PRINCÍPIOS ROSACRUZES
PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

 

 

 

Max Heindel

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Esta é mais uma coletânea de migalhas garimpadas em uma obra de Max Heindel (23 de julho de 1865 – 6 de janeiro de 1919) – Princípios Rosacruzes para a Educação Infantil – que, acredito, interessará muito aos pais, principalmente se tiverem filhos pequenos. Para ler o texto integral, por favor, visite a Página:

http://www.fraternidaderosacruz.org/prcpei.htm

 

 

 

Princípios Educacionais Heindelianos

 

 

 

Pais sábios que desejam proporcionar à criança todos os benefícios já começam antes do nascimento, antes mesmo da concepção, a voltar reverentemente seus pensamentos para a tarefa da qual vão se incumbir. Cuidam para que a união que vai gerar o novo ser se realize sob condições estelares apropriadas, isto é, quando a Lua estiver transitando por um signo que possibilite a construção de um corpo forte e sadio, conservando eles mesmos, tanto quanto possível, seus próprios corpos nas melhores condições físicas, morais e mentais. Durante o período de gestação, devem evocar constantemente a imagem ideal de uma vida expressiva, saudável e útil para o ser que se aproxima.

 

No Mapa Natal da criança, suas fortalezas e fraquezas de caráter podem ser identificadas muito facilmente, o que deixa seus pais em vantajosa posição para estimular o bem e adotar os meios adequados para reprimir1 o mal, antes que as tendências se convertam em realidades.

 

Os pais precisam se conscientizar de que aquilo que denominamos nascimento é apenas o nascimento do Corpo Físico visível, que nasce e chega ao seu presente estado com maior eficiência e em menos tempo do que os Veículos Invisíveis porque teve uma evolução mais longa. Assim, durante o período de gestação, como o feto é resguardado dos impactos do mundo visível pelo útero protetor da mãe, do mesmo modo os Veículos Mais Sutis são resguardados por um envoltório de éter e de matéria de desejos, que os protegem até que estejam suficientemente amadurecidos e aptos para suportar as condições do mundo externo.

 

Durante os primeiros anos, as forças que atuam pelo pólo negativo do éter refletor são extremamente ativas, e é nesta fase que muitas crianças, ainda puras e inocentes, são clarividentes. Em seus primeiros anos, as crianças podem 'ver' os mundos suprafísicos sobre os quais, freqüentemente, falam. São, porém, desencorajadas de mencionar o que vêem em razão de os mais velhos – dos mais 'sábios' não lhes darem crédito ou mesmo as ridicularizarem.

 

 

 

 

Investigações levadas a efeito pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas demonstraram que, freqüentemente, as crianças brincam com companheiros invisíveis, os quais as visitam assiduamente até certa idade. Durante estes anos, a clarividência das crianças tem o mesmo caráter negativo da dos médiuns.

 

As crianças são imitativas e podem mais facilmente ser ensinadas.

 

O Corpo Vital é uma aquisição mais recente do ser humano. Por isto, não somos tão práticos na construção deste veículo. Conseqüentemente, demanda mais tempo construí-lo, e ele não nasce antes dos sete anos, época da segunda dentição. O Corpo de Desejos é uma aquisição ainda mais recente do homem composto, e só nasce aos quatorze anos, na puberdade, enquanto a mente só nasce aos vinte e um anos, idade em que a lei reconhece e fixa a maioridade do indivíduo.

 

 

 

 

As qualidades negativas encontram-se ativas no recém-nascido, mas antes que ele seja capaz de usar seus diferentes veículos, as qualidades positivas precisam amadurecer.

