A EDUCAÇÃO E O SIGNIFICADO DA VIDA
(4ª Parte)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Informação Preliminar

 

 

 

Este estudo se constitui da 4ª e última parte de um conjunto de fragmentos garimpados na obra A Educação e o Significado da Vida, de autoria de Jiddu Krishnamurti.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Jiddu Krishnamurti

Jiddu Krishnamurti

 

 

 

Jiddu Krishnamurti (Madanapalle, 11 de maio de 1895 – Ojai, 17 de fevereiro de 1986) foi um filósofo, escritor, orador e educador indiano. Proferiu discursos que envolveram temas como revolução psicológica, meditação, conhecimento, liberdade, relações humanas, a natureza da mente, a origem do pensamento e a realização de mudanças positivas na sociedade global. Constantemente, ressaltou a necessidade de uma revolução na psique de cada ser humano, e enfatizou que tal revolução não poderia ser levada a cabo por nenhuma entidade externa seja religiosa, seja política, seja social. Uma revolução que só poderia ocorrer através do autoconhecimento, bem como da prática correta da meditação do ser-humano-aí-no-mundo liberto de toda e qualquer forma de autoridade psicológica.

 

O cerne dos seus ensinamentos consiste na afirmação de que a necessária e urgente mudança fundamental da sociedade só poderá acontecer através da transformação da consciência individual. A necessidade do autoconhecimento e da compreensão das influências restritivas e separativas das religiões organizadas, dos nacionalismos e de outros condicionamentos foram por ele constantemente realçadas.

 

 

 

Fragmentos Krishnamurtianos

 

 

 

Um Verdadeiro Educador deverá ter a flama do interesse; se este for apenas moderado, a instituição será igual a outra qualquer.

 

Eu era frio,
e não ajudei ninguém em nada.
Tornei-me morno,
e não ajudei ninguém em nada.
Fiquei quentão.
Então, ajudei todos em tudo.

 

A verdadeira revolução não é a revolução violenta, mas, a que se realiza pelo cultivo da integração e da inteligência de entes humanos, os quais, pela influência de suas vidas, promoverão, gradualmente, radicais transformações na sociedade.

 

Queriam flexibilizar.
Argumentei e expliquei.
Resolveram em casa ficar.
Pela argumentação, mudei.

E a COVID-19 atenuou.
E tudo voltou ao normal.
E um novo tempo começou.
E o Bem desbaratou o mal.

 

 

 

Flexibilização

 

 

A voluntária independência das coisas mundanas é a única base adequada para que se estabeleça um verdadeiro centro educativo.

 

O mundo exterior, com seus crescentes conflitos, destruições e sofrimentos, não está separado de nós. Pelo contrário, é parte de nós mesmos, uma vez que nós o fizemos tal como é. [É como sempre digo: somos responsáveis por tudo, sem exceção, como seremos responsabilizados, se, nesta hora de CV-19 mundial, enlouquecermos e, delirantes, cismarmos de flexibilizar o distanciamento (isolamento) social, porque, muito mais do que um suicídio, será um genocídio. Hoje, aglomeração humana é uma séria ameaça sanitária e uma monstruosíssima irresponsabilidade.] Esta é a razão a unimultiplicidade – para que possa se operar uma alteração fundamental na estrutura da sociedade, e a educação correta representa o primeiro passo. Só a educação correta e não as ideologias, os líderes, as revoluções econômicas [e os achismos não fundamentados, como, por exemplo, flexibilizar o distanciamento social]pode dar solução definitiva aos nossos problemas e sofrimentos, [incertezas e cagaços].

 

 

 

 

Quando uma pessoa está dedicada por inteiro à educação correta, não há necessidade de estimulá-la, de dirigi-la ou de controlá-la.

 

O verdadeiro interesse é o começo da proficiência.

 

Em todas as relações, são inevitáveis atritos e divergências, os quais, entretanto, assumem proporções exageradas, quando não há a coesão e a cordialidade derivadas do interesse comum.

