O SIMBOLISMO DO CORPO HUMANO

 

 

Manly Palmer Hall

Manly Palmer Hall

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Este estudo se compõe de uma coletânea de fragmentos garimpados na obra O Simbolismo do Corpo Humano, de autoria de Manly Palmer Hall.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Manly Palmer Hall (Peterborough, Ontario, 18 de março de 1901 – 29 de agosto de 1990, Los Angeles, California) foi um místico e autor canadense de mais de cem livros, dentre eles The Secret Teachings of All Ages: An Encyclopedic Outline of Masonic, Hermetic, Qabbalistic and Rosicrucian Symbolical Philosophy, que ele publicou aos 25 anos de idade.

 

Em 1934, Hall fundou a Philosophical Research Society, em Los Angeles, EUA, dedicada ao ideal de buscar soluções para os problemas humanos.

 

Uma biografia mais detalhada está disponível em:

http://www.christianrosenkreuz.org/mph_biografia.htm

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

O mais antigo, o mais profundo e o mais universal de todos os símbolos é o corpo humano. [O homem é o modelo do mundo. Leonardo da Vinci.]

 

 

Homem Vitruviano

Homem Vitruviano1
(Leonardo da Vinci)

 

 

Na Antigüidade, os Mistérios de todas as nações ensinavam que as leis, os elementos e os poderes do Universo estavam resumidos na constituição humana, e que tudo o que existia fora do homem tinha seu análogo dentro do homem. Portanto, quando o homem está temporariamente impregnado com o Entusiasmo Divino, pode transcender, por um breve momento, as limitações de sua própria personalidade, e, parcialmente, contemplar o brilho celestial, no qual se banha toda a criação, ainda que não possa ter uma imagem perfeita [nem completa] da expressão multiforme da atividade celestial.

 

Na Antigüidade, Deus era considerado o Grande Homem e o homem era considerado o pequeno Deus um Universo em miniatura. O Universo era denominado Macrocosmo, e a Vida Divina ou a Entidade Espiritual que controla suas funções foi chamada Macroprosopus. O corpo do homem ou o universo humano individual era denominado Microcosmo, e a Vida Divina ou Entidade Espiritual que controla suas funções era chamada de Microprosopus.

 

A chave das analogias entre os órgãos e as funções do homem microcósmico e os do Homem Macrocósmico era a posse mais preciosa dos primeiros Iniciados.

 

Muitos dos códigos e das leis que os teólogos modernos acreditam ser revelações diretas da Divindade são, na verdade, o fruto de anos de pesquisa de pacientes pesquisas dos intrincados detalhes da constituição humana e nas infinitas maravilhas reveladas por este estudo.

 

Não existem
revelações diretas da Divindade.
Mas, existem
Bom Combate e Compreensibilidade.

 

Os Filósofos Antigos perceberam que o próprio homem era a chave do enigma da vida, porque era a imagem viva do Plano Divino. O verdadeiro estudo da Humanidade é o homem.

 

A Natureza Espiritual do Homem [não importa o nome com que seja denominada] é a causa invisível e o poder de controle de sua personalidade material visível.

 

 

Homem

 

 

Sendo parte do Espírito, a forma está dentro do Espírito e a Natureza Universal que inclui todo o sistema sideral está dentro da essência reinante, de Deus ou do Espírito Universal.

 

Em questões relativas à Filosofia [Oculta] e à Teologia [Esotérica], acima deve ser considerado em direção ao centro e abaixo em direção à circunferência. O centro é o Espírito; a Circunferência é a matéria. Conseqüentemente, acima se refere a uma escala ascendente de Espiritualidade; para baixo se refere a uma uma escala ascendente de materialidade.

 

 

Cone

 

 

No corpo físico, o Centro Superior (ou Espiritual) está localizado no coração [cuja correspondência recíproca é o Chakra Anahata], o órgão mais espiritual e misterioso do corpo humano – a Fonte da Vida.

 

 

Chakra Anahata

Chakra Anahata

 

 

Nos Mistérios da Antigüidade, o coração era reconhecido como o centro da consciência espiritual.

 

Como um homem pensa em seu coração assim ele é.

 

Da mesma maneira que existem sete corações no cérebro, também existem sete cérebros no coração.

 

Todas as coisas estão em nós, e, portanto, somos naturalmente capazes de conhecer todas as coisas. [Proclo, in: Sobre a Teologia de Platão.]

 

Na Antigüidade, as imagens dos Deuses não foram projetadas para ser objetos de adoração, mas, para ser consideradas meramente como emblemas ou recordatórios de Poderes e Princípios Invisíveis. Da mesma forma, o corpo do homem não deve ser considerado como o indivíduo, mas, apenas, como a casa do indivíduo, da mesma maneira que o Templo era considerado a Casa de Deus.

 

 

 

 

Diz a Obra Secreta: A [personalidade-]alma está suspensa em um fio da Natureza do Ser.