 

Com relação à influência que o nascimento dos vários veículos exercem sobre a vida, podemos dizer que, não obstante os órgãos já estarem formados por ocasião do nascimento da criança, somente no espaço de tempo que vai do nascimento até o 7º ano, na ocasião da mudança dos dentes, é que as linhas de crescimento do Corpo Físico são determinadas. Os órgãos sensoriais tomam certas formas definidas que lhes dão suas tendências básicas estruturais, o que determinam suas linhas de desenvolvimento em uma direção ou em outra. Depois ainda crescem, mas sempre dentro das linhas estabelecidas nestes primeiros sete anos, e os erros e as negligências de oportunidades durante este período nunca podem ser totalmente recuperadas na vida subseqüente. Se os membros e órgãos tomarem forma apropriada, todo o crescimento posterior será harmonioso; mas se houver má-formação, então o corpinho crescerá se deformando em maior ou menor grau. É dever do educador dar um ambiente adequado à criança neste período, tal como faz a Natureza na fase pré-natal, pois só assim tem o sensitivo organismo condições de se desenvolver na direção certa.

 

O som é construtor, tanto em tom maior como em menor, e assim, podemos imaginar que o ritmo exerce uma enorme influência sobre o organismo da criança em crescimento. 'In principio erat Verbum...' O 'Verbo'2 é um som rítmico que repercute através do Universo ordenando miríades de átomos na multiplicidade variada de formas que vemos ao nosso redor. A montanha, a flor, o rato, o homem, todos são encarnações desta Palavra Cósmica, que continua soando através do Universo, ainda que imperceptível aos nossos insensíveis órgãos auditivos. Mas, mesmo que não ouçamos este maravilhoso Som Celestial, podemos trabalhar o corpo das crianças valendo-nos da música terrena. Os versos e as cantigas de ninar, muitas vezes, não têm sentido, contudo são portadoras de um maravilhoso ritmo, e quanto mais a criança for ensinada a recitá-las e repeti-las, a cantá-las, dançá-las ou marchar ao seu ritmo, mais música estará sendo incorporada à sua vida diária e, por conseguinte, mais forte e saudável será seu corpo nos anos futuros.

 

 

 

 

Nenhuma criatura debaixo dos céus é mais imitativa do que a criança, e sua conduta, nos anos futuros, dependerá dos exemplos dados por seus pais na aurora de sua vida. Tudo no ambiente da criança deixa nela uma impressão para o bem ou para o mal. Devemos, portanto, compreender que os nossos mais insignificantes atos podem causar incalculável mal ou bem à vida de nossos filhos, e que nunca devemos fazer nada na presença da criança que não desejemos que ela imite. Neste período, é inútil ensinar à uma criança moralidade ou querer que ela racione. Ela ainda não possui mente, não possui razão. O exemplo é o único mestre de que precisa e que atende. A criança não pode se esquivar da imitação, do mesmo modo que a água não pode evitar de correr encosta abaixo, posto que este é o único método de crescimento nesta fase.

 

Se tentamos ensinar uma criança de tenra idade a memorizar ou pensar ou se provocamos seus sentimentos e emoções, estamos, de fato, violando a matriz protetora da Natureza, com resultados que podem ser tão nefastos em outro sentido, como seria um parto forçado prematuramente. Geralmente, crianças-prodígios vêm a ser homens e mulheres com inteligência abaixo da mediana. Não podemos impedir que a criança aprenda ou pense por sua própria vontade, mas nunca devemos forçá-la a tal, como é comum certos pais o fazerem para gratificarem sua vaidade pessoal. Tudo o que a criança absorve em termos de pensamentos, de idéias e de imaginação deve vir por si mesmo, assim como os olhos e ouvidos se desenvolvem naturalmente antes do nascimento do Corpo Denso.

 

Deve-se evitar dar às crianças brinquedos terminados, de forma que elas nada mais tenham a fazer senão olhá-los. Isto rouba ao cérebro oportunidades de desenvolvimento, e o cuidado e objetivo da pessoa que educa neste período deve ser o de proporcionar meios para um desenvolvimento harmonioso dos órgãos físicos.

 

 

 

 

Olhos vigilantes seguem os pais o tempo todo, esperando que ajam para lhes imitar o exemplo.

