É a
pressão normal do ar que retém o corpo vital dentro do corpo
denso.
As
qualificações necessárias para nos emanciparmos das
condições predominantes na Atlântida eram parcialmente
fisiológicas; nós precisávamos desenvolver pulmões
para respirar o ar puro no qual estamos agora imersos, e que permite o corpo
vital vibrar mais rapidamente do que o fazia na pesada umidade da Atlântida.
Pensando nisso, podemos perfeitamente perceber que o futuro avanço
consiste em livrar inteiramente o corpo vital dos entraves do corpo denso
e deixá-lo vibrar ao ar puro.
Carne
e sangue não podem herdar o Reino. Isto interfere e incapacita a
percepção e a realização espiritual do Dia de
Cristo. Todavia, devemos estar atentos, e vigiar para que nossas preces
não sejam atendidas antes de estarmos preparados.1
(Grifo
e negrito meus).
O
Sinal de um Mestre é espiritual, e, por isto, só poderá
ser percebido espiritualmente. Portanto, é impossível mostrar
o Sinal aos que não possuem Visão Espiritual, como é
impossível mostrar uma forma material a alguém fisicamente
cego. Os que desenvolveram a Visão
Espiritual independem de prodígios ou de circunstâncias
exteriores; a qualificação interior é suficiente.
Quando
estivermos completamente lapidados, receberemos, finalmente, no Reino, o
Diadema mais precioso de todos – o 'Psiphon Leuken' (a Pedra Branca)
com seu Novo Nome. Há três fases na evolução
da 'Pedra da Sabedoria': 'Petros', a dura pedra bruta; 'Lithon', a pedra
polida pelo serviço e pronta para receber impressões; e 'Psiphon
Leuken', a suave Pedra Branca que atrai para si todos os que são
fracos e oprimidos. Há muita coisa escondida na natureza e na composição
da pedra em cada fase que não pode ser descrita; deve ser interpretada
nas entrelinhas.
Estava
escrito em um dos velhos livros: 'É esta a condenação:
que a LLuz tenha vindo ao mundo, mas que os homens tenham preferido as trevas
à LLuz.
Qualquer
um que honestamente esteja em busca da espiritualidade, com certeza deverá
encontrá-la em seu próprio Coração. O único
perigo é que não a encontre por não saber reconhecê-la.
Há
pessoas que buscam poderes espirituais passando de um centro de ocultismo
para outro. Há as que entram para conventos e outros lugares de reclusão
na esperança de desenvolver sua natureza espiritual, fugindo do apelo
e da fascinação do mundo. Aquecem-se ao sol da oração
e da meditação, desde o amanhecer até o anoitecer,
enquanto o mundo geme em agonia. Depois se espantam por não progredirem;
não entendem porque não avançam no caminho de sua aspiração.
Preces sinceras e meditação são necessárias;
são absolutamente essenciais para a elevação da alma.
No entanto, estamos destinados a fracassar se, para a elevação
da alma, dependermos de orações, que não são
mais do que palavras. Enfim, não são as palavras que pronunciamos
ao rezar que contam, mas, sim, sempre, a vida que conduz à prece.
Qual a vantagem de orar pela paz na Terra aos domingos, quando durante o
resto da semana fabricamos armas? Como podemos pedir a Deus que perdoe nossas
ofensas como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, quando temos
nossos corações cheios de ódio?
O
fator determinante que decide se qualquer tipo de trabalho é espiritual
ou material é nossa atitude ao executá-lo. Portanto, não
é importante que nossas mãos estejam encardidas pelo trabalho
mais humilde, talvez cavando um esgoto para conservar a saúde da
nossa comunidade, ou macias e brancas para tratar de doentes. O homem que
coloca as lâmpadas elétricas pode ser muito mais espiritual
do que aquele que se apresenta na tribuna, pois – que tristeza! –
há muitos que exercem esta sagrada
missão com o desejo de deliciar os ouvidos de sua congregação
com bela oratória, em vez de lhes prodigar verdadeiro amor e solidariedade.
