OS ENSINAMENTOS SECRETOS DE TODOS OS TEMPOS
(2ª parte)

Autor: Manly Palmer Hall

 

 

 

Manly Palmer Hall

Manly Palmer Hall

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Este estudo se compõe da 2ª parte de uma coletânea de fragmentos garimpados na obra Os Ensinamentos Secretos de Todos os Tempos, de autoria de Manly Palmer Hall.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Manly Palmer Hall (Peterborough, Ontario, 18 de março de 1901 – 29 de agosto de 1990, Los Angeles, California) foi um místico e autor canadense de mais de cem livros, dentre eles The Secret Teachings of All Ages: An Encyclopedic Outline of Masonic, Hermetic, Qabbalistic and Rosicrucian Symbolical Philosophy, que ele publicou aos 25 anos de idade.

 

Em 1934, Hall fundou a Philosophical Research Society, em Los Angeles, EUA, dedicada ao ideal de buscar soluções para os problemas humanos.

 

Uma biografia mais detalhada está disponível em:

http://www.christianrosenkreuz.org/mph_biografia.htm

 

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

O Culto de Mitra [MEITHRAS] chegou a ser tão poderoso, que, no mínimo, um imperador romano foi iniciado na Ordem, que era celebrado em cavernas sob a Cidade de Roma. O Culto Mitraico era uma simplificação dos ensinamentos mais complexos de Zaratustra (Zoroastro) – o Mago Persa do Fogo.

 

O Culto de Mitra admitia que, enquanto Ahura-Mazda ou Ormuz (o Espírito do Bem) e Ahriman (o Espírito do Mal) lutam para controlar a [personalidade-]alma humana e pela supremacia em a Natureza, Mitra, o Deus da Inteligência, se interpõe o entre os dois como mediador. Da mesma forma que, de acordo com os Alquimistas, o mercúrio atua como solvente, Mitra trata de estabelecer a harmonia entre os dois antagonistas celestes.

 

 

 

 

Similaridades entre o Culto de Mitra e o Cristianismo, segundo a Enciclopédia Britânica: o espírito fraternal e democrático das primeiras comunidades e suas origens humildes, a identificação do objeto de adoração com luz do Sol, as lendas dos pastores com seus dons e adoração, o dilúvio e a arca, a representação artística do carro de fogo e a extração de água das pedras, o uso de sinos e de velas, a água benta e a comunhão, a santificação do domingo e do 25 de dezembro, a insistência na conduta moral, a ênfase dada à abstinência e ao autocontrole, a doutrina do céu e do inferno, a doutrina da revelação primitiva, a doutrina da mediação do Logos que emana do Divino, o sacrifício expiatório, a luta constante entre o bem e o mal e o triunfo final do bem, a imortalidade da [personalidade-]alma, o julgamento final, a ressurreição da carne e a destruição do Universo pelo fogo. [É claro que no Culto de Mitra e no Cristianismo Gnóstico primitivo todas estas coisas, no que cabia, eram simbólicas. Já as religiões que derivaram do Cristianismo tomaram tudo isto literalmente, e trataram de acrescentar diversos absurdos, para poderem faturar e ter domínio sobre os ignorantes.]

 

 

Religioso

Ou você dá ou você desce.
Ou você dá ou você não cresce.
Ou você dá ou você denigresce.
Ou você dá ou você tumesce.

 

 

A Iniciação nos Ritos de Mitra (Divindade Solar), como a Iniciação em muitas outras escolas filosóficas antigas, se resumia, basicamente, em Três Graus importantes. A preparação para estes Graus Iniciáticos consistia em: 1º) autopurificação (o candidato era instruído nos Mistérios do Poder Oculto de Mitra); 2º) desenvolvimento de capacidades intelectuais (o candidato recebia a armadura da inteligência e da pureza); e 3º) controle da natureza animal (o candidato recebia uma capa com os signos do Zodíaco e outros símbolos astrológicos desenhados ou bordados). Uma vez que estas Iniciações eram concluídas, o candidato era aclamado como se tivesse ressuscitado dentre os mortos, e era instruído nos Ensinamentos Secretos dos Místicos Persas, de tal sorte que ele se tornava um membro de pleno direito da Ordem.

 

Busquei no arrebol
o Sol da minha aurora.
Mas, só encontrei o Sol
no imo do meu Coração.

Nada encontraremos,
enquanto buscarmos fora.
A LLuz só avistaremos
dentro, em nosso Coração.

Só acharemos ilusão,
se buscarmos do lado de fora.
A Alforria-Illuminação
está em nosso Coração.

 

 

 

 

Para os entusiastas da Igreja Cristã primitiva, tudo o que discordavam fora inspirado pelo diabo. Um exemplo disto foi o Gnosticismo de Simão, o Mago, citado no Novo Testamento.

 

Todos os Mistérios Gnósticos se baseiam na hipótese das emanações, como relação lógica entre dois opostos irreconciliáveis: o espírito absoluto e a subsistência absoluta, que, segundo os gnósticos, coexistiam na eternidade.