 

Quanto às roupas, certifiquemo-nos de que sejam sempre folgadas, para não irritarem a criança. Muito da natureza imoral que estraga uma vida tem sido primeiramente despertada pelas fricções das roupas demasiadamente apertadas. A imoralidade é um dos piores e mais persistentes males que mancham a nossa civilização. Atentos a isso, procuremos por todos os meios manter nossos filhos inconscientes de seus próprios órgãos sexuais antes dos sete anos. O castigo corporal é também um fator preponderante no despertar prematuro da natureza sexual (e que já está além do controle do rapaz em crescimento), pelo que sempre deve ser evitado. (Grifo meu).

 

Que uma criança nunca busque se informar a respeito de sua sexualidade através de fontes duvidosas porque seus pais, muitas vezes, tolhidos por um falso senso de pudor, evitam esclarecê-la devidamente. É dever do educador o esclarecimento apropriado da criança. A omissão neste ponto equivale a deixá-la cruzar de olhos vendados uma área cheia de armadilhas, com a simples advertência de não tropeçar nelas. Ora, ao menos que lhe tirem a venda; ela já terá dificuldades suficientes mesmo sem ela.

 

A geração em um reino é tão casta, pura e santa quanto nos outros. A criança educada desta maneira sempre olhará a função criadora com reverência. Quando a criança é assim preparada, estará pronta para o nascimento do Corpo de Desejos, na ocasião da puberdade.

 

Se uma criança observa frivolidade em seus pais, se ouve conversas levianas e se presencia algum comportamento duvidoso, acabará por perder a fé e a confiança em seus semelhantes. É nesta idade que se forjam os cínicos e céticos. Somos responsáveis perante Deus pelas vidas a nós confiadas, e teremos de responder perante a Lei de Conseqüência por termos negligenciado a grande oportunidade de guiar os primeiros passos de um ser no caminho certo. O exemplo é sempre melhor do que um conselho.

 

Os castigos corporais devem ser terminantemente evitados, pois são importantes fatores no despertar da natureza sexual da criança. É um crime infligir castigos corporais à criança, seja qual for sua idade. A força nunca foi um direito, e os pais, como os mais fortes, sempre devem ter compaixão pelo débil. Não há criança, por mais indócil que seja, que não reaja ao método de recompensa pelas boas ações e à supressão de privilégios como conseqüência da desobediência. Coloquemo-nos no lugar de uma criança: gostaríamos de viver agora com alguém de cuja autoridade não pudéssemos escapar, que fosse muito maior do que nós, e que nos batesse quase todos os dias? Ponhamos de lado esta prática, e notaremos que muitos dos males sociais desaparecerão em uma geração. Reconhecemos o fato de que o chicote dobra o espírito de um cão, ao mesmo tempo que deploramos os indivíduos sem fibra e de vontade fraca. Deve-se isto aos açoites impiedosos a que foram submetidos na infância. É deplorável que certos pais considerem como sua missão na vida quebrantar o espírito de seus filhos pela lei da vara. Como pais, podemos e devemos orientar e sanar o mal guiando a vontade de nossos filhos por linhas que a nossa própria razão amadurecida possa indicar. Deste modo, estamos ajudando nossos filhos a cultivar a fortaleza de caráter, ao invés da fraqueza e da subserviência, que infortunadamente afligem muitos de nós. Por conseguinte, nunca bata em uma criança. Quando a correção se fizer necessária, retire uma concessão ou suspenda um privilégio.