É um trabalho muito mais nobre limpar um esgoto entupido, como o
fez o irmão desprezado no livro 'O Servo da Casa' ('The Servant in
the House'), de Charles Rann Kennedy, do que viver falsamente com as honrarias
do cargo de mestre, subentendendo uma espiritualidade que na realidade não
existe. Qualquer um que tente desenvolver esta qualidade rara de espiritualidade
deve começar oferecendo todo o seu trabalho para a glória
de Deus. Quando fazemos, seja o que for, como se fizéssemos ao Pai,
não importa a espécie de trabalho que desenvolvemos. Cavando
um esgoto, inventando um mecanismo que poupe trabalho, pregando um sermão
ou desempenhando qualquer outro serviço, tudo é uma obra espiritual
quando é feita por amor a Deus e ao homem.
Intercâmbio
e circulação estão em toda parte em relação
direta com a vida, como a estagnação está com a morte...
Não podemos impunemente nos fartar com uma alimentação
mental. Devemos compartilhar nosso tesouro com os outros e empregar nossos
conhecimentos nas obras do mundo ou correr o risco de estagnação
no pântano da especulação metafísica.
O
Verdadeiro Templo é feito de pedras vivas de homens e mulheres.
Mesmo
o mais profundo conhecimento sobre assuntos religiosos ou ocultos não
é Sabedoria [SOPhIa],
como nos ensinou Paulo na Primeira Epístola aos Coríntios:
'Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios
e toda a ciência, se não tiver amor, nada serei'. Somente quando
o conhecimento se mesclar com o amor é que realmente se converterá
em Sabedoria, a expressão do princípio de Cristo, a segunda
fase da Divindade.
É
missão da Fraternidade Rosacruz divulgar uma doutrina que una o intelecto
ao Coração. Esta é a única verdadeira Sabedoria,
pois nenhum ensinamento a que falte qualquer destes componentes pode ser
chamado Sábio, do mesmo modo que não podemos fazer soar um
acorde musical com apenas uma corda.
James
Russell Lowell emite, talvez, a nota mais clara em sua Visão de Sir
Launfal [The Vision
of Sir Launfal].
Um cavaleiro deixando seu castelo, imbuído do desejo de realizar
grandes e corajosos feitos para Deus, vai se juntar aos Cruzados e procurar
o Santo Graal, na distante Palestina. Deixa seu castelo satisfeito consigo
mesmo, orgulhoso, arrogante, voltado para sua missão. No portão
do palácio, encontra um pobre mendigo, um leproso, que estende a
mão pedindo uma esmola. Sir Launfal não tem compaixão,
mas, para se ver livre daquela coisa repugnante, atira uma moeda de ouro
e procura esquecê-lo. Mas
o leproso não ergueu o ouro do pó e disse: 'Melhor
para mim é a côdea de pão que o pobre me dá,/e
melhor sua mão que me abençoará,/ainda
que de mãos vazias de sua porta me deva afastar./As
esmolas que só com as mãos são ofertadas,/não
são as verdadeiras./Inúteis
são o ouro e as riquezas dadas/apenas
como um dever a cumprir./A
mão, porém, não consegue a esmola abarcar,/quando
vem daquele que reparte o pouco que tem,/que
dá o que não é possível visualizar/–
esse fio de beleza que tudo sabe unir,/que
tudo sustenta, penetra e mantém./O
coração ansioso estende a mão/quando
Deus acompanha a doação,/alimentando
a alma faminta,/que
sucumbia só na escuridão.'
A
dádiva só tem valor quando com ela vem o doador.
[The
Vision of Sir Launfal, James
Russell Lowell, apud Max Heindel].
O
segredo do sucesso consiste em fazer as pequenas coisas, talvez algumas
aparentemente desagradáveis que estão próximas de nossas
mãos, em lugar de ir longe à procura de fantasmas quiméricos
que nunca se transformarão em algo definido e tangível.
Oh!,
minh'alma! Constrói para ti mansões mais majestosas,/enquanto
as estações passam ligeiramente!/Abandona o teu invólucro
finalmente;/deixa
cada novo templo, mais nobre que o anterior,/com
cúpula celeste, com domo bem maior,/e
que te libertes, decidida/largando
tua concha superada nos agitados mares desta vida! [Oliver
Wendell Holmes, apud Max Heindel].
