Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

E agora Zezé?

 

 

 

agora Zezé?

Sua encarnação findou...

O sonho dessonhou...

O seu zé-de-quinca cagão

– que borrava o calção,

mas parecia um milorde –

já não bofa nem remorde.

E agora Zezé?

 

agora Zezé?

Seu Imo Deus alertou;

você se lixou!

A Coisa não é coisa

– é mais do que coisa.

Desde sempre, existiu.

Ué! Você não sentiu?

E agora Zezé?

 

agora Zezé?

Você desencarnou

sem poder dizer: — Eu-Sou!

E agora? Como é que fica Zezé?

Quem foi meio lá meio cá

mal fica cá, mal chega lá.

E agora Zezé?

 

agora Zezé?

Agora você sabe:

nem que tudo desabe,

E agora Zezé? Chororinho?

E agora Zezé? Beicinho?

E agora Zezé?

 

que fazer Zezé?

O que passou [não] passou...

Você, que se pensava diferente,

viu só? Tudo é concorrente!

Agora, só cabe a você

 

 

 

 

 

 

Observação:

Claro, eu sei, eu sei. Eu sei que você percebeu que este mal-amanhado poema foi inspirado no poema José, do Poeta, contista e cronista mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987). Você também deve ter percebido que os entrechos são parecidos/diferentes.

 

 

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade

 

 

Fundo musical:

Limelight
Composição: Charles Chaplin
Interpretação: Billy Vaughn & orquestra

Fonte:

http://www.abmp3.com.br/busca/charles+chaplin+

 

Página da Internet consultada:

http://www.selfhelpmagazine.com/
psychtoons/glasbergen/Happiness/