Rio
de Janeiro, sábado, 12 de fevereiro de 2011.
Fatos
Históricos:
Muhammad
Hosni Said Mubarak (Monufia, 4 de maio de 1928) é um militar egípcio
que governou seu País de 14 de outubro de 1981 a 11 de fevereiro
de 2011, quando apresentou sua renúncia ao cargo, após 18
dias de protestos no Egito. A
partir de sua ascensão na Força Aérea egípcia,
tornou-se vice-presidente em 1975, e sucedeu a Anwar Al Sadat, depois que
este foi assassinado, em 6 de outubro de 1981. Era
considerado como um dos mais poderosos chefes de estado do Oriente Médio.
Também era conhecido por sua posição neutra no conflito
árabe-israelita, sendo, por isso mesmo, freqüentemente envolvido
nas negociações entre as duas facções. Nos últimos
dias de seu Governo, estava sendo alvo de críticas e protestos pela
maioria da população egípcia, a qual pedia por sua
renúncia, o que acabou acontecendo.
Mubarak
licenciou-se quando jovem pela Academia Militar em 1949 e pela Academia
da Força Aérea Egípcia em 1950. Assumiu posições
de comando na Força Aérea entre 1966 e 1969. Em 1972, o presidente
Anwar el-Sadat nomeou-o comandante-chefe daquele ramo das Forças
Armadas. O seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel, em
1973, valeu-lhe a promoção a marechal, que lhe foi concedida
em 1974. Em 1975 Sadat nomeou-o para o cargo de vice-presidente. Nos anos
que se seguiram, Mubarak esteve envolvido em importantes negociações
diplomáticas com outros países do Oriente Médio. Foi
o principal mediador na disputa do território do Saara Ocidental,
entre Marrocos, Argélia e Mauritânia. Após o assassinato
de Sadat, tornou-se Presidente do Egito, em 1981, sendo reeleito por quatro
vezes (1987, 1993, 1995 e 1999). Renunciou à Presidência, em
fevereiro de 2011, após quase trinta anos no poder, em meio a sérios
distúrbios populares. Seu Governo foi marcado por progressos nas
relações com os países árabes e pelo arrefecimento
das relações com Israel, especialmente após a invasão
israelense do Líbano, em 1982. Mubarak reafirmou o tratado de paz
com Israel em 1979, ao abrigo dos acordos de Camp David, e cultivou
boas relações com os Estados Unidos da América. Durante
a Guerra do Golfo, posicionou-se ao lado dos EUA, contra as intenções
expansionistas do Iraque de Saddam Hussein. Desempenhou também um
papel importante na mediação do acordo entre Israel e a Organização
de Libertação da Palestina, assinado em 1993. Em
2004, Mubarak afirmou, em entrevista ao Le Monde, que considerava
existir um ódio
sem precedentes contra os Estados Unidos nos países árabes
(entre os quais se inclui o Egito), motivado pela proteção
econômica e militar concedida pelo Governo norte-americano a Israel.
Segundo
fontes da imprensa mundial, a família do ex-presidente do Egito,
Hosni Mubarak, tem uma fortuna espalhada pelo mundo, que segundo a ABC
News, rede norte-americana de TV, gira entre US$ 50 bilhões
e US$ 70 bilhões. O ex-presidente teria construído sua fortuna
a partir de contratos das Forças Armadas, na época em que
era oficial da Aeronáutica. Quando se tornou Chefe de Governo, em
1981, começou a diversificar o patrimônio. As
pessoas o consideram abertamente um líder corrupto, disse
Amaney Jamal, professora de ciência política na Universidade
de Princeton. De acordo com o The Guardian, jornal de Londres,
Mubarak e a família têm capitais em bancos britânicos
e suíços, e fortes investimentos imobiliários em grandes
metrópoles como Londres, Nova Iorque e Los Angeles, além de
áreas junto ao Mar Vermelho. Um breve resumo: antes, uma monarquia
considerada corrupta, que se esgotou com o afastamento do último
Rei do Egito, Faruk I (Cairo, 11 de fevereiro de 1920 – Roma, 18 de
março de 1965); depois, corrupção e mais corrupção.
A população
jovem se revoltou depois de conviver por anos em alta taxa de desemprego
e situação de pobreza, enquanto o ex-presidente Mubarak acumulou
riquezas absurdas à custa de corrupção e impunidade
nos desvios de recursos públicos. Os investimentos que fez ao longo
de 30 anos no poder foram, na sua maioria, aplicados no estrangeiro; o jornal
Al Khabar referia, no ano passado, os exemplos de Manhattan e Beverly
Hills, nos dois extremos dos Estados Unidos.