 

Quando a criança nasce, só o que ela tem de melhor e de mais puro transparece na superfície. O mal latente, de modo geral, não se manifesta até que o Corpo de Desejos nasça e suas correntes comecem a jorrar para fora do fígado. Esta é a época em que sentimentos e paixões começam a exercer domínio sobre o rapaz ou a moça, quando a matriz da matéria de desejos que protegia o nascente Corpo de Desejos é removida. Quando os desejos e emoções são libertados, o adolescente atinge o período mais perigoso de sua vida – aquele do ardor da juventude, entre os catorze e os vinte e um anos. O Corpo de Desejos está, então, desenfreado e a mente, como ainda não nasceu, não pode atuar como um freio. Na maioria das vezes, este é um período de provas, que não chega a ser tão difícil para o jovem que aprendeu a reverenciar seus pais ou mestres, pois estes podem, então, ser, para ele, uma âncora de apoio contra a erupção de seus sentimentos. Se ele se habituou a confiar na palavra dos mais velhos, e estes sempre lhe deram ensinamentos sábios, ele terá desenvolvido um inerente senso da verdade que o guiará com segurança. Todavia, na mesma medida, se houve falha nisto, poderá estar sujeito à situações perigosas.

 

Procuremos gravar sempre no jovem a necessidade de investigar cuidadosamente antes de julgar, e também o fato de que quanto mais fluídicas ele puder conservar suas opiniões, mais capacitado estará também para examinar novas idéias e adquirir novos conhecimentos.

 

Durante o período da adolescência, os pais precisam ser tolerantes ao máximo, pois em nenhuma outra época o ser humano necessita tanto de simpatia quanto nos 7 anos que medeiam os 14 e os 21 anos, quando a natureza de desejos é irreprimível.

 

 

 

 

Infelizmente, as pessoas parecem atribuir seus maus traços à hereditariedade, culpando, assim, seus pais por suas próprias falhas, não obstante creditando a si mesmas a conquista das boas qualidades que acaso possuam. O próprio fato de diferenciarmos o que herdamos daquilo que nos é próprio mostra que a natureza humana tem dois lados: o da forma e o da vida. Sobre o lado forma, na parte inferior da garganta do feto, exatamente acima do esterno, há uma glândula chamada timo, que é maior durante a gestação e que se atrofia gradualmente à medida que a criança cresce, e desaparece completamente depois dos quatorze anos, quando os ossos já estão devidamente formados.

 

 

Timo

Timo

 

 

Nos primeiros anos, o Ego não desfruta da posse completa do seu pequeno Corpo Físico, e a criança não é totalmente responsável por seus atos até os 7 anos, e mesmo até aos quatorze anos. Até esta idade, nenhuma responsabilidade jurídica por seus atos pode lhe ser imputada, e assim é que deve ser, pois o Ego só pode atuar completa e eficientemente no sangue que ele próprio fabrica, e sendo o estoque de sangue da criança fornecido por seus pais através da glândula timo, a criança não pode ainda ter comando sobre si mesma. Eis por que nos primeiros anos as crianças não falam tanto de si como 'eu', mas, sim, se identificando com a família. Deste modo, referem-se a si geralmente como a menina do papai, ou o menino da mamãe. A criancinha dirá: 'Maria quer isto', e 'Joãozinho quer aquilo'. Mas, tão logo alcancem a puberdade e comecem a produzir seus próprios corpúsculos de sangue, então ouvimos a menina ou o menino dizer: 'Eu' quero fazer isto ou 'Eu' quero fazer aquilo. Daí por diante, as crianças começam a afirmar sua própria identidade e começam a se emancipar da família. Através dos anos da infância, tanto o sangue como o corpo sendo uma herança dos pais, fazem com que as tendências para as doenças também estejam presentes. Não as doenças propriamente, mas apenas as tendências. Após os quatorze anos fica dependendo, em grande parte do próprio Ego, a manifestação ou não destas tendências em sua vida. Quanto ao lado da vida, devemos compreender que o homem – o pensador – encarna equipado com uma natureza mental e moral que são exclusivamente suas, tomando de seus pais somente o material para o Corpo Físico. Todavia, somos atraídos a certas pessoas pela Lei de Conseqüência e pela Lei de Associação. A mesma Lei que induz o músico a procurar a companhia de outro músico em salas de concerto, os jogadores a se reunirem nos cassinos e nos hipódromos e os intelectuais a se juntarem nas bibliotecas etc. é também a Lei que leva as pessoas de análogas tendências, características e gostos a nascerem na mesma família. Quando ouvimos uma pessoa dizer 'sim, sei que gasto muito, mas minha família não foi acostumada ao trabalho; sempre tivemos empregados', isto demonstra que basta a semelhança de gostos para justificar o caso. Quando outro diz 'oh! sim, sei que sou extravagante, mas não posso evitá-lo, é mal de família', vemos mais uma vez a Lei de Associação se manifestando. Por conseguinte, quanto mais cedo reconhecermos que, ao invés de usar a Lei de Hereditariedade como desculpa para nossos maus hábitos, devemos é procurar dominá-los e cultivar virtudes, o que é muito melhor para nós. Não consideraríamos válida a desculpa de um ébrio que dissesse: 'não, não posso deixar de beber. Afinal, todos os meus companheiros bebem!' Recomendar-lhe-íamos simplesmente que se afastasse deles o mais depressa possível e que procurasse se auto-afirmar em sua individualidade. A outras pessoas aconselharíamos a parar de se escudarem em seus ancestrais como desculpa para seus maus hábitos.

