

A paz kantiana e categórica é inexercível:

zera uma experiência, mas, se abre outra.

A paz kantiana e categórica é inexprimível:

conclui-se uma Iniciação, mas, surge outra.

A paz kantiana e categórica é indescritível:

A paz kantiana e categórica é incompatível:

o Universo não fica inerte nem é estático.

A paz kantiana e categórica é insucessível:

ora começo-sem-começo, ora fim-sem-fim.

A paz kantiana e categórica é imanutenível:

ora dormir-acordar, ora acordar-dormir.

A paz kantiana e categórica é impreenchível:

ora vida-morte, ora morte-vida.

A paz kantiana e categórica é inconceptível:

o Universo não foi-é-será engessado.

A paz kantiana e categórica é indescobrível:

a Tetractys está sempre se ampliando.

 

 

Tetractys

 

A paz kantiana e categórica é inconcessível:

a Compreensão é interminável.

A paz kantiana e categórica é incabível:

a mudança se repete perpetuamente,
(porém, o equilíbrio é indestrutível.)

 

 

 

Non nobis Domine, Non nobis Domine,
Sed Nomini Tuo da gloriam.2

Non mihi, non mihi Domine;
sed Nomini Tuo da gloriam!3

Fiat Voluntas Tua.4

Domine, non sum dignus
ut intres sub tectum meum,
sed tantum dic Verbo
et sanabitur anima mea.
5

 

 

 

Paz

 

 

 

______

Notas:

1. O filósofo prussiano Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – Königsberg, 12 de fevereiro de 1804), no século XVIII, em 1795, publicou a obra Zum Ewigen Frieden (Pela Paz Perpétua) – uma proposta de constituição republicana fundamentada em três princípios: liberdade dos membros de uma sociedade enquanto homens, dependência enquanto súditos e igualdade enquanto cidadãos.

2. A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (em latim: Pauperes Commilitones Christi Templique Salomonici), conhecida como Cavaleiros Templários, Ordem do Templo (em francês: Ordre du Temple ou Templiers) ou, simplesmente, como Templários, foi uma ordem militar de Cavalaria. A organização existiu durante cerca de dois séculos, na Idade Média (de 1118 a 1312), tendo sido fundada no rescaldo da Primeira Cruzada, proclamada em 1095 pelo Papa Urbano II com o objetivo duplo de auxiliar os cristãos ortodoxos do leste e libertar Jerusalém e a Terra Santa do jugo muçulmano. Os Templários faziam votos de pobreza, castidade, devoção e obediência, e usavam mantos brancos com a característica cruz vermelha, e o seu símbolo passou a ser um cavalo montado por dois cavaleiros. A Regra desta Augusta Ordem de monges guerreiros foi escrita por Bernard de Clairvaux (4 de dezembro de 1090 – 20 de agosto de 1153). A sua divisa foi extraída do Livro dos Salmos: Non nobis Domine, non nobis, sed Nomini Tuo da gloriam (Slm. 115:1 - Vulgata Latina) que significa: Não a nós, Senhor, não a nós, mas, pela Glória de Teu Nome.

 

Selo dos Cavaleiros Templários

 

3. Não a mim, Senhor, não a mim, mas, pela Glória de Teu Nome.

4. Faça-se a Tua Vontade.

5. Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha Casa, mas, dizei uma só Palavra e minha personalidade-alma será curada.

 

Musica de fundo:

Moment of Peace
Composição: Amelia Brightman & Carsten Heusmann
Interpretação: Gregorian & Amelia Brightman

Fonte:

https://mp3.gisher.org/songs/29/

 

Páginas da Internet consultadas:

https://allfree-clipart-design.com/

https://pngtree.com/so/bridge-vector

http://www.rahul.net

https://luizantoniosoares.blogspot.com

https://amaterasu.com.ar

https://peaceartsite.com/peace-designs-9.php

https://giphy.com/

 

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