Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

ecoam pelo Universo

– júbilos e afligimentos,

em prosa ou em verso.

 

 

Meio que estopilhas,1

ora quilate, ora senão,

somos todos astilhas.2

 

 

Hoje, em tempos idos...

Nossa responsabilidade.

 

 

Coisas que sabemos;

coisas que esquecemos...

Nossa compensabilidade.

 

 

 

 

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Notas:

1. Estopilha no sentido de espoletar um possível Efeito Borboleta. Efeito Borboleta é um termo que se refere às condições iniciais no âmbito da Teoria do Caos (que explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos).

 

 

 

 

Este Efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 pelo meteorologista, matemático e filósofo estadunidense Edward Lorenz (West Haven, 23 de maio de 1917 – Cambridge, 16 de abril de 2008). Segundo a cultura popular, na Teoria ora considerada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez, provocar um tufão do outro lado do mundo. Contudo, em termos físicos, isto se mostra apenas como uma interpretação alegórica do fato. Em termos psíquicos, a coisa funciona de outra maneira. Fisicamente, o que acontece é que quando movimentos caóticos são analisados através de gráficos, sua representação passa de aleatória para padronizada, no qual o gráfico passa a ter o formato de uma borboleta. Os trabalhos de Lorenz com os fundamentos matemáticos do sistema de equações da Meteorologia nos laboratórios do Massachusetts Institute of Technology (MIT), na década de 1960, foram os primeiros estudos do que na Teoria do Caos se denominou posteriormente por atrator estranho (o sistema flutua para sempre entre vários estados de um modo que não é aleatório, nem é fixo, nem oscilatório, mas, sim, uma flutuação contínua e caótica). Isto é: a partir de estados iniciais ligeiramente diferentes, o sistema de equações diferenciais representando o estado de um fluido em convecção térmica utilizado então como protótipo do estado atmosférico resulta em soluções completamente diferentes entre si. Lorenz sabia que um conjunto finito de equações diferenciais parciais poderia ser escrito como um conjunto infinito de equações algébricas. Assim, o conjunto de seis equações diferenciais parciais descrevendo o escoamento convectivo na atmosfera foi reescrito como um conjunto de pouco mais de uma dezena de equações algébricas como aproximação da solução no computador. O resultado foi surpreendente. Além de soluções periódicas (representando as conhecidas soluções das ondas atmosféricas), Lorenz mostrou a existência de soluções na forma de ondas quase-periódicas e também na forma de soluções aperiódicas (não ondulatórias e estocásticas). Inicialmente, ele buscou por erros no modelo numérico e na sua representação, erros estes que poderiam estar associados à solução computacional de um sistema diferencial, mas logo percebeu que o modelo e a integração numérica estavam formalmente corretos e a estabilidade computacional garantida. Então, entendeu que as diferentes soluções tinham origem diretamente na natureza intrínseca do sistema de equações utilizado. Hoje se sabe que o sistema de equações diferenciais da atmosfera pode ser classificado como um sistema de equações diferenciais dinâmicas, equações estas que são extremamente sensíveis às variações do estado inicial. As conseqüências do trabalho de Lorenz iam em direção ao conhecimento da previsibilidade atmosférica, que ele mostrou não passar de quinze dias. Isto é, a partir de quinze dias as diferentes previsões de tempo inicializadas com estados iniciais praticamente iguais divergiam significativamente. Então, devido aos erros instrumentais nas medidas das variáveis atmosféricas e aos problemas de definição de um estado inicial global para a previsão, a chamada previsão do tempo determinística mostrava-se possível, no máximo, somente até quinze dias. Os modelos desenvolvidos por Lorenz, que poderiam auxiliar na previsão dos padrões meteorológicos, se baseavam em doze equações aplicadas em seqüência, de forma que a solução de uma variável realimenta as forçantes das demais equações. Ou seja: Lorenz tinha em mãos um sistema complexo do ponto de vista cibernético, que admitia retroalimentações. Estes fatores, onde as alterações dinâmicas de resultados alargam as probabilidades de determinadas previsões, podem levar a resultados surpreendentes, ora para o caos extremo, ora para resultados de forma ondulatória (determinados). As conseqüências teóricas do trabalho de Lorenz foram compreendidas bem após os anos 1960 com o desenvolvimento da teoria do Caos, a partir da Teoria dos Grupos de Évarist Galois (Bourg-la-Reine, 25 de outubro de 1811 – Paris, 31 de maio de 1832).

Esta nota foi editada das fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Atractor

http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_borboleta

http://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Lorenz

2. Astilha no sentido de fazermos sair de nós, consciente ou inconscientemente, lascas ou cavacos psíquico-pensamentais de nossas cobiças, de nossos desejos e de nossas paixões, provocando efeitos que deverão ser devidamente compensados.

 

Fundo musical:

Theme of Law & Order
Compositor: Mike Post

Fonte:

http://www.dilandau.com/
download_music/law-and-order-1.html