 

A Basílides se atribui a formulação de uma concepção peculiar da Divindade, que leva o nome de ABRAXAS [ABRAXAS = 1 + 2 + 100 + 1 + 60 + 1 + 200], cujos poderes numéricos das letras que formam a palavra se resumem em 365 [dotada de 365 virtudes]. O valor numérico de Mitra também é 365. [MEITHRAS – MEITHRAS = 40 + 5 + 10 + 9 + 100 + 1 + 200]

 

ABRAXAS

ABRAXAS

 

 

Charles William King, em The Gnostics and their Remains, oferece a seguinte breve descrição da Filosofia Gnóstica de Basílides, tirando-a dos escritos de Santo Irineu, um dos primeiros bispos e mártires cristãos: Basílides afirmou que Deus, o Pai Eterno, não criado, primeiro, havia feito Nous, a Mente, depois, o Logos, a Palavra, então, a Phrónesis, a Inteligência, e, enfim, da Phrónesis, saíram a ShOPhIa a Sabedoria e Dynamis a Força.

 

Deus

Nous

Logos

Phrónesis

    

ShOPhIa     Dynamis

 

O Odin Escandinavo (o Deus de um só olho e a personificação da Sabedoria) é um bom exemplo de uma divindade mortal, sujeita às Leis da Natureza, embora, ao mesmo tempo, e, pelo menos, em certo sentido, também fosse uma Suprema Divindade.

 

 

Odin

Odin

 

 

Para os gnósticos, o Cristo era a personificação de Nous, a Mente Divina, tendo emanado dos Éons Espirituais mais elevados. Descendeu ao corpo de Jesus no Batismo e o abandonou na Crucificação. [Portanto, não custa nada recordar que o Cristo e o Mestre Jesus são entidades distintas.]

 

Muitas teorias dos antigos gnósticos, em particular aquelas relacionadas às questões científicas, foram corroboradas pela pesquisa moderna.

 

A Escola Secreta de Filosofia dos egípcios estava dividida em Mistérios Menores e Mistérios Maiores: os primeiros eram consagrados a Isis e os segundos a Serapis e a Osíris. Os poucos que tiveram acesso aos Mistérios Maiores nunca violaram seus segredos.

 

Os Labirintos Iniciáticos da Antigüidade simbolizavam os enredos e as ilusões do mundo inferior, através dos quais a [personalidade-]alma humana vagueia em busca da Verdade.

 

 

Labirinto

Labirinto

 

 

Os Mistérios Gnósticos conheciam o significado arcano de Serapis, e, através do Gnosticismo, este Deus estava inextricavelmente associado ao Cristianismo primitivo.

 

Como muitos outros cultos pagãos, os Mistérios Odínicos, como instituição, foram destruídos pelo Cristianismo, embora a causa fundamental do seu declínio foi a corrupção do clero.

 

De modo geral, a Mitologia é quase sempre o ritualismo e o simbolismo de uma Escola de Mistérios.

 

Nos Mistérios Odínicos, os três Iniciadores Supremos o Sublime, o Igual ao Sublime e o Supremo eram análogos ao Mestre Adorador, ao Guardião Menor e ao Guardião Maior das Lojas Maçônicas.

 

 

Evolução

Simbolicamente...

 

Os mais famosos dos Antigos Mistérios religiosos foram os Eleusianos, cujos ritos eram celebrados a cada cinco anos na Cidade de Elêusis, para honrar Ceres (Deméter, Rea ou Ísis) e sua filha Perséfone (a [personalidade-]alma do Iniciado]. Os Iniciados da Escola Eleusiana eram famosos em toda a Grécia pela beleza dos seus conceitos filosóficos e em virtude da alta moralidade que demonstravam na vida cotidiana. Devido à sua excelência, esses Mistérios se expandiram para a Itália e para a Grã-Bretanha e, mais tarde, Iniciações foram feitas nestes dois países. Os princípios dos Antigos Mistérios Eleusianos estão preservados até hoje.

 

O Inferno, de Dante Alighieri (Florença, entre 21 de maio e 20 de junho de 1265 d.C. Ravena, 13 ou 14 de setembro de 1321 d.C.), [descrito em La Commedia (A Divina Comédia)] simbolicamente, descreve os sofrimentos de aqueles que nunca se desprenderam da natureza espiritual dos seus desejos, das suas cobiças, das suas paixões, dos seus hábitos, dos seus pontos de vista materialistas [preconceitos] e das limitações da sua personalidade plutônica, ou seja, dos que dormiram durante suas vidas físicas. Para os Filósofos Eleusianos, o nascimento no mundo físico era a morte no sentido mais amplo da palavra, e o único Nascimento Verdadeiro [Segundo Nascimento Nascimento Iniciático] era o da [personalidade-]alma espiritual do ser-humano-aí-no-mundo, quando emergia das vicissitudes de sua própria natureza carnal. A [personalidade-]alma que dorme está morta, disse Henry Wadsworth Longfellow, e, assim, estabeleceu a tônica dos Mistérios Eleusianos.

