REFLEXÕES DE ERNESTO SABATO

 

 

 

Ernesto Sabato

Ernesto Sabato

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo é uma compilação de reflexões do romancista, ensaísta e artista plástico argentino Ernesto Sabato (Rojas, 24 de junho de 1911 – Santos Lugares, 30 de abril de 2011).

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

 

Ernesto Sabato

Ernesto Sabato
(Auto-retrato)

 

 

 

Ernesto Sabato nasceu na Província de Buenos Aires, em 24 de junho de 1911, filho de Francisco Sabato e Juana María Ferrari, e foi o décimo de onze filhos.

 

Em 1924, saiu da escola primária de Rojas. Realizou seus estudos secundários no Colegio Nacional de La Plata, que concluiu em 1928. No ano de 1929, entrou na Faculdade de Ciências Físico-Matemáticas da Universidade Nacional de La Plata.

 

Ernesto foi um militante ativo do movimento de reforma universitária, fundando o Grupo Insurrexit, em 1933, de tendência comunista. Ainda no ano de 1933, foi eleito Secretário-geral da Juventude Comunista. Em um curso, conheceu Matilde Kusminsky Richter, uma estudante de 17 anos, que abandonou a casa de seus pais para viver com ele.

 

Em 1934, viajou a Bruxelas como delegado do Partido Comunista ao Congresso contra o Fascismo e a guerra. Devido aos inconvenientes reinantes em Moscou, abandonou o Congresso e fugiu para Paris. Regressou a Buenos Aires em 1936 e se casou com Matilde.

 

Em 1938, Ernesto obteve um Doutorado em Física na Universidade Nacional de La Plata. Graças a Bernardo Houssay, lhe foi concedida uma bolsa anual para realizar trabalhos de investigação sobre radiação atômica no Laboratório Curie, em Paris. Nasce seu primeiro filho, Jorge Federico. Em 1939, foi transferido para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), deixando Paris antes do estouro da Segunda Guerra Mundial.

 

Voltou à Argentina em 1940 para ser professor da Universidade de Buenos Aires. Em 1943, devido a uma crise existencial, decide se afastar definitivamente da área científica, para se dedicar completamente à Literatura e à pintura.

 

Ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, nasce seu segundo filho, Mario Sabato que será um reconhecido diretor de cinema.

 

Em 1945, publica seu primeiro livro, Nós e o Universo, uma série de artigos filosóficos nos quais critica a aparente neutralidade moral da ciência e alerta sobre os processos de desumanização nas sociedades tecnológicas. Com o tempo, vai construindo uma postura libertária.

 

1948 marcou o início do repentino prestígio de Sabato: publicou seu primeiro romance, O Túnel, de polida construção psicológica de personagens e de apurada narrativa. Enraizada no Existencialismo, uma corrente filosófica de enorme difusão no pós-guerra, O Túnel recebeu críticas entusiastas de Albert Camus, que fez com que a obra fosse traduzida para o francês por Gallimard.

 

Em 1961, Ernesto publica Sobre Heróis e Tumbas, que foi considerado como o melhor romance argentino do século XX. Trata-se de um romance complexo, no qual a história de decadência de uma família aristocrática se intercala com um comovedor relato intimista sobre a morte do General Juan Lavalle, herói da Independência Argentina, e sobre a qual se fez uma peça poética-musical anos depois, com o músico Eduardo Falú, com o título de Romance Para a Morte de Juan Lavalle. O romance inclui também um famoso Informe sobre cegos, que, às vezes, foi publicado como peça separada, e que serviu de base para um filme. Trata-se de um texto tortuoso que coloca o protagonista nu, em um ambiente infernal e opressivo, em uma história de pesadelo e paranóia, que transcorre nos sótãos e subterrâneos de Buenos Aires.

 

No ano de 1975 recebeu o Prêmio de Consagração Nacional da Argentina. Dois anos mais tarde recebeu na Itália o Prêmio Medici.

 

Por solicitude do Presidente Raúl Alfonsín, presidiu entre 1983 e 1984 a CONADEP (Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas), cuja investigação, publicada no livro Nunca Más, abriu as portas para o julgamento dos militares da ditadura argentina.