 

Quando um Ego retorna à vida terrena, ele é guiado a certo ambiente previamente calculado para lhe impulsionar o progresso e possibilitar que liquide uma parte de destino autogerado em existências anteriores. Mas, quando os pais fazem mudanças radicais em suas vidas, de forma que o Ego fica frustrado quanto às exigências a adquirir e o seu destino a cumprir, então, ele poderá ser dali retirado e encaminhado a outro lugar onde existam as condições requeridas para o seu desenvolvimento. Ele pode ser retirado por alguns anos e reconduzido, depois, à mesma família, caso se verifique que as condições almejadas prevalecerão ali nesta ocasião posterior.

 

Quando uma criança morre, há sempre algum parente esperando por ela ou, quando não há parentes, outras pessoas que muito amaram os pequeninos em sua vida terrena, e se compraziam em tomar conta deles, estão à sua espera, demonstrando muita satisfação em cuidar dela. A extrema plasticidade da matéria de desejos permite que sejam construídos facilmente os mais extraordinários brinquedos viventes, o que torna a vida das crianças ali um belo recreio. Todavia, sua educação não é negligenciada. Elas são separadas em classes consoante seus temperamentos, nunca pela idade. No Mundo do Desejo, é facílimo se ministrar lições objetivas sobre a influência do bem e do mal, sobre comportamento e sobre felicidade. Tais lições são imprimidas indelevelmente no sensitivo e emocional Corpo de Desejos da criança, e nele permanecem após o renascimento. Deste modo, a criança renascerá com o desenvolvimento de consciência apropriado, podendo, assim, prosseguir na sua evolução. Muitas pessoas devem ao fato de lhes ter sido dada esta educação, a possibilidade de viver uma vida elevada.

 

Verdadeiramente, Deus é um e indivisível. Ele encerra, em Seu Ser, tudo o que existe, assim como a luz branca encerra todas as cores. Mas aparece tríplice em manifestação, do mesmo modo que a luz branca se refrata nas três cores primárias: azul, amarelo e vermelho. Onde quer que vejamos estas cores, elas simbolizam o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Estes três raios primários de Vida Divina são difundidos ou irradiados através do Sol, e produzem vida, consciência e forma sobre cada um dos sete portadores de luz, os planetas, chamados 'os Sete Espíritos ante o Trono'. Seus nomes são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano. Cada um destes sete planetas recebe a luz solar em diferentes proporções, consoante a proximidade da órbita central e a constituição de suas atmosferas. Os seres sobre cada um deles, de acordo com seu grau de desenvolvimento, têm afinidade com determinado raio solar. Cada planeta absorve a cor ou cores que lhe é ou são congruentes, e reflete as demais sobre os outros. O raio refletido leva consigo um impulso da natureza dos seres com quem esteve em contato. Deste modo, a Luz e a Vida Divinas vão a cada planeta, quer diretamente do Sol, quer por reflexos dos seus seis planetas irmãos. Nesta luz multicolorida, vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, de tal sorte que os raios que vêm diretamente do Sol produzem iluminação espiritual; os refletidos pelos planetas adicionam consciência e desenvolvimento moral; e os refletidos pela Lua proporcionam crescimento físico.