 

O Homem, essencialmente, é um princípio permanente e imortal; somente seus corpos passam pelo ciclo de nascimento e morte. O Imortal é a Realidade; o mortal é a irrealidade. Durante cada período da vida terrestre, a Realidade habita na irrealidade, para ser libertada temporariamente pela morte e permanentemente pela Illuminação.

 

 

 

 

Por sermos muito ignorantes, costumamos classificar os pagãos como politeístas. Ora, os pagãos obtiveram essa equivocada reputação não porque adoravam mais de um Deus, mas, porque personificavam os atributos desse Deus, e criaram, assim, um panteão de Divindades posteriores, que manifestavam parte do que o Deus Único manifestava. Portanto, os diferentes panteões das diversas religiões antigas, realmente, representavam os atributos catalogados e personificados da Deidade única. Tudo isto corresponde às hierarquias dos cabalistas hebreus.

 

 

Deuses Olímpicos

 

 

Quando eu quero ver tempestades,
invoco a presença de Zeus.
Quando eu penso em casamento,
invoco a presença de Hera.
Quando eu quero ver terremotos,
invoco a presença de Poseidon.
Quando eu quero uma boa apanha,
invoco a presença de Deméter.
Quando eu quero as riquezas da Terra,
invoco a presença de Hades.
Quando eu quero paz no meu lar,
invoco a presença de Héstia.
Quando eu quero amor e sexualidade,
invoco a presença de Afrodite.
Quando eu quero a cura da peste,
invoco a presença de Apolo.
Quando eu quero vencer uma guerra,
invoco a presença de Ares.
Quando eu quero ter sucesso na caça,
invoco a presença de Ártemis.
Quando eu quero obter uma estratégia militar,
invoco a presença de Atena.
Quando eu quero festas e êxtase,
invoco a presença de Dioniso.
Quando eu quero ver o circo pegar fogo,
invoco a presença de Hefesto.
Quando eu quero ter sucesso na magia,
invoco a presença de Hermes.

 

Para os antigos, o Deus oculto se manifestava através da medula óssea.

 

Através do corpo físico do homem, evoluem não apenas um reino mineral, um reino vegetal e um reino animal, mas, também, evoluem desconhecidas classificações e divisões da Vida Espiritual Invisível.

 

Do mesmo modo que as células são unidades infinitesimais na estrutura do homem, também o homem é uma unidade infinitesimal na estrutura do Universo. [Este é mais um argumento incontestável em favor da idéia irrefutável de que somos todos um.]

 

 

 

 

O número 5 foi aceito como o símbolo do homem.

 

 

Cinco

 

 

Os dedos dos pés representam os Dez Mandamentos da Lei Física, e os dedos dos pés os Dez Mandamentos da Lei Espiritual.

 

No Simbolismo, o corpo está dividido verticalmente em duas metades: a metade direita é considerada a LLuz [metade espiritual e masculina] e a metade esquerda é a obscuridade [metade material e feminina]. Por esta razão, a magia negra era freqüentemente chamada de o caminho da esquerda, e se dizia que o céu estava à direita e o inferno à esquerda.

 

 

Corpo Físico

 

 

A Doutrina Secreta ensina que todas as partes e todos os membros do corpo estão resumidos no cérebro e, por sua vez, que tudo o que está no cérebro está resumido no coração.

 

A Illuminação espiritual constituía o cerne da Doutrina Secreta ou Esotérica da Antigüidade.

 

Os Filósofos Ocultistas sabem que alguns órgãos e centros aparentemente físicos são, na verdade, véus ou envolturas dos Centros Espirituais, mas, nunca os revelaram aos não-regenerados, porque sabem que, uma vez entendido o pleno funcionamento de qualquer sistema, um homem pode alcançar um fim estabelecido, sem estar de fato qualificado para manipular e controlar os efeitos que ele produz. Por este motivo, longos períodos de provação sempre foram impostos, para que o conhecimento de como ser como os Deuses permanecesse como posse exclusiva dos Merecedores. [Isto pode ser resumido da seguinte forma: enquanto não merecermos ser Deuses in actu, continuaremos a ser Deuses in potentia.]

 

A Teoria da Redenção Pessoal sempre foi o fundamento da Teologia Filosófica. [Não devemos confundir Redenção Pessoal com salvação pessoal. Salvação pessoal não existe; Redenção Pessoal é possível. Em algum texto que já publiquei, afirmei que o maior egoísmo de um religioso é se esforçar por sua salvação pessoal. E por que isto é assim? Porque, se somos todos um, a impossível salvação pessoal só poderá ser coletiva. Seja como for, não há salvação de nada. Isso é conversa-fiada de religioso marca barbante para faturar dindim.]

 

Todo o Novo Testamento, na verdade, é uma exposição engenhosamente oculta dos processos secretos da regeneração humana. Os personagens, que há muito são considerados homens e mulheres históricos, são, realmente, personificações de certos processos que são realizados no corpo humano, quando o homem começa a tarefa de, conscientemente, se libertar do vínculo da ignorância e da morte.

