Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Sempre na base do amarelinho?
E o laranja, o vermelho e o branco?

 

 

 

Eu fico a me interrogar:

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem viveremos quimerizando?

 

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem seremos tão egoístas?

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem seremos tão indiferentistas?

 

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem esfolaremos estoutros?

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem oprimiremos aqueloutros?

 

Eu fico a me interrogar:

Eu fico a me interrogar:

 

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem, ditatorialmente, imporemos?

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem, despoticamente, coagiremos?

 

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem insistiremos em dominar?

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem teimaremos em não deixar?

 

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem assassinaremos para ficar?

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem brutalizaremos para perdurar?

 

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem nasceremos no peito e na raça?

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem pifaremos chochinhos e sem graça?

 

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem será só entra dia sai dia?

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem abriremos mão da alforria?

 

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem repetiremos o eterno repetir?

Eu fico a me interrogar:

quousque tandem, cativos, viveremos sem Sentir?

 

Arrre! Viver assim é desviver;

precisamos encontrar e trilhar o Caminho.

Como nos unificaremos ao Ser

vivendo sem Viver, sempre no amarelinho?

 

Mas, haveremos de apre[e]nder:

se, um dia, descemos, haveremos de subir.

Enquanto isso: padecer, morrer,

choro cá, choro lá, vai-não-vai e... combalir!

 

 

 

Quando completaremos o Sete?

 

 

 

Rio de Janeiro, sábado, 12 de fevereiro de 2011.

 

 

 

Fatos Históricos:

 

 

 

Muhammad Hosni Said Mubarak (Monufia, 4 de maio de 1928) é um militar egípcio que governou seu País de 14 de outubro de 1981 a 11 de fevereiro de 2011, quando apresentou sua renúncia ao cargo, após 18 dias de protestos no Egito. A partir de sua ascensão na Força Aérea egípcia, tornou-se vice-presidente em 1975, e sucedeu a Anwar Al Sadat, depois que este foi assassinado, em 6 de outubro de 1981. Era considerado como um dos mais poderosos chefes de estado do Oriente Médio. Também era conhecido por sua posição neutra no conflito árabe-israelita, sendo, por isso mesmo, freqüentemente envolvido nas negociações entre as duas facções. Nos últimos dias de seu Governo, estava sendo alvo de críticas e protestos pela maioria da população egípcia, a qual pedia por sua renúncia, o que acabou acontecendo.

Mubarak licenciou-se quando jovem pela Academia Militar em 1949 e pela Academia da Força Aérea Egípcia em 1950. Assumiu posições de comando na Força Aérea entre 1966 e 1969. Em 1972, o presidente Anwar el-Sadat nomeou-o comandante-chefe daquele ramo das Forças Armadas. O seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel, em 1973, valeu-lhe a promoção a marechal, que lhe foi concedida em 1974. Em 1975 Sadat nomeou-o para o cargo de vice-presidente. Nos anos que se seguiram, Mubarak esteve envolvido em importantes negociações diplomáticas com outros países do Oriente Médio. Foi o principal mediador na disputa do território do Saara Ocidental, entre Marrocos, Argélia e Mauritânia. Após o assassinato de Sadat, tornou-se Presidente do Egito, em 1981, sendo reeleito por quatro vezes (1987, 1993, 1995 e 1999). Renunciou à Presidência, em fevereiro de 2011, após quase trinta anos no poder, em meio a sérios distúrbios populares. Seu Governo foi marcado por progressos nas relações com os países árabes e pelo arrefecimento das relações com Israel, especialmente após a invasão israelense do Líbano, em 1982. Mubarak reafirmou o tratado de paz com Israel em 1979, ao abrigo dos acordos de Camp David, e cultivou boas relações com os Estados Unidos da América. Durante a Guerra do Golfo, posicionou-se ao lado dos EUA, contra as intenções expansionistas do Iraque de Saddam Hussein. Desempenhou também um papel importante na mediação do acordo entre Israel e a Organização de Libertação da Palestina, assinado em 1993. Em 2004, Mubarak afirmou, em entrevista ao Le Monde, que considerava existir um ódio sem precedentes contra os Estados Unidos nos países árabes (entre os quais se inclui o Egito), motivado pela proteção econômica e militar concedida pelo Governo norte-americano a Israel.

Segundo fontes da imprensa mundial, a família do ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, tem uma fortuna espalhada pelo mundo, que segundo a ABC News, rede norte-americana de TV, gira entre US$ 50 bilhões e US$ 70 bilhões. O ex-presidente teria construído sua fortuna a partir de contratos das Forças Armadas, na época em que era oficial da Aeronáutica. Quando se tornou Chefe de Governo, em 1981, começou a diversificar o patrimônio. As pessoas o consideram abertamente um líder corrupto, disse Amaney Jamal, professora de ciência política na Universidade de Princeton. De acordo com o The Guardian, jornal de Londres, Mubarak e a família têm capitais em bancos britânicos e suíços, e fortes investimentos imobiliários em grandes metrópoles como Londres, Nova Iorque e Los Angeles, além de áreas junto ao Mar Vermelho. Um breve resumo: antes, uma monarquia considerada corrupta, que se esgotou com o afastamento do último Rei do Egito, Faruk I (Cairo, 11 de fevereiro de 1920 – Roma, 18 de março de 1965); depois, corrupção e mais corrupção.