Como
a semente e o óvulo são a raiz e a base de um desenvolvimento
racial, é fácil perceber que nenhum pecado pode ser tão
sério quanto o que abusa da função criadora, pois por
este sacrilégio impedimos o crescimento de futuras gerações,
e transgredimos contra o Espírito Santo.
O
abuso da sagrada função sexual para gratificação
da natureza passional, e particularmente por perversão, é
reconhecido pelos esotéricos como o pecado imperdoável.
Nada
é tão sério como a 'morte da alma'.2
Tanto quanto é do nosso conhecimento, apenas o Mago Negro abusa conscientemente
da força criadora para propósitos malévolos, e enfrenta
algo tão terrível como o subentendido na frase acima. É
a perda da alma que está implicada na experiência da morte
da alma. É claro que o verdadeiro espírito nunca pode morrer,
sendo ele uma centelha do Divino sem princípio nem fim.
Apesar
de a vida ser capaz de modelar a matéria, não depende, entretanto,
da matéria para existir. Ela é auto-existente, e, não
tendo princípio, não pode também ter fim.
A
involução envolve a cristalização do espírito
em corpos, mas a evolução depende da dissolução
dos corpos, da extração da substância da alma de dentro
deles e da amalgamação alquímica desta alma com o espírito.
O
tríplice espírito projetou um tríplice corpo, e o objetivo
da evolução é a extração da tríplice
alma deste tríplice corpo e a amalgamação com o tríplice
espírito. Fala-se muito na literatura ocultista sobre 'O Caminho',
e, embora o Iniciado já tenha recebido afirmações abundantes
do que é isto e onde está, esta informação nunca
foi dada antes ao estudante exotérico. Paulo diz que 'estar mentalizado
na carne é a morte, mas estar espiritualmente mentalizado é
vida e paz'. Esta é a verdade exata, pois 'a mente é o elo
entre o espírito e o corpo, é o caminho ou ponte, o único
meio de transmissão da alma para o espírito.' Enquanto o homem
estiver mentalizando a matéria e dirigindo sua atenção
para os sucessos mundanos, acalentando como sua nota tônica o provérbio
'vamos comer, beber e nos divertir, pois amanhã morreremos', todas
as suas atividades estarão centralizadas na parte inferior do seu
ser, a personalidade, e ele vive e morre como os animais, inconsciente das
reservas magnéticas do espírito. Entretanto, chega uma ocasião
em que os anseios do espírito são sentidos e a personalidade
vê a LLuz e propõe-se a atingir seu Eu Superior através
da ponte da mente. E como a carne e o sangue não podem herdar o Reino
de Deus, o corpo é crucificado para que a alma possa ser libertada
e se juntar ao seu Pai no Céu, o tríplice espírito,
o Eu Superior.
Quando
a personalidade inferior se torna tão forte em seu materialismo,
quando a mente se mostra tão fortemente enredada com os veículos
inferiores, a personalidade se recusa a se sacrificar pelo espírito,
resultando que a ponte da mente finalmente se rompe. A personalidade-sem-alma
pode continuar a viver por muitos anos depois que esta separação
se efetuou, e pode executar os mais violentos atos de crueldade e astúcia
até sucumbir. Magia Negra, envolvendo o uso pervertido da semente
obtida de outros, geralmente é usada por estas personalidades desalmadas
com o propósito de satisfazer seus desejos demoníacos. Freqüentemente,
a personalidade-sem-alma obtém poderes em uma nação
ou em uma sociedade, que, depois, se compraz em destruir. Enquanto isso,
o espírito permanece desnudo; não tem átomos-semente
com os quais possa construir corpos adicionais e, então, automaticamente,
gravita para o planeta Saturno e depois para o Caos, onde deve permanecer
até a aurora de um novo dia de criação. À primeira
vista, pode parecer injusto que o espírito seja assim condenado a
sofrer, embora não tenha cometido qualquer perversidade, mas, por
outro lado, compreendemos que, sendo a personalidade uma criação
do Eu Superior, a responsabilidade existe e não pode ser evitada.
Felizmente, porém, estes casos são cada vez mais raros à
medida que a Humanidade avança no caminho da evolução.
