ECLESIASTES

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Tudo tem o seu tempo determinado,

e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer e tempo de morrer;

tempo de plantar e tempo de o que se plantou arrancar.

 

Sem exceção, tudo haverá de ser compensado:

seja um ato inconsciente, seja um cheio de labéu.

Há tempo de se candidatar e tempo de se eleger;

há tempo de renunciar e tempo de se mandar.

 

Há tempo de derrubar e tempo de edificar.

Há tempo de chorar e tempo de rir.

Há tempo de prantear e tempo de dançar.

Há tempo de não largar o osso e tempo de cuspir.

 

Há tempo de rasgar e tempo de coser.

Há tempo de estar calado e tempo de falar.

Há tempo de se alçar e tempo de descer.

Há tempo de festejar e tempo de se lamentar.

 

O que é já foi, e o que há de ser também já foi.

A Lei impõe uma compensação pelo que aconteceu.

O que já foi e o que está sendo, na verdade, não foi.

O que foi e o que está sendo nunca desapareceu!

 

Então, há tempo de ficar e tempo de sair,

e o tempo de bravatear se esgota no tempo.

Há tempo de embromar e tempo de afundir.

Há tempo, enfim, de zerar o contratempo.

 

E o tempo do quousque tandem pintou.

O tempo do quousque tandem se exauriu.

O tempo do quousque tandem chegou.

O tempo do quousque tandem surgiu.

 

Ninguém engana todo mundo o tempo todo.

Ninguém enxovalha e deslustra eternamente.

Ninguém, insolidariamente, permanece cômodo.

Ninguém prejudica e fere indefinidamente.

 

Ninguém caga e anda sem se sujar.

Ninguém deixapralá e fica numa boa.

Ninguém fica meia hora sem respirar.

Quem se mete a besta com o Balboa?

 

 

Sylvester Rocky Balboa Stallone

 

 

Finalmente, o que sobra deste imbróglio?

Há tempo de triunfar e tempo de malograr.

Hã tempo de verdejar e tempo de caducifólio.

Há tempo de gargalhar e tempo de chorar.