 

 

Cordialidade

Cordialidade

 

 

Só será possível perfeita concórdia se existir o sentimento de absoluta igualdade entre todos, [ainda que absoluta igualdade seja, de fato, impossível; o que não deve existir é sentimento de superioridade ou o seu oposto; portanto, o que deve existir é eqüidade fraternal]. Havendo confiança mútua, qualquer dificuldade ou divergência, em vez de ser eliminada de maneira superficial, será devidamente levada em consideração e a confiança será restabelecida.

 

 

USA                                   Coréia do Norte

Isto não deve acontecer!

 

 

O dominador: — Eu tenho os canhões;
você deve me obedecer.

O dominado: — E os nossos Corações?
Não perfazem um só ser?

 

 

Em tudo, o importante é o que é razoável, e não quem tem razão. [Não há um pingo de razoabilidade em se tentar promover, agora (19 de abril de 2020), no nosso Patropi, a flexibilização do distanciamento social, que, no momento, é a única forma conhecida e efetiva de combate ao Coronavírus. Aqui, no Brasil, a Pandemia de Coronavírus não chegou ao auge. Flexibilização Agora = Suicídio + Genocídio. Precisamos entender que esta Pandemia só estará debelada quando FR = 0, porque, então, não haverá mais contaminados com o CV-19 para contaminar ninguém. Não é possível que o Governo Federal e os flexibilizadores não compreendam isto.]1

 

Só o interesse mútuo produzirá a cooperação.

 

 

Cooperação

Cooperar sempre; botar areia nunca.

 

 

Não é possível uma educação correta 'en masse'. O estudo de cada criança exige paciência, vigilância e inteligência. Observar as tendências da criança, suas aptidões, seu temperamento, compreender suas dificuldades, levar em conta os fatores hereditários e a influência dos pais, e não apenas considerá-la como enquadrada em certa categoria, requerem mente ágil e flexível, desembaraçada de sistemas e de preconceitos. Exige também habilidade e intenso interesse, mas, sobretudo, um sentimento de profunda afeição.

 

 

 

 

Não devemos esquecer de que o autogoverno na escola é uma preparação para o autogoverno na vida futura.

 

A escola deve estimular os jovens a compreender suas mútuas dificuldades, suas peculiaridades, suas índoles e seus temperamentos. Deste modo, quando forem adultos, serão mais solícitos e pacientes em suas relações com outrem.

 

 

Briga

 

 

Se os professores tiverem eliminado dos seus Corações o temor e o desejo de domínio, estarão aptos a ajudar o estudante a descobrir a compreensão criadora e a liberdade; mas se, consciente ou inconscientemente, tiverem algum desejo de guiá-lo a determinado alvo, então, é óbvio, estarão obstando o seu desenvolvimento. Guiar para determinado objetivo, quer pessoalmente criado, quer estabelecido por outrem, prejudica a capacidade criadora.

 

Cada um de nós deverá descobrir o que deseja fazer na vida, e verificar, em seguida, se é uma coisa digna de ser feita.

 

 

 

 

Em um mundo atormentado por guerras, destruição e miséria, [e, agora, pela Pandemia de COVID-19], compete a cada um de nós ser capaz de edificar uma nova ordem social e de inaugurar uma nova maneira de viver.

 

Justo Veríssimo

Justo Veríssimo

 

O grande problema de todos nós é que não queremos renunciar aos nossos divertimentos, às nossas distrações, aos nossos ritos e às nossas devoções. [E tudo continua como dantes, no quartel-general, lá em Abrantes!]

 

 

Marionete

 

 

Enquanto só nos interessar a parte e não o todo, continuarão existindo apenas confusão e miséria, com o mundo a desabar em torno de nós. [Isto sem levar em conta o que os ignorantes chamam de fortuitidade. Ora, no Uni(multi)verso não existe fortuitidade; há efeitos derivados de causas. Será que alguém imagina que esta Pandemia de COVID-19 é uma punição divina? Já abordei este tema, mas, rapidamente, vou repetir: fomos nós – com nossos desejos, cobiças, paixões, apegos, irracionalidades, preconceitos, crueldades, separatividades, ofensividades, afrontas, desprezos, egocentrismos, vantagismos, nepotismos, bairrismos, nacionalismos, religiosismos etc.] – que parimos o meio de cultura para que o Coronavírus se manifestasse no mundo inteiro.]