Considerando
o futuro pela perspectiva do passado, é evidente que uma nova era
deverá se iniciar. A julgar pelos acontecimentos do passado, é
razoável esperar-se que uma nova fase religiosa suplantará
nosso presente sistema, revelando maiores e mais nobres ideais do que a
nossa presente concepção da religião Cristã.
Portanto, é certo que, se nesse dia não formos incluídos
entre os idólatras e pagãos, devemos cerrar fileiras com estes
novos ideais.
Na
Era de Aquarius, como se trata de um signo aéreo, científico
e intelectual, conclui-se inevitavelmente que a nova fé será
baseada na razão, e será capaz de resolver o mistério
da vida e da morte de maneira a satisfazer tanto a mente como o sentimento
religioso.
Por
termos, no passado, desenvolvido os cinco sentidos pelos quais contatamos
o atual mundo visível, no futuro, não muito distante, desenvolveremos
um outro sentido que nos possibilitará ver os habitantes das regiões
etéricas, bem como os nossos entes queridos que abandonaram os corpos
físicos e habitam o éter e o mundo dos desejos inferiores
durante o primeiro estágio no reino espiritual. A missão de
Aquarius está representada apropriadamente pelo símbolo do
homem esvaziando o cântaro d'água.
Desde
já, o mundo deve ser fermentado com as seguintes idéias: 1ª)
as condições na terra dos mortos que vivem não estão
envoltas em mistério, mas o conhecimento delas é tão
válido como o sabermos algo a respeito de países estrangeiros
através das descrições dos viajantes; 2ª) encontramo-nos
próximos do limiar onde conheceremos estas verdades; e 3ª) o
mais importante é apressarmos o dia, em nosso caso pessoal, por meio
do conhecimento dos fatos concernentes à existência 'post-mortem'
e às coisas que podemos esperar ver. Então, saberemos o que
procurar, e, quando começarmos a obter vislumbres destas coisas,
não teremos medo, não nos surpreenderemos e não mais
seremos incrédulos.
A
visão etérica é semelhante ao raio X, que capacita
a quem a possui ver através dos objetos, mas ela é ainda muito
mais poderosa e torna tudo transparente como o vidro. Sendo assim, na Era
de Aquarius muitas coisas serão diferentes. Por exemplo: será
muito fácil estudar anatomia e detectar um tumor maligno, uma luxação
ou um estado patológico do corpo. Atualmente, médicos eminentes
pesarosamente admitem que seus diagnósticos muitas vezes estão
errados, como se observa por exames feitos depois da morte do paciente.
Mas, quando tiverem desenvolvido a visão etérica, serão
capazes de estudar tanto a estrutura anatômica como o processo fisiológico,
sem obstáculos.
Na
Era de Aquarius, não haverá privacidade que não possa
ser violada por quem nos quiser observar. Isto significa que na Nova Era
a honestidade e a retidão serão as únicas condutas
válidas, pois não poderemos agir mal e esperar fugir ao sermos
descobertos. Haverá, tanto como agora, pessoas cujas características
básicas as levarão ao caminho da maldade, mas serão,
pelo menos, reconhecidas, e assim poderão ser evitadas.
Na
Era Aquariana, 'não haverá noite', e a 'Árvore da Vida'
florescerá constantemente pelo etérico 'mar de vidro' transparente,
que impregna todas as coisas. Todavia, a visão etérica não
nos capacitará a ler o pensamento dos outros, pois ele é formado
de matéria mais sutil ainda.
Nosso
caminho espiritual corre risco de soçobrar nos rochedos da pusilanimidade,
isto é, se tivermos o temperamento de ficar chocados ou de exagerar
um fracasso. Tal atitude mental antecipa o desastre, pois nos rouba a vontade
de vencer, nos leva a acreditar que não vale a pena lutar, que as
desvantagens contra nós são muito grandes. Encontramos desculpas
no antagonismo dos amigos e da família sobre nossas crenças,
nossos deveres etc. Mas, na verdade, o problema está dentro de nós
e, se cedermos, iremos constatar que nossos amigos irão nos desprezar,
embora não o demonstrem abertamente...
Quando
um dia da escola da vida se completa, descartamo-nos deste invólucro
mortal desgastado e decrépito, e retornamos ao nosso Lar Celestial
para repouso e assimilação das lições aprendidas.
