UMA DOR, MIL DORES

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Um elefante amola muita gente!

 

 

 

Um elefante amola muita gente;

dois elefantes amolam muito mais.

Uma dor parece não ser suficiente;

mil dores nem sempre são demais.

 

A Primeira Guerra1 matou muita gente;

a Segunda Guerra2 matou muito mais.

A Guerra da Coréia3 também foi lesente;4

 

Nada parece preencher o homem;

nem a dor apocópica nem a harmonia.

então, talvez, sinta a Verdadeira Alegria.6

 

Por agora, só corrupagens7 e putaflitos.8

E quem paga a conta? Claro, os ecossistemas!

Também não escapam os desvalidos pequenitos,

nem os que têm e os que não têm algemas.

 

Oh!, ignorância que obstaculiza a calma!

Oh!, preconceito que impede a ascensão!

Oh!, mediocrismo que entenebra a alma!

Oh!, não-sei-quê que susta a Illuminação!

 

 

 

 

Quem paga a conta são...

 

 

 

Observação:

O termo Super-homem é originário do alemão Übermensch, descrito no livro Assim Falou Zaratustra, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (Röcken, 15 de outubro de 1844 – Weimar, 25 de agosto de 1900), no qual estão explicados os passos através dos quais o homem poderá se tornar um Super-Homem (Homem Superior). Isto poderá se dar: 1º) através da transvaloração de todos os valores do indivíduo (transnoese); 2º) através da vontade em superar o nihilismo (desvalorização do sentido da vida; ausência de finalidade e de resposta ao porquê); 3º) através da reavaliação dos velhos ideais e/ou do empenho em criar novas inter[cal]ações; e 4º) através de um processo contínuo de auto-superação (Iniciático). O conceito de Super-homem contrasta com a idéia de o último homem – que é a antítese do Übermensch. Escreveu Nietzsche: Amo aquele que não sabe viver a não ser como os que sucumbem, pois é o que atravessa. Amo o de grande desprezo, porque é o de grande respeito – verdadeiro dardo da aspiração pela outra margem. Amo aquele que não procura atrás das estrelas uma razão para sucumbir e ser sacrificado, mas que se sacrifica à Terra, para que ela, um dia, se torne a Terra do Além-do-homem. Amo aquele que vive para conhecer e que quer conhecer, para que um dia o Além-do-homem viva. E assim ele quer sucumbir. Amo aquele que trabalha e inventa para construir a casa para o Além-do-homem e prepara para ele terra, animal e planta, pois, assim, ele quer sucumbir. Amo aquele que ama sua virtude, pois virtude é vontade de sucumbir e um dardo da aspiração. Amo aquele que não reserva uma gota de espírito para si, mas quer ser inteiro o espírito de sua virtude; assim, ele passa como espírito por sobre a ponte. Amo aquele que faz de sua virtude seu pendor e sua fatalidade; assim, é por sua virtude que ele quer viver... Amo aquele que não quer ter muitas virtudes. Uma virtude é mais do que duas virtudes... Amo aquela cuja alma se esbanja; que não quer gratidão... pois ele sempre dá e não quer se poupar. Amo aquele que se envergonha quando o dado cai em seu favor, e que, então, pergunta: — 'sou um jogador desleal?' — pois quer ir ao fundo. Amo aquele que lança à frente de seus atos palavras de ouro e sempre cumpre ainda mais do que promete, pois ele quer sucumbir. Amo aquele que justifica o futuro e redime o passado, pois ele quer ir ao fundo pelo presente. Enfim, Zarathustra atribui à civilização de seu tempo a tarefa de preparar a vinda do Übermensch. A motivação de Nietzsche, ao dizer que Deus está morto, é o desejo de transformação da consciência católica, ou seja, da maneira de pensar (e de agir) centrada em Deus. Somente rompendo com as normas idealístico-religiosas, um homem poderá se tornar um Além-do-homem (Übermensch). O ponto de partida para esta transformação é a demolição de todas construções eclesiais, particularmente de vertente católica, que, de acordo com Nietzsche, são o oposto exato do que Jesus ensinou. E isto, segundo Nietzsche, teve início com o apóstolo Paulo, que produziu uma metamorfose nos ensinamentos de Jesus, tornando-os uma doutrina apoucada de recompensa (prêmio) e castigo (punição). Em suma: um Super-homem não precisa de um Deus egregórico, coletivo. Enfim, é dito que a irmã de Nietzsche, que o acompanhou nos seus últimos momentos de vida, ofereceu a bengala de Nietzsche a Adolf Hitler (Braunau am Inn, 20 de abril de 1889 – Berlim, 30 de abril de 1945), co-fundador e líder do Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães). Este insólito fato, acolchoado pelo desenvolvimento progressivo da idéia da existência de uma raça ariana e pela propaganda maciça desta idéia tenebrosa disseminados por Hitler e seus genuflexos acólitos – que mentiam, como particularmente mentia Paul Joseph Goebbels (1897 – 1945), até que suas mentiras virassem verdades* – gerou um mal-entendido acerca da pretensa associação de Nietzsche com a causa nazista. Nada pode ser mais injusto, pois, em Nietzsche, a teoria do Super-homem nada tem a ver com o ideal ariano nazista, que Nietzsche sempre desprezou. O fato é que – e Nietzsche não teve nada a ver com isto – o complexo de inferioridade alemão, que vinha de muito longe, acabou desembocando na preconceituosa fantasia de superioridade racial germânica, exaltada pelo Nationalsozialismus (Nacional-socialismo) através da associação com a existência de uma raça ariana. Esta caliginosa arquitetação proporcionou a maior barbárie jamais vista na História da Humanidade: a Segunda Grande Guerra + o Holocausto – conflito mundial que assassinou mais de setenta milhões de seres humanos.

* Goebbels foi o dono da célebre frase: Uma mentira dita cem vezes torna-se uma verdade.

Observação editada das fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Goebbels

http://www.filosofianet.org/ftp/nietzsche.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial

http://pt.wikipedia.org/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Super_Homem_(filosofia)

 

 

Sentido horário, de cima para baixo:

tropas nazistas durante o Anschluss (anexação político-militar da Áustria);
prisioneiros judeus libertos de um campo de concentração;
Batalha de Stalingrado;
captura de Berlim pelos soviéticos;
tropas japonesas na China;
6 de agosto de 1945: Hiroshima – explosão do Little Boy.

 

 

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Notas:

1. Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).

2. Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).

3. Guerra da Coréia (1950 – 1953).

4. Lesente = lesiva + indecente.

5. Guerra do Vietnã (1964 – 1973); Guerra dos Seis Dias (1967); Guerra das Malvinas (1982 – 1982); Guerra do Golfo (1990 – 1991); Guerra do Kosovo (1996 – 1999); Operation Enduring Freedom – Invasão Afegã pelos Estados Unidos (2001 – atualmente); e Operation Iraqi Freedom – Invasão do Iraque (2003 – atualmente). Nesta lista, estão faltando muitas guerras e muitos conflitos, que só fazem avergonhar a Humanidade.

6. In Corde!

7. Corrupagens = corrupções + sacanagens.

8. Putaflitos = putarias + conflitos.

 

Página da Internet consultada:

http://www.freerepublic.com/
focus/chat/2279289/posts

 

Música de fundo:

O Passo do Elefantinho (Baby Elephant Walk)
Compositor: Henry Mancini
Interpretação: Trio Esperança

Fonte:

http://www.charles50tao.com.br/
as_mais_tocadas_1963.php