 

 

Placa de Petri

Placa de Petri

 

 

Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Intervenção militar?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Fechamento do Congresso?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Suspensão dos direitos constitucionais?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Censura dos meios de comunicação?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Fechamento do Supremo Tribunal Federal?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Ditadura militar? De novo?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Pinochetização? Videlização?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Retorno do Ato Institucional número 5!
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Tortura? Dr. Tibiriçá? Pau-de-arara?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Casa da Morte? DOI-CODI? Serviço Nacional de Informações?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Perda da liberdade?
Oh! Meu Deus!
Onde iremos parar?
Como o povão esqueceu o que passamos?
Oh! Irmãos de Shamballah!
Oh! Irmãos da G
.'. L.'. B.'.!
Illuminem a desrazão dos delirantes!

 

 

Prisão

 

 

A Verdade não tem pátria, não tem credo, [não tem dono] e não se encontra em nenhum templo, em nenhuma igreja e em nenhuma mesquita.

 

Cada um de nós, simultaneamente, deve ser discípulo e mestre. Isto significa que temos que nos educar a nós mesmos.

 

 

 

 

Em uma civilização esclarecida, a verdadeira cultura não se funda nos engenheiros e nos técnicos, mas, nos educadores.

 

O verdadeiro e grande problema da educação é educar o educador, porque o que ele é ele transmite. Como, de maneira geral, já nos entregamos inteiramente a alguma ideologia, religião ou padrão de conduta, ensinamos ao jovem o que pensar, e não como pensar.

 

Só quando passar a existir amor e compreensão [e também tolerância] poderão ser destruídas as muralhas do isolamento.

 

 

 

 

Mexicano pra lá;
eu pra cá.
Muçulmano pra lá;
eu pra cá.
Refugiado pra lá;
eu pra cá.
Deslocado pra lá;
eu pra cá.
Mixo pra lá;
eu pra cá.
Lixo pra lá;
eu pra cá.
Duro pra lá;
eu pra cá.
Muro pra lá;
eu pra cá.

 

 

O confuso estado coletivo do mundo apenas espelha a própria confusão individual de cada ser-humano-aí-no-mundo. O progresso científico, em si, não poderá operar nenhuma transformação radical nos valores tradicionais predominantes. O ensino técnico, hoje chamado educação, não dará ao ser-humano-aí-no-mundo liberdade alguma nem o tornará mais feliz. Enfim, condicionar os estudantes para aceitar o atual ambiente não conduzirá à inteligência, [e, portanto, repetindo, não levará à Compreensão-Liberdade.]

 

A grande e incontestável verdade é que, se os pais têm filhos apenas para perpetuar o seu nome, apenas para conservar sua propriedade, apenas para deleite próprio e apenas para satisfação de suas necessidades emocionais, os filhos, inevitavelmente, se tornarão meras projeções dos desejos, das cobiças, das paixões e dos temores dos pais. Depois, quando os filhos crescem e sofrem, rezam por eles ou procuram escusas para seu comportamento. O sofrimento dos pais pelos filhos é uma espécie de autocomiseração, decorrente do sentimento de posse. Tal coisa só pode acontecer quando não existe amor.

 

Seja flexibilista!
Seja bolsonarista!
Seja lulista!
Seja nacionalista!
Seja religiosista!
Seja fideísta!
Seja ultramontanista!
Seja ajoelhista!
Seja dogmatista!
Seja papista!
Seja nazista!
Seja comunista!
Seja positivista!
Seja integralista!
Seja escravista!
Seja absolutista!
Seja xenofobista!
Seja homofobista!
Sela achadista!
Seja coisista!
Seja o 1º da pista!

 

O culto nacionalístico e fanático do Estado acaba por produzir a guerra.

 

 

Bandeira do Estado Islâmico

Bandeira do Estado Islâmico

 

 

O instinto de posse conferiu à propriedade um extraordinário e falso significado, que está destruindo o mundo.