Mais tarde, renasceremos e retomaremos as nossas lições onde
as deixamos no período anterior da escola da vida, quando fomos chamados
de volta ao Lar. Durante cada dia desta escola, encontramos outros espíritos
e estabelecemos laços de amor e de ódio. Em vidas futuras,
encontrar-nos-emos novamente, para que as dívidas do destino, então
contraídas, possam ser liquidadas. Assim, nossos amigos de hoje são
aqueles com quem travamos amizade na vida anterior, e nossos inimigos são
aqueles com quem nos indispusemos no passado esquecido. Deste modo, estamos
continuamente tecendo a teia do destino no tear do tempo e criando, para
nós mesmos, um manto de glória ou de trevas, conforme tenhamos
agido bem ou mal.
Além
de nosso destino individual, estamos unidos pelos destinos de família
e de nação.
Um
erro nunca poderá corrigir e justificar outro; devemos viver e deixar
viver.
A
maioria da Humanidade está adormecida uma grande parte do tempo,
apesar de seus corpos físicos parecerem estar intensamente ocupados
em trabalho ativo. Sob condições comuns, o corpo de desejos
desta maioria é a parte mais desperta do homem composto, que vive
quase inteiramente de seus sentimentos e emoções, mas raramente
se preocupa com os problemas da existência além do que necessita
para manter juntos o corpo e a alma. Muitos talvez nunca tenham considerado
seriamente o sentido da vida, e nunca se perguntaram: 'De onde viemos? Por
que estamos aqui? Para onde iremos?'
Na
verdade, não houve apenas um dilúvio na Atlântida, mas
três, e entre o primeiro e o último decorreu um período
de mais ou menos três quartos de um milhão de anos.
O
propósito da Primeira Grande Guerra (1914 – 1918) foi desviar
nossas energias da procura do pão, pelo qual os homens morrem, e
criar em nós a fome da alma, para que nos arredássemos das
coisas materiais para as espirituais. Na verdade, estamos começando
a operar a nossa própria salvação. Estamos começando
a fazer coisas por nós, ao invés de que as façam para
nós e, embora o ignoremos, estamos aprendendo como transformar o
mal em bem. Alguns devem pensar que esta guerra afetou apenas aqueles milhões
de homens realmente envolvidos nela. Mas, refletindo um pouco mais sobre
o assunto, qualquer pessoa ficará convencida que o bem-estar do mundo
inteiro foi envolvido em maior ou menor grau no que diz respeito às
condições econômicas. Não há raça
ou país que tenha ficado inteiramente ausente desta catástrofe,
e ninguém pôde prosseguir na mesma tranqüilidade, como
antes de ser deflagrada a guerra. Parentesco e amizade eram laços
que se estendiam desde as trincheiras da Europa alcançando todas
as partes do globo. Muitos de nós tínhamos parentes em um
e, talvez, nos dois grupos empenhados na luta, e acompanhávamos a
sua sorte com interesse proporcional ao grau de nossos sentimentos por eles.
Mas, durante a noite, quando nosso corpo denso dormia e entrávamos
no Mundo do Desejo, não podíamos deixar de viver e de sentir
toda a tragédia, com toda a intensidade possível, pois as
correntes de desejos arrebatavam o mundo todo. No Mundo do Desejo não
existe tempo nem distância. As trincheiras da Europa vinham até
nossa porta onde quer que estivéssemos, e não podíamos
fugir dos efeitos subconscientes do espetáculo que ali víamos.
Algum
dia, não muito distante, será inequivocamente revelado que
a morte não existe, e os que passaram para o além estão
tão vivos quanto nós.
Toda
evolução na linha espiritual começa no corpo vital.
Apesar
do horror e da brutalidade da Primeira Grande Guerra, esta, talvez, tenha
sido a maior escola de desenvolvimento anímico que jamais existiu,
pois em nenhum lugar houve tantas oportunidades de serviço desinteressado
como nos campos de batalha da França, e em nenhum outro lugar os
homens estiveram tão dispostos a ajudar seu semelhante. Assim, os
corpos vitais de um grande número de pessoas receberam um revigoramento
como provavelmente não teriam conseguido em outras numerosas vidas...