 

Em 1984, recebeu o Prêmio Cervantes. No ano de 1987, foi homenageado na França como Comandante da Legião de Honra. Dois anos mais tarde, em 1989, recebeu em Israel o Prêmio Jerusalém. No mesmo ano recebeu um Doutorado honoris causa da Universidade de Murcia, na Espanha.

 

Em 1991, recebeu um Doutorado honoris causa da Universidade de Rosario, na Argentina, e, em 1993, recebeu um Doutorado honoris causa da Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil. A mesma honra lhe foi outorgada por parte da Universidade de Turin, na Itália, em 1995, ano em que morreu seu filho Jorge em um acidente automobilístico.

 

Ernesto Sabato faleceu na madrugada de 30 de abril de 2011, aos 99 anos de idade.

 

 

 

Reflexões Sabatianas

 

 

 

Sobre sua estada em Paris: Durante esse tempo de antagonismos, pela manhã me sepultava entre eletrômetros e provetas e anoitecia nos bares, com os delirantes surrealistas. No Dome e no Deux Magots, alcoolizado com aqueles enviados do caos e da transgressão, passávamos horas elaborando cadáveres refinados.

 

Sobre sua obra Sobre Heróis e Tumbas: Quando decidi usá-lo em meu romance, não era, de modo algum o desejo de exaltar Lavalle, nem de justificar o fuzilamento de outro grande patriota como foi Dorrego, mas, sim, de conseguir através da linguagem poética o que jamais se consegue através de documentos de partidários e inimigos: tentar penetrar nesse coração que abriga o amor e o ódio, as grandes paixões e as infinitas contradições do ser humano em todos os tempos e circunstâncias, o que só se consegue através do que se deve chamar de poesia, não no sentido estreito e equivocado que é dado em nosso tempo à esta palavra, mas, sim, em seu mais profundo e primordial significado.

 

 

 

 

Eu sou um anarquista! Um anarquista no sentido melhor da palavra. O povo crê que anarquista é aquele que põe bombas, mas anarquistas foram os grandes espíritos, como, por exemplo, Leon Tolstoi.

 

A esperança não será a prova de um sentido oculto da existência, uma coisa que merece que se lute por ela?1

 

Creio que a verdade é perfeita para a Matemática, para a Química, para a Filosofia, mas, não para a vida. Na vida, contam mais a ilusão, a imaginação, o desejo, a esperança.2

 

A vaidade é um elemento tão sutil da alma humana que a encontramos onde menos se espera: ao lado da bondade, da abnegação, da generosidade!3

 

Os best-sellers estão para a Literatura como a prostituição está para o amor.

 

Estamos próximos, mas, estamos há uma distância incomensurável; estamos próximos, mas, estamos sós.

 

Quem sabe, se o que nós fizemos até agora é, simplesmente, supervalorizar a sensatez, que, com freqüência, é simples mediocridade?

 

O homem não pode se manter humano a esta velocidade; se viver como um autômato será aniquilado. A serenidade, uma certa lentidão, é tão inseparável da vida do homem como a sucessão das estações é inseparável das plantas ou do nascimento das crianças. Estamos no caminho, mas, não a caminhar, estamos em um veículo sobre o qual nos movemos incessantemente, como uma grande jangada ou como essas cidades satélites que dizem que haverá. E ninguém anda a passo de homem, por acaso algum de nós caminha devagar? Mas, a vertigem não está só no exterior; nós a assimilamos na nossa mente, que não pára de emitir imagens, como se também fizesse zapping [prática do telespectador que muda freqüentemente de canal por meio do controle remoto ou afliceta no dedinho]. Talvez, a aceleração tenha chegado ao coração que já lateja em um compasso de urgência para que tudo passe rapidamente e não permaneça. Este destino comum é a grande oportunidade, mas, quem se atreve a saltar para fora? Já nem sequer sabemos rezar porque perdemos o silêncio e também o grito. Na vertigem, tudo é temível e desaparece o diálogo entre as pessoas. O que nos dizemos são mais números do que palavras, contém mais informação do que novidade. A perda do diálogo afoga o compromisso que nasce entre as pessoas, e que poderá fazer do próprio medo um dinamismo que o vença e que lhes outorgue maior liberdade. Mas, o grave problema é que nesta civilização doente não há só exploração e miséria, mas, também, uma correlativa miséria espiritual. A grande maioria não quer a liberdade, teme-a. O medo é um sintoma do nosso tempo. A tal extremo que, se rasparmos um pouco a superfície, poderemos verificar o pânico que está subjacente nas pessoas que vivem sob a exigência do trabalho nas grandes cidades. A exigência é tal que se vive automaticamente sem que um sim ou um não tenha precedido os atos.