 

Os dogmas e as crenças sempre dividiram os indivíduos em grupos antagônicos, e sempre criaram inimizade entre os seres-humanos-aí-no-mundo.

 

Sou evangélico;
não suporto os espíritas.
Sou espírita;
não suporto os católicos.
Sou católico;
não suporto os judeus.
Sou judeu;
não suporto os muçulmanos.
Sou muçulmano;
não suporto os cientologistas.
Sou cientologista;
não suporto as testemunhas de Jeová.
Sou testemunha de Jeová;
não suporto os ateus.
Sou ateu;
não suporto quem não é ateu.

......................

......................

......................

O culto do bom êxito fomenta o conflito e o sofrimento.

 

Se um indivíduo for cego, como poderá ajudar outros a atravessar para a outra margem?

 

1º cego: — Vamos flexibilizar?
2º cego: —
Vamos.
1º cego: — E se não der certo?
2º cego: —
Pelo menos, nós tentamos!
1º cego: — E se morrer muita gente?
2º cego: —
Ora, pobre tem que morrer mesmo!
1º cego: — E se a gente for pro inferno?
2º cego: —
Vamos não; a gente ajoelha e pede perdão!
1º cego: — Ah...

 

Da vigilância permanente surge a inteligência, e com ela brota uma transformação radical nas nossas relações com as pessoas e as coisas.

 

Só descobriremos o verdadeiro significado da nossa incessante luta por segurança, que tanta desordem e mal-estar têm causado no mundo, despertando a nossa própria inteligência e nos tornando cônscios dos nossos processos psicológicos. Portanto, deveremos começar a pôr em dúvida todos os valores tradicionais e arcaicos que ora nos aprisionam. O fato é que não estamos profundamente cônscios de nós mesmos; nossos pensamentos e nossos sentimentos são estereotipados, automáticos, inautênticos, imitativos. Enfim, a mera observância de um sistema seja político, seja educativo, seja religioso nunca resolverá os numerosos problemas sociais, e é bem mais importante compreender a nossa atitude pessoal com relação a qualquer problema, do que tentar compreender o problema em si.

 

Os educadores devem procurar ajudar as crianças a descobrir a Verdade [ainda que relativa], sem nelas projetar suas próprias idiossincrasias e seus hábitos de pensamento.

 

 

Nazismo

 

 

O medo estreita o pensamento e limita a iniciativa.

 

É a COVID-19...
É a pandemia...
É o Fator de Reprodução...
É o Corona se espalhando...
É gente morrendo...
É mais gente morrendo...
É a Noite Negra...
É a desesperança...
É o cagaço...
É a ignorância...
É se correr o bicho pega,
se ficar o bicho come...
É a flexibilização....
É o suicídio...
É o genocídio...
É a compensação...

 

A maneira honesta e sincera de proceder de um professor muito estimulará os alunos a serem também francos e diretos com relação a si mesmos e com relação aos outros.

 

 

Perdão

 

 

Só se houver liberdade poderá haver autodescobrimento e penetração.

 

Os valores corretos não serão descobertos jamais por influência da autoridade, da sociedade ou da tradição; só a reflexão individual poderá revelá-los.

 

 

Meditando

 

 

Não devemos buscar determinada ordem de valores, mas, sim, o verdadeiro valor de todas as coisas.

 

O domínio e a compulsão, de quaisquer espécies, são obstáculos diretos à liberdade e à inteligência. Só se estivermos completamente livres de qualquer domínio e de qualquer compulsão poderemos florescer no Amor e na Bondade.

 

 

Alguns Exemplos de Compulsões

 

Jogar... Jogar...
Para poder letificar.
Rezar... Rezar...
Para poder se salvar.
Matar... Matar...
Para poder dominar.
Drinkar... Drinkar...
Para poder se soltar.
Cheirar... Cheirar...
Para poder delirar.
Roubar... Roubar...
Para poder faturar.
Burlar... Burlar...
Para poder mamar.
Falsar... Falsar...
Para poder enricar.
Papar... Papar...
Para poder engordar.
Coisar... Coisar...
Para poder coisar.

 

A ajuda de que precisamos não se acha fora de nós.