Conseqüentemente, no devido tempo, veremos entre nós uma multidão
de sensitivos que estarão em tão íntimo contato com
o mundo invisível, que seu testemunho em conjunto não poderá
ser anulado pela escola materialista. Serão grandes elementos que
nos ajudarão a estar preparados para as condições elevadas
da Era de Aquarius.
Existem
cinco grandes estágios ou épocas na jornada evolucionária
do homem sobre a Terra. Na primeira ou Época Polar, o homem atual
era apenas um corpo denso, como são os minerais de hoje. Portanto,
ele era como um mineral, e a Bíblia nos diz que 'Adão (Adam)
foi formado da terra'. Na segunda ou Época Hiperbórea, foi-lhe
acrescentado um corpo vital feito de éter. O homem em formação
possuía, então, um corpo constituído como os das plantas
atuais. Não era uma planta, mas era como se uma planta fosse. Caim,
o homem desta época, é descrito como um agricultor; seu alimento
era proveniente apenas de vegetais, pois as plantas contêm mais éter
do que qualquer outra estrutura. Na terceira ou Época Lemúrica,
o homem desenvolveu o corpo de desejos, um veículo gerador de paixões
e emoções, e era constituído como os animais. O leite,
um produto dos animais vivos, foi acrescentado à sua alimentação,
pois esta substância é facilmente produzida pelas emoções.
Abel, o homem desta época, é descrito como um pastor. Não
há nenhuma evidência que ele tenha matado um animal para se
alimentar. Na quarta ou Época Atlante, a mente desabrochou, e o corpo
se tornou o templo de um espírito que nele habitava, um ser pensante.
Mas o pensamento desgasta as células nervosas; mata, destrói
e causa decadência. Portanto, o novo alimento dos atlantes era a carne
de animais. Eles matavam para comer, e a Bíblia descreve o homem
desta época como Nimrod, um poderoso caçador. Utilizando estes
vários alimentos, o homem mergulhou cada vez mais fundo na matéria.
Seu corpo, outrora etérico, formou dentro de si um esqueleto, tornando-se
sólido. Ao mesmo tempo, foi gradativamente perdendo sua percepção
espiritual, mas a lembrança do céu permaneceu nele, pois sabia
estar exilado de seu verdadeiro lar, o mundo celestial. Para o fazer esquecer
este fato e dedicar sua atenção exclusivamente à conquista
do mundo material, na quinta época ou Época Ária, um
novo elemento foi introduzido ao seu regime alimentar: o vinho. Pela indulgência
com este falso espírito do álcool durante os milênios
que se passaram, desde que o homem surgiu da Atlântida, as mais evoluídas
raças humanas são também as mais ateístas e
materialistas. Eles são todos bêbados e, embora uma pessoa
diga – certa de estar dizendo a verdade – que nunca provou uma
só gota de álcool em sua vida, não deixa de ser um
fato que o corpo, no qual ela está atuando, descende de ancestrais
que por milênios se entregaram à bebida, sem comedimento. Portanto,
os átomos que compõem atualmente os corpos do Ocidente são
incapazes de vibrar na medida necessária para a percepção
dos mundos invisíveis, como ocorria antes que o vinho fosse acrescentado
à alimentação humana. Igualmente, hoje, embora uma
criança possa ser criada com dieta sem carne, ainda participa da
natureza feroz de seus ancestrais carnívoros de milhões de
anos, porém em menor intensidade do que os que continuam a se deliciar
com este alimento. Assim, o efeito da introdução da carne
está firmemente implantado e arraigado nas pessoas, mesmo nas que
agora não a consomem. Não nos admiremos que os que ainda apreciam
a carne e o vinho extravasem, às vezes, uma perversa selvageria e
exibam uma ferocidade incontida contra qualquer dos sentimentos superiores
supostamente acalentados durante séculos por uma, assim chamada,
civilização! Enquanto os homens continuarem a reprimir o espírito
imortal dentro de si, por apreciarem a carne e o enganador espírito
do álcool, nunca haverá paz duradoura na Terra. A ferocidade
inata produzida por estes alimentos, de vez em quando virá à
tona, e arrebatará até as mais altruísticas concepções
e ideais em um turbilhão de selvageria, em uma orgia de cruel carnificina,
que aumentará em proporção ao desenvolvimento da inteligência
do homem, o que o habilitará a conceber com sua mente superior, métodos
de destruição mais diabólicos do que qualquer um já
testemunhado. Não há necessidade de argumentos para provar
que a última guerra foi mais destrutiva do que qualquer dos conflitos
anteriores registrados pela história, porque foi travada mais entre
homens de cérebros do que entre homens de músculos. A habilidade
que em tempos de paz tem sido tão proveitosa em empreendimentos construtivos,
foi canalizada para objetivos de destruição. Podemos supor
que, se houver outra guerra daqui a cinqüenta ou cem anos, a Terra
poderá, talvez, ficar despovoada. Portanto, é absolutamente
necessária uma paz duradoura sob o ponto de vista de autopreservação.