A população jovem se revoltou depois de conviver por anos em alta taxa de desemprego e situação de pobreza, enquanto o ex-presidente Mubarak acumulou riquezas absurdas à custa de corrupção e impunidade nos desvios de recursos públicos. Os investimentos que fez ao longo de 30 anos no poder foram, na sua maioria, aplicados no estrangeiro; o jornal Al Khabar referia, no ano passado, os exemplos de Manhattan e Beverly Hills, nos dois extremos dos Estados Unidos.

Em Janeiro de 2011, estimulados pela queda do Chefe do Governo autoritário da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, centenas de milhares de egípcios iniciaram protestos exigindo a renúncia de Mubarak ao redor do País, principalmente nas cidades do Cairo, Alexandria e Suez. Em 1° de fevereiro de 2011, mais de um milhão de pessoas – segundo a rede de televisão Al Jazeera – tomam a praça Tahrir, no Cairo, na maior demonstração contra Mubarak até então. Protestos maciços também ocorreram em outras cidades do Egito, como Alexandria e Suez, no mesmo dia em que Mubarak declarou que deixaria o cargo após eleições previstas para o mês de setembro, onde afirmou que não as disputaria.

Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico palavras patrióticas do bonitão Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, Príncipe Regente do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, 1º Imperador do Brasil, como D. Pedro I, de 12 de outubro de 1822 a 7 de abril de 1831, e 28º Rei de Portugal (título herdado de seu pai, D. João VI), durante um período de sete dias (entre 26 de abril e 2 de maio de 1826), como D. Pedro IV. Seja como for, D. Pedro I disse que ficava; e ficou mesmo. Por quase 10 anos! Muhammad Hosni Said Mubarak também disse que ficava; não ficou 24 horas. Os egípcios não aceitaram o fico de Mubarak de jeito nenhum. Sem jeito, em 11 de fevereiro de 2011, Mubarak, para o bem do povo egípcio e felicidade geral da Economia mundial – que estava encagaçada até a alma, temerosa que o Qana al-Suways (Canal de Suez) pudesse ser fechado – desistiu de ficar um pouquinho mais, e, juntamente com Omar Suleiman, seu vice, renunciou, e se retirou para sua residência de verão, na estância turística egípcia de Sharm El-Sheik, no Mar Vermelho. Sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011, o céu escutou o Coração dos egípcios no Dia da Oração, inaugurando uma nova etapa política no País, com a suspensão do estado de emergência, que vigorava no Egito há quase três décadas, e o restabelecimento da Democracia. Ufa! Hip hurrah! Enfim, o fato é que a rua árabe (em especial sua juventude) se cansou dos quase sessenta anos da mordaça açaimadora que vigorava no Egito, que, a bem da verdade, começou com a assunção ao poder de Gamal Abdel Nasser (Alexandria, 15 de janeiro de 1918 – Cairo, 28 de setembro de 1970), presidente de seu País de 1954 até sua morte. Uma curiosidade, no mínimo, excêntrica: reza a lenda que o Presidente brasileiro Jânio da Silva Quadros (Campo Grande, 25 de janeiro de 1917 – São Paulo, 16 de fevereiro de 1992) governava com uma foto do senhor Gamal em seu gabinete. Seja como for, com a renúncia conjunta de Mubarak e Suleiman, foi noticiado que o poder será repassado para um Conselho Militar.

Senhores militares egípcios, por favor, lembrem de Akhnaton e ouçam Horácio, Satiræ, 1.1.106: Est modus in rebus, sunt certi denique fines, quos ultra citraque nequit consistere rectum. Em todas as coisas há um meio termo; existem, afinal, limites definidos, além ou aquém dos quais não se pode manter o bem. Senhores militares egípcios: por favor, não se esqueçam de que o poder corrompe; o poder absoluto corrompe absolutamente. Senhores militares egípcios: por favor, respeitem e atendam a rua árabe e a juventude.

Particularmente, nesta sexta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo, que vinha despencando em queda livre, registrou um dia de ganhos, turbinados pela renúncia do Presidente do Egito, anunciada no início da tarde. O Índice Bovespa subiu 1,82% e acabou retornando aos 65 mil pontos, puxado pelos setores bancário e de construção civil. As blue chips também exibiram bom desempenho, sobretudo a Vale. Sabidinho, assim é o mercado. Assim operam os especuladores; assim quebram os amadores.

 

 

 

 

Bem, eu longe estou de ser profeta, mas acho que o tsunami democrático, que varreu a Tunísia e o Egito, vai continuar derrubando ditadores e títeres por todo o Oriente Médio. Quem sabe, até mundo afora! Ou será que esses senhores, por hereditariamente se acharem donos (donatários) de tudo, pensam que vão continuar eternamente se banqueteando com tâmaras e faisões e cagando e mijando em latrinas de ouro, enquanto o povo continua inane, sem joça nem palhoça? Espero que não.

Estes fatos históricos foram editados (e ampliados e comentados) das fontes:

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Gamal_Abdel_Nasser

http://pt.euronews.net/

http://pt.wikipedia.org/

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Hosni_Mubarak

 

Música de fundo:

Day In Day Out

Fonte:

http://www.greenstone.org/greenstone3/
sites/nzdl/collect/midimax2/import/d/