 

Os Mistérios sempre ensinaram que os únicos ornamentos duradouros do homem são suas virtudes e suas características dignas.

 

De maneira geral, as deformidades corporais são o resultado de deformidades mentais e morais.

 

Os chamados pagãos sempre consideraram a Terra e todos os corpos siderais como criaturas individuais que possuíam inteligências individuais.

 

De acordo com a Doutrina Secreta, o homem, através do refinamento gradual de seus veículos e da crescente sensibilidade resultante deste refinamento, está gradualmente superando as limitações da matéria e se desfazendo do seu papel mortal. Quando a Humanidade concluir sua evolução física, a concha vazia do materialismo que deixará para trás será usada por outras ondas de vida como etapas para sua própria libertação. [Mutatis mutandis, assim como recebemos da 4ª Raça-raiz uma herança que, até certo ponto, desconhecemos, a 4ª Raça-raiz recebeu dos lemurianos a herança que permitiu que ela se desenvolvesse. E assim, no Universo, sempre uns dão e outros recebem, e os que recebem, um dia, também darão. E a vida jamais se interrompe, o movimento jamais estaciona e a mudança jamais cessa. Isto se explica pela ilimitabilidade ascendente.]

 

 

 

 

Ao nascer, apenas um terço da Natureza Divina do homem se dissocia temporariamente de sua própria imortalidade e se encarrega do sonho do nascimento e da existência física, animando com seu próprio Entusiasmo Celestial um veículo composto de elementos materiais. Na morte (o Iniciador Inevitável), esta parte encarnada desperta do sonho da existência física e encontra novamente sua Condição Eterna.

 

O principal objetivo dos Mistérios é que o homem se torne consciente com a Fonte Divina existente em si mesmo, sem provar a dissolução física.

 

Tanta loucura...
Tanta algaravia...
Noite triste, noite escura...
Onde está minha Alforria?

Tanto sono...
Tanta doença...
Tanta dor, tanto abandono...
De que vale a minha crença?

Quem sou eu?
Eu não me lembro.
Minha fé não me valeu!
Estou vivo, mas deslembro!

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. O Homem Vitruviano, de Leonardo di Ser Piero da Vinci (Anchiano, 15 de abril de 1452 – Amboise, 2 de maio de 1519), é um famoso desenho que acompanhava as notas feitas pelo polímata por volta do ano 1490 num dos seus diários, e é baseado na obra De Architectura, do arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio (80 a.C – 15 a.C.), que tinha como padrões de proporções os princípios conceituais utilitas (utilidade), venustas (beleza) e firmitas (solidez). O Homem Vitruviano descreve uma figura masculina nua separada e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços inscritos em um círculo e em um quadrado. A cabeça é calculada como sendo um oitavo da altura total. Às vezes, o desenho e o texto são chamados de Cânone das Proporções. As proporções do corpo humano do Homem Vitruviano descritas na obra De Architectura são:

• um palmo é o comprimento de quatro dedos;
• um pé é o comprimento de quatro palmos;
• um côvado é o comprimento de seis palmos;
• um passo são quatro côvados;
• a altura de um homem é quatro côvados;
erit eaque mensura ad manas pansas;
• o comprimento dos braços abertos de um homem (envergadura dos braços) é igual à sua altura;
• a distância entre a linha de cabelo na testa e o fundo do queixo é um décimo da altura de um homem;
• a distância entre o topo da cabeça e o fundo do queixo é um oitavo da altura de um homem;
• a distância entre o fundo do pescoço e a linha de cabelo na testa é um sexto da altura de um homem;
• o comprimento máximo nos ombros é um quarto da altura de um homem;
• a distância entre a o meio do peito e o topo da cabeça é um quarto da altura de um homem;
• a distância entre o cotovelo e a ponta da mão é um quarto da altura de um homem;
• a distância entre o cotovelo e a axila é um oitavo da altura de um homem;
• o comprimento da mão é um décimo da altura de um homem;
• a distância entre o fundo do queixo e o nariz é um terço do comprimento do rosto;
• a distância entre a linha de cabelo na testa e as sobrancelhas é um terço do comprimento do rosto;
• o comprimento da orelha é um terço do da face; e
• o comprimento do pé é um sexto da altura.

 

Música de fundo:

Vitruvian
Compositores: Keith Power & George Spano

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=93yItyYpRzI

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.textgiraffe.com/Vida/

https://www.vexels.com

https://www.vecteezy.com

https://www.vectorstock.com

https://unsplash.com

https://edition.cnn.com

https://www.nicepng.com

https://en.wikipedia.org/wiki/Anahata

https://giphy.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/
Homem_Vitruviano_(desenho_de_Leonardo_da_Vinci)

https://logiaparthenon.com/web/documentos/el%20simbolismo%
20del%20cuerpo%20humano%20-%20manly%20p.%20hall.pdf

https://eruizf.com/martinismo/doc/manly_hall_
claves_perdidas_de_la_masoneria.pdf

 

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