Nenhum ser humano que raciocine pode se permitir ignorar esta realidade,
e deve se interessar por toda teoria que considere a guerra um fato absurdo
e lastimável, mesmo que se tenha habituado a olhá-la como
um acontecimento banal. Está comprovado que uma dieta carnívora
aguça a ferocidade... As nações vegetarianas e pacíficas
do Oriente são uma prova do argumento contra uma dieta de carne,
fato que não pode ser negado. No passado, o consumo da carne encorajou
a, então, baixa inventividade humana; serviu a um propósito
em nossa evolução, mas agora estamos no limiar de uma nova
era, quando abnegação e serviço trarão à
Humanidade um desenvolvimento espiritual. A evolução da mente
nos trará uma Sabedoria profunda, que está além de
nossa concepção. Contudo, antes que nos tornemos dignos de
confiança para receber esta Sabedoria, deveremos nos tornar inofensivos
como pombas, pois, do contrário, seremos capazes de a usar para propósitos
tão egoístas e destrutivos, que seria uma ameaça inconcebível
para nossos semelhantes. Para evitar isto, a dieta vegetariana deve ser
adotada. Mas há vegetarianos e vegetarianos. Atualmente, na Europa,
as condições obrigam o povo a se abster de carne por um longo
tempo. Não são verdadeiros vegetarianos, pois desejam ardentemente
comer carne e acham sua escassez uma grande privação e sacrifício.
Com o tempo, se acostumariam, e, em muitas gerações, isto
os tornaria mais tranqüilos e dóceis. Obviamente este não
é o tipo de vegetarianismo que necessitamos agora. Há outros
que se abstêm de carne por motivo de saúde; seu motivo é
egoísta, e muitos dentre eles, provavelmente, desejam até
as 'Panelas de carne do Egito'. Sua atitude mental também não
é a de abolir a ferocidade com rapidez. Mas há uma terceira
classe capaz de compreender que toda vida pertence a Deus e que causar sofrimento
a qualquer ser consciente é errado. Sendo assim, eles se abstêm
do uso de carne como alimento unicamente por compaixão. Estes são
os verdadeiros vegetarianos, e é óbvio que uma guerra mundial
nunca poderia ser travada por pessoas com esta mentalidade. Todos os verdadeiros
cristãos deverão se abster de carne por motivos semelhantes.
Por compaixão. Então, será um fato real a paz na Terra
e boa vontade entre os homens. As nações transformarão
suas espadas em arados e suas lanças em podadeiras para que cessem
de causar morte, tristeza e sofrimento e se tornem instrumentos para propiciar
vida, amor e felicidade.
Nancy:
— Claro, não há nada em um enterro para ficar contente.
Poliana: — Bem, podemos ficar contentes por não ser o nosso.
[Pollyanna, Eleanor Hodgman Porter, apud Max Heindel].
Estamos
acostumados a pensar no avaro como alguém que junta ouro, sendo esta
classe de pessoas, de modo geral, objeto de desprezo. Mas há indivíduos
que lutam tão tenazmente para adquirir conhecimento como o avaro
se esforça para acumular ouro, não hesitando em usar qualquer
meio ou subterfúgio para alcançar seu intento, guardando consigo
seus conhecimentos tão egoisticamente quanto o avaro guarda o seu
tesouro. Não compreendem que, por tal método, eles fecham
de fato as portas a uma Sabedoria maior. O fato é que não
importa quanto conhecimento possamos ofertar aos outros, pois o original
sempre fica conosco.3