As Enéadas, por vezes abreviada para Enéadas (em grego clássico: ) é uma coleção de escritos do filósofo neoplatônico Plotino (nascido em Lycopolis, Egito, Império Romano, provavelmente, em 204/205, e falecido em Campânia, Império Romano, em 270), que foi editada e compilada por seu discípulo Porfírio (Tiro, na Fenícia, atual Líbano, cerca de 234 – Roma, cerca de 305), também um filósofo neoplatônico. A obra é formada por 54 tratados divididos em seis capítulos, compostos de nove partes cada um e, por isso, chamados Enéadas, pois, nove, em grego, é ennéa – cujas três hipóstases (realidade permanente, concreta e fundamental), baseadas em Platão, são: Uno-Bem, Inteligência e Alma Cósmica. Este estudo que estou divulgando se compõe de uma pequena coletânea de excertos (eventualmente comentados e, em alguns casos, didaticamente adaptados) da Enéada I, Livro V, (tradução de Juvino A. Maia), Se o Ser Feliz é em Extensão do Tempo.

 

 

Se o Ser Feliz é em Extensão do Tempo
(Fragmentos)

 

 

O limite da Felicidade é sempre o mesmo, [porque, sem sofrer alteração, a Felicidade é o que sempre foi e sempre será.] Assim, a Felicidade não pode mudar no espaço-tempo, ou seja, não pode nem aumentar nem diminuir, [nem engordar nem emagrecer, nem desaparecer nem reaparecer.] Já o que faz a infelicidade não tem limite, pois, no espaço-tempo, [que não é ESPAÇO-TEMPO], se a maldade persistir e aumentar, aumentará o dano [desalegria + esmorecimento + aflição + tribulação + ...] que o mal produz. Mas, mesmo a infelicidade tem acréscimo só pela intensidade, não pelo tempo a mais do mesmo mal praticado, pois, o tempo a mais, quando é enumerado, já não é a mais, e, sim, o mesmo, porque não se deve contar [comparar] o-que-não-é [espaço-tempo] com O-QUE-É [ESPAÇO-TEMPO]. Ser Feliz, portanto, está para o Plano Inteligível, [que, para nós, será sempre relativo, porém, pela Compreensão, acrescentável e aumentável]; não para o plano sensível [miraginal + ilusório = fantasioso]. E a Alegria instantânea sempre estará no presente, [pois, passado e futuro são miragens + ilusões = fantasias que nos assombram.]

 

A Eternidade é sempre uma e a mesma, ou seja, não envolve mudança. [A Eternidade não muda; mudam, sim, as coisas que se manifestam na Eternidade.]

 

Todas as imagens acabam se desfazendo no Eterno Presente.

 

O bom senso não cabe em um ponto e em outro não cabe.

 

A aspiração de ser Feliz é buscada no presente e é alcançada no presente.

 

A maldade aumenta com o mal persistente, e com isso, também a infelicidade.

 

Ser mais Feliz é diretamente proporcional ao que produz maior Virtude.

 

 

Mesmo medindo a Felicidade pelo presente, como deve ser, Ela é indivisível. Portanto, dizer, por exemplo, que a Felicidade que já não está mais presente, [por exemplo, dos do passado], foi mais intensa e melhor do que a Felicidade do presente é um absurdo. [Mais (mais isso, mais aquilo) no ou do espaço-tempo tanto quanto menos (menos isso, menos aquilo) no ou do espaço-tempo – do que quer que seja e para o que quer que seja – são contrários à sensatez e ao bom senso, ambos provenientes da nossa ignorância e do nosso desconhecimento do SEMPRE-ESPAÇO-TEMPO O-QUE-É. É por isto que Peregrinação está mais para Reintegração do que para evolução. Isto é fácil de ser admitido e aprovado, se compreendermos que O-QUE-É SEMPRE-FOI-É-SERÁ-NO-ESPAÇO-TEMPO O-QUE-É, e que, por isso, não pode evoluir em si-mesmo.]

 

O-que-não-é é uma patologia miraginal e quimérica.
Desejos, cobiças e paixões são patologias miraginais e quiméricas.
Delírios, fantasias e extravagâncias são patologias miraginais e quiméricas.
Exageros, excessos e demasias são patologias miraginais e quiméricas.
Ditadura, censura e tortura são patologias miraginais e quiméricas.
Passado é uma patologia miraginal e quimérica.
Futuro é uma patologia miraginal e quimérica.
Eu-fui é uma patologia miraginal e quimérica.
Eu-não-sou é uma patologia miraginal e quimérica.
Eu-serei é uma patologia miraginal e quimérica.
Por acaso é uma patologia miraginal e quimérica.
Casualidade é uma patologia miraginal e quimérica.
Eventualidade é uma patologia miraginal e quimérica.
Inesperado é uma patologia miraginal e quimérica.
Surpresa é uma patologia miraginal e quimérica.
Desfraternidade é uma patologia miraginal e quimérica.

A guerra é uma patologia miraginal e quimérica.

A guerra é uma patologia miraginal e quimérica.

A ditadura do é uma patologia miraginal e quimérica.

Os do são patologias miraginais e quiméricas.

O do Jair é uma patologia miraginal e quimérica.

A do Ricardo Salles é uma patologia miraginal e quimérica.

A minuta golpista do Anderson Torres é uma patologia miraginal e quimérica.
O comunavírus do ex-chanceler Ernesto Araújo é uma patologia miraginal e quimérica.

A insanidade do é uma patologia miraginal e quimérica.

A antidemocracia e o anti-republicanismo são patologias miraginais e quiméricas.
O aquecimento global é uma miragem patológica e quimérica,
aquecimento derivado

 

O preconceito contra o outro (o diferente) é uma patologia miraginal e quimérica.

 

(O pré-conceito é um juízo de valor criado sem razão
objetiva, e que se manifesta por meio da intolerância.)

O desmatamento da Amazônia é uma patologia miraginal e quimérica.
A destruição do Pantanal é uma patologia miraginal e quimérica.
O arruinamento dos manguezais é uma patologia miraginal e quimérica.
O novo [a]normal do clima é uma patologia miraginal e quimérica.
O fiat voluntas mea é uma patologia miraginal e quimérica.
O fideísmo (fanático) é uma patologia miraginal e quimérica.

 

A vida é uma patologia miraginal e quimérica.
1 + 1 = 2 é uma patologia miraginal e quimérica.
A morte é uma patologia miraginal e quimérica.
1 – 1 = 0 é uma patologia miraginal e quimérica.
A Separatividade é uma patologia miraginal e quimérica.

 

 

A magia negra é uma patologia miraginal e quimérica.
A entropia na 8ª Esfera é uma patologia miraginal e quimérica.

 

Não se deve, portanto – [miraginal e ilusoriamente] – associar a felicidade [ou o que quer que seja] ao tempo, mas, à Eternidade, ao Ser Não-temporal. Não se deve ligar, então, O-QUE-É ao o-que-não-é, nem à Eternidade ao tempo [que não é TEMPO], nem o temporal à Eternidade, nem se deve tentar estender o imensurável, mas, se deve tomá-lo todo inteiro, pois, a Eternidade não é de múltiplos tempos.

 

Miragem + Ilusão no tempo [que não é TEMPO]

 

De maneira geral, as pessoas buscam na memória as coisas boas, belas e felizes que aconteceram, pois, não as têm agora, [mas, acabam quebrando a cara!]

 

Quebrando a Cara!

 

O ser feliz é presente e está no presente.

 

A atividade da [personalidade-]alma está no ter sensatez, e, deste modo, ser em atividade em-si-mesma. Este é o modo de ser Feliz.