 

Toda espécie de autoridade é um empecilho.

 

O que você acha?
Não sei; pergunte ao Papa.
Ao papa? Por que ao Papa?
Ora, porque o Papa sabe tudo.

 

O verdadeiro educador é profunda e sinceramente Religioso, mas, não pertence a nenhuma seita ou religião organizada. Está livre de crenças e de ritos, pois, sabe que são apenas ilusões, fantasias e superstições projetadas pelos desejos de aqueles que as criaram. O verdadeiro educador sabe que a realidade ou Deus só poderá se manifestar quando houver autoconhecimento e, por conseguinte, liberdade.

 

Quem é Deus?
Um Espírito Perfeitíssimo.
E como você sabe?
Ora, porque me disseram.

 

Um método ou um sistema poderá nos condicionar a uma diferente ordem de valores, mas, nunca nos tornará livres.

 

A liberdade está no começo; não é coisa que se alcança no fim.

 

Esperar apreciação e estímulo é falta de madureza.

 

A frustração não resulta de ser uma pessoa forçada pelas circunstâncias a fazer isto ou aquilo; manifesta-se por não sabermos nós mesmos o que realmente desejamos fazer.

 

 

Frustração

Frustração

 

 

Nada é propriamente uma questão de vontade ou de resolução, porém, de percebimento e de compreensão.

 

Para sermos bons e verdadeiros educadores, não há necessidade que sigamos método algum. O próprio fato de compreendermos que a educação correta é indispensável se quisermos realizar a liberdade e a integração do indivíduo operará em nós uma transformação fundamental. Se percebermos que só poderá haver paz e felicidade para o homem através da educação correta, então, naturalmente, a ela consagraremos toda a nossa vida e todo o nosso interesse.

 

Quando não há riqueza interior, as coisas mundanas se tornam demasiado importantes, levando, de várias formas, à destruição e ao sofrimento.

 

Sem o ensino correto, a ilusão é tomada pela realidade, e o indivíduo se vê em uma ambivalência perene dentro em si mesmo, e, conseqüentemente, em conflito nas suas relações com os outros, que constituem a sociedade. Só o autoconhecimento, e não os dogmas e os ritos da religião organizada, pode produzir espíritos tranqüilos. A [nossa] criação, a Verdade e Deus [em nosso Coração] só poderão se manifestar depois de serem transcendidos o ego e o meu.

 

Desafaste, cara.
Esse carro é meu.
Tá olhando o quê?
Essa mulher é minha.
Não toque nele.
Esse cachorro é meu.
Saia já pra lá.
A saúde é minha.
Não dou nadinha.
Custei muito pra ganhar.
É você bem pra lá
e eu bem pra cá.
É lé com lé, cré com cré,
sapato só pra quem tiver pé.
Quem for perna-de-pau
nunca será um Rei Pelé.
E quem nasceu Pongetti
não será um Pitigrilli.
2
Eu-nasci-eu;
você-nasceu-você.
Eu nasci pra dividir,
jamais irei me ligar.
Eu prefiro morrer morfético
do que perder a minha pose!

 

Particularmente, a solução do problema do sexo [que, na realidade, não é um problema] está em compreendermos que a criação não é efeito da atividade intelectual. Ao contrário, só poderá haver criação se/quando o intelecto estiver inativo.

 

Quis criar um poema,
e me concentrei.
Não criei
necas de pitibiribas.
Então, relaxei
e não pensei
mais em poema algum.
Então, criei uma ode
alegre e entusiástica!

 

O intelecto só é capaz de repetir, de recordar, e está sempre fabricando palavras novas e reajustando palavras velhas. E, em geral, como nós só sentimos e experimentamos pelo cérebro, vivemos exclusivamente de palavras e de repetições mecânicas. Isto, evidentemente, não é criação, e visto que não somos criadores, o único meio de criação que nos resta é o sexo. O sexo é coisa da mente, e o que é da mente exige satisfação, pois, do contrário, vem a frustração.

 

 

          

 

 

Vem cá.
Não vou.
Vou te pegar.
Não vai.
Dá um tiquinho.
Nunquinha.

