É PRECISO ERRAR

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

O ser-no-mundo precisa errar

antes de poder receber a Coroa!1

O ser-no-mundo precisa designorar

que são um a insolação e a garoa.

 

O lótus floresce perto dos céus;

a Rosa [alinda] no centro da Cruz.2

Ao valorizarmos nossos cacaréus,

cada vez mais enterramos o capuz.

 

Oh!, frustração! Oh!, decepção!

Quando ultimarás? Quando findarás?

Oh!, não que é sim! Oh!, sim que é não!

 

Oh!, Liberdade! Oh!, Liberdade!

Quando virás? Quando me libertarás?

Oh!, Saudade! Oh!, Saudade!3

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. BERNARD, Raymond. Lisboa. In: As mansões secretas da Rosacruz. Biblioteca Rosacruz; volume IV. Coordenação de Maria A. Moura. Tradução de Rosa F. Prais. Rio de Janeiro: Editora Renes, s. d., p. 69. Coroa, aqui, pode ser entendida como sinônimo de Primeira Liberdade. (Citação editada).

2. _____. Id.

3. Saudade metafísica.

 

Observação:

A Corrente do Golfo (em inglês: Gulf Stream) é uma corrente marítima potente, rápida e quente do oceano Atlântico, que tem origem no Golfo do México, escapa pelo estreito da Flórida e segue a costa leste dos Estados Unidos da América. A sua extensão até à Europa torna os países do oeste deste continente mais quentes do que eles seriam sem esta corrente. No entanto, contrariamente ao que muita gente pensa, não parece ser a sua presença que provoca um grande diferencial de temperatura no inverno (de 15 a 20°C) entre a América e a Europa, mas, sim, a diferença de direção de transporte de calor da Flórida. O navegador Ponce de León (1460 – 1521) notou que seus navios eram levados por uma importante e rápida corrente de água quente que vem do atual Mar das Antilhas, mas devido à sua morte prematura, foi somente em 1777 que Benjamin Franklin (1706 – 1790) realizou o primeiro estudo sobre a Corrente do Golfo. Na sua origem, a Corrente do Golfo é gerada, sobretudo, pela força dos ventos; mas a sua extensão no Atlântico Norte é fundamentalmente mantida pela circulação termoalina. Esta circulação oceânica é tão profunda que não é influenciada pela atmosfera. Na realidade, ela dá a volta na Terra lentamente, pois necessita 500 anos para retornar ao seu ponto de partida. Para simplificar, vamos nos restringir ao oceano Atlântico. Ela é composta de dois tipos de correntes oceânicas: aquelas que são bastante profundas e aquelas que são menos profundas, ditas de superfície. No Atântico Norte, a extensão da Corrente do Golfo é uma dessas correntes oceânicas. O motor da circulação termoalina é a diferença de densidade devida à salinidade e à temperatura das águas. As águas do pólos são mais frias e menos salgadas, já as águas do equador mais quentes e mais salgadas. No Atlântico Norte, a Corrente do Golfo, que vai do equador em direção ao Pólo Norte, transporta o calor para toda a Europa ocidental. Chegando no Mar da Noruega, a água da Corrente do Golfo, mais quente e mais salgada, encontra as águas frias e menos salgadas vindas do pólo; sendo mais densa, devido à sua maior salinidade, ela desce em direção às profundezas do oceano. É então uma corrente bem profunda que se forma. Ela se dirige ao equador, costeando a América do Norte. Chegando ao equador, as águas frias, menos salgadas e menos densas, sobem à superfície, onde se aquecem e completam o circuito da Corrente do Golfo. A Corrente do Golfo é uma das mais fortes correntes marinhas conhecidas, transportando 1,4 Petawatts de potência (Peta, símbolo P, é um prefixo do Sistema Internacional de Unidades que denota um fator de 1015). Movimenta-se com o fluxo impressionante de 30 milhões de m³/s. Após passar pelo Cabo Hatteras, este fluxo aumenta para 80 milhões m³/s. O volume da Corrente do Golfo ultrapassa facilmente o de todos os rios que deságuam no Atlântico combinados, o que significa um total de 0,6 milhões de m³/s. A Corrente do Golfo movimenta-se com uma velocidade relativamente elevada, velocidade média de 2 nós ou aproximadamente 3.6 km/h com uma largura variando entre 100 a 200 km. A velocidade e largura tendem a aumentar ou