 

 

Dante Alighieri

Dante Alighieri

 

 

As Cerimônias Eleusianas finalizavam com as palabras sânscritas Konx Om Pax. [Em grego: ].

 

Nos Antigos Mistérios Eleusianos, um Epoptes era alguém que havia visto com os próprios olhos.

 

Os Mistérios Eleusianos eram oficiados por um Hierofante Masculino e um Hierofante Feminino, e numerosos ajudantes de menor importância.

 

Sócrates se recusou a ser Iniciado nos Mistérios de Elêusis, porque, como ele conhecia seus princípios, apesar de não pertencer à Ordem, ele sabia que, se se tornasse membro, seus lábios estariam selados para sempre.

 

Cícero disse que os Mistérios de Elêusis ensinavam os seres-humanos-aí-no-mundo não apenas a viver, mas, também a morrer.

 

Orfeu foi o fundador do sistema mitológico grego, do qual derivaram todas as doutrinas filosóficas da Escola Grega da Sabedoria Antiga. Orfeu foi Iniciado nos Mistérios Egípcios, dos quais obteve amplo conhecimento de Magia, Astrologia e Medicina. Também lhe foram confiados os Mistérios Cabíricos da Samotrácia, que contribuíram, sem dúvida, para o seu conhecimento de Medicina e de Música. Orfeu é um dos numerosos imortais que se sacrificaram para que a Humanidade pudesse alcançar a Sabedoria dos Deuses. [Sabedoria que não está aqui, nem ali, nem acolá, mas, inata, sempre esteve, está e estará no Coração de cada um de nós.]

 

 

Santuário de Hierão

Samotrácia – Vista das Ruínas do Santuário de Hierão

 

A Lira de Sete Cordas de Orfeu simboliza os Ensinamentos Secretos que contêm as Sete Verdades Divinas as Chaves do Conhecimento Universal.

 

 

Orfeu

Orfeu com sua Lira Rodeado de Feras
(Museu Bizantino e Cristão - Atenas)

 

 

Os Mistérios Gregos alertaram contra [proibiam] o suicídio. Aquele que tentar destruir a si mesmo lança sua mão contra a natureza de Baco, que carrega em seu interior, uma vez que o corpo do ser-humano-aí-no-mundo é, indiretamente, o túmulo deste Deus, e, por conseguinte, deve ser conservado com o máximo cuidado. Os pitagóricos chamavam Baco de Mundo Titânico. Desta forma, Baco (a [personalidade-]alma racional mundana) era considerado a Idéia Absoluta da Esfera Titânica, e os Titãs ou Deuses dos Fragmentos eram os meios ativos, graças aos quais a Substância Universal foi criada, de acordo com o modelo desta idéia. Por conseguinte, os antigos acreditavam que o ser-humano-aí-no-mundo não poderá conhecer os Deuses pela lógica ou pela razão, mas, poderá advertir a presença dos Deuses em seu interior. [In potentia, homo est Deus.]

 

Os antigos admitiam que a desintegração [destruição] sempre ocorreu, continua ocorrendo e eternamente ocorrerá para que possa haver reintegração [reconstrução] das coisas em um nível mais elevado de Inteligência. Os Raios de Júpiter simbolizam o poder desintegrador da Natureza e revelam a finalidade da morte, que é resgatar a [personalidade-]alma racional (natureza superior ou báquica sagrada e imortal de Baco) do poder devorador da natureza irracional (existência titânica). Neste sentido, os Mistérios Iniciáticos Báquicos foram instituídos para desenredar a [personalidade-]alma racional da natureza titânica irracional, ou seja, para fazer com que a [personalidade-]alma racional saísse do seu estado de separação e pudesse alcançar a Unidade. [É isto o que, até hoje, perpetuam e ensinam as Ordens e Fraternidades Iniciáticas autênticas.]

 

 

 

 

Continua...

 

 

 

Música de fundo:

Secret Love
Composição: Sammy Fain (música) & Paul Francis Webster (letra)

Fonte:

https://z1.fm/song/12026411

 

Páginas da Internet consultadas:

https://gifer.com/en/gifs/priest

https://giphy.com

https://en.wikipedia.org/wiki/Orpheus

https://pt.wikipedia.org/wiki/Santu%C3%A1rio_
dos_grandes_deuses_de_Samotr%C3%A1cia

https://en.wikipedia.org/wiki/Konx_om_Pax

https://laparola.com.br/o-inferno-de-dante-alighieri

https://dribbble.com/

https://www.brasil247.com/

https://revistagalileu.globo.com/

https://en.wikipedia.org/wiki/Abraxas

https://www.pinterest.co.kr/pin/251779435393584912/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Abraxas

https://www.kisspng.com/

https://gifer.com/en/VIrF

https://eruizf.com/lecturas/r_c/manly/manly_palmer_hall
_las_ensenanzas_secretas_de_todos_los_tiempos.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Manly_Palmer_Hall

https://www.escoladaluz.com.br/uploads/books/
7d76747cc813bad4860840934787e597.pdf

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.