 

Nossos pensamentos e nossas vidas são estreitos, áridos, vazios, inúteis. Emocionalmente, estamos em estado de inanição. Religiosa e economicamente, nos submetemos à disciplina e ao controle. Não somos entes felizes, não temos vitalidade nem alegria. No lar, nos negócios, na igreja, na escola, nunca experimentamos um “estado de ser” criador, nunca há um desafogo profundo em nossos pensamentos e nas ações de cada dia. Presos e tolhidos de todos os lados, o sexo, naturalmente, se torna a única via de escape uma experiência que temos de buscar continuamente, porque nos oferece, por um instante, aquele estado de felicidade que se manifesta na ausência do ego. Portanto, o sexo não se constitui em um problema, mas, sim, o desejo de recobrar o estado de felicidade, o desejo de alcançar e de conservar o prazer sexual ou de outra espécie. [Por tudo isto, há muitos anos, escrevi um poeminha, que reproduzo abaixo:]

 

Sei que sou cosmicamente andrógino.
Sei que tudo e todos são andróginos.
Mas, esta saudosa Androginia
não pode se manifestar agora,
conforme aconteceu outrora.
Daí, essa casual agonia,
que sinto nos endógenos
– porque sou e não sou andrógino.

 

Um dos empecilhos ao viver criador é o medo, e a respeitabilidade constitui a manifestação deste medo. E, por isto, vivemos encerrados dentro dos muros da nossa presumida virtude [uma falsa virtude que construímos, um mundo de miragens e de ilusões, uma espécie de moralidade de vidraças coloridas, com base em ideais e crenças religiosas, que nada têm em comum com a Realidade], nada podendo enxergar além destes muros. Tudo isto só gera em confusão, sofrimento e conflito.

 

Viver criativamente é viver em Liberdade, que significa viver e ser sem medo e liberto das garras do desejo e da satisfação do desejo. Só quando não há Amor, a sensação se torna um problema obsessivo.

 

Agora, o mais contraditório de tudo é que, ao mesmo tempo que, de todos os modos possíveis, se estimula a sensualidade, prega-se o ideal de castidade. Forma-se, assim, uma contradição dentro em nós, e, estranhamente, esta mesma contradição é incentivante.

 

Procurei uma mulher-dama,
todavia, não encontrei.
Então, eu me masturbei.
Será que irei para o inferno?
Oh! Deus! Perdão!
Não agüentei e pequei!
Juro: nunca mais eu me masturbei.

 

Esforçar-se para ser casto não adianta lhufas nem bulhufas. A virtude só virá com a Liberdade, ou seja, com a Compreensão de O-que-é, [de O-que-sempre-foi e de O-que-sempre-será.]

 

É curioso, mas, as religiões organizadas, uma vez que fazem parte do ambiente que criamos, dependem, para sua própria existência, dos nossos temores, das nossas esperanças, da nossa inveja e do nosso separatismo.

 

Perdi o medo das coisas,
e todas as religiões
nada mais significam para mim.
Perdi a vontade de ir para o céu,
e todas as religiões
nada mais significam para mim.
Perdi o sentimento de inveja,
e todas as religiões
nada mais significam para mim.
Perdi o preconceito separatista,
e todas as religiões
nada mais significam para mim.

 

Quando serve como meio de autoperpetuação e como defesa da nossa importância pessoal, a própria a família se torna um centro de separatismo e de atividades anti-sociais.

 

Nós não somos máquinas para sermos compreendidos e ajustados por especialistas. Somos o resultado de uma longa série de influências e de acidentes [Reencarnações], e a cada um de nós compete descobrir e compreender, por si mesmo, o imbróglio da sua própria natureza.

 

No desejo de auto-esquecimento, alguns se voltam para a arte, outros dão para beber, e outros mais se põem a seguir misteriosas e fantásticas doutrinas religiosas. [E há os que seguem líderes políticos esquizofrênicos, irresponsáveis e genocidas, que só estão interessados em sua autoperpetuação.]

 

Dependermos do que quer que seja como meio de alívio das nossas preocupações e ansiedades, embora possa momentaneamente nos enriquecer, só cria mais conflito e mais contradição em nossas vidas.