 

Ser original é, de certo modo, dar a conhecer a mediocridade dos outros.

 

Viver consiste em construir recordações futuras.

 

A vida é tão curta e o ofício de viver tão difícil, que, quando começamos a aprendê-lo, temos de morrer.4

 

As modas são legítimas nas coisas menores, como o vestuário. No pensamento e na arte, são abomináveis.

 

O artista deve ser uma mistura de criança, de homem e de mulher.

 

 

Buster Keaton e Joe E. Brown

 

 

Arte e Literatura se unificam naquilo a que chamamos poesia

 

As ficções salvam os que as escrevem e os que as lêem.

 

Um bom escritor exprime grandes coisas com pequenas palavras; pelo contrário, o mau escritor diz coisas insignificantes com palavras grandiosas.

 

A História não é mecânica, porque os homens são livres para a transformar.5

 

O imperativo de não torturar deve ser categórico, não hipotético. A tortura é um mal absoluto, não relativo; não existem torturas maléficas e torturas benéficas.

 

Toda a obra de ficção é catártica.

 

Eu escrevo para procurar o sentimento da existência, senão, estaria morto.

 

Ao que parece, a dignidade da vida humana não estava prevista no plano da globalização.

 

Se cruzarmos os braços, seremos cúmplice de um sistema que tem legitimado a morte silenciosa.

 

A vaidade é tão fantástica, que nos induz a nos preocupar com o que irão pensar de nós, depois de estarmos mortos e enterrados.

 

A maravilha é que os homens continuam a lutar e a criar beleza no meio de um mundo bárbaro e hostil.

 

Deus existe, mas, às vezes, dorme. Seus pesadelos são a nossa existência.6

 

Sempre tive medo do futuro, porque no futuro, entre outras coisas, está a morte.7

 

A maneira de contribuir para a proteção da Humanidade é não se resignar.

 

Deus é um pobre diabo, com um problema muito complicado para Suas forças. Luta com a matéria como um artista com a sua obra. Às vezes, em algum momento, consegue ser Goya, mas, geralmente é um desastre.

 

O mundo é uma sinfonia, mas, Deus toca de ouvido.

 

Um criador é um cara que em algo perfeitamente conhecido encontra aspectos desconhecidos. Mas, acima de tudo, é um exagerado.

 

É sempre o outro que nos salva. E, se atingimos a idade que temos, é porque os outros foram incessantemente salvando nossas vidas.8

 

Ironicamente, modificando a famosa frase de Marx, já disse em várias entrevistas que a televisão é o ópio do povo.9

 

Nada do que foi voltará a ser, e as coisas, os homens e as crianças não são o que foram um dia.

 

 

 

 

Haverá sempre um homem, apesar de sua casa estar desarrumada, que se preocupa com o Universo. Haverá sempre uma mulher que, embora o Universo entre em colapso, esteja preocupada com a sua casa.

 

Discute-se se Salvador Dalí foi autêntico ou farsante. Mas, qual é o sentido de se dizer que alguém passou a vida fabricando uma farsa?

 

Tudo indica que a Terra está a caminho de se tornar um deserto superpovoado.

 

O mundo nada pode contra um homem que canta na miséria.

 

Não há nenhum homem absolutamente livre. Ou é escravo da riqueza, ou da fortuna, ou das leis, ou das pessoas, que o impedem de realizar sua própria vontade.

 

O homem que pede aos deuses a morte é um louco. Na morte, não há nada tão bom quanto as misérias da vida.

 

Na bondade [misericórdia] estão compreendidos todos os gêneros de sabedoria.

 

É sempre um pouco sinistro voltar aos lugares que testemunharam um momento de perfeição.