 

 

 

 

Como cada planeta só pode absorver certa quantidade de uma ou mais cores, de conformidade com a sua fase evolutiva, assim também cada ser sobre a Terra, seja do reino mineral, vegetal, animal ou humano, só pode absorver e aproveitar certa quantidade dos diversos raios projetados sobre a Terra. O excedente não o afeta nem produz sensação, da mesma forma que os cegos não são conscientes da luz e da cor que existem em toda a parte ao seu redor. Portanto, quando o homem retorna à Terra para colher aquilo que semeou em vidas passadas e lançar outra vez novas sementes para a colheita de novas experiências, cada Ego é diversamente afetado pelos raios estelares. Os astros são os cronometristas celestiais que medem os anos, e a Lua indica o mês propício para colher ou plantar. Desta maneira, a ciência astrológica é uma verdade fundamental na Natureza, altamente benéfica, em obtenção de desenvolvimento espiritual.

 

Pelo que foi exposto, pode-se dizer que a criança é um mistério para todos nós, que só podemos conhecer suas inclinações quando elas lentamente desenvolverem suas peculiaridades. Mas, então, geralmente, é demasiado tarde para (re)educá-las, já que maus hábitos se formaram, e o jovem está, agora em um grau descendente. Um horóscopo levantado logo após o nascimento, de maneira científica, mostrará as tendências para o bem ou para o mal na criança. Então, os pais poderão prestar à criança que lhes foi confiada um inestimável serviço, pois estarão em condições de poder estimular as boas inclinações e reorientar suas tendências para o mal, antes que, quase inevitavelmente, estas tendências se cristalizem em hábitos.

 

As chamadas crianças boazinhas, que são modelos de bom comportamento e de obediência, deveriam, na verdade, preocupar-nos muito mais, porque carecem de iniciativa. Crianças difíceis sempre estão fadadas a abrir caminho no mundo e colher experiências, quer diretamente por uma vida virtuosa e serviço digno, quer indiretamente por uma vida de erros, que são mais tarde corrigidos e transmutados. Por outro lado, a criança boazinha, que nunca incomoda seus pais, tem tudo para crescer exatamente do mesmo modo e atravessar a vida sem fazer o nem bem nem o mal. Aqui cabe lembrar o que o Espírito falou, no Apocalipse, às sete igrejas: 'Quem dera fosses fria ou quente. Mas porque és morna, e não és quente nem fria, vomitar-te-ei da minha boca.' Se existe um caráter que esteja solidamente firmado no caminho da virtude, este é o do homem mau que se converteu. Como diz o axioma: 'Quanto maior o pecador maior o santo'. Qualquer um que trilhe os caminhos do vício tem sempre condições para ser forte também na virtude, quando seus pés se encaminharem para ela. Mas as pessoas mornas, que não são frias nem quentes, com estas é que devemos nos preocupar.

 

O melhor método para orientar os passos de uma criança no caminho do bem agir é não notar as faltas menores, mesmo aquelas que consideramos ofensivas, ainda que ocasionalmente possamos insinuar, 'eu não faria isto ou aquilo, 'crianças bonitas não fazem isto ou aquilo, 'você não vai querer que os outros pensem que você não é boazinha'. Se vocês não derem liberdade à criança e não levarem em conta o fato de que o Corpo Vital está em processo de formação durante os primeiros sete anos, vocês se equivocarão. Este Corpo é o veículo do hábito, portanto, a criança cria um hábito após outro, mas abandona os velhos quase tão rapidamente quanto se formam os novos.