diminuir em função dos ventos. O efeito da Corrente do Golfo é suficiente para fazer com que certas regiões do oeste da Grã-Bretanha, do sudoeste da Noruega e toda a Irlanda tenham uma temperatura média de vários graus Celsius mais elevada do que outras regiões daqueles países. Assim, na Cornualha, e particularmente nas ilhas de Scilly, seus efeitos são tais que plantas associadas a climas muito mais quentes, como palmeiras, são capazes de sobreviver aos rigores do inverno setentrional. O jardim botânico de Logan, na Escócia, é beneficiado enormemente pela corrente do Golfo, permitindo aos seus espécimes de Gunnera Manicata crescerem a mais de 3 metros de altura. Uma das possíbilidades aventadas em uma teoria sobre o início de glaciações envolve a Corrente do Golfo: uma mínima elevação do nível dos oceanos de 1 milímetro ou pouco mais do que isto, embora possa parecer pouco, considerando-se a área, implica um enorme volume de água. Com a elevação do nível, o volume da troca de água entre o oceano Ártico e o Atlântico norte, através do Estreito de Spitzbergen, aumentaria consideravelmente. Com a maior quantidade de água quente indo para o Ártico (através da Corrente do Golfo) e uma maior quantidade de água fria vindo para o Atlântico norte, o resultado seria, a curto prazo, o derretimento de mais gelo do Ártico (o que realmente está ocorrendo) e o resfriamento da costa nordeste da América do Norte, afetando o clima até a Flórida, onde passariam a ocorrer resfriamentos extremos no inverno. Como conseqüência do efeito cascata desencadeado, poder-se-ia iniciar uma nova glaciação. O efeito estufa faz com que as geleiras do Ártico derretam, mas também faz aumentar a pluviometria do Atlântico norte. Estes dois fenômenos reunidos constituem um fator no aumento da água doce nessa região. Se este fenômeno for muito intenso – como foi o caso no início da última era glacial, há aproximadamente 11.000 anos – as geleiras derreteriam na América do Norte, liberando água doce que resfria as correntes marinhas e produzem um resfriamento geral do clima terrestre; então, a Corrente do Golfo, por assim dizer, poderia 'parar'. Na verdade, uma grande quantidade de água doce aumentaria a diferença de salinidade da água entre o equador e o Mar da Noruega. O local de mergulho das águas quentes e salgadas localizar-se-ia na altura dos Açores, e a Corrente do Golfo contrair-se-ia sobre si mesma, não indo além dos Açores. Esta mudança climática seria bastante rápida: em menos de 10 anos, a temperatura de toda a Europa ocidental (de Portugal à Finlândia) baixaria de 5°C. Quando se sabe que as temperaturas médias baixam de 1°C a cada 500 km de latitude, encontrar-se-ia o clima de Oslo em Madri. Mas, esta baixa de temperatura seria mais marcante no inverno do que no verão, pois a corrente marinha traria diretamente sobre a Europa o clima do Canadá. Bordeaux, que está na mesma latitude que Montreal, poderia ter regularmente temperaturas de -25°C no meio do inverno. Esta mudança climática seria tão rápida que é chamada «surpresa climática». Isto significaria a chegada brutal de uma glaciação na Europa ocidental. Mas, na realidade, não seria uma glaciação, pois em todo o resto do Planeta o efeito estufa continuaria a aumentar as temperaturas, derreter as geleiras e fazer o nível dos oceanos aumentar. O que aconteceria na Europa ocidental seria bastante localizado: as geleiras se estenderiam, enquanto que no resto da Terra elas derreteriam! Por isto, o nível dos oceanos continuaria a subir, apesar deste frio localizado. Durante uma glaciação verdadeira, ele seria aproximadamente 100 metros mais baixo. No entanto, esta teoria deve ser verificada, por isto o emprego do condicional. Seja como for, o que nenhum de nós tem o direito de pensar é: foda-se; se e quando isto acontcer, eu já não estarei mais vivo.

Nota editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_do_Golfo

 

Fundo musical:

Come Rain Or Come Shine
Música: Harold Arlen
Letra: Johnny Mercer

Fonte:

http://www.electrofresh.com/midi-27909-download
-mercer_johnny-come_rain_or_come_shine.html