 

Por que essa mania de querer encontrar explicação para todos os atos da vida?10

 

Cada manhã, milhares de pessoas renovam sua busca inútil e desesperada por trabalho. São os excluídos – uma categoria nova que nos fala tanto da explosão demográfica como da incapacidade da Economia, para a qual o único que não conta é o ser humano.

 

 

 

 

A dura realidade é uma desoladora confusão de formosos ideais e de torpes realizações, mas, sempre haverá alguns teimosos – heróis, santos e artistas – que, em suas vidas e em suas obras, atingem fragmentos do Absoluto, e que nos ajudam a suportar as repugnantes relatividades.

 

Infelizmente, nestes tempos em que se perdeu o valor da palavra, a arte também foi prostituída, e a escrita se reduziu a um ato semelhante ao de se imprimir papel-moeda.

 

O que se pode fazer com 80 anos? Provavelmente começar a perceber como deveríamos ter vivido e as três ou quatro coisas que valeram a pena.

 

Privar uma criança do direito à educação é amputá-la desta primeira comunidade, na qual vão sendo amadurecidas as utopias.

 

Viver sem crer é como executar o ato sexual sem amor.11

 

Quanta solidão e quanta dor existem na História da Arte pela incompreensão e pelo ressentimento dos medíocres!

 

 

 

 

A razão não serve para a Existência.

 

Para ser humilde se necessita grandeza.

 

A Arte não é terapia, mas, é terapêutica.

 

A busca de uma vida mais humana deverá começar pela educação.

 

A televisão nos tantaliza, como que nos enfeitiça. Este efeito, entre mágico e maléfico resulta, penso, do excesso de luz que nos toma com sua intensidade. Então, não apenas é difícil se afastar dela, como também perdemos a capacidade de olhar e de ver o cotidiano.12

 

Estremeceu-me uma notícia que li esta manhã no jornal. Recortei-a e guardei-a em uma das gavetas de meu arquivo, entre esses tantos retalhos que nestes anos têm me ajudado a viver. Uma mulher, em um inverno rigoroso, vestindo apenas uma camiseta e uma calça, fugiu de um hospital psiquiátrico no desejo de procurar seu companheiro. Aproveitando uma distração do maquinista, furtou uma locomotiva e, fazendo-a funcionar sem dificuldade, começou sua odisséia. Ele havia trabalhado na ferrovia e a ensinara a conduzir trens e 'muitas outras coisas'. 'Se vocês soubessem o que é o amor, me deixavam continuar', dizia ao policial que a deteve, e, enquanto a levavam para a delegacia, aos prantos desesperados, gritava: 'Você nunca fez nada por amor?' Quão mais humanos são esses gestos que os de tantos indivíduos que correm pela cidade toldados por seus projetos! Quis resgatar esta história dentre meus papéis porque, de certo modo, quando a razão nos leva à beira da psicose coletiva, atos como este são o mais parecido com uma salvação.13

 

A diferença entre um romancista e um louco é que o primeiro pode ir até a loucura e voltar.

 

Se, apesar do medo que nos paralisa, recuperássemos a fé no homem, tenho certeza de que poderíamos vencer o medo que nos paralisa como a covardes.

 

O que posso fazer? Este é meu destino. Há tempos me resignei a este destino de solidão, ao qual me condenei por minha independência política e por minha resistência a apoiar movimentos de moda, tanto no plano político como no literário.

 

Salvar o mundo é uma grande tarefa para quem trabalha no rádio, na televisão ou escreve nos jornais; uma verdadeira proeza, possível de realizar quando é autêntica a dor que sentimos pelo sofrimento alheio.14

 

Milhares de homens perdem a vida trabalhando – quando podem – acumulando amarguras e desilusões, mal conseguindo se sustentar por mais um dia na mais precária situação, ao passo que quase todo indivíduo que chega a um cargo de poder, em poucos meses, troca seu modesto apartamentinho por uma luxuosa mansão, com fabulosos automóveis na garagem. Como é que essa gente não tem vergonha?

 

Neste caminho sem saída que hoje enfrentamos, a recriação do homem e seu mundo surgem não como uma escolha entre outras, mas, como um gesto tão impreterível quanto o nascimento de uma criança quando é chegada a hora.