 

É necessário deixar de corrigir os filhos a todo instante, o que diminuirá o respeito deles pelos pais, de modo que, quando for necessário exigir obediência em coisas verdadeiramente importantes, que eles devem seguir para seu próprio bem, os pais, por certo, não serão ouvidos.

 

Os corretivos só devem ser usados muito raramente e como último recurso; caso contrário, a criança poderá se tornar insensível aos mesmos.

 

As mudanças devem começar imediatamente e devem começar certo!

 

 

 

 

 

Emocionado, eu firmo...

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Sinceramente, não gosto da palavra reprimir porque a repressão nunca resolveu nada. Só piora as coisas. Não sei se no original heindeliano o verbo usado foi este ou se ele foi escolhido pelo tradutor. Então, em lugar de meramente reprimir o mal, vou sugerir contrapesar o mal com exemplos e ações educativas freqüentes, perseverantes, persistentes e efetivas, que possam oferecer um estímulo permanente, e que sejam preferidos e praticados pela criança, sempre em oposição às fraquezas de caráter adquiridas em vidas anteriores, tenham estas fraquezas de caráter sido anabolizadas por ignorância ou consentidamente. Enfim, um hábito deletério incrustado milenariamente na consciência jamais poderá ser removido pela repressão. Repressão gera exatamente o oposto daquilo que se deseja corrigir, e, normalmente, resulta em rejeição da atitude repressora, revolta contra o educador e maximização da mácula que se deseja concertadamente auxiliar a corrigir. Então, exemplos e ações educativas concertadas são melhores do que repressão, pois, como diz Max Heindel, as crianças são imitativas e, pela imitação, podem mais facilmente ser ensinadas. O exemplo é sempre melhor do que um conselho.

Não sei se o exemplo é bom, mas a pedofilia multissecular no âmbito da Igreja Católica deriva, em grande parte, do amordaçamento da libido dos seminaristas, que até podem ter vocação religiosa, mas, certamente, não têm qualquer domínio sobre seus impulsos sexuais, até porque domínio sobre impulso sexual é uma sesquipedal tolice. O que não é compreendido não pode ser dominado, e o celibato é místico e iniciático, não impositivamente físico. Bolas! Pulsão sexual não se abole por decreto, pois, de alguma forma, ela necessita ser satisfeita. Pura e simplesmente, ninguém escolhe se abster de atividades sexuais, principalmente a partir dos quatorze anos.

Nesta matéria, particularmente, a infalibilidade papal (ex cathedra), que deferiu a obrigação de manter a castidade no peito e na raça no Código de Direito Canônico, é medievalmente retrógrada. O Apóstolo Paulo quando escreveu em 1 Coríntios 7 é bom para um homem não ter relações sexuais com uma mulher, sem querer e sem saber, estava fazendo nascer a legião de pedófilos no seio da Igreja, ainda que mais adiante, nos versículos 7 a 9, tenha afirmado que é melhor casar do que queimar com paixão. Kundalini entupida = desregramento angüicida.

Seja como for, são boçalmente absurdas as razões de ordem teológica para o celibato dos sacerdotes e religiosos de vida consagrada porque estão alicerçadas em conceitos latitudinal e longitudinalmente equivocados. São elas:

Com o celibato, os sacerdotes se entregam de modo mais excelente a Cristo, unindo-se a Ele com o coração indiviso;

O conteúdo e a grandeza da sua vocação levam o sacerdote a abraçar na vida esta perfeita continência, que tem como exemplo a virgindade de Cristo;

O celibato facilita ao sacerdote a participação no amor de Cristo pela Humanidade, uma que vez que Ele não teve outro vínculo nupcial, a não ser o que contraiu com a sua Igreja;

Com o celibato, os clérigos se dedicam com maior disponibilidade ao serviço dos outros homens;

A pessoa e a vida do sacerdote são possessão da Igreja, que faz as vezes de Cristo, seu esposo;

O celibato dispõe o sacerdote para receber e exercer com generosidade a paternidade, que pertence a Cristo.