 

Só quando compreendermos e eliminarmos os conflitos poderá se manifestar o estado de criação.

 

O ego é um feixe de muitas entidades, cada uma delas oposta a todas as outras.

 

 

 

 

Se os nossos Corações estão vazios, colecionamos coisas.

 

Meu coração estava vazio,
então, passei a colecionar diplomas.
Depois, colecionei borboletas.
Depois, colecionei cobras.
Depois, colecionei iguanas.
Depois, colecionei selos.
Depois, colecionei chaveiros.
Depois, colecionei moedas.
Depois, colecionei vinhos.
Depois, colecionei carros.
Depois, colecionei conquistas.
E acabei colecionando encarnações.

 

A ânsia e sua eventual satisfação tornam a mente e o Coração cansados e insensíveis.

 

Poderemos comprar sensações, mas, não poderemos comprar o Amor e a Beleza.

 

Quanto custa a transada?
Pra você, meu bem, é só 50 'real'.
E com boquete?
É 75 'real'.
E pra fazer tudo?
Aí, é 100 'real'.
Você faz um descontinho?
Faço; deixo tudo por 90 'real'.
Feito. Vamos nessa.
Mas, tem que 'pagá' adiantado.

 

Ao escrevermos um poema, se existir Amor em nossos Corações, não procuraremos uma forma de alinhar as palavras.

 

Rimei sem Amor,
e não disse nada.
Rimei com Amor,
e disse tudo.

 

A Felicidade criadora só poderá vir com a riqueza interior; nunca poderá ser alcançada por meio de sistema algum.

 

Ser criador é estar naquele Estado [em Sagrado Silêncio] em que a Verdade poderá se manifestar.

 

 

 

 

 

Em Sagrado Silêncio,
percebi a Verdade.
E
m Sagrado Silêncio,
a Verdade que percebi
foi substituída
por outra Verdade.

E
m Sagrado Silêncio,
entendi que a Verdade
nunca poderá ser conhecida.

 

 

 

 

 

 

_____

Nota:

1. Fator de Reprodução (FR) é o número que corresponde a quantas novas pessoas alguém contaminado com o CV-19 é capaz de infectar. Por exemplo: FR = 1 significa que cada doente contamina, em média, uma pessoa; já FR = 3 significa que cada doente contamina, em média, três pessoas. FR = 2 ou 3 é ± a média mundial. Na Alemanha, FR = 1. Isto se deve às medidas de restrição adotadas no País e respeitada pela população durante três semanas seguidas de quarentena (distanciamento social).

 

 

Fim da Pandemia

Fim da Pandemia

 

 

2. Uma das frases mais interessantes do escritor italiano Dino Segrè, também conhecido pelo pseudônimo Pitigrilli (Turim, 9 de maio de 1893 – Turim, 8 de maio de 1975), é: Estatística: a ciência que diz que se eu comi um frango e tu não comeste nenhum, teremos comido, em média, meio frango cada um.

 

Música de fundo:

Symphony Nº 6 (Pastorale), em Fá Maior, opus 68
Compositor: Ludwig van Beethoven

Fonte:

http://www.kunstderfuge.com/beethoven/variae.htm#Symphonies

Observação:

A Sinfonia nº 6 em Fá Maior, opus 68, de Ludwig van Beethoven, também chamada Sinfonia Pastoral, é uma obra musical precursora da música programática. Esta Sinfonia foi completada em 1808, e teve a sua primeira apresentação no Theater an der Wien, em 22 de dezembro de 18081. Dividida em cinco andamentos, tem por propósito descrever a sensação experimentada nos ambientes rurais. Beethoven insistia que essas obras não deveriam ser interpretadas como um quadro sonoro, mas, como uma expressão de sentimentos. É uma das mais conhecidas obras da fase romântica de Beethoven.

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_
Nacional_de_Informa%C3%A7%C3%B5es

https://www.pngitem.com/

http://www.clker.com/

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https://ndmais.com.br/

http://animated.name/people/1347-crazy-clown.html

https://www.pensador.com/frase/MTYwNDk0Mw/

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