 

Dada a natureza do homem, uma autobiografia é inevitavelmente mentirosa. E unicamente com máscaras, no carnaval ou na literatura, os homens se atrevem a dizer suas (tremendas) verdades últimas.

 

Sim, tenho uma esperança demencial, ligada, paradoxalmente, à nossa atual pobreza existencial e ao desejo, que descubro em muitos olhares, de que algo grande nos consagre a cuidar com empenho da Terra em que vivemos.

 

Há certos dias em que acordo com uma esperança demencial, momentos em que sinto que as possibilidades de uma vida humana estão ao alcance de nossas mãos. Hoje é um desses dias.

 

 

 

Q Q Adianta?

 

 

 

 

e deitar, dormir e roncar?

Adianta o quê supor e crer,

e não sacudir nem mexer?

 

Nicas cai(rá) nonosso colo.

Esperar é marcar autogolo.

E marcar autogolo é perder

e dar leitinho ao ant(i)-ser.

 

O In Sæcula não espera:

precisamos domar a fera,

se tencionamos progredir

e nossa Voz Interior ouvir.

 

Isto é mais do que óbvio,

todavia, há tanto pacóvio!

Ninguém será arrebatado.

 

Repito, refalando, repetindo

(neste visitar-de-novo infindo),

já que, pospomos, olvidando

que é já-agora! Não quando!

 

Se você ler Rudolf Steiner,

lerá repetecos em contêiner.

Ensinando, Steiner repete...

E quem bebe Steiner deflete!

 

Então, eu repetirei até pifar,

para todos poderem se livrar.

Eu-mesmo, que sou pobre,

batalho para ficar – desnobre.

 

Devemos dar graças à Vida,

pelas cicatrizes e cada ferida,

pelos romances malogrados,

pelos projetos não-realizados.

 

Vida que nos oferece tanto!

Vida que proporciona adianto!

Vida que dá sem nada pedir!

Vida ontem + hoje + devenir!

 

 

Enfim, preste toda atenção,

preciso acabar esta ralação:

faça o que tiver que ser feito,

para desintegrar cada defeito.

 

Doa quanto tiver que doer,

prima facie, sempre, seu Ser.

De pedra, não se munge leite;

de zizânia, não se faz azeite.

 

 

 

Devemos dar graças à Vida!

 

 

 

______

Notas:

1. Argumentativamente, tenho combatido muito a esperança e o esperançar. Mas, neste sentido apontado por Ernesto concordo. Ou seja: só admito a esperança como uma possibilidade de realização de algo, que dependa exclusivamente de nós, do nosso esforço pessoal (meritório) para conquistar a coisa esperançada. Como mera virtude teologal, estática, a esperança é uma espécie de anestesia retrocessiva, isto é, uma desvirtude. Na verdade, aliás, das três virtudes teologais (fé, esperança e caridade), a única que tem cabimento é a caridade.

2. Eu não concordo com isto de jeito nenhum. Nem vou comentar.

3. Eu concordo com isto integralmente. Também não vou comentar.

4. A vida não é curta nem longa; é adequada. Um sonho, que poderá demorar segundos, costuma contar uma história de horas, dias, meses, anos...

5. É exatamente porque os homens são (até certo ponto) livres para transformar as coisas que a História não é mecânica, ou seja, é pela intervenção da vontade humana que as coisas são mudadas. Ora, se não fôssemos livres e se não tivéssemos capacidade para transformar as coisas, ainda estaríamos na Idade da Pedra – período da pré-história durante o qual os seres humanos criaram ferramentas de pedra, sendo a tecnologia mais avançada naquele então – ou pior, no Período Saturnino. As complicações surgem quando podemos e devemos mudar as coisas e, por sei-lá-o quê, simplesmente deixamospralá. Até quando a Humanidade irá tolerar quietinha o que o islamita radical senhor Abubakar Shekau, líder do Boko Haram (organização fundamentalista islâmica de métodos terroristas, que busca a imposição da Lei Sharia no norte da Nigéria), responsável por inúmeros seqüestros, assassinatos e ataques bombistas, anda fazendo e desfazendo? É preciso pôr um basta nesta suruba.

6. Claro que isto só pode ser uma brincadeira. Nossos pesadelos cinzentos são criados por nós. Deus até pode ter pena de nós, mas, não tem nada com isto, e não move uma palha para os transformar em sonhos coloridos.