Historicamente, o celibato obrigatório foi decretado pelo Concílio de Elvira (295 – 302), mas, como este Concílio era apenas um concílio provincial espanhol (Elvira era uma cidade romana, junto à Granada), as suas decisões não foram cumpridas por toda a Igreja católica. O Primeiro Concílio de Nicéia (323) decretou apenas que todos os membros do clero estão proibidos de morar com qualquer mulher, com exceção da mãe, da irmã ou da tia (III cânon). Será que avó não podia? Apesar disto, no final do século IV, a Igreja Latina promulgou várias leis a favor do celibato, que foram geralmente bem aceites no Ocidente no pontificado de São Leão Magno (440 – 461). Aliás, o Concílio de Calcedônia (451) proibiu o casamento de monges e de virgens consagradas (XVI cânon), impondo, por isto, o celibato ao clero regular.

Contudo, apesar disto, houve vários avanços e recuos na aplicação desta prática eclesiástica, nomeadamente entre o clero secular, chegando até mesmo a haver alguns papas casados, como por exemplo o Papa Adriano II (867 – 872), pois até 867 não havia nenhum impedimento ao casamento do pontífice. No século XI, vários Papas, especialmente Leão IX (1049 – 1054) e Gregório VII (1073 – 1085), se esforçaram novamente por aplicar com maior rigor as leis do celibato, devido à crescente degradação moral do clero, causada, em parte, pela confusão instaurada pelo desmembramento do Império Carolíngio. Naquele período, houve padres e bispos que chegaram a mostrar publicamente que tinham esposas ou concubinas. Segundo fontes históricas, durante o Concílio de Constança (1414 – 1418), 700 prostitutas atenderam sexualmente os participantes.

Por fim, o Primeiro Concílio de Latrão (1123) e o Segundo Concílio de Latrão (1139) condenaram e invalidaram o concubinato e os casamentos de clérigos, reforçando assim o celibato clerical, que já era, na altura, uma prática freqüente e aceita pela maioria como necessária. O celibato é defendido porque os celibatários eram mais livres e disponíveis, daí que, com o tempo, o clero regular se foi destacando em relação ao clero secular.

O celibato clerical voltou ainda a ser defendido em força pelo Quarto Concílio de Latrão (1215) e pelo Concílio de Trento (1545 – 1563), que impôs definitivamente o celibato obrigatório a todo o clero da Igreja Latina, incluindo o clero secular.

O resultado abominável de toda(s) esta(s) deformidade(s) monstruosa(s) – pois é(são) contrária(s) à Natureza do ser em evolução/reintegração – foi e continua sendo uma mistura demoníaca e tenebrosa de infidelidade, traição, conspirações, mentiras, homossexualidade enrustida, masturbação desenfreada, pedofilia incontrolável, assassinatos e abortos. Il Nome della Rosa (O Nome da Rosa), romance de Umberto Eco, lançado em 1980, mostra tudo isto. E a Cúria Romana não se manca! E, como repetir não paga imposto, vou repetir: Kundalini entupida = desregramento angüicida.

2. Verbum Dimissum et Inenarrabile.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://thecybertramp.com/blog/
colour-in-web-design-research

http://sosterapiasonline.webnode.com.br/
products/eteriatria-quantica-/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Timo

http://s213.photobucket.com/albums/cc58/photobu
cket007/?action=view&current=sex.gif&newest=1

http://www.hanscomfamily.com/page/668/

http://gifs-animados.lwam.com.br/
gif-animado-de-circulos-rodando/

http://planoespiritual.com.br/wordpress/?p=442

http://www.bibliapage.com/papado.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Celibato

 

Fundo musical:

Medley: Marcha Soldado, Escravos De Jó e Peixe Vivo
Interpretação: Carequinha

Fonte:

http://www.4shared.com/get/yra77k6N/
Marcha_Soldado_Escravos_De_Jo_.html