Em Janeiro
de 2011, estimulados pela queda do Chefe do Governo autoritário da
Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, centenas de milhares de egípcios
iniciaram protestos exigindo a renúncia de Mubarak ao redor do País,
principalmente nas cidades do Cairo, Alexandria e Suez. Em 1° de fevereiro
de 2011, mais de um milhão de pessoas – segundo a rede de televisão
Al Jazeera – tomam a praça Tahrir, no Cairo, na maior
demonstração contra Mubarak até então. Protestos
maciços também ocorreram em outras cidades do Egito, como
Alexandria e Suez, no mesmo dia em que Mubarak declarou que deixaria o cargo
após eleições previstas para o mês de setembro,
onde afirmou que não as disputaria.
—
Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação,
estou pronto! Digam ao povo que fico —
palavras patrióticas do bonitão Pedro de Alcântara Francisco
António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim
José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon,
Príncipe Regente do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, 1º
Imperador do Brasil, como D. Pedro I, de 12 de outubro de 1822 a 7 de abril
de 1831, e 28º Rei de Portugal (título herdado de seu pai, D.
João VI), durante um período de sete dias (entre 26 de abril
e 2 de maio de 1826), como D. Pedro IV. Seja como for, D. Pedro I
disse que ficava; e ficou mesmo. Por quase 10 anos! Muhammad
Hosni Said Mubarak
também disse que ficava; não ficou 24 horas. Os
egípcios não aceitaram o fico
de Mubarak de jeito nenhum. Sem jeito, em 11 de fevereiro de 2011, Mubarak,
para o bem do povo egípcio e felicidade geral da Economia mundial
– que estava encagaçada até a alma, temerosa que o Qana
al-Suways (Canal de Suez) pudesse ser fechado – desistiu de ficar
um pouquinho mais, e, juntamente com Omar Suleiman, seu vice, renunciou,
e se retirou para sua residência de verão, na estância
turística egípcia de Sharm El-Sheik, no Mar Vermelho. Sexta-feira,
11 de fevereiro de 2011, o céu escutou o Coração dos
egípcios no Dia da Oração, inaugurando uma nova etapa
política no País, com a suspensão do estado de emergência,
que vigorava no Egito há quase três décadas, e o restabelecimento
da Democracia.
Ufa! Hip hurrah!
Enfim, o fato é que a rua árabe (em especial sua juventude)
se cansou dos quase sessenta anos da mordaça açaimadora que
vigorava no Egito, que, a bem da verdade, começou com a assunção
ao poder de Gamal Abdel Nasser (Alexandria, 15 de janeiro de 1918 –
Cairo, 28 de setembro de 1970), presidente de seu País de 1954 até
sua morte. Uma curiosidade, no mínimo, excêntrica: reza a lenda
que o Presidente brasileiro Jânio da Silva Quadros (Campo Grande,
25 de janeiro de 1917 – São Paulo, 16 de fevereiro de 1992)
governava com uma foto do senhor Gamal em seu gabinete. Seja como for, com
a renúncia conjunta de Mubarak e Suleiman, foi noticiado que o poder
será repassado para um Conselho Militar.
Senhores
militares egípcios, por favor, lembrem de Akhnaton e ouçam
Horácio, Satiræ,
1.1.106:
Est modus in rebus, sunt certi denique fines, quos ultra citraque nequit
consistere rectum. Em todas as coisas há um meio termo;
existem, afinal, limites definidos, além ou aquém dos quais
não se pode manter o bem. Senhores militares egípcios: por
favor, não se esqueçam de que o poder corrompe; o poder absoluto
corrompe absolutamente. Senhores militares egípcios: por favor, respeitem
e atendam a rua árabe e a juventude.
Particularmente,
nesta sexta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo, que vinha despencando
em queda livre, registrou um dia de ganhos, turbinados pela renúncia
do Presidente do Egito, anunciada no início da tarde. O Índice
Bovespa subiu 1,82% e acabou retornando aos 65 mil pontos, puxado pelos
setores bancário e de construção civil. As blue
chips também exibiram bom desempenho, sobretudo a Vale. Sabidinho,
assim é o mercado. Assim operam os especuladores; assim quebram os
amadores.
Bem,
eu longe estou de ser profeta, mas acho que o tsunami
democrático, que varreu a Tunísia e o Egito, vai continuar
derrubando ditadores e títeres por todo o Oriente Médio. Quem
sabe, até mundo afora! Ou será que esses senhores, por hereditariamente
se acharem donos (donatários) de tudo, pensam que vão continuar
eternamente se banqueteando com tâmaras e faisões e cagando
e mijando em latrinas de ouro, enquanto o povo continua inane, sem joça
nem palhoça? Espero que não.
Estes
fatos históricos foram editados (e ampliados e comentados) das fontes:
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Gamal_Abdel_Nasser
http://pt.euronews.net/
http://pt.wikipedia.org/
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Hosni_Mubarak
Música
de fundo:
Day
In Day Out
Fonte:
http://www.greenstone.org/greenstone3/
sites/nzdl/collect/midimax2/import/d/