7. É. Mas, se no futuro estiver a Vida, a música será outra.

8. Quem se resigna, se submete e se conforma, na verdade, não merece viver. Resignar-se, submeter-se e conformar-se não é tão diferente do que dar um tiro no coco.

 

 

 

 

8. Não sei se é sempre o outro que nos salva; até acho que não é. Algumas vezes, talvez. Mas, que temos a obrigação fraterna auxiliar todos os seres, isto, sem sombra de dúvida, sim, nós temos. Sem exceção e sem escolhas.

9. A frase original de Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883) é: A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como é o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo.

10. Porque não entender é enlouquecer.

11. Está bem. Mas, crer em quê? Só a experiência pessoal legitima.

12. Só há uma coisa pior do que uma televisão: duas televisões.

13. Quando eu era criança (mais ou menos) pequena, não em Barbacena, mas, lá em Copacabana, nunca cheguei ao ponto de furtar uma locomotiva, mas, já fiz serenata, prometi o que não devia e dei uma árvore (que não era minha) para uma mulher. Mas, sem qualquer vergonha, confesso: se, naquela época, para lograr o amor eterno da amada amante fosse necessário descuidar uma locomotiva, sem pestanejar, eu descuidaria o trem inteiro. Ora bolas! O que poderá haver de mais melhor de bom do que trocar cuspe com quem se ama? Acho que nem pão quentinho com manteiga e meleca!

14. Salvar o mundo, salvar o outro, não é uma tarefa só para quem trabalha no rádio, na televisão ou escreve nos jornais; é responsabilidade de todos nós. Bem, não é propriamente salvar, porque ninguém salva ninguém de nada, mas, esclarecer. Penso que esclarecer seja a maior e a mais nobre missão que um ser humano poderá desempenhar em sua vida. Por que? Porque o esclarecimento é libertador. E, enquanto um único ser-aí viver escravizado, todos nós, de uma forma ou de outra, seremos escravos.

 

Música de fundo:

Gracias a la Vida
Composição: Violeta Parra
Interpretação: Mercedes Sosa

Fonte:

http://www.mp3olimp.net/gracias-a-la-vida/

 

Páginas da Internet consultadas:

http://gledwood4.blogspot.com.br/2012/
12/too-hot-and-too-cold-outside.html

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/
LETR-96LMU8/ariel_novodvorski__2013__tese.pdf?sequence=1

http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?
codigo=2886&titulo=A_resistencia,_de_Ernesto_Sabato

http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/256
43/Dissertacao%20-%20Ines%20Skrepetz.pdf?sequence=1

http://rauldrewnick.blogspot.com.br/2013/11/
uma-pagina-de-ernesto-sabato.html

http://www.robertokenard.com/literatura/2013/
11/30/a-resistencia-de-ernesto-sabato/

http://www.taringa.net/posts/imagenes/10429899/
40-Frases-ilustradas-de-Ernesto-Sabato-Hechas-por-mi.html

http://www.fraseselegidas.com/por_autor/
s/ernesto_sabato_002.htm

http://gentdellauri.wordpress.com/2012/07/
13/el-triunfo-de-los-mediocres/

http://www.frasedehoy.com/autor/407/ernesto-sabato

http://citasernestosabato.tumblr.com/

http://www.abc.es/20110430/cultura-libros/
abci-frases-destacadas-sabato-201104301405.html

http://www.pond5.com/pt/photo/
31999665/cifrao-ouro-com-coroa.html

http://www.picgifs.com/graphics/clowns/

http://www.gifsde.com/e/evolucion.-de-pez-a-pajaro/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx

http://www.proverbia.net/citasautor.asp?autor=874&page=3

http://www.proverbia.net/citasautor.asp?autor=874&page=2

http://www.proverbia.net/citasautor.asp?autor=874

http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/ernesto-sabato/10

http://mothgirlwings.tumblr.com/post/14653086053/
this-is-my-buster-keaton-and-joe-e-brown-gif-i

http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/ernesto-sabato

http://www.citador.pt/textos/a/ernesto-sabato

http://pensador.uol.com.br/autor/ernesto_sabato/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernesto_Sabato

 

Direitos autorais:

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