O
VETUSTO LELEDACUQUECIDO
Rodolfo Domenico
Pizzinga
odos fofocavam na cidade
que o vetusto
leledacuquecera.1
Era pacato; não
fazia maldade.
Quem
seria o Anhan'guera?
Bartolomeu Bueno da Silva?
Vadinho que caiu na ti'gwera?2
Os
amigos queriam entender.
Lá um dia, o macróbio
explicou:
— Vi
e descobri o que é o não-ser;
hoje, sei bem redondinho quem sou.
—
Eu estava
meditando... Aí, voei...
Voei até um palacete extraordinário.
Lá, me levaram à presença do Rei,
que disse: — Tu és
o teu contrário.
—
Oh!, não
entendo, Majestade!
Como assim? O meu contrário?
— Oh!, vaidade! Tanta vaidade!3
Sim, a tua vida é um fabulário.
—
Aparentas
ser o que não és:
tua vida é um imbróglio sem-fim.
Tudo dá em lhufas; tudo é revés.
És teu não-ser do começo ao fim.
—
O
sol que vês não é o Sol;
pois, tu nunca O viste brilhar.
Tão-só pela Arte do VITRIOL4
tu poderás, enfim, te alforriar.
—
Rei,
o que eu deverei fazer
para corrigir esse mal-estar?
— Tu verás agora o teu não-ser;
a partir daí, deverás te mancar.
—
Eu
prometo: eu me mancarei.
Mas, irão dizer que fiquei maluco.
— É verdade. Dirão mesmo. Eu sei.
Homer Jay Simpson
— If the best
is yet to come, so, I'll wait.5