O nosso ego se constitui de uma série de reações defensivas e expansivas, e seu preenchimento está sempre em suas próprias projeções e agradáveis identificações. Enquanto traduzirmos as nossas experiências em termos relativos ao ego, a mim, ao meu, ou seja, enquanto o ego se mantiver por meio de suas reações, a experiência não poderá ser livre de conflito, engano, confusão e dor. A liberdade só virá se for compreendida a natureza do experimentador, isto é, se for compreendida a natureza do ego. Só quando o nosso ego, com suas reações acumuladas, deixar de ser o experimentador, a experiência assumirá um significado inteiramente diferente e se transformará em criação. [In: A Educação e o Significado da Vida, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

Qualquer forma de educação que só atenda a uma parte e não à totalidade do ser-humano-aí-no-mundo, inevitavelmente, conduzirá a conflitos e sofrimentos cada vez maiores. [Ibidem.]

 

São os nossos desejos, as nossas cobiças e as nossas paixões que limitam a nossa mente e geram os cagaços. A ânsia de realizar nosso próprio preenchimento é a causadora de conflitos e de tribulações infindáveis. [Ibidem.]

 

 

— Eu queria ir morar no céu,

mas, tinha cagaço de parar no inferno.

Eu queria deixar de ser religioso,

mas, tinha cagaço da ira de Deus.

Eu queria ser generoso,

mas, tinha cagaço de ficar a neném.

Eu queria ver o Sol nascer,

mas, tinha cagaço de ficar queimado.

Eu queria ser amigo do Boi Xavante,

mas, tinha cagaço do seu imenso pirogão,
(que ele mantinha sempre envernizado com óleo de carnaúba).

Eu queria conhecer o professor ,

mas, tinha cagaço de acabar virando múmia paralítica.

Eu queria ir à Discoteca do ,

mas, tinha cagaço dele me chamar de Terezinha.

Eu queria me casar com a Bibi,

mas, tinha cagaço de ser corneado.

Eu queria cometer um pecadinho,

mas, tinha cagaço do bafo do dragão.

Eu queria visitar a República de Cuba,

mas, tinha cagaço da Santeria.

Eu queria visitar o Estado Libre Asociado de Puerto Rico,

mas, tinha cagaço dos nganguleros.

Eu queria visitar a Calabria,

mas, tinha cagaço da Famiglia Montalbano.

Eu queria visitar Napule,

mas, tinha cagaço da Camorra.

Eu queria ir a Pasárgada,

mas, tinha cagaço de pegar gonorréia.

Eu queria tomar banho de mar,

mas, tinha cagaço de .

Eu queria passear em Copacabana,

mas, tinha cagaço de ser assaltado.

Eu queria comemorar o ,

mas, tinha cagaço de 'bala perdida'.

Eu queria ir a Nova Iorque,

mas, tinha cagaço de o avião cair.

Eu queria votar no ,

mas, tinha cagaço que ele sujasse o país.

Eu queria dizer o que penso,

mas, tinha cagaço de ser criticado.

Eu queria me relacionar,

mas, tinha cagaço de interagir com os 'outros-aí'.

Eu queria subir na Torre Eiffel,

mas, tinha cagaço de altura.

Eu queria visitar o Pantanal,

mas, tinha cagaço de anaconda.

Eu queria tanto ir ao teatro,

mas, tinha cagaço de lugares fechados.

Eu queria dormir tranqüilo,

mas, tinha cagaço do escuro.

Eu queria muito ser feliz,

mas, tinha cagaço de ficar doente.

Eu queria ser um doador,

mas, tinha cagaço de ver sangue.

Eu queria viver à larga,

mas, tinha cagaço de morrer 'à curta'.

Eu queria mudar completamente,

mas, tinha cagaço de ficar perdidão.

Eu queria fazer terapia,

mas, tinha cagaço de descobrir quem eu sou.

Eu queria dizer Eu-Sou,

mas, 'encagaçatus' morri dizendo não-sou.

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

A Lenda da Piroga de Cristal
Composição e interpretação:Paulo Silvino

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=01Dl-nBJsoA

 

Páginas da Internet consultadas:

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