EDUCAÇÃO É TUDO!

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Educação é tudo!

 

 

 

Tão-só a educação liberta;

tão-só a educação é comperta.

Tão-só a educação completa;

seja direta, seja indireta.1

 

 

Ninguém deve ficar fora;

precisa ser hoje, já agora.

Para o cego-mouco-mudo,

instrução é alforria. É tudo.

 

 

O que está ao nosso dispor

deve ser ofertado com amor.

Educar um é educar o mundo.

 

 

Desventurado o embaidor.

Desgraçado o escravizador.

Maledictus o vira-mundo.

 

 

 

Somos responsáveis por esta prisão!

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Educar os jovens com sabedoria significa, ademais, prover que sua [personalidade –]alma seja preservada da corrupção do mundo. Educar os jovens significa favorecer para que germinem, com grande eficácia, as sementes de honestidade que neles se encontram [idéias inatas – idéias que, segundo René Descartes, nascidas com o ente, são como que a marca do Criador no ser criado à sua imagem e semelhança*], por meio de ensinamentos [educação direta] e exemplos castos e assíduos [educação indireta]. (Comenius, nascido em 28 de março de 1592 e falecido em 15 de novembro de 1670).

* Concordo com o conceito cartesiano de idéias inatas. Discordo, in limine, da idéia de Criador (Deus ou Natureza formadora das coisas naturais; Natura Naturans, segundo Spinoza; Super Naturam Æternam, segundo Boaventura; e Ungenaturten Natur, segundo Meister Eckhart) e de ser criado à imagem e semelhança de um Criador (o mundo criado e as coisas do mundo; Natura Naturata, também segundo Spinoza; Super Naturam Creatum, também segundo Boaventura; e Genaturten Natur, também segundo Meister Eckhart). Mas, o quê (ou quem) criou o Criador, a Natura Naturans, a Super Naturam Æternam, a Ungenaturten Natur? E o quê (ou quem) criou o quê (ou quem) criou o Criador, a Natura Naturans, a Super Naturam Æternam, a Ungenaturten Natur? E o quê (ou quem) criou... Que onipotente Criador é esse, que, primeiro, me fabricou semelhante às pedras; depois, me fabricou semelhante aos vegetais; em seguida, me fabricou semelhante aos animais; e, agora, me fabricou semelhante a quê? Por outro lado, sou irmão, sim, mas em nada não sou semelhante, por exemplo, a Charles Milles Manson e ao Elias Maluco. E, por falar em criação, em semelhança e em Criador, serão Charles Milles Manson e Elias Maluco semelhantes a que Criador? A que Natura Naturans? A que Super Naturam Æternam? A que Ungenaturten Natur? Isto não entra na minha cabeça nem à machadada. Agora, claro, as existências de um Akhenaton, de um Buddha, de um Jesus, de um Kut Hu Mi, de um Charles Milles Manson e de um Elias Maluco têm Planos ou Dimensões, origens, fundamentos, finalidades e vinculações inteiramente diferentes e particulares, que nada têm a ver com esse esquisito, extravagante e excêntrico duplo conceito criador-criação. É, mais ou menos, assim: como filhote de Elephas maximus não pode ser uma nárandja, uma Citrus aurantium não pode frutificar um Elephas maximus. O fato inelutável é que somos responsáveis por tudo. Transferir o que quer que seja para um inexistente Deus, para uma inexistente Natureza formadora das coisas naturais, para uma inexistente Natura Naturans, para uma inexistente Super Naturam Æternam, para uma inexistente Ungenaturten Natur ou para um inexistente sei lá o quê é uma primariedade que necessita ser ultrapassada. Só ascensionaremos quando admitirmos e transmutarmos nossos equívocos!

 

Fundo musical:
Medley
Orquestra: Ray Conniff

Fonte:

http://www.pedroozorio.com.br/
secao_midis